A ZH de amanhã e a morte de Eliseu Santos

A Zero Hora de amanhã mancheteará que uma gaúcha pode ganhar o Oscar, publicará a lista de 2010 dos candidatos a Gaúchos Honorários e garantirá que é muito gostoso ser gaúcho. Já o caderno de Grandes Capangas Gaúchos, trará as principais hipóteses para o assassinado de Eliseu “O seu médico (but not mine)” Santos:

Por Luís Augusto Farinatti

São aventadas novas teses no caso da morte de Santos:

1- Crime Conjugal: não pode ser descartada a hipótese de que a mulher do secretário tenha contratado pistoleiros, pois seria uma eleitora do PT, inflitrada pelo Komintern (que apenas se finge de morto, mas está aí, firme, insinuando-se entre as pessoas de bem). Dizem que, enquanto o marido era alvejado por atiradores das FARC, treinados pelo MST, essa nova Dalila, dentro do carro, passava calmamente nos lábios um batom de um vermelho ofuscante.

2- Acidente: os ferimentos causados no secretário se deram em virtude do estouro do escapamento do carro, enquanto ele dava a volta no automóvel depois de fehcar a porta do carona onde havia entrado sua esposa.

3- Suicídio: na verdade, o secretário andava sofrendo de uma forte crise de depressão, tendo em vista as injustas denúcias das quais vinha sendo vítima. Assim, disparou três tiros contra si mesmo e ainda usou o último fôlego para imitar vozes de assaltantes, com o fim de enganar Deus e poder entrar no Reino dos Céus.

Da Redação

Retrato da Estupidez Gaúcha

A Cavalgada do Mar é um evento no qual 3 mil cavalos são levados a um passeio de 240 Km pelo litoral plano, igual e sem graça do Rio Grande do Sul. Na falta dos interessantes acidentes geográficos que fazem a alegria de veranistas normais, as praias gaúchas oferecem seu vento e, durante esta época, um bando malcheiroso de cavalgaduras. O veterinário Leandro Basile diz que um equino adulto produz, por dia, em média, 16 Kg de excrementos sólidos. Multiplicados por 3 mil cavalos, chegamos a 48 mil quilos. Multiplicados pelos nove dias da Cavalgada do Mar, serão 432 mil quilos de esterco espalhados pelas areias das praias gaúchas. Pena que tal quantidade de esterco não configure um acidente geográfico, apenas ecológico. Aliás, acidentes são a última novidade das cavalgadas: têm ocorrido mortes de cavalos, às quais farei referências adiante.

Só os dados fecais já seriam suficientes para extinguir definitivamente a estupidez da cavalgada, mas o que são 432 toneladas de cocô bem ao lado do mar quando comparadas com a necessidade de aparecer da, por exemplo, secretária de “cultura” Mônica Leal?

Por favor, cliquem aqui a fim de saber as exatas dimensões da boçalidade. São nove dias de cavalgadas por nossas belas praias. Porém, este ano, já houve duas mortes de cavalgaduras, infelizmente das que ficam embaixo. Por quê? Ora, porque estes são tradicionalistas conceituais, de fim-de-semana e nunca trataram com um animal desses. Então, ignoram o fato de um cavalo precisar de 80 litros de água não salgada por dia. Mais: não sabem que cavalos descansam soltos e, ah, que precisam de preparo físico. Do alto de sua autoridade e capacidade expressiva, presidente da Fundação Cultural Cavalgada do Mar, Vilmar Romera, dá-nos uma tranquila noção do problema:

– Que culpa eu tenho se tu matas o teu cavalo? Morreram dois, o que é natural. Se morrerem 15 cavalos, não tenho nada com isso. Quem sou eu para dizer que alguém não pode participar? O animal tem de ser preparado. Esse é um problema do dono do cavalo. É como mulher. Se tu não tratares bem, vais levar guampa.

Hã?

Interessante a comparação entre cavalos e mulheres. Bem feminista. não? Ah, querem saber quais são as  atividades às quais que se entregam as cavalgaduras — as que andam sobre os animais durante a cavalgada, ops…, me enrolei. Em resumo, sabem o que fazem os animais de cima? Vejamos a declaração de um deles:

— É um passeio. A gente come, bebe e dá risada.

Sem dúvida, é tudo muito cultural. É como ir ao shopping assistir uma comédia. Uma vez, minha filha, que conhece cavalos como poucos, quis participar de uma dessas coisas. Seu professor de hipismo veio falar comigo:

— Não deixa, Milton. São um enorme bando de bagaceiros. Rola de tudo.

OK, é uma atividade cultural honesta… Demonstra a falta de substância do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Hoje haverá um protesto contra a cavalgada em frente ao Palácio Piratini. Espero que Yeda relinche e corcoveie para os participantes. Afinal, um assunto de tamanha importância… Mas, sabem, eu gostei do estilo do Sr. Vilmar Romera. Então finalizemos este texto que fala do cerne da alma gaúcha com mais uma declaração objetiva e lúcida de Vilmar:

— Cavalo só morre por falta de cuidado. Tem cara que traz para a cavalgada animal que ficou três meses comendo dentro de cocheira. Tem gente aqui que nunca viu cavalo. Que só sabe diferenciar o cavalo de uma vaca por causa da guampa – afirma.

Interessante.

Pô, Celina, de novo?

A falta de tempo me faz resgatar uma velharia (e uma grande lição de vida…) de 11 de março de 2005.

O caso é que Celina Sjösted (35 anos), casada com o músico Ricardo Duna, autor da frase que dá título a este post, com dois filhos deste casamento e usando aliança — as revistas adoram deste detalhe — , é uma das poucas mulheres que garantidamente privaram com o mito, que teve músicas dedicadas a si, que trocou beijos e saiu vitoriosa do mar do Leblon de mãos dadas com o homem. Virou assunto nacional. A frase explica-se pelo fato de que é segunda vez que Ricardo — inteiramente deslocado do implacável papel de Ricardão — a pega com Chico. A primeira fora em 1998.

Hoje, chegando em casa, vejo uma revista estranha. Aqui só costumam entrar revistas de notícias ou culturais, mas hoje havia uma Contigo! É uma reles revistinha de fofocas de celebridades e logo vi a razão da compra feita pela Claudia: Chico estava na capa e, abaixo da foto, havia uma manchete mui benigna: “Marido quer de volta a mulher que Chico Buarque beijou”. Beijou? Só? Arrã. Não sei o que pensar sobre o assunto, abro a revista e acho a tal Celina até feínha, mas nunca se sabe — alguns feios surpreendem quando começam a se mexer ou falar. Rio ao saber que o maridão (44 anos) chama Chico (60) de “o Velho”; rio mais ao saber que o maridão deu entrevistas, sábado à tardinha, antes de apresentar seu show numa clínica geriátrica carioca. Pelo visto, o casal trabalha para a terceira idade. Quase dou gargalhadas ao saber que ele vendeu todos os seus discos para os velhinhos e para o pessoal de imprensa que foi ver sua performance. É a mais nova celebridade! Que maldade, Milton. Começo a folhear a revista e, mais à frente, leio outra frase marcante que parece ter vaga relação com o caso. Rubens Barrichelo declara: “Estou cansado de perder”.

Posso entender o fascínio que Chico exerce sobre as mulheres; afinal, parte deste fascínio é também exercido sobre mim. O cara é um gênio, é bom músico, é espetacular compositor, é escritor reconhecido, é bonito, é gentil, demonstra em sua obra conhecer as mulheres; está, pois, um passo adiante na evolução humana (não deve ter nem os dentes do siso) e foi com isto que o casal Ricardinho-Celina deparou-se. Celina viu à sua disposição o cara que está no topo da cadeia alimentar. Tremeu ao sonhar com aquele vozeirão dizendo-lhe: “Meu bem, me traz um copo d`água?”.

Eu sei. É páreo corrido. Não há como segurar. Quando o Chico quiser, será gol do Polytheama. A mulher precisa ser uma fortaleza católica para resistir — e mesmo os católicos tem de limpar a reputação no confessionário. Acho desnecessário o Ricardo ofender Chico Buarque chamando-o de velho, é patético blasfemar contra alguém que habita o Olimpo. Ele deveria falar apenas à Celina, deveria suplicar por seu retorno, explicando-lhe que a reconciliação é ecológica para alma e que ele e os filhos a perdoam e querem de volta. Faz isso, Ricardo, não seja burro. Depois, dê-lhe um longo beijo de língua bem na frente dos paparazzi. Será um momento lindo. E dê entrevistas, Ricardo, por favor; a gente precisa de assuntos deste tipo. É horrível só ouvir falar em tragédias. Quem dera trepar com a mulher do próximo, ops!, desculpem… Errata: quem dera que os problemas do país fossem a libido das celebridades e as infidelidades dos homens e das mulheres — dos outros, é claro.

A propósito, ainda há a expressão “mulher honesta” em nossa Constituição?


Se até Tom e Vinícius deitaram com Chico, por que Celina não deitaria?

Muito calor

Muito calor, mal estar. Não são 10h e já está 29ºC. Parece o inferno. Tô até meio tonto. E há a umidade. Tudo isso logo hoje, dia em que escrevo meu post de número 757. Deveria estar feliz. É um número digno de comemoração, um palíndromo, um capicua de raro pedigree. Pode ser lido de frente para trás e ao contrário e o resultado é sempre o mesmo. Tente! E, para piorar, é o 12º dia do ano de 2010. E vai aos 34ºC. São números que falam por si, que dizem muito a mim. Só que eu não entendo o que eles dizem.

Um homem deve saber a hora de trocar seu e-mail ou Recebendo mensagens da estrela spammer Onyx

Meu amigo Fernando Guimarães, coloradíssimo, recebeu este e-mail deste célebre deputado do DEM/RS:

Sua resposta, 3 minutos depois, foi uma perfeição:

—– Mensagem encaminhada —-
De: Guimaraes Fernando
Para: Onyx Lorenzoni
Enviadas: Segunda-feira, 21 de Dezembro de 2009 10:47:52
Assunto: Res: Feliz Natal Colorado

Não esqueça do meu Panetone !

Fernando Guimarães

Algo vindo do Onyx… Olha, nem embalado à vácuo, sem contato manual.

O ano de 2010 será uma coisa

O ano de 2010 será prenhe de absurdos. Já estou me preparando, ao menos do ponto de vista psicológico. Ontem, por exemplo, recebi um comentário épico, bastante educado, de alguém que discorda politicamente de mim e que mostra-se tão preocupado em desenterrar fatos dos últimos anos (anos Lula, bem entendido), tão conscio em tentar balançar cada convicção minha, que talvez sirva de prévia do que será 2010. Eu poderia fazer uma pesquisa sobre os anos FHC — não pensem que eu lembro — e entraríamos numa discussão infindável e inútil para ambos, pois permaneceríamos com as mesmas opiniões anteriores. Informo que não estou nem estarei preparado para bate-bocas. Acompanho a política de longe, aproveito-me do que me afeta para, desde meu bunker, fazer uso de minha pistola d`água lotada de comentários ácidos. Espero não ser processado, pois tenho especial talento para ofender na jugular. Mas será isso mesmo: darei uns tirinhos e ficarei rindo sem discutir. Só discuto literatura, música — assuntos onde me sinto mais seguro — e coisas pessoais.

Porém, ah, porém… 2010 será um ano político e de Copa do Mundo. Sei que iniciará com uma questão gaúcha: a incrível tentativa da desgovernadora Yeda Crusius de extinguir a TVE e a FM Cultura através do simples fato de não comprar o prédio alugado onde hoje as emissoras estão instaladas. Mônica Leal está envolvida, ora se não! Como isto tem o poder de prejudicar qualquer pretensão reeleitoral do Yedão, devo entrar com tudo. Aliás, já deveria ter entrado há alguns meses. E, mais: já adianto a meus sete leitores que votarei ou nos candidatos do PT ou mais à esquerda — considerando-se que este partido ainda jogue menos à esquerda que Ronaldinho e mais do que Messi. E informo que este blog não é um jornal destes que fingem imparcialidade. O blog é descaradamente parcial, tanto quanto a Veja, só que pelo outro lado. Talvez esteja na hora de desenterrar algumas histórias de Reinaldo de Azevedo na Bravo! Coisa divertida pacas… Ou não? Não, né? Nunca leio o Rei nem vou a seu blog. Deixa pra lá.

O que acho é que esta eleição será uma tentativa de desesperada da imprensa em desqualificar o bom governo federal — que acabará reeleito — e uma nova tentativa de vencer os políticos e a ignorância do interior, tão temerosa que o um governo estadual de esquerda venha comer suas mulheres e filhas.

Já disse mil vezes que no Brasil temos o sério problema do voto obrigatório. Limpem a maioria silenciosa e veremos no que dá. Tirem esse pessoal que ouve dupla sertaneja, Roberto Carlos, que vê só Record e SBT e a coisa ficaria muito melhor. Tenho um amigo radical de esquerda que, um pouco (só um pouco) jocosamente, defende a tese de manter o voto obrigatório, mas fazendo antes três perguntas-surpresa ao eleitor antes de votar. Se o cara não acertasse duas, voltaria direto para casa.

Exemplos de perguntas:

1. Lula sucedeu a qual presidente?
a. Getúlio Vargas
b. Fernando Henrique Cardoso
c. William Bonner

2. A queda do muro faz-lhe lembrar o quê?
a. De seu vizinho
b. Do Pink Floyd
c. Do fim do bloco comunista

3. A expressão “pra variar, acabou em pizza” é utilizada para significar:
a. Que não deu em nada
b. Que os políticos se empanturram de carboidratos em Brasília
c. O amor que o brasileiro tem pelos rodízios

4. Fernando Henrique Cardoso nunca…
a. engravidou repórteres e outras mulheres durante seu casamento
b. gostou de titulos acadêmicos
c. gostou de ser contestado, ainda mais por estrelas

5. José Serra é parecido…
a. com Tarcísio Meira
b. com José Mayer
c. com uma tartaruguinha

Não seria uma boa? Resolveria dois baitas problemas — o do voto dos analfabetos funcionais e dos viajantes em maionese — e seria educativo.