Newsletter de 12 de abril de 2021
Olá!
Numa semana em que a Receita Federal declarou que “só rico lê”, devemos apontar o desconhecimento que esta tem de nossa “elite”.
O estudo ‘Retratos da leitura no Brasil’, realizado pelo Instituto Pró-Livro, mostra que as pessoas leem mais hoje do que em 2007 e 2015.
O interesse crescente pela leitura no conjunto da população apenas cai justamente entre os entrevistados definidos como “classe A”, conforme a faixa de renda.
Nesse grupo, que reúne os mais ricos, os que “gostam muito” de ler eram 48% em 2015, e caíram para 42%. Os que gostam “um pouco” eram 42%, e passaram a 41%. E os que não gostam saltaram de 10% para 17%.
Ademais, se os ricos lessem, não estaríamos na situação em que estamos.
Francamente…
Mesmo aos trancos e apesar do governo, a Bamboletras segue e seguirá. E ainda dando dicas. Confira abaixo.
Boa semana com boas leituras!
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O Jardim dos Finzi-Contini, de Giorgio Bassani (Todavia, 280 pág., R$ 69,90)
Um clássico moderno. O destino de parte dos protagonistas deste livro está anunciado nas primeiras páginas: os campos de concentração nazistas. Mas tudo se passa num enorme jardim na cidade italiana de Ferrara. À medida que a Segunda Guerra desponta, a relação da jovem Micòl Finzi-Contini com o narrador deste livro mostra suas limitações. Mas são essas mesmas limitações que fazem desse caso de amor não correspondido um dos mais pungentes da literatura moderna.
O Patriarcado do Salário, de Silvia Federeci (Boitempo, 208 pág., R$ 49,00)
‘O patriarcado do salário’, da filósofa italiana Silvia Federici, traz ao leitor uma série de artigos que abordam a relação entre marxismo e feminismo do ponto de vista da reprodução social. Retomando diversas discussões presentes nas obras de Karl Marx e Friedrich Engels, a autora aponta como a exploração de trabalhos como o doméstico e o de cuidados, exercido sem remuneração pelas mulheres, teve e tem papel central na consolidação e na sustentação do sistema capitalista. Revisitando a crítica feminista ao marxismo e trazendo para o debate perspectivas contemporâneas sobre gênero, ecologia, política dos comuns, tecnologia e inovação, Federici reafirma a importância da linguagem, dos conceitos e do caráter emancipador do marxismo.
Os tais caquinhos, de Natércia Pontes (Cia. das Letras, 144 pág., R$ 64,90)
Faltava muita coisa no apartamento 402. Mas sobravam muitas outras: caixas de papelão, bandejas de isopor, cacarecos, baratas, cupins, muriçocas, poeira, copos sujos. Abigail, Berta e Lúcio formam um trio nada convencional. Duas adolescentes dividem o apartamento com o pai, um homem amoroso, idiossincrático, acumulador, pouco afeito à vida prática, que torce para que a morte venha logo lhe buscar e dá conselhos incomuns às filhas: “É muito bom sentir fome”. Os tais caquinhos é um romance de formação trágico e comovente, capaz de arrancar risos nervosos. Ao descrever o dia a dia de uma família simbiótica em meio a uma cordilheira de lixo que só faz crescer, Natércia Pontes desenha um fascinante romance.