Cansei de ver músicos e palestrantes saírem do palco com a impressão de que fizeram bom papel e, bem, não foi nada daquilo. Como espectador, às vezes fico com um sorriso amarelo ao ver o sem noção da coisa. Então, de forma profilática, desconfio de meu exame sobre nossa participação no Feira Além da Feira de ontem à noite na Palavraria. Mas arrisco dizer que foi bem boa. Muito boa.
Em primeiro lugar porque o ambiente foi de completa cordialidade e interesse pelo assunto. Nunca abandonamos o tema da crítica. Muito qualificado, o público poderia ter-nos fatiado e servido em bandejas, mas nos ouviu e perguntou mansamente. O carrossel que fazia o microfone passar de mão em mão funcionou bem. A Alexandra Lopes da Cunha disse que nunca tinha mediado debates, mas vá acreditar nisso. Não apenas provocou e deu espaço e oportunidades a que todos falassem, como deu seus pitacos e pode declarar seu amor a George Orwell. O debate funcionou também pelo fato dos três entrevistados terem perfis bastante diferentes. Aprendi com as meninas. Eu cheguei com meu perfil clássico antiquado, a Camila von Holdefer super atualizada e profunda conhecedora da produção literária atual — devemos ler seu blog de cabo a rabo para saber o que está acontecendo — e a Laila Ribeiro com seu enorme conhecimento da literatura de entretenimento, algo que me surpreendia a cada fala sua.
Os bons eventos de literatura são assim mesmo, com pessoas interessadas e alta participação. O tema era “O Espaço da Crítica Literária”, essa coisa quase inexistente. Engraçado como todos nós lemos literatura brasileira, mas temos certo receio de escrever a respeito. Nossos autores costumam se ofender. Eu parti deste texto, mas sem o mimimi que me fez incluir gatinhos ornamentais, e fui até o ponto de responder uma pergunta citando os autores que mais admirava vindo do Japão, passando pela Europa Oriental, Ocidental, América do Norte, do Sul e Brasil. Ou seja, a conversa teve momentos delirantes. Foram duas horas de divertidos momentos de amor à literatura. Às 21h, a livraria tinha que fechar…
O que posso dizer? Certamente que fiquei muito feliz com esta minha segunda participação na Feira além da Feira. cuja programação completa encontra-se aqui.
As fotos abaixo são de Alexandre Alaniz. Foram publicadas 44 imagens ao todo. Meu profundo, incondicional e esperado narcisismo ditou a seleção abaixo. As legendas são realistas, pero no mucho. E, gente, agora vou para uma reunião de condomínio. Sim, será bem pior.
![Jéferson Tenório fala a plateia, Alexandra sorri confiante e eu pressinto a tragédia.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/jeferson-tenório.jpg)
![Eu começo a desfiar absurdos. A Alexandra me olha com cara de "What the fuck?".](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF001.jpg)
![Eu sigo a desfiar absurdos, agora sob o olhar irônico da Camila.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF01.jpg)
![Ninguém me detém.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF02.jpg)
![Sérgio Karam pergunta-se: o que eu vim fazer aqui?](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF03.jpg)
![A Alexandra parece estar se divertindo.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF04.jpg)
![Mas recua.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF05.jpg)
![Nelson Rego chega para animar a festa.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF06.jpg)
![Mas a festa é minha.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF07.jpg)
![Gustavo Melo Czekster me desafia a dizer seu sobrenome.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF08.jpg)
![Eu sou imparável.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF09.jpg)
![Tô falando até agora.](https://miltonribeiro.ars.blog.br/wp-content/uploads/FAF10.jpg)
Se existisse o prêmio de Melhor Legendador de Fotos, você certamente o ganharia.
De tanto conversar com José Francisco Botelho, eu tenho a impressão de conhecer o Czekster (apesar de não saber pronunciar seu nome direito). Suas postagens frequentemente aparecem em minha timeline do face. Fui vendo essas fotos e pensei “olha lá, Czekster”, como se o tivesse encontrado passando na rua. Me lembra a história que ele mesmo contou, do “oooi” pra Elena.