Ler para o outro é um ato de puro amor. Eu acho. E ler para a pessoa amada é mais ainda, claro.
Não sei se leio bem ou se a Elena é boa ouvinte, mas a coisa funciona e hoje eu estava terminando o livro do José Falero com a Elena deitada a meu lado quando vi que, em uma das crônicas finais de “Mas em que mundo tu vive?”, ele cita a Livraria Bamboletras.
Fiquei muito comovido por duas razões: pela livraria que tento fazer sobreviver e por Falero falar de seu pai, morto há 20 anos, tal como o meu. Sim, esta crônica foi uma das que me atingiram com força.
E a Elena acaba de perguntar:
— O Falero é aquele cara que a gente encontrou com a mãe dele no Café Cantante?
— Sim.
— Quanto talento debaixo daquele boné, hein?