Oito anos do incêndio da Kiss

Há exatos oito anos, era domingo e o plantão no Sul21 era do Samir Oliveira. Ele trabalhou feito um condenado. O Igor Natusch correu para ajudá-lo, se não me engano. Eu estava na praia, na casa de minha irmã, e me vieram lágrimas quando falaram nos celulares tocando nos bolsos dos mortos.

O prefeito irresponsável hoje está todo pimpão em Porto Alegre, trabalhando na ínclita gestão de Sebastião Melo.

Na semana seguinte, viajei para a Europa com minha filha Bárbara Jardim. No primeiro dia em Roma, fomos ao Pantheon. Deu fome. O garçom perguntou se éramos brasileiros. “E moram perto de Santa Maria?”.

(Todos estão impunes. Não aconteceu ainda o julgamento dos réus).

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  1. Com o detalhe – vergonhoso, humilhante! – que o mais próximo que o Judiciário chegou de uma condenação foi tentar punir os pais por uma ação “ultrajada” do Ministério Público, que se sentiu “ofendido na sua honra” por ouvir umas verdades. Que mácula na história do MP gaúcho.

  2. Fizemos dezenas de entrevistas na FM CULTURA – que, na época, investia forte no Jornalismo, antes do desmonte do inominável desgoverno sartonaro. A dor de pais, amigos, sobreviventes não tem como esquecer. Um guri, ao final de uma entrevista, perguntou se podia falar mais uma coisa. Claro, respondemos. Ele, então, dirigiu-se a uma menina – deu a descrição dela – que ele ajudou a tirar da boate em chamas, e disse que, se ela estivesse ouvindo, só esperava que estivesse bem. Desabamos.
    Também entrevistamos o excelentíssimo sr. prefeito de Santa Maria, que deixou a casa continuar abrindo mesmo com todas as irregularidades, e eu perguntei se ele tinha medo de ser responsabilizado na Justiça – pra ser equânime, fiz a mesma pergunta ao governador Tarso Genro, já que este é chefe da Brigada Militar (Bombeiros). Ficou nítido o temor do prefeito, que fez aquele silêncio e depois respondeu que entendia não ser sua a responsabilidade. E esse sujeito depois foi ser secretário de segurança do sartonaro, num passa-pano histórico e um tapa na cara nas famílias das vítimas. É por essas e outras que acho que o mdb é, de longe, o partido mais escroto que há.

    1. Perfeito teu comentário. Essa semana RBS PARCIAL falou a manhã inteira dessa tragédia e em nenhum momento, nenhum jornalista teve coragem de falar o nome de CESAS SCHIRMER .

  3. É só de lembrar que cheguei a ter conversas políticas com esse safado, pois meu partido, por força de legalidade, estava abrigado no Pmdb, que hoje, chamar de bosta é um elogio. Nojo

  4. A causa principal dessas tragédias, que já ocorreram em outros lugares do mundo, é o pagamento após consumo nas casas noturnas associado ao bloqueio das saídas. E isso, seus proprietários não abrem mão, e até hoje distribuem argumentos aos políticos que , convencidos, não obrigam que o consumo seja cobrado previamente.

  5. Que tristeza! Tenho um colega de trabalho que duas filhas suas estavam lá. Uma morreu, a outra lutou bravamente contra a morte no hospital. Felizmente venceu!

  6. Manchas eternas na história do RS. Prefeito vem sendo blindado com CARGOS PÚBLICOS para não ser julgado. Embora eu acredite que isso jamais aconteceria mesmo sem imunidade. A “sociedade” e a imprensa PARCIAL amenizar a culpa e evitam falar da tragédia e dos nomes dos responsáveis. Na última terça feira,na GAUCHA RBS ,nos quatro programas da manhã ,todos falaram da tragédia mas ninguém em nenhum momento falou o nome CESAR SCHIRMER. Apenas uma sobrevivente entrevistada falou que o prefeito deveria ser punido,provocando um silêncio no estúdio. Fico imaginando como foi a reunião com a diretoria no dia anterior : ” Está vedado a todos falar o nome do prefeito na ocasião da tragédia”.

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