A revista Cult publicou um estudo no mínimo surpreendente. A ficção do século XIX teria maior presença feminina do que a do século XX. Tudo culpa de uma excepcional geração que inclui as meninas da montagem abaixo: Emily Dickinson, Emily Brontë, Jane Austen, George Eliot, Mary Shelley e outras. Mas não seria apenas isso.
O estudo foi matemático. Por meio de um algoritmo, pesquisadores das universidades de Illinois e Berkeley, nos Estados Unidos, descobriram que, em um século, a proporção de autoras caiu pela metade – dado que, a princípio, acreditaram estar incorreto, já que esperavam encontrar na literatura algum tipo de efeito da primeira onda do feminismo.
Ou seja, em 1850, romances escritos por mulheres representavam 50% das publicações do gênero e em 1950 eles mal chegavam a 25%. Antes de 1840, pelo menos metade dos romancistas era do sexo feminino, mas já em 1917 a maior parte dos romancistas considerados de “alta cultura” era homem.
O estudo chuta que houve uma gentrificação na literatura. No século XIX, escrever não era tão valorizado. Quando escrever passou a dar status, vieram os homens. Também pensa-se que a crítica literária, feita majoritariamente por homens ajudou a prejudicar as mulheres.
O cenário só voltou a ficar igual no final do século XX.