É pura matemática, o Grêmio detém o recorde de maior jejum de títulos importantes da história do RS

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No início de 2015, o Grêmio roubou uma marca indesejável que era do Inter. O tricolor passou a ostentar o indesejável título de Campeão de Jejum da história do futebol do Rio Grande do Sul desde a primeira conquista nacional, em 1975. Leia abaixo.

 Matéria de Marinho Saldanha, publicada no UOL em 25/12/2014. Adaptada e atualizada.

gremista chorando

Até 1975, a dupla Gre-Nal valorizava muito mais a disputa regional do que os títulos brasileiros ou mesmo continentais. O Gauchão era motivo de orgulho de parte a parte, com disputas, brigas e discussões intermináveis que rompiam o campo de jogo. Não mudou muito no que diz respeito a dualidade entre azuis e vermelhos, o que foi alterado a partir de 1975 foi a importância dada às conquistas.

O Internacional abriu caminho com a conquista do Brasileirão daquele ano. Em seguida, ganhou de novo em 1976 e foi tricampeão em 1979. Até conhecer o primeiro grande jejum de conquistas relevantes. Depois daquela taça, a próxima viria apenas em 1992, com a Copa do Brasil. Foram 13 anos de espera, precisamente 4.739 dias entre 23 de dezembro de 1979, final daquele Brasileiro, e 13 de dezembro de 1992, final da Copa do Brasil.

Mas com o gol de Célio Silva, o Internacional superou o Fluminense e quebrou a marca. Até então, maior período sem conquistas de clubes gaúchos. Mal sabia o Inter que um jejum ainda maior estava à caminho. Entre 1992 e a conquista da Libertadores de 2006 foram 14 anos. Exatamente 4.994 dias até o 16 de agosto quando o time de Fernandão e companhia derrotou o São Paulo no Beira-Rio consolidando a primeira conquista continental do clube.

Os anos que seguiram deram ao Inter o apelido de ‘campeão de tudo’. Veio o Mundial em 2006 a Recopa em 2007, a Sul-Americana em 2008, o bicampeonato da Libertadores em 2010 e o bi da Recopa em 2011. Depois, as conquistas fora do âmbito estadual pararam até os dias de hoje.

Mas a marca negativa entre 1992 e 2006 está prestes a ser rompida. O Grêmio jamais teve jejum sequer próximo dos do Inter, mas quando resolveu parar de conquistar, o fez em larga escala.

O primeiro título nacional gremista ocorreu em 1981. Depois a Libertadores e o Mundial de 1983, a primeira edição da Copa do Brasil em 1989, novamente a Copa em 1994, a Libertadores de 1995, a Recopa de 1996, o tricampeonato da Copa do Brasil em 1997, e no dia 17 de junho de 2001, ao fazer 3 a 1 no Corinthians em São Paulo os comandados de Tite levantaram a Copa do Brasil daquele ano, o último título relevante gremista fora do Estado.

No período que seguiu, apenas a Série B de 2005 foi erguida fora do Rio Grande do Sul. E mesmo com a epopeia conhecida como ‘Batalha dos Aflitos’, o título que recolocou o Tricolor na primeira divisão é pequeno para um clube de tamanha grandeza.

E com isso, o Grêmio chega, na data de hoje, 27 de outubro de 2015, a precisos 5.247 dias sem conquistas. Está mais do que batido o recorde do maior jejum do futebol gaúcho em conquistas relevantes desde o primeiro título nacional.

Cabe ao Grêmio interromper a série negativa a fim de não ampliar o recorde negativo. E torcer para o Internacional ficar novamente um longo período sem levantar taças importantes, para que a marca deixe de pesar no histórico do clube. Lembremos que, se o jejum do Grêmio vem desde 2001, o Inter também não ganha nada de importante desde 2011, quando ganhou a Recopa Sul-Americana.

Imagem meramente provocativa.
Imagem meramente provocativa.

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