Na última sexta-feira, eu e Elena estávamos atravessando a Redenção em direção ao Guion Cinemas quando vimos um enorme grupo parado no jardim japonês. Havia grande silêncio, o que fazia com que parecessem zumbis. Perguntei que faziam e me disseram que o motivo era que ali havia uma grande concentração de Pokémons. Todos estavam de cabeça baixa, observando seus celulares, caçando os pobres bichinhos. Jamais imaginei ver isso e tirei umas fotos bem ruinzinhas com meu celular. Um amigo disse: “Pelo menos não estão rezando”. Olha, sei lá se não estão. Outro conhecido me disse que o mesmo ocorre no Campus da UFRGS, no Vale.
Isso explica o golpe,
o povo é gado!
Vai atrás de qualquer sininho…
Deve ter pokestop ali.
Hoje eu estava na praça principal da cidade, sentado num banco, lendo um livro. Ao lado a estátua de um escritor conterrâneo. De repente aparece um menino, os olhos fitos no celular, e senta num banco próximo. Logo depois aparece outro, também hipnotizado com o celular. Alguns segundos depois chega outro, e mais outro, um grupo de crianças caçando pokemons repentinamente reunidas ao meu redor. Provavelmente estava passando uma manada de pokemons sobre mim sem que eu percebesse. Senti-me ameaçado. Fechei o livro, envergonhado por tão obsoleta forma de distração, e fui embora, assustado. Agora estou mais aliviado. Aqui em casa (creio) não tem pokemons e nem caçadores. Fico pensando é na estátua do escritor, nessa noite fria e daqui a pouco deserta, sozinha naquela praça lotada de pokemons…
Senhor Milton Ribeiro,
creio que a única solução — para tal bizarro comportamento social — seja a convocação de uma assembleia de pastores pentecostais, em cada especifica localidade, com o objetivo de realizar sessões públicas de exorcismo para expulsão desses capetas orientais: se extermine os Pokémons ou exterminado será o Brasil.