Fortes e confirmados indícios dão conta de que este que vos escreve e Nikelen Witter estarão na próxima segunda-feira, 2 de abril, discutindo os dois títulos acima no StudioClio. A volta do parafuso é de 1898; Mrs. Dalloway, de 1925. Neste ínterim, a arte mudou muito. Não gosto da palavra ruptura, até porque Virginia Woolf, com seu respeito aos escritores que a antecederam, a rejeitaria, mas há que considerar que a distância temporal entre as obras, de 27 anos, parece ser maior se entremearmos James Joyce e seu Ulisses, Diaghilev, Mahler, T.S. Eliot, Rilke, Ravel, Proust, Kafka, Pirandello, Svevo, Stravinsky… ou seja, o modernismo. A distância entre as duas pequenas obras-primas assemelha-se a comparar a perfeição clássica de Brahms a Mahler ou Bartók.
Henry James era o grande estilista, um escritor cheio de artifícios e que foi ficando cada vez mais intrincado em sua prosa. Ele talvez seja um dos maiores representantes do fim de uma época que já forçava os limites do romance do século XIX, apontando para o que viria. Já Woolf gozava de uma liberdade que ainda escandalizava e criava seu primeiro grande romance, o saltitante Mrs. Dalloway.
Dá muito papo, ainda mais com a Nikelen, que é escritora e historiadora. Estaremos devidamente calibrados com cerveja Coruja. Acho que será bom.