Me disseram que foi bom o primeiro Almoço Clio Musical. Ainda estou rindo daquela senhora que disse que jogaria fora todos os Concertos de Brandenburgo que comprara em sua vida, após ouvir a Orquestra Barroca de Freiburg, que apresentei junto da contextualização da obra e de detalhes da vida de Bach e suas margens. O próximo será sobre As Quatro Estações de Vivaldi, uma obra lotada de histórias, desde o Ospedale della Pietà e sua orquestra de mulheres, passando pelas Rodas dos Expostos, pela provavelmente fingida asma do compositor, indo até o poema que acompanha a partitura do solista e que descreve cada trecho. A próxima edição será no dia 13 de junho, às 12h20, no StudioClio e estou juntando material para a função. Digamos que este inábil palestrante está feliz com o novo projeto.
E, hoje, quando elaborava mentalmente meu discurso cheio de fofocas sobre Vivaldi, dei de cara com este artigo. É um desses artigos que leio sempre com algum ceticismo, mas e se for correto?
Ouvir música alegre melhora capacidade cognitiva, afirma estudo
O estudo britânico teve como base os concertos da série As Quatro Estações de Vivaldi e revelou benefícios ao nível da atenção e da memória.
A Universidade de Northumbria, no norte do Reino Unido, levou a cabo um estudo que concluiu que ouvir música alegre pode melhorar as capacidades cognitivas, aumentando o “estado de alerta” do cérebro.
O estudo britânico teve como base os concertos da série As Quatro Estações de Vivaldi e revelou benefícios ao nível da atenção e da memória. Desenvolvido por Leigh Riby e publicado este mês na publicação Experimental Psychology, a investigação envolveu 14 jovens adultos aos quais foi pedida a realização de uma tarefa de concentração. O objetivo era carregar na barra de espaço de um teclado quando aparecesse um quadrado verde no ecrã do computador, ignorando os círculos de várias cores e outros quadrados que surgiam de forma intermitente.
A tarefa teve duas fases, onde primeiro foi desempenhada em silêncio e depois enquanto se ouvia cada um dos quatro concertos do compositor italiano. Durante o processo, a atividade cerebral dos jovens foi medida através de eletroencefalografia (uso de elétrodos no couro cabeludo para analisar as correntes elétricas do encéfalo), segundo o comunicado da Universidade da cidade de Newcastle, no seu site.
O estudo mostrou que, em média os participantes responderam de forma correta e com mais rapidez enquanto ouviam a Primavera de Vivaldi. Durante a música, o tempo médio de resposta foi de 393,8 milissegundos, e em silêncio, levaram, em média, 408.1 milissegundos a completar a tarefa.
Já com a composição Outono, música mais lenta e sombria, o tempo de resposta aumentou para os 413.3 milissegundos quando, indicando uma diminuição da capacidade mental.
Após o estudo, Leigh Riby concluiu que a Primavera de Vivaldi pode ser usada como terapia pois “melhorou a atividade geral do cérebro e provocou um efeito exagerado na área cerebral que é responsável pelo processamento emocional”. Riby concluiu ainda que o estudo forneceu “evidências de que há um efeito indireto da música na cognição que é criado pelo estado de alerta, humor e emoção”.
Gosto muito das Quatro Estacoes, gosto ainda mais dos outros concertos que fazem parte do “Il cimento dell’armonia e dell’inventione”, especialmente La Caccia e Il Piacere.
A gravacao de Fabio Biondi e Europa Galante é super. Os caras deram nova luz a essas obras.
é fato que música ajuda nas tarefas. vide as work songs de todos os povos e os colegas bons de matemática que faziam seus deveres escolares ouvindo heavy metal.
o que os pesquisadores não gostam de dizer é: ouvir a música que você gosta (e não exclusivamente Mozart e Haydn) faz você se sentir melhor.
“Listening to music, whether a Mozart concerto or the latest album from the top of the popular music charts, may not only help you to unwind at the end of a stressful day. It could also lower your blood pressure and improve your
heart rate variability”. [artigo “Music and the Heart”: http://circ.ahajournals.org/content/circulationaha/116/24/F139.full.pdf%5D