Depende do que você chama “jogar bem”. Se criar chances e mais chances, sempre desperdiçando-as, é jogar bem, então o Inter massacrou. Porém, se as conclusões a gol entrarem no “jogar bem”, o Inter fracassou. Pois…
É incrível a dedicação, o amor, o cuidado, o esmero que o Inter tem em perder gols. Um atrás do outro, em fila. Eram 30 min do primeiro tempo e perdêramos três gols feitos, feitíssimos. O mesmo já ocorrera contra o Remo, pela mesma Copa do Brasil, no meio da semana passada. Então, o time tirou o pé do acelerador até o final do primeiro tempo. Afinal, criar inutilmente situações cansa. Cansa, começa-se a errar passes, a torcida passa e emitir sons estranhos, enerva.
É difícil até falar mal de nossa equipe. Há segurança defensiva, há armação, há Iago mandando ver na lateral esquerda, são criadas boas situações e… nada. Os dois gols perdidos por Roger, por exemplo, foram de gênero diversos ambos ridículos. No primeiro ele entrou livre, cara a cara, e se atrapalhou todo antes de chutar para fora. Depois, D`Alessandro cruzou e a coisa era ainda mais fácil — era só empurrar de cabeça para as redes a bola perfeita do gringo. Roger furou incrivelmente. Patrick também perdeu os dele, mas ao menos pareceu ter mais intimidade com esse negócio de bola.
Uma boa tentativa para a segunda etapa seria a retirada de Dudu para a entrada de Juan Alano, mas ousadia não é a tua praia, né, Odair? Mas algo mudou.
Iago é um personagem da peça Otelo, o Mouro de Veneza, escrita por William Shakespeare. É considerado um dos maiores vilões da literatura mundial e, com certeza, é o mais bem elaborado pelo dramaturgo. Na peça, Iago arma uma trama para que Otelo acredite que sua esposa o traiu, entre várias outras armadilhas. Já o Iago do Inter é a boa surpresa de 2018. Joga muito. É o melhor lateral esquerdo dos últimos anos e até acabou de fazendo um gol no início do segundo tempo, já que os atacantes não faziam.
Eu sou contra os jogadores ingerirem álcool no intervalo. Digo isso porque Patrick retornou bêbado para o segundo tempo, errando passes que ninguém erra quando está sóbrio.
Depois o volante Edenílson fez o segundo, comprovando a inapetência de nossos atacantes. O jogo seguiu assim até seu final. Wellington Silva entrou para também mostrar que sabe perder gols.
Com o jogo ganho, já nos descontos, mostramos rara inteligência emociona, como bem lembrou um amigo: recebemos três cartões amarelos… Sim, nos descontos.
Marcinho, que nem jogou tanto, deu o passe para os dois gols e acabou como destaque.
Agora, folga até a próxima quarta-feira, quando enfrentaremos o Cruzeiro-RS fora de casa pelo Campeonato Gaúcho.
https://youtu.be/K8UUzBVbkeI