Bom dia, Renato (com os melhores lances do grande jogo Grêmio 1 x 1 Flamengo de ontem à noite)

Bom dia, Renato (com os melhores lances do grande jogo Grêmio 1 x 1 Flamengo de ontem à noite)

Por Samuel Sganzerla

Eu vou ser bem sincero contigo, Renato: nem sei exatamente o que escrever por aqui hoje. Saí tão p… da cara da Arena ontem, xingando até a oitava geração da família do juiz. No fundo sabemos que jogamos para tomar o merecido empate. Mas o senhor de amarelo, que sujeitinho bem SAFADO, invertendo faltas e adotando duplo critério na marcação.

O gol sofrido faltando 15 segundos deu aquela sensação de que tudo deu errado, Renato. Mas, a bem da verdade, eu te digo e afirmo que, no final, tudo deu certo ontem à noite. Porque a vida do Grêmio é assim mesmo: entre tropeços e erros, vem a superação. Foi o primeiro episódio de uma batalha que só termina daqui a duas semanas.

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O futebol tem dessas coisas: no momento em que o time segue a boa fase e vem fazendo grandes partidas em casa, tem aquele jogo para colocar tudo em dúvida. Levar aquele empate no final é como, nas metáforas que só os românticos como nós entendemos, Renato, quando aquela morena de lábios carnudos que te propicia noites maravilhosas vai embora de manhã, te deixando sem saber muito o que pensar da vida.

Enfim, nem tenho muita coisa para dizer hoje. Poderia descrever cada uma das atuações individuais ruins e das tuas más substituições, mas prefiro focar na ideia de que a classificação lá é bastante possível. No próximo fim de semana jogamos de novo contra o Flamengo na Arena, desta vez pelo Brasileirão. Mas já estou com a cabeça lá no Maracanã, onde mais de uma vez já triunfamos. Que 97, em especial, seja lembrado!

Saudações Tricolores, Renato!

E segue o baile…

https://youtu.be/1rX1OJo_ecs

Bom dia, Renato (com os principais lances de Chapecoense 1 x 1 Grêmio)

Bom dia, Renato (com os principais lances de Chapecoense 1 x 1 Grêmio)

Por Samuel Sganzerla

Eis que a segunda-feira amanheceu para nós sinalizando, mais uma vez, que o Campeonato Brasileiro será uma pretensão secundária nesta temporada. O contexto em que se deu a partida, Renato, poderia indicar um bom resultado (empate com o time reserva, fora de casa, contra um mandante que já venceu equipes da parte mais alta da tabela em seu estádio). Não vejo, porém, que isso permita comemoração, acaso se pense mesmo em título.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

É bem verdade que o time que entrou em campo ontem teve um caráter bastante experimental. Douglas iniciou uma partida como titular pela primeira vez em mais de um ano e meio. Marinho, ainda sem tanto ritmo de jogo, após sua chegada da China, também teve sua estreia como titular. Pepê teve a incumbência de fazer a função de Everton. E por aí vai.

A questão é que o time, apesar de todos esses pesares, começou bem. O gol logo no início parecia que ditaria o ritmo de jogo, Renato. Destaque, aliás, para o bom passe de Hernane para Pepê marcar. Uma coisa rara de se ver nessa temporada é o time de adversário ter mais posse de bola, enquanto exploramos o contra-ataque. O que até funcionou bem na primeira etapa, em que pese termos perdidos boas oportunidades de ampliar o placar. E isso nos custou caro.

No segundo tempo, a Chapecoense melhorou muito, e nós pioramos bastante. Tudo bem, Renato, é de se dar um desconto pelo fato de serem os suplentes. Entretanto, o chamado “efeito vestiário”, que quase sempre pesa a nosso favor no intervalo, ontem jogou contra. Faltou leitura sobre o jogo da Chape, e fomos praticamente dominados no segundo tempo.

Neste ritmo, não tardou para que empatassem o jogo. Paulo Vítor é um bom goleiro, mas voltou a falhar. Sua saída precipitada num lance com a bola quase na linha de fundo permitiu o gol adversário. Para sermos justos, ele faria uma ótima defesa no final da partida, que salvaria o ponto trazido na bagagem. Entretanto, no balanço das suas atuações até agora, ainda faz sentir a ausência de Marcelo Grohe em campo. Precisa melhorar.

Agora, ontem não dá para dizer que foram dois pontos perdidos, como em vários outros confrontos. Porque nosso segundo tempo fez com que o empate fosse até lucrativo. Se a Chapecoense tivesse virado a partida, não seria nenhuma injustiça. Espero que Alisson volte logo, pois já ajudaria muito nestes jogos com os suplentes. E que a lesão do Bressan, reserva imediato da zaga, não tenha sido muito séria.

Ao final, Renato, parece que os deuses do futebol mandam um claro recado: miremos na Copa do Brasil e na Libertadores. Gostaria muito de voltar a ganhar o Brasileirão, mesmo sabendo que é praticamente impossível para um time brasileiro jogar com força total nas três competições. Não deixa de dar uma certa frustração, porém, observar que o Grêmio vê a liderança ficando no distante.

De qualquer forma, todo nosso foco agora é na Copa do Brasil, no confronto do meio desta semana. Que encarnemos mais uma vez o espírito copeiro, para receber o Flamengo com todo nosso futebol, em casa, com a força da torcida e a sede pela hexacampeonato. Todos os caminhos levam ao Humaitá. Nos vemos lá na Arena quarta-feira, Renato!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

Bom dia, Renato (com os lances de Grêmio 2 x 1 São Paulo)

Bom dia, Renato (com os lances de Grêmio 2 x 1 São Paulo)

Por Samuel Sganzerla

De volta à Arena, de volta ao caminho da vitória, Renato! Eis que amanhecemos bem nesta sexta-feira, diante do ótimo resultado contra o São Paulo na noite de ontem. Não foi sem levar um susto no início da partida; entretanto, é bom ver o Grêmio não apenas jogar para vencer, mas também ter o poder de decidir para triunfar. Cebolinha ontem provou mais uma vez que vem sendo um dos melhores atacantes do futebol brasileiro nesta temporada.

Éverton salva | Foto: gremio.net
Éverton salva | Foto: gremio.net

O horário do jogo e o clima dessa última não ajudaram muito, né?! Como a partida se iniciava às 19:30, nem pensei em tentar me dirigir à Arena. Até porque talvez seria necessário tomar um catamarã para chegar lá – mas parece que a Prefeitura ainda não viabilizou o trajeto Cais Mauá-Humaitá. Então, rumei para o bar mais próximo, depois da jornada diária de labuta.

No começo, a coisa mais rara destas últimas temporadas aconteceu: Geromel cometeu uma falha grosseira. Deu um golpe de vista para deixar a bola passar para Marcelo Grohe, mas que apenas permitiu que Arboleda chegasse antes e fizesse o cruzamento para Diego Souza empurrar sozinho para as redes. Mas é isso que no futebol chamamos de CRÉDITO, não?! Se tem alguém que erra, e a gente praticamente não dá bola, é o Geromito (já te contei, Renato, que o nome do meu filho vai ser Pedro?).

Contudo, bastou que o adversário saísse na frente para, novamente, como tem sido tão comum nesta temporada, o filme se repetir: time adversário retrancado, Grêmio com mais de 70% de posse de bola, girando a área de ataque, mas criando poucas chances efetivas de gol. Ainda teve a agravante de que o gol sofrido no começo manteve o time nervoso por uns minutos, errando muito.

Kannemann ainda salvaria a pátria Tricolor no primeiro tempo, num perigoso contra-ataque são-paulino. Um daqueles lances lindos, em que o zagueiro se joga com precisão cirúrgica para tirar a bola quase de cima da linha. Digno de nos fazer questionar de novo, Renato, o porquê de ele nunca ter recebido uma chance em meio aquela NABA que é a zaga da Argentina.

Apesar da desvantagem temporária, felizmente ontem era o dia de Everton brilhar mais uma vez. Já nos aproximávamos do final da primeira etapa, quando Maicon viu o espaço livre no flanco esquerdo da zaga e fez um lançamento primoroso. Cebolinha dominou a bola e foi para cima da marcação, ENTORTANDO Éder Militão e fintando novamente, antes de bater entre o lateral e o zagueiro, no canto oposto do goleiro. Golaço!

Na volta da segunda etapa, o São Paulo precisou mudar um pouco de postura, já que o empate tirava sua chance de assumir a ponta da tabela. Um caso curioso, inclusive, porque parece que o gol de empate repentinamente curou as câimbras que os jogadores do time paulistano vinham sentido. De chamar o Ministério da Saúde para averiguar o caso, Renato.

Bueno, apesar do jogo um pouco mais aberto, o Grêmio praticamente não correu riscos. O São Paulo teve uma única boa chance no segundo tempo, mas Diego Souza desta vez parou nas mãos de Milagrohe. O Tricolor começou a ter mais espaços e mais chances, embora sem conseguir transformar isso em chutes a gol.

Foi então numa baita dormida da zaga adversária que Luan roubou a bola no nosso campo de ataque e fez a assistência para Everton. Outra vez o Cebolinha foi para cima da marcação, driblou e finalizou letalmente. O cara tá demais, Renato! O jogador que sabe driblar e consegue definir a jogada em pouco espaço é o diferencial nestes tempos de linhas de marcação muito fechadas, de priorização do sistema defensivo.

A partir daí, desenhou-se a vitória do Grêmio. Não foi das atuações mais brilhantes deste ano, mas o time teve consistência para superar a adversidade do gol sofrido logo cedo. E contou com a individualidade de um jogador habilidoso e de finalização precisa para vencer. Em tempos de times bem montados na defesa, é fundamental tê-lo na equipe – além de saber usar mais as bolas paradas e aéreas.

No mais, foi bom ver que o Imortal soube transformar em vitória o seu domínio tático sobre o adversário, diferentemente do que tinha ocorrido no último domingo. Neste campeonato, estamos indo bem contra a parte de cima da tabela, mas perdendo pontos importantes para a parte de baixo. Um filme que infelizmente se repete há tempos, Renato. Quando isso mudar, a gente volta a levantar esse caneco também.

Agora, imagino que, a despeito do discurso protocolar, a cabeça já esteja pensando no duelo contra o Flamengo, pelas quartas de final da Copa do Brasil, na próxima quarta-feira. O que não é errado, Renato, porque sei que não vai ser possível jogar “às ganhas” as três competições. Mas seria bom se o time misto/reserva que vai a Chapecó neste fim de semana trouxesse de lá mais três pontos na bagagem.

Por fim, queria comentar contigo sobre o fato lamentável de o Raí ter culpado o apito pelo resultado. Que a arbitragem brasileira é fraca, todos sabemos, mas nada que indicasse favorecimento a nós e que afetasse o placar. O dirigente são-paulino queria o quê?! Que os jogadores dele baixassem o sarrafo à vontade, sem levar cartão?

Acho que isso é costume de quem é muito mais beneficiado do que prejudicado. Até porque é fácil narrar teses conspiratórias para encontrar culpados pela derrota, quando teu time entrou em campo com a covardia de um moleque que bate numa mulher (peço licença aqui: que eu nunca cruze com o infeliz que motivou esta livre associação, para o bem dele). De toda forma, nessa história de “apito amigo”, só posso dizer ao Raí: procura um espelho, camarada!

Saudações Tricolores, Renato!

Segue o baile…

https://youtu.be/gQJK_xBSANY

Bom dia, Renato (com os lances da derrota para o medíocre Vasco da Gama)

Bom dia, Renato (com os lances da derrota para o medíocre Vasco da Gama)

Por Samuel Sganzerla

Quer dizer, nem tão bom assim, convenhamos!

Renato, eu vou ser curto e grosso: é de desistir de acreditar que o Grêmio pode ser campeão do Brasileirão. Ano após ano, é uma história que se repete. Com todo o respeito ao Vasco da Gama, que já viveu tempos bem melhores, mas não dá para perder para aquele time medíocre, tendo um jogador a mais durante dois terços da partida.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

Acho que os deuses do futebol estão sendo bem claros em seu recado: deixemos o Campeonato Brasileiro de lado e foquemos na Copa do Brasil e na Libertadores da América, que é onde nos saímos melhor. Pelo menos enquanto essa fórmula de pontos corridos e a possibilidade de fazer 10 jogos por mês perdurarem (razão pela qual eu entendo tu teres poupado o Maicon).

Enfim, era só isso que eu tinha para dizer: foco na busca pelo hexa da Copa do Brasil e pelo tetra da América. A partida de ontem não me permite dizer mais. Pelo menos nada que seja publicável aqui. Que m…

Saudações Tricolores, Renato!

E segue o baile…

https://youtu.be/oNvJYi4uDgk

Bom dia, Renato (com os melhores lances de Grêmio 2 x 0 Atlético-MG)

Bom dia, Renato (com os melhores lances de Grêmio 2 x 0 Atlético-MG)

Por Samuel Sganzerla

Renato, eu amo a Copa do Mundo, mas preciso confessar: que saudades que eu tinha da Arena e do Grêmio! Sinceramente, eu sinto uma dor profunda, um pesar por todas aquelas pessoas que não gostam de futebol.

É gol! | Foto: gremio.net
É gol! | Foto: gremio.net

Ontem nosso Imortal voltou a campo e mostrou que ainda mantém o ímpeto dominador que nos encheu de orgulho e de esperança de vermos a conquista de pelo menos mais um título neste ano. A amiga e querida torcida do Galo mineiro que nos perdoe, mas ontem foi para mostrar que ainda estamos com ganas.

Olha, Renato, foi bom ver que o Grêmio tomou algumas lições desta última Copa. Porque, no primeiro tempo, pareceu um resumo do final do primeiro semestre: muita posse de bola e domínio do Grêmio, mas que não se reverteu em vantagem no placar. Contudo, na segunda etapa, a coisa foi diferente.

Se tem algo que este último Mundial nos mostrou, foi que, nestes tempos em que todos os times têm aprendido a montar um bom e compactado sistema defensivo, a bola parada e a bola aérea estão retomando um papel central no jogo. Não por nada que nossos dois gols saíram de cabeça: o primeiro num escanteio (grande Bressan, baita partida!), e o segundo depois de uma falta rapidamente cobrada.

Fiquei feliz de ver o André voltar a marcar. Mesmo que não tenha feito uma partida de encher os olhos, vale o ditado: centroavante vive de gol. E por pouco ele não guardou o seu segundo, pouco antes de ser substituído. Mas foi fantástico foi ver a volta do Maestro Pifador. Mesmo que só para matar um pouco a saudade que tínhamos do nosso camisa 10, depois de ano e meio longe dos gramados.

Por sua vez, Luan continua sendo nossa peça fundamental na armação das jogadas de ataque. Um jogador muito importante para o esquema tático como um todo. Precisa, contudo, melhorar nos pênaltis. Ontem perdeu mais um (tudo bem que já estava 2 a 0). O aproveitamento do guri nas penalidades é baixo, Renato. Porém, sei que tu podes arrumar isso.

Ainda, vale registrar a saída de nosso querido Rei Arthur, que nos deixou um pouco mais cedo do que o esperado. Torço para que ele brilhe lá no Barcelona. Certamente será um dos melhores do mundo na sua posição. Torço para que o Capita Maicon continue jogando tudo que sabe, para suprir essa função no meio. Que ele e Cícero, que também fez boa partida, se entendam bem naquela linha do meio de campo.

E que coisa boa ver o Geromel de volta. Um zagueiro que parece que ocupa o espaço de três jogadores em campo. Merece os parabéns nosso capitão do Tri, que teve o mérito de fardar a Amarelinha numa Copa do Mundo – ainda que infelizmente o hexa não tenha voltado junto com ele e com os demais que foram para a Rússia.

Enfim, Renato, assim como sei que tu deves lembrar com tristeza em 1986, quando o Telê te cortou daquela Copa, imagino que volta e meia passa pela tua cabeça treinar a Seleção. Sei que um dia vais ter tua oportunidade, mas te peço que fique o máximo possível no Grêmio antes disso.

Ver o Tricolor de hoje jogar é um prazer enorme. É como reviver uma paixão eterna. É como se acomodar no colo de uma mulher sensual (algo tão belo como uma ruiva de olhos verdes, como sempre diz um amigo meu). É um delírio prazeroso, como esses que se sente quando se atravessa as ruas de Porto Alegre sozinho pela madrugada e sem medo, sentindo-se dono delas.

No fundo, sentimos que pudéssemos ser donos da América novamente, Renato! E vemos um Grêmio que mostra que sabe jogar, que pode trazer mais uma taça neste 2018. O time aproveitou bem a parada da Copa para aprimorar sua efetividade. Tomara que seja um feliz presságio de que mais boas coisas vêm por aí.

Saudações Tricolores, Renato!

Segue o baile…

https://youtu.be/YLRRFIt54DQ

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 0 x 0 Flu)

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 0 x 0 Flu)

Por Samuel Sganzerla

Então, eis que tivemos mais um capítulo desse recente drama que o Grêmio vive: a inglória missão de furar retrancas. Ontem à noite, lá na Arena, o Fluminense entrou em campo de forma semelhante aos times que enfrentamos nas últimas rodadas do Brasileirão – e ao Defensor, que também chegou todo fechado lá atrás, para nos encarar na Libertadores.

Éverton contra as retrancas | gremio.net
Éverton contra as retrancas | gremio.net

Muito provavelmente, Renato, tudo isso seja reflexo lá do início deste mês que hoje se encerra. Após uma sequência de grandes goleadas nossas, todos os times que nos encararam, principalmente aqui em casa, estabeleceram um padrão tático que faria inveja a Karl Rappan, o técnico inventor do “Ferrolho Suíço”.

Chegando no estádio com dois amigos que foram assistir à partida comigo, comentei com eles: “O jogo de hoje vai ser um saco! Tenham certeza que o Fluminense vai entrar numa formação defensiva com uma linha de 5 atrás e uma linha de 4 logo à frente, no meio, com um jogador do setor se deslocando para pressionar a bola e o resto fechando”. Dito e feito!

Ao longo dos 90 minutos de partida, nós tivemos 70% de posse de bola, 20 finalizações e oito escanteios (contra nenhum do Fluminense). Apesar do grande número de chutes, foram apenas seis a gol, sendo poucas chances claras para marcar. Novamente, Renato, tivemos o predomínio absoluto do jogo, mas não conseguimos transformar isso em vitória.

Num primeiro tempo em que praticamente apenas nós jogamos, nossa melhor oportunidade veio num cabeceio do Kannemann, que passou rente ao travessão, por cima do gol. André teria feito um dos grandes golaços de sua carreira, se não estivesse ligeiramente impedido antes de matar no peito e mandar uma bicicleta para as redes da meta do time carioca.

O segundo tempo mudou um pouco de figura. Se o adversário não tem um grande elenco, tem pelo menos um técnico que sabe “tirar leite de pedra”. Diferentemente dos confrontos contra Atlético-PR, Inter e Paraná, em que ficamos no 0 a 0, mas não corremos risco nenhum, os cariocas souberam propiciar alguns bons contra-ataques, que levaram perigo à nossa meta. Agradecemos mais uma vez ao Grohe, por sinal.

O meio campo com Maicon e Cícero na volância certamente ganha qualidade na armação, Renato, mas perde um pouco em marcação – e dali e do mau posicionamento do Madson é que nasceram as jogadas de perigo do adversário. Sinto que o Arthur faz falta não somente pela sua importância na equipe, mas porque o próprio futebol do nosso capitão não tem a mesma desenvoltura sem ele – ontem o Maicon cometeu alguns erros de passe e demarcação que não costuma cometer, mas foi bem mesmo assim.

Luan, apesar de criticado pelos analistas dos botecos dos arredores da Arena, é sempre uma peça fundamental no time. Mesmo não produzindo tudo que pode, as jogadas das melhores chances sempre passaram por seus pés, terminando em passes precisos que carregavam o time para o ataque com mais qualidade. Mas, como ele mesmo sabe, pode fazer mais, apesar da ferrenha marcação que sofre.

E as nossas melhores chances de vencer o Fluminense vieram na metade da segunda etapa, pelos pés do Everton. Contudo, ontem ele não conseguiu ser decisivo, como tem sido neste 2018. O destaque vai para dois lances: o primeiro no contra-ataque fulminante, em que deixou o marcador na saudade e encobriu o goleiro, que conseguiu dar um leve desvio na bola, fazendo-a sair caprichosamente, na rede pelo lado de fora; a segunda foi a grande chance do jogo, em que ele perdeu um gol que não é do seu feitio, com a bola sobrando dentro da área e o goleiro já vendido no lance (bateu novamente na lateral de fora da rede).

Eu entendi a tua opção por Lima no lugar do Ramiro, Renato, procurando dar mais ofensividade ao Grêmio, que sabia que enfrentaria um ferrolho. Mas não funcionou muito bem, porque o garoto teve boa movimentação, até desenvolveu bem algumas jogadas, mas nenhuma produção efetiva. Pepê entrou bem em seu lugar, mas também não fez muito. O destaque negativo da partida vai para Madson, que APANHOU da bola, e para os escanteios mal batidos pela equipe – hora de voltar aos treinamentos!

Enfim, mais um 0 a 0. Contudo, apesar de também estar insatisfeito com o resultado, gostaria de dizer que não faz o menor sentido esse clima de “queda” que alguns estão tentando criar. Se o Grêmio não reproduziu seu melhor futebol nas últimas rodadas, também não se pode dizer que não manteve uma vitoriosa sequência, atrapalhada por empates com times que entraram com o único objetivo de não perder o jogo para nós.

Neste mês de maio, o Grêmio fez nada menos do que nove partidas, tendo seis vitórias e três empates – sabendo que poderíamos ter saído vitoriosos de todos estes. Fez 17 gols e sofreu apenas três (um no time reserva, um contra e aquele azarado na goleada contra o Santos, em que a bola desviou no Kannemann e interrompeu o recorde de invencibilidade do Grohe). E isso tudo lembrando que não conseguimos colocar os 11 titulares em campo há dois meses.

Temos que ter em mente, Renato, que nossa missão até a parada da Copa do Mundo vai ser enfrentar, em meio a todo esse desgaste, times que entrarão em campo contra o Grêmio para fazer um ponto (talvez o Palmeiras fuja dessa lógica). Até que as outras equipes comecem a precisar construir o resultado, buscar a vitória, a nossa realidade será continuar encarando adversários que se contentam em empatar conosco no Brasileirão.

Quero dizer, com isso tudo, que obviamente gostaria de estar na liderança, agora um pouco distante por conta desses pontos perdidos. Mas que não há qualquer motivo para desesperança, visto o alto padrão de jogo que o time tem mantido e as circunstâncias atuais. Mudanças pontuais e alguns reforços no elenco podem muito bem nos colocar na ponta da tabela, visto que não há nenhuma equipe disparando neste início de campeonato. Que venham os próximos jogos! Até domingo e boa viagem a Salvador, Renato!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/HBrYVZCJI4c

Bom dia, Renato (com os lances de Ceará 0 x 1 Grêmio)

Bom dia, Renato (com os lances de Ceará 0 x 1 Grêmio)

Por Samuel Sganzerla

Renato, tu sabes que não sou caminhoneiro, mas estive parado semana passada. Todavia, as últimas três partidas do Grêmio merecem um comentário comum: foram três ocasiões em que o Grêmio precisou furar uma retranca. Felizmente, tal quarta passada, na Libertadores, conseguiu ontem, lá em Fortaleza.

Thonny Anderson comemora seu gol ao final da partida em Fortaleza | Foto: gremio.net
Thonny Anderson comemora seu gol ao final da partida em Fortaleza | Foto: gremio.net

É verdade que nossa vitória deste domingo saiu num contra-ataque já nos 15 minutos finais de jogo. Algo que eu tenho até dificuldades de me lembrar quando aconteceu pela última vez. Nosso Tricolor, em seus triunfos recentes, vence se impondo sobre o adversário ou na base do ABAFA.

Agora, Renato, eu me permito ser sincero contigo: o Grêmio dos últimos jogos tem ficado abaixo das exibições que nos fizeram criar tantas expectativas para esta temporada. Apesar de ainda manter o padrão tático e o controle do jogo, o time tem sido mais lento nos ataques e errado mais passes.

Claro, vamos dar um desconto: já faz dois meses que não conseguimos entrar com todos os titulares em campo. A ausência do Arthur é muito sentida no meio campo. Ontem, ao menos tivemos a volta do Everton. E que diferença com ele no ataque!

O Cebolinha foi simplesmente o homem do jogo. Infernizou a defesa adversária do início ao fim, metendo uma bola na trave na primeira oportunidade, com nem três minutos se partida. Ainda sofreu dois pênaltis, sonegados pelo senhor Wagner Reway (esse cidadão não ia tomar uma geladeira mais severa, depois da LAMBANÇA que fez em Vitória e Flamengo, na primeira rodada?).

De qualquer forma, a despeito da péssima arbitragem a que estamos acostumados, merece destaque o gol da partida. Não sei se foi precipitação do Jorginho ao mandar o time do Ceará para cima do Grêmio no fim do jogo, mas o Everton, que nada tem a ver com isso, fez uma jogada espetacular no contra-ataque.

Como um velocista, atravessou mais de meio campo, para servir a bola cabeça de Thonny Anderson, que tinha acabado de entrar (que estrela, hein, Renato?!), para marcar com o gol livre. O meu elogio maior, porém, vai pelo fato de que o defensor do Vozão tentou fazer falta no Everton no meio-campo, no início da jogada, que preferiu a jogada a tentar cavar um cartão. Garantiu nossa vitória assim.

Se o Cebolinha continuar com essa bola toda, vai acabar mais cobiçado do que frentista de posto com gasolina. Merece todo nosso reconhecimento, então. Por outro lado, o destaque negativo vai para André, que sabemos que tem muito mais potencial do que o futebol que tem mostrado. Te liga, guri!

Enfim, apesar de não ter sido uma grande atuação, o 1 a 0 protocolar garantiu os três pontos, que era o mais importante. Graças aos resultados paralelos, acabamos nos mantendo a apenas dois pontos da liderança – que, sabemos, poderia ser nossa. Mas não é hora de ficar chorando sobre leite derramado.

Depois de amanhã, quarta-feira, retornaremos ao gramado da Arena. Enfrentaremos o Fluminense, adversário direto pela ponta da tabela. Renato, sei que o calendário é complicado e que o time vem sofrendo com o desgaste (10 jogos e mais de 30 mil quilômetros a serem percorridos neste mês que antecede a parada da Copa do Mundo).

Renato, com foco total no Brasileirão agora, faremos cinco jogos em duas semanas, três deles em casa. É a oportunidade de buscarmos a liderança do campeonato – ou de ficarmos o mais próximo possível dela, pelo menos. Depois de podermos curtir a Copa do Mundo, torcendo por Geromel e companhia (não sei os outros, mas eu irei), esperamos retornar com o time completo e preparado para um segundo semestre, que, tomara, seja de muitas alegrias também.

https://youtu.be/Jt2Dpue5aRU

Bom dia, Renato! (com os gols de Monagas 1 x 2 Grêmio)

Bom dia, Renato! (com os gols de Monagas 1 x 2 Grêmio)

Por Samuel Sganzerla

Olha, Renato, ganhar no sufoco é algo a que não estávamos mais acostumados! Obviamente, ninguém imaginou que o time misto do Grêmio, em meio a uma maratona de jogos e a uma viagem de mais de seis mil quilômetros, repetiria as atuações anteriores.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

O que importa, claro, foi trazer da Venezuela os três pontos, a liderança do grupo e a vaga para a próxima fase da Copa Libertadores. Mas não pensamos que o jogo teria tantas reviravoltas e dificuldades como encontramos ontem em Maturín.

Com quase todo o time reserva do meio para a frente, à exceção de Ramiro, a criação e o volume de jogo naturalmente não se deram com a mesma intensidade da equipe titular. Para piorar um pouco, com nem dez minutos de jogo, Alisson, nosso décimo segundo jogador, sentiu a coxa e teve que ser substituído (esperamos que não seja nada grave).

No primeiro tempo, o Grêmio até criou chances, mas não encontrou o caminho do gol. O Monagas, a despeito de suas fragilidades, esforçou-se bastante, dando-nos dificuldade na articulação. Aliás, Renato, o Thonny Anderson é bom jogador, mas não vem conseguindo exercer a função de Falso 9 em que tu o escalas.

Quando voltamos do intervalo, o jogo seguiu naqueles ares protocolares, apesar de mantermos o total controle da partida. Se antes parecia que o Grêmio, como de costume, viria construir a vitória no cansaço da segunda etapa, ontem chegou a aparentar que um morno 0 a 0 seria o nosso destino.

Foi aí que Ramiro, nosso PEQUENO GIGANTE, apareceu mais uma vez. Não apenas sendo fundamental à equipe, como se mostra cada vez mais, mas desta vez aparecendo para (quase) resolver a partida. Chute cruzado da intermediária, que morreu no canto do goleiro Baroja. Está certo que o arqueiro pulou atrasado, mas mérito de que arrisca.

E assim parecia que o Tricolor já encaminhava mais uma vitória na Copa e que voltaríamos tranquilos com a liderança para casa. Principalmente depois de Grohe fazer uma excelente defesa, na única chance clara dos adversários até aqueles 80 minutos de partida. Mas deixamos de matar o jogo, de aproveitar as chances para ampliar o placar. E, num descuido, demos chance para o azar. Aí o crime (quase) aconteceu.

Não pode aos 47 do segundo tempo, Renato, o ponta venezuelano ficar no mano a mano com o marcador, na entrada da lateral da área. Ramiro poderia ter matado a jogada antes, mas aí precisou ter o cuidado de não cometer pênalti. Isso acabou permitindo o cruzamento na nossa área, e Kannemann, desequilibrado, tentou afastar quase debaixo das traves, mas empurrou para o fundo do gol do Marcelo.

Como o argentino tem muito crédito, isso passa batido. Mas sofríamos o empate que nos custaria muito caro. Com a vitória do Cerro sobre o Defensor, dificilmente teríamos chance de classificar em primeiro do grupo (os paraguaios só precisariam de uma vitória sobre os venezuelanos em casa para se garantir na liderança). Péssimo! Um balde de água fria!

No entanto, Renato, é nessas horas que a gente precisa invocar o espírito aguerrido de que tanto nos orgulhamos. Foi sensacional ver nosso time não se abater e ir para cima já no lance seguinte. Cícero, em mais uma boa atuação no meio campo, dominou na área para marcar após bom cruzamente, quando sofreu cristalina penalidade.

Após certo tumulto, ocorrido enquanto assistíamos no replay a infantilidade do zagueiro venezuelano no lance, Jailson chamou a responsabilidade. Confesso que fiquei surpreso, Renato, mas se tu o deixaste ou mandaste bater, é porque ele vem bem nos treinos, tive certeza. E daí o nosso Will Smith correu para bola e anotou, com muita categoria.

Fim de jogo, Renato, e voltamos ao Brasil com o que precisávamos. Com mais emoção do que o necessário, mas o susto também ensina. Agora é pensar no Brasileirão e no Defensor semana que vem, para garantirmos a vantagem na próxima fase, depois da parada da Copa do Mundo (quando espero também que nossos jogadores já estejam em plenas condições físicas).

Ao final, gostaria de agradecer a ti e a todos jogadores e membros da comissão técnica pela atitude de auxiliar e se solidarizar com o povo venezuelano. A situação no vizinho do Norte, todos sabemos, não está na da fácil.

Faço das tuas palavras as minhas e espero que o mundo olhe para a Venezuela com mais atenção. E torço para que o povo local consiga vencer os governos que os condenam à miséria e à opressão (algo infelizmente nada raro por estas bandas, independentemente de espectro ideológico).

De toda forma, parabéns por serem campeões dentro e fora de campo, Renato!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/SyIkshYj264

Bom dia, Renato! (com os “melhores lances” do Gre-Nal)

Bom dia, Renato! (com os “melhores lances” do Gre-Nal)

Por Samuel Sganzerla

Renato, estou preocupado com o Grêmio! Mais uma vez perdemos pontos em casa, deixando de vencer um time que se mostrou nitidamente inferior no campo a nós! Hehehe!

Cornetas à parte, eu te confesso que imaginei que o jogo seria como foi: Odair lembraria da célebre frase de José Mourinho e estacionaria o ônibus do Inter na pequena área. Um esquema 8-1-1 de fazer inveja aos saudosos do Ferrolho Suíço e do CATENACCIO.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

De nossa parte, não entramos com o mesmo ímpeto do domingo passado, na goleada contra o Santos. Talvez os que tomaram o avião logo depois do clássico já estivessem um pouco com a cabeça na Venezuela.

O fato, porém, é que sabemos que o Grêmio pode produzir mais do que isso. Mesmo que o adversário entre com o objetivo de não deixar ter jogo, que seja daquelas partidas em que o Marcelo Grohe não faz nada além de ser um espectador privilegiado.

Claro, Renato, tivemos o infortúnio de o André perder um gol relativamente fácil. O time inteiro que falhou na pontaria ontem, na verdade. E teve também, em homenagem à data comemorativa do fim de semana, o senhor Wilton Pereira Sampaio sendo uma mãe para o coirmão, deixando de marcar duas penalidades a nosso favor. Mas poderíamos ter vencido independentemente disso.

No final, também não faltaram os elementos tradicionais do clássico Grenal: bate-boca, reclamação, corneta, confusão. Aliás, muita confusão! O imbecil que atirou um sinalizador em campo, podendo prejudicar o clube, fica como meu destaque negativo.

E houve o estranho “desconforto” do argentino há poucas horas antes da partida – o que eu destaco apenas porque me chamou a atenção, domingo passado, que pareceu que ele fez de tudo para cavar sua expulsão contra o Flamengo. Mas isso não é problema nosso. Só comento porque, mesmo não estando em campo, lá estava ele para tumultuar depois do apito final. Normal.

Enfim, Renato, os resultados paralelos nos mantiveram a apenas dois pontos da liderança. Poderia ser nossa já, não deixo de pensar. Agora, contudo, é voltar novamente a cabeça para a Copa Libertadores, quando entraremos em campo lá em Maturín, Venezuela.

Temos uma maratona de jogos neste mês. Serão oito partidas até a parada da Copa, e as duas da Libertadores não podem ser menosprezadas, apesar da liderança no grupo e da fragilidade do próximo adversário.

Renato, queremos a vantagem de trazer as decisões para a Arena. Assim como tu, queremos levantar de novo a Copa este ano, de preferência em boa casa. Até terça-feira, nossa cabeça é apenas “Rumo ao Tetra!”. E vamos que vamos!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

P.S.: “Deixando a rivalidade de lado, foi muito bonita a merecida homenagem das duas equipes e da torcida a Fábio Koff. Momentos de grandeza da história da Dupla, em respeito a um grande homem.”

https://youtu.be/zTXzd86jBl8

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 5 x 1 Santos)

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 5 x 1 Santos)

Por Samuel Sganzerla

Eu sei, fazia tempo que eu não aparecia por aqui, né?! Ocorre, Renato, que atletas de fim de semana também se lesionam às vezes. No meu caso, uma pelada com uns amigos há umas duas semanas me causou um edema ósseo no cotovelo direito (aquela TRINCADA básica). Como sou destro e fiquei bom o braço engessado por duas semanas, nem conseguia escrever e digitar. Felizmente, nada mais grave e já estamos de volta.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

E que forma de voltar a conversar contigo por aqui, né?! Com uma goleada em casa que seguiu outra. O torcedor que foi à Arena nos dois jogos desta última semana comemorou dez gols (no meu caso, metade deles na arquibancada, ontem, graças à minha lesão). Um número impressionante, tal qual o futebol que o Grêmio vem jogando. 2018, que já começou muito bem, vem prometendo ser mais um ano memorável na história Tricolor.

Se na terça-feira a superioridade sobre o Cerro Porteño, adversário da Libertadores, foi muito evidente, no jogo de ontem não foi diferente. O que surpreende até mais no caso do Santos é que é um forte e tradicional rival nas competições nacionais e internacionais. Neste ano, o time paulista buscou um excelente e promissor técnico para comandar um elenco de qualidade e faz boa campanha na Libertadores. E não tomamos conhecimento de nada disso neste domingo.

Renato, uma goleada de 5 a 1 do Grêmio sobre o Peixe seria histórica em quaisquer circunstâncias. Mas, além de tudo aquilo que eu já disse, a forma com que ocorreu nos empolga inevitavelmente. Foi um baile durante os 90 minutos. Um Tricolor que colocou o adversário na roda, mantendo a posse de bola por dois terços da partida, quase sem errar passes, sempre no campo de ataque, criando oportunidades naturalmente e praticamente sem dar chances de ataque ao time santista. O famoso ARRODIÃO, na definição do dicionário ludopédico gaudério.

Com um pouco de paciência e muito trabalho, o Grêmio furou o bloqueio da defesa do Santos e abriu o placar com um chutaço do Maicon. Golaço do nosso Capita, que vem jogando o FINO da bola. Enquanto ainda comemorávamos, a equipe santista se aproveitou daquele momento de euforia e descuido para empatar o jogo logo em seguida. Um acidente de percurso, que em nada nos abalou.

E foi possível sentir isso forte nas arquibancadas, Renato. Aquele gol contra poderia ser um balde de água fria na torcida, mas a gente seguiu cantando, alentando e comemorando, como se não tivesse sido nada. Porque é isso que esse time fantástico do Grêmio causa na gente! O momento atual nos faz sentir essa vibração intensa, essa coisa que nos faz confiar incondicionalmente no time, acreditar que a vitória logo mais se desenhará.

Foi o que aconteceu, quando Everton nos colocou novamente em vantagem, no apagar das luzes do primeiro tempo. Veio o intervalo, e todos tínhamos expectativas boas para a segunda etapa. Naquele momento, o otimismo pelo futebol jogado trazia nas arquibancadas a certeza da vitória – e de que ali não é a melhor hora nem o lugar para abordar assuntos mais delicados, mas divago, que isso é história para outro dia…

O fato é que o Grêmio voltou com a mesma intensidade e, logo aos 10 minutos do segundo tempo, o Capita mostrou mais um recurso e fez outro golaço, agora de falta. E o ritmo de baile seguiu, em homenagem ao menino dançarino de valsa, que ontem o assistiu em lugar privilegiado – sim, Renato, o Luan tem razão sobre ele. Aliás, nosso Rei da América, em mais uma boa atuação, daria assistência para o gol de André logo mais. E o outro Rei, o magistral Arthur, fecharia a conta, para encher a mão do torcedor. Fim de jogo, goleada convincente e torcida para lá de feliz. Rumo à minha casa, fui travando uma longa reflexão comigo mesmo.

Sabe, Renato, havia um tempo em que eu acreditava que tudo daria certo para o Grêmio, assim como na vida (que são praticamente a mesma coisa, eu sei). Aquele guri que tinha recém saído da casa dos pais e descido a Serra rumo à Capital quebraria muito a cara no decorrer dos anos e também cometeria muitos erros. Felizmente, aprenderia alguma coisa com eles, talvez. Mas algo do qual jamais se arrependeu foi de carregar com orgulho esse sentimento pelo Imortal Tricolor.

Lá em 2016, quando saímos da seca e ganhamos a Copa do Brasil pela quinta vez, muito se falava nos tais “15 anos”. Eu só conseguia pensar na década. Nos 10 anos em que tinha vindo morar em Porto Alegre, justamente num ano que simbolizaria a virada da gangorra Grenal para o lado deles (não que isso me incomode… muito). Ontem, doze anos depois, gangorra de volta para o nosso lado, muito lembrei daquele maio de 2006. Do alto dos meus 18 anos, tinha certeza de que, mesmo perdendo, sendo eliminado e até rebaixado, no final, as coisas dariam certo para o Grêmio (e errado para o coirmão, porque era parte da aura do gremista criado nos anos 90).

Acreditava nisso, Renato, da mesma forma em que acreditava que as escolha de um recém saído da adolescência seriam todas acertadas. Ingenuidade típica do furor da juventude, regada a festas, dramas brevemente intermináveis e pouca responsabilidade. O que se preservou intacto, dentre as coisas daquele tempo, foi aquela palpitação no peito em cada ida às arquibancadas, do Velho Olímpico à nossa nova e atual morada.

Eu já não acho que todas as minhas escolhas serão acertadas, Renato. O que é muito bom, claro, assim como saber reconhecer as próprias falhas. Também já não sou um poço de romantismo e otimismo com a vida e com o mundo que, noutra época, eu queria mudar do meu quarto. Mas, de alguma forma, Renato, hoje, em maio de 2018, boa parte de mim, que vem aqui escrever sempre contra o sentimento de euforia, contraditoriamente voltou a acreditar que, no final, tudo vai dar certo para o Tricolor. Muito obrigado por isso, de coração! É nessas horas que eu relembro o real significado do Grêmio ser chamado de Imortal.

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

Bom dia, Renato! (com os melhores lances de Cruzeiro 0 x 1 Grêmio)

Bom dia, Renato! (com os melhores lances de Cruzeiro 0 x 1 Grêmio)

Por Samuel Sganzerla

Bom dia, Renato!

É bom começar a semana (e o campeonato, obviamente) com uma baita vitória! Primeira rodada do Brasileirão, e voltamos de Belo Horizonte com três pontos, graças ao grande resultado do Grêmio contra o Cruzeiro, lá no Mineirão. Placar mínimo, mas fora de casa, contra um dos favoritos ao título.

O goleador André | Foto: gremio.net
O goleador André | Foto: gremio.net

Claro, preciso ser sincero contigo, Renato: eu não parei para ver o jogo no sábado. Meus pais estavam de aniversário na semana passada (sim, coincidentemente nasceram no mesmo dia, mas em anos diferentes), então juntamos a família lá em Serafina Corrêa, ao lado da tua terra natal, para passar o fim de semana comemorando.

Entretanto, os anseios de torcedor pseudo-cronista me permitiram analisar o jogo pelos melhores momentos. O time mineiro tem um dos melhores elencos do país, mantendo sua base e comissão técnica já pela terceira temporada. Partida longe da Arena, contra um velho algoz nos mata-matas. Somando a toda essa fórmula, uma péssima arbitragem. E ganhamos, Renato!

Por mais que enraiveça ver a falta de critério na expulsão do Kannemann, anima saber que seguramos um grande ataque com um a menos e com Bressan e Paulo Miranda na zaga. E nada melhor para um atacante do que fazer gol na sua estreia com o sagrado manto Tricolor. Torcemos para que André tenha vindo para reviver suas melhores fases de goleador.

Ao fim e ao cabo, largamos bem! Pelo menos até os jogos de hoje à noite, fomos a única equipe a vencer fora de casa. E, como já dito, contra um adversário muito difícil, ainda com as ausências de Geromel e Luan. Do jeito que tem que ser nos pragmáticos pontos corridos: placar suficiente, pontuação garantida, superação sobre os concorrentes. Baita resultado!

Foi um início alentador! Claro, o Brasileirão é longo, neste ano tem a parada da Copa do Mundo (que tende a quebrar o ritmo das equipes que vêm bem, como vimos nas últimas edições), muitas coisas acontecem no decorrer de uma temporada e ainda temos nossas pretensões focadas na Libertadores e na Copa do Brasil. Mas nos permitimos sonhar!

Renato, sejamos francos: a torcida gremista, como tu bem sabes, gostaria de ganhar tudo. O mesmo sentimento deve pairar no vestiário, não tenho dúvidas. Contudo, o campeonato nacional tem sido um assunto recorrente entre nós, nos últimos dias. Seja porque nossa última conquista foi em 96, seja porque foram diversas boas campanhas que nos permitiram almejar esse título nas últimas décadas. Com o futebol consolidado que o Grêmio vem jogando nos últimos dois anos, a expectativa aumenta, como não poderia ser diferente.

E ainda tem, como sempre, a boa e velha mística. O último Brasileirão veio justamente num ano em que também ganhamos a Recopa, posterior às conquistas em sequência da Copa do Brasil e da Libertadores. Curiosamente, naquela mesma temporada fomos campeões gaúchos em cima de um time do interior, com o placar agregado da final em 7×0 (naquela vez contra o Juventude, igualmente por 3×0 fora e 4×0 em casa).

Quando a gente vê que a racionalidade (traduzida nessa possibilidade de ver claramente um grupo forte, consistente e de futebol bem jogado há mais de ano) e a superstição andam juntas, aí a gente se sente imbatível! Tu, como gremista, sabes bem o que é isso, né, Renato?! Não é à toa que somos o Imortal Tricolor!

Que tenha sido o primeiro passo rumo ao Tri! Que possamos continuar buscando o hexa da Copa e o Tetra continental! E que venha o que vier! Seguimos no alento!

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/e0LMIucyoG8

Bom dia, Renato (com os principais lances de Brasil 0 x 3 Grêmio)

Bom dia, Renato (com os principais lances de Brasil 0 x 3 Grêmio)

Por Samuel Sganzerla

É um dia muito bom, porque tu ficas! Como eu tinha te dito no meio da semana passada, eu te entenderia se quisesses regressar à Zona Sul carioca, com polpudos vencimentos e um novo desafio em outro clube que fizeste história. Ficará para uma próxima, felizmente. Todo o trabalho de um ano e meio feito por aqui, com tudo que foi conquistado ao longo deste período, foi, sem dúvidas, fundamental para que tu ficasses. E porque tu sabes o que és para o Grêmio! Muito obrigado!

E o “Dia do Fico” veio após sermos campeões estaduais. Sei o quanto tu querias o Campeonato Gaúcho, algo que deixaste expresso nas últimas entrevistas. Era um título que faltava no teu currículo, e isso o fazia ser teu objeto de desejo. Além disso, fazia oito anos que o Grêmio não se sagrava campeão do Gauchão. Estou feliz, claro, por ti, por todo o grupo e por toda a Nação Tricolor.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

Agora, posso pedir licença para falar um pouco sobre o Campeonato Gaúcho em si? Como eu disse na última vez, recusei-me a aparecer aqui para conversarmos sobre o estadual – tanto que só dei as caras após os jogos da Recopa e da Libertadores, em 2018. E a razão para isso é bem simples: faz anos que eu tenho uma relação de BOICOTE com o Gauchão. Eu mencionei isso na primeira oportunidade deste ano: “por mim, nem jogaria mais o estadual”.

A razão para isso é que já faz tempo que o Gauchão congratulou a máxima do saudoso mestre Claudio Cabral: a única coisa pior do que ganhá-lo é perdê-lo. Conquistá-lo pouca diferença faz, mas perdê-lo cria crises desnecessárias e, até então, inexistentes. Algo na linha da narrativa surrealista que os adeptos do coirmão conseguiram emplacar por estas bandas nessa toada: o Campeonato Gaúcho só vale quando eles ganham

Eles cansaram de bradar que o Inter “conquistou pelo menos um título por ano durante 15 anos” (sendo que em nove desses o único foi o estadual), ao passo que lembravam que o Grêmio “ficou 15 anos sem ganhar nada” (porque daí era conveniente esquecer as vezes em que vencemos o Gauchão nesse período). Sei que a provocação é inerente à rivalidade, mas a verdade é que é esse o tom que tem ditado nossa relação com o regional: quando ganhamos, de nada valeu, mas, quando perdemos, foi o início de uma crise. Uma beleza, hein?!

Contudo, Renato, a minha implicância com o Campeonato Gaúcho vai para muito além dessa cantilena corneteira. Num país que tem se inspirado há quinze anos no modelo europeu de organização do futebol, simplesmente não há mais espaço para que disputemos os estaduais. O Gauchão encurta absurdamente a pré-temporada e incha ainda mais um calendário bastante extenso num país cujas dimensões continentais jamais permitirão que possamos ter por base o sistema europeu.

E não é um campeonato fácil: depois de um período curto de férias, voltamos para enfrentar equipes que estão se preparando há meses para fazer o jogo de suas vidas contra nós e o coirmão. Poucos ali têm objetivos maiores do que enfrentar a nós ou o coirmão em suas casas, para que a renda desse jogo garanta parte significativa de seu orçamento anual – basicamente, o que dá sustentáculo ao poder da federação estadual. Seria muito bom ter outra forma de buscar a receita que os direitos de transmissão do Gauchão nos trazem, de preparar a equipe para a temporada. Mas estamos dentro de um sistema viciado, Renato!

Ainda poderia ser bem pior: quantas vezes vimos uma das principais contratações do ano se lesionar logo no início, numa partida do Estadual? Quantas vezes o Gauchão não nos atrapalhou em outros objetivos, por coincidir com a disputa da Copa do Brasil ou da Libertadores, de modo que deixamos a equipe ainda mais desgastada? Quantas vezes o bom clima que pairava sobre o Olímpico ou a Arena, com expectativa de um grande título, não foi quebrado por uma simples derrota no estadual?

E não fiquemos apenas no Grêmio, porque faz anos que digo que esse sistema prejudica a Dupla. Lembras da final do Gauchão de 2012? Para não perder o título em casa, para o Caxias, Dorival Júnior, então técnico deles, sacou D’Alessandro e Dagoberto do banco. Os dois voltavam de lesão, mas ajudaram a garantir o título para o rival. Todavia, aquela partida os prejudicou em sua recuperação, de modo que atrasaram ainda mais o seu retorno aos gramados em plena forma – o que foi ruim para o clube inteiro. Para só ficar neste exemplo.

O que eu quero dizer é que a conquista do campeonato estadual é pouco valorizada, porque temos objetivos muito maiores. A receita gerada para o clube em razão dele não é muito significativa – e, por mais que pareça essencial para fechar o orçamento anual, o Gauchão simplesmente nos impede de encontrar alternativas. E isso porque a pré-temporada é prejudicada (gostam de falar do calendário europeu, mas, salvo as Supercopas da vida, por lá todos têm cerca de três meses de intervalo na suas competições, enquanto aqui paramos de jogar em dezembro, para já voltar em janeiro).

Por outro lado, as perdas e prejuízos propiciados pelo estadual são potencializados. E aí vem minha questão: por que disputar o Gauchão? Minha resposta, há bastante tempo: não há motivo. Simplesmente precisamos virar essa página, como um dia viramos a do saudoso Campeonato Citadino. Porque o futebol cresce, porque nossas pretensões crescem, porque nossos objetivos se tornam infinitamente maiores do que o “Ruralito”. O Campeonato Gaúcho, hoje, é a alvorada das ilusões ludopédicas, sua taça é a miragem do oásis em meio à imensidão do deserto.

Para entender isso, basta olhar o início de 2018: o Grêmio era Tricampeão da América, a torcida em lua de mel por tudo que ocorreu nos últimos anos, mas queriam criar uma CRISE, por conta da ameaça de rebaixamento no estadual, em razão do pífio desempenho da gurizada do time de transição. Aí vieram os Grenais, e o que valeu para nós, no Gauchão, foram as boas vitórias nos clássicos.

E isso poderia ter ido água abaixo naquele terceiro jogo, tamanho foi o salto alto com que entramos no Beira-Rio, com o time troteando em campo como quem foi curtir a vida na zona boêmia da cidade na noite anterior. Já imaginaste o tamanho da CELEUMA se perdêssemos a vaga para o rival depois de abrir 3×0, Renato? Se chegasse a ocorrer (e mal eles acreditavam que isso aconteceria), mesmo assim não seria grande coisa. Não para os objetivos maiores, não porque o Grêmio até se esforçou para entregar a paçoca. Mas isso sou eu que penso. Tente lidar com a imprensa depois disso.

Felizmente, entramos a tempo de evitar o cenário pior que a gurizada tinha desenhado para nós, eliminamos o rival e conquistamos o campeonato com duas boas vitórias sobre o bravo Xavante, que vem bem para a Série B deste ano. Lembrando que, na última vez em que havíamos vencido a Recopa, lá em 1996, também conquistamos o Gauchão em cima de um time anterior, pelo placar agregado de 7×0 (igual: 4×0 em casa e 3×0 fora). Naquele ano veio o Brasileirão ainda. Que seja um bom presságio…

Enfim, foi bom o Gauchão de 2018 para testar o futebol de vários guris da base, valeu pelo chocolate no clássico e, tá bem, taça é taça e tu querias bastante essa, né?! Fico feliz por isso tudo! Mas agora deu de falar de campeonato estadual. O Campeonato Brasileiro começa semana que vem, e temos Libertadores e Copa do Brasil pela frente também. Como falamos toda vez que chega maio (ou abril, no caso de anos de Copa do Mundo): é agora que a coisa começa. Que bom neste ano sem uma crise artificial implantada (e sem ilusões também). E que bom que tu ficaste, Renato!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/oJ_DfoetWOM

Bom dia, Renato! (com os melhores lances de Grêmio 4 x 0 Monagas)

Bom dia, Renato! (com os melhores lances de Grêmio 4 x 0 Monagas)

Por Samuel Sganzerla

Grêmio
Grêmio: o Rei, o Cumpridor, o Cebolinha

Que dia maluco ontem, hein?! A começar por esse horário em que a CONMEBOL marcou TODOS os nossos jogos em casa. Eu, assim como tantos gremistas, não me livrei dos compromissos para estar às 19h15 na Arena. Nem para ver o primeiro tempo, na verdade. Mas, pelo que ouvi e vi no VT, parece que o time inteiro demorou a entrar em campo. Acho que estavam preocupados com o voto da Ministra Rosa Weber.

O importante é que deu para chegar em casa e ver um belo segundo tempo. Mais uma goleada para a conta. Está certo que o outro time era fraquinho, Renato, mas não tira o nosso mérito. Jael abrindo o placar de cabeça mostra bem o papel que vem exercendo: centroavante de atitude, agita o ataque, bagunça a defesa adversária e cria chance de gols. Eventualmente, deixa o seu também, como hoje.

O show à parte ficou por conta de Everton Cebolinha. O guri está jogando muita bola, Renato! É muito bom ver esse crescimento dele, que já era um bom jogador e contribuía bastante com o time quando entrava, e agora vem se mostrando titular absoluto e uma peça fundamental da equipe. Se continuar nesse ritmo, esperamos que ele possa ficar para além de alguma famigerada janela de transferências.

Falando em peças fundamentais, coisa boa ver Arthur e Maicon se entrosando no meio campo. O Rei, que nos deixará ano que vem para conquistar o Velho Mundo com a camisa Blaugrana, deu uma belíssima assistência para o outro Rei, o da América. Luan, mesmo quando não é protagonista, mostra sua qualidade e sua importância. E até Cícero, que vinha devendo – principalmente pela tua aposta em escalá-lo como titular em alguns jogos –, deixou o seu gol hoje.

Quatro a zero e torcida feliz, apesar do horário ruim, da chuva, da Voz do Brasil, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal que levam mais tempo para proferir um voto do que o coirmão para sair da crise. Pelo menos até a tua entrevista na coletiva, né, Renato?! Esperávamos que tu fosses colocar um ponto final nessa boataria de que tu poderias ir para o Flamengo. E tu preferiste deixar no ar.

Olha só, eu sei que a orla do Guaíba não é Ipanema, que o Morro Santa Teresa pode não ser tão bonito quanto o Corcovado, que a Cidade Baixa fique devendo um pouco à Lapa, mas as coisas estão bem por aqui, não?! Não Porto Alegre em si, claro! Essa tem seus vários problemas (e eu não estou a fim de escrever um “Bom dia, Marchezan!” para conversar sobre todos eles). Eu falo do Grêmio! Tudo bem, não temos a Barra da Tijuca, mas Xangri-Lá é logo ali também. O que tem de bom por aqui é o nosso Imortal!

Sei o quanto tu amas o Rio (bom, e não és só tu que achas uma boa ideia morar na Zona Sul carioca, sejamos francos), mas tu vais ter que ajeitar a casa lá no Flamengo, né?! E tu sabes como é a torcida deles. É “Deixou chegar, fudeu! Entreguem as taças! Rumo a Tóquio!” na primeira vitória suada no Campeonato Carioca; e revolta, terra arrasada e “Muda tudo! Que rolem cabeças!” na primeira eliminação. Aqui nós estamos em lua de mel, Renato! Por que trocar?

Agora, se a tua ideia é só fazer um pouco de joguinho midiático, querer se valorizar um pouco mais, ouvir o torcedor clamar por ti, então deixa eu ser bem claro contigo: FICA, MEU QUERIDO! O GRÊMIO É TUA CASA, TEU CLUBE, TEU LAR! NÓS TE AMAMOS E TE REVERENCIAMOS! Está bem, também não vou ser hipócrita de dizer que, a depender do número preenchido no cheque que me apresentassem, eu não cogitaria em trabalhar até trabalhar até vestindo a camisa do coirmão – OK, exagerei , mas só quis dizer que também entendo o lado financeiro-profissional.

Salvo os mais altruístas (que nas redes sociais tem aos montes, mas nas ruas é difícil de encontrá-los), todo mundo gostaria de garantir uma rica aposentadoria. Eu apenas espero que a proposta do time carioca, se realmente existir, não seja boa a ponto de te convencer a se mudar com tudo que já foi conquistado e construído por aqui neste último ano e meio. Sim, sou metade coração de torcedor apaixonado, metade cérebro burocrático. Só a cerveja para unir isso tudo.

Que na segunda-feira, quando eu voltar a conversar contigo aqui (e falar um pouco sobre o Gauchão, o que eu não fiz DELIBERADAMENTE até agora), a decisão tenha sido por Porto Alegre. Que venha a taça que tu queres no teu currículo de técnico lá de Pelotas, junto com o nosso Dia do Fico. De qualquer forma, Renato, continue não te esquecendo: tu vais ser sempre o cara!

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

Bom dia, Renato (Defensor 1×1 Grêmio – Libertadores 2018)

Bom dia, Renato (Defensor 1×1 Grêmio – Libertadores 2018)

Por Samuel Sganzerla

Ontem foi o dia de nossa estreia na Copa Libertadores da América de 2018. Sob as bênçãos do pôr-do-sol no Rio da Prata, adentramos o campo do simpático estádio Luis Franzini em busca pela glória continental – pela quarta vez. Mais do que um candidato, somos os defensores do título. E foi contra o Defensor o nosso primeiro desafio, Renato – com o perdão do trocadilho besta.

Como tu sabes melhor do que eu, Renato, na partida inicial da Copa sempre rola aquele misto de despretensão com a ansiedade da expectativa. Geralmente, o time chega em meio a um período de formação e testes, visto que o calendário da temporada recém começa a ser percorrido.

gremio.net
gremio.net

Confesso, Renato, que acabei dividindo a atenção do jogo com minha família. Como tinha um compromisso profissional em Caxias do Sul, aproveitei a viagem para visitar meu povo e jantar com eles, enquanto a bola rolava no atraente Parque Rodó, Montevideo, na imagem projetada na televisão da sala. Mas isso não impediu que meu PARCO conhecimento sobre o LUDOPÉDIO pudesse analisar (ou sentir) um pouco o time.

De pontos positivos, pudemos ver um Grêmio que busca manter o trabalho de bola conquistado nos últimos anos, que tanta alegria nos deu. Sem dúvidas o time entrou com muita vontade de vencer, não pensando em se contentar com um empate fora de casa. Claro que a aparente limitação dos uruguaios não é parâmetro para medir forças, mas ver Everton Cebolinha ENDIABRADO e ávido por penetrar a retranca adversária foi um belo símbolo da postura Tricolor.

Por outro lado, parece que ainda não encontramos o esquema ideal, denotando certa bagunça no time. Como eu não assisto os treinos (somente por falta de tempo, juro!), o futebol jogado nas partidas ainda não me permitiu entender a insistência de Ciro como titular – inicialmente como falso-nove, para depois ser recuado na armação. Edilson faz muita falta na lateral direita, porque Madson ainda não provou ser o jogador que precisamos e queremos para disputar títulos. Mas demos-lhe tempo para provar que estamos errados.

O fato é que não foi uma atuação ruim, embora também não tenha chegado a empolgar. O que é sempre bom, né, Renato?! Digo desde que pintei por essas bandas que a euforia não combina conosco. Mesmo assim, somos gremistas de corpo e alma, queremos vencer sempre. E parece que os bons ventos nos brindariam com uma boa vitória logo na estreia da Libertadores, construída do jeito que gostamos – na base da persistência, do bom e velho ABAFA, uma boa jogada construída lá pelo final da segunda etapa.

Luan e Maicon, de boas atuações, apareceram bem no lance que seria fundamental, coordenando a orquestrada troca de passes do Tricolor. No lançamento de nosso capitão para Jael, nosso centroavante com mais títulos do que gols meio que foi empurrado, meio que tentou cavar um pênalti. A bola sobrou para o faminto Cebolinha, que faria um belo e inteligente gol, não fosse a precisão do zagueiro para tirar quase em cima da linha. Foi quando o próprio Maicon, que havia começado a jogada, chegou para concluir bem, pelo alto, e marcar o tento que parecia definir o nosso triunfo. Parecia.

Eis que os uruguaios, que haviam passado aqueles 80 minutos amarrando o jogo, numa aula da boa e velha CATIMBA SUDACA, passaram a correr atrás do prejuízo. A pressão que tentaram nos impor até estava bem controlada. Mas, quatro minutos depois de abrirmos o placar, numa cobrança de escanteio pelo lado direito, os uruguaios chegaram ao empate.

A nossa marcação falhou, deixando Matías Maulella SOLITO para cabecear sem tirar os pés do chão, numa bola que pareceu ter tanto veneno que desviou em 18 jogadores antes de entrar. Renato, a bola aérea é algo que precisa ser corrigido, pois já apresentou falhas nesses primeiros jogos do ano. Um jogador não pode cabecear uma bola completamente sozinho aos 40 do segundo tempo e ponto.

O setor defensivo é justamente nosso ponto mais forte, o que tem dado solidez ao time, não podendo ter esse tipo de brecha. Ainda que nenhum dos dois zagueiros tenha falhado, claro, vale sempre esse registro – mesmo que o Grêmio venha a levar uns 9 gols nos próximos cinco jogos por culpa exclusiva de Kannemann e Geromel, ainda assim não teremos direito de reclamar deles, e a ovação é OBRIGATÓRIA.

De toda maneira, voltamos a buscar a vitória no pouco tempo que nos restava. Mesmo sendo visível a necessidade de ajustes, é muito ver uma equipe que quer vencer e se impor sempre, visto que um ponto trazido do Uruguai sempre seria visto como bom resultado (não que tenha sido ruim também). Infelizmente, não conseguimos furar novamente a meta montevideana, terminando a partida em 1 a 1.

A vitória era para ter sido azul, preta e branca. Dois dos três pontos escaparam entre os dedos exclusivamente por nossa culpa. Mesmo assim, também não é motivo para lamentos. É até bom para o time ficar ligado, para não entrar de salto-alto – como eu já disse, não combina conosco. Ao final, foi o primeiro de seis confrontos da fase de grupos. Agora voltaremos a campo pela Copa somente no início de abril, quando espero que o time já esteja num ritmo mais competitivo.

Enfim, caiu a noite sobre a hermosa Playa Ramirez. O pequeno toque de decepção que pairou sobre nós certamente não foi maior do que a motivação que bateu nos jogadores para encarar os próximos confrontos. E menos ainda do que os românticos ares da noite montevideana, onde as parrillas de Punta Carretas e o Casino Parque Hotel aguardam para que lá nossos jogadores degustem um suculento entrecot, acompanhado de um bom Tannat, umas fichas na roleta e algumas companhias agradáveis.

Tu sabes melhor do que ninguém, Renato, do que os nossos atletas precisam para seguir na trilha das glórias. Eles merecem! Como merecem um bom vinho. Porque é importante que, mesmo após um insólito empate copeiro, ergam algumas taças. Como bons campeões que são!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/y4hcuSNHDLM

É o momento de rir

É o momento de rir

É claro que é engraçado ver os gremistas c@gados a esta altura do campeonato com a perspectiva de uma segundona gaúcha, mas eles não caem nem que o Noveletto não ajude — conforme prometeu antecipadamente neste findi. É só o Grêmio tirar de campo este time podre de rebotalhos e colocar os titulares. O que se sabe agora é que eles têm somente uns 15 jogadores confiáveis. Mas não apenas vão se classificar para as quartas-de-final como entrarão como favoritos para levar o título gaúcho. Hoje quem se diverte somos nós, ouvindo um vestiário embasbacado… O Grêmio é o 12º entre 12, após 7 rodadas, num campeonato onde 2/3 dos times são muito ruins. O imortal é LANTERNA. O próximo jogo do tricolor é contra o Novo Hamburgo no sábado. Incrivelmente, são adversários diretos e o Grêmio pode sair da Zona com uma vitória simples. Cairia lá por 9º, então. Bem, não somos nenhum Lanús, mas os reservas do Inter fizeram 3 x 0 no Noia, dia desses. Se quiser, o Grêmio faz oito.

Para secar, mesmo que inutilmente, eles ainda tem quatro jogos nesta fase: NH (c), Juventude (f), São Paulo (c) e Inter (f).

P.S. — Além do mais, a Divisão de Acesso é jogada durante o Brasileiro. O Noveletto daria um canetaço e manteria o Grêmio na Primeira Divisão, acho. Seria lindo, mas eles vão se livrar deste vexame.

Foto: Reprodução do Youtube
Foto: Reprodução do Youtube

Feliz ano novo, Renato! (com os melhores lances de Independiente 1 x 1 Grêmio)

Feliz ano novo, Renato! (com os melhores lances de Independiente 1 x 1 Grêmio)

Por Samuel Sganzerla

Sim, Renato, “Feliz Ano Novo”. Não porque ontem era Quarta-Feira de Cinzas, aquela coisa de “no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval”, etc., mas porque 2018 começou para o Grêmio no dia de ontem. Não, eu também não estou levando em conta o Gauchão. Por mim, nem jogaria mais o estadual – mas falamos sobre isso outra hora.

Foto: http://www.gremio.net/
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Ontem fomos à Avellaneda, província de Buenos Aires, enfrentar o Independiente no primeiro confronto pela Recopa Sul-Americana. Reeditamos com os hermanos a final de 1996 – naquela época, em jogo único disputado lá em Kobe, no Japão, uma vitória esmagadora por 4 a 1 nos trouxe o caneco. Agora, no formato de ida e volta consolidado há 15 anos, voltamos ao solo argentino.

Só que olha, Renato, a verdade é que parecia, pelo menos para o Grêmio, um amistoso de pré-temporada. Não por termos encontrado facilidade, bem pelo contrário (como ficou bastante evidente). Depois do final da partida, tu disseste na coletiva que a opção por Alysson no banco se deu porque ele ainda não está 100%. E só isso explicou Lima na titularidade, porque este mal apareceu em campo depois da execução dos hinos.

Por ser um jogo de início de temporada, visivelmente os atletas ainda estão sem ritmo de jogo. A distribuição dos jogadores no esquema tático inicial também não deu certo – por isso falei antes que parecia amistoso preparatório, mas convenhamos, Renato: decisão não é hora para testes. Enfim, relevemos isso tudo.

O fato é que parecíamos estar com um homem a menos no início do jogo. Tomamos pressão, bola na trave, o Independiente perdeu gol na pequena área. Com os argentinos com um a menos em campo, a situação parecia de maior igualdade, mas ainda com superioridade dos rojos na contenda. Até que, num erro de saída dos argentinos, Luan se aproveitou da única oportunidade que apareceu e lembrou porque foi o melhor da América ano passado. Um a zero para nós.

Se parecíamos estar com inferioridade numérica, o gol foi um alívio. E aí Gigliotti, o centrovante adversário, simplesmente agrediu Kannemann logo depois, em nosso campo de defesa. Levou amarelo primeiro, sendo depois expulso, por correção do árbitro graças ao auxílio do VAR (o bom e velho VIDEOTAPE). E aqui merece o registro, superando o grenalismo que a tudo contamina por estas bandas: parabéns a Inter e Grêmio por terem votado a favor da utilização do recurso no campeonato nacional. Uma pena que foram minoria. Mas divago.

Com a vantagem no placar e com um a mais, o cenário pareceu se tornar favorável no primeiro tempo. Mas só pareceu mesmo. Se os gringos aparentavam ter um homem a mais em campo no 11 contra 11, com um a menos parecia tudo igual, mas com eles melhor distribuídos em campo e imprimindo mais velocidade.

Uma falta na entrada da área e um forte cruzamento decretaram a igualdade no placar, depois de um infeliz desvio de Cortez, que tirou as chances de defesa de Marcelo Grohe. 1 a 1, e os argentinos ainda vieram para cima na primeira etapa. Que teve, como jamais poderia faltar, muita catimba, pontapés, provocações, faltas não marcadas e outras inexistentes apitadas. Vai entender. O término do primeiro tempo foi bom para nós.

Pelo menos, já no segundo tempo, quando Alysson entrou, o jogo mudou. O Independiente cansou e pudemos ver não apenas o que era esperado por ter um a mais, mas também o que nos acostumamos a ver no ano passado: o Grêmio com a bola, girando a área do adversário, trocando passes rapidamente e determinando o ritmo do jogo. Não conseguiu criar grande coisa, é verdade, e perdeu a chance de sair da Argentina com uma vitória.

O lado positivo é que a equipe mostrou, na segunda etapa, que a base do futebol que nos levou a erguer troféus nos últimos dois anos segue presente. Arthur e Ramiro, respectivamente lesionado e suspenso, fizeram falta. Há outras boas opções para se testar também. Hernane Brocador em breve desembarcará no Aeroporto Salgado Filho, e saberemos se ele irá se encaixar no time.

Agora, aguardamos o jogo de volta na próxima quarta-feira. Será em casa, com expectativa de termos a Arena lotada, em busca de mais um título. Não será fácil, com certeza. Só a vitória interessa. O gol fora não vale como saldo qualificado (sem pênaltis, pelo amor dos deuses da bola). Precisamos ajustar o time, Renato, para que ele entre decisivo e mortal, como foi quando precisou ano passado. A torcida entrará em campo contigo, tenha certeza.

E não é nada fácil também porque do outro lado, claro, tem o maior vencedor deste continente. Uma equipe que só perdeu uma decisão continental em duas oportunidades em toda sua história: para nós, em 96, e para o coirmão, em 2011 (e deu de apaziguamento da corneta por hoje). Vamos para cima deles, em busca do bi da Recopa. Dá-lhe Grêmio!

Segue o baile…

https://youtu.be/CqIZKGDuVIg

Bom dia, Renato (com os melhores lances da decisão de ontem)

Bom dia, Renato (com os melhores lances da decisão de ontem)

Samuel Sganzerla (*)

Pois é, Renato! Não deu! A gente sabia que era extremamente difícil. E entramos em campo pensando isso mesmo, sabendo que o impossível precisava acontecer para sermos campeões mundiais pela segunda vez. Sou um gremista apaixonado, mas sou bastante realista.

Kannemann foi uma das grandes afirmações gremistas | gremio.net
Kannemann foi uma das grandes afirmações gremistas | gremio.net

Ontem lembrei no meu Facebook que, nas oito primeiras participações no Mundial de Clubes, apenas duas equipes bateram o Real Madrid: o lendário Peñarol de 1966 e o fantástico Boca Juniors de 2000. É a filosofia do clube Merengue: vencer sempre, ganhar tudo que for possível. Era um pentacampeão mundial que enfrentávamos.

De fato, Renato, muitos têm dito que o Grêmio poderia ter ousado mais, arriscado mais. Talvez nessa postura estivesse a nossa chance, mas acredito que nela teria espaço para a goleada que não levamos. A nossa estratégia foi pensada para fazer o que todo clube sul-americano tem feito para tentar ganhar de um europeu: jogar por uma bola.

Desde a década de 90, começou-se a perceber a dificuldade que a diferença de orçamento impunha em campo (quando você Gareth Bale saindo do banco, fica evidente como o mundo é desigual). Isso tudo se acentuou ao longo dos anos seguintes, claro. Mas tem algo que piorou bastante na era pós-Guardiola.

Não só porque o técnico catalão revolucionou o mundo da bola, a ponto de todos correrem atrás dos europeus mais uma vez. É que os anos 2010 têm sido o retrato dessa desigualdade, como se vê a cada edição do Mundial de Clubes, demandando cada vez mais recursos para começar a pensar em montar um time vencedor.

O Corinthians campeão de 2012 foi a grande exceção. Venceu um Chelsea que ganhou a Liga dos Campeões na base de uma versão inglesa do CATENACCIO (o que não tira os méritos dos paulistas, obviamente). Mas a regra foi os sul-americanos levando uma SURRA desde o início da década. O melhor desempenho SUDACA de um não campeão nessa década foi o nosso ontem.

Evidentemente, Renato, que, como gremista, vão dizer que minha análise é enviesada. Mas o amor pelo Tricolor é parte da paixão pelo futebol que eu acompanho com afinco desde que me conheço por gente. Faz anos que venho dizendo isso tudo. Por isso não me abati com o resultado de ontem.

Claro, falemos do Grêmio. Geromel e Kannemann foram gigantescos. Que absurdo o que esses dois jogaram. Marcelo Grohe também foi muito bem. É outro que merece todas as honras. Luan, nossa referência técnica, deixou a desejar. Mesmo sendo difícil tentar articular jogadas contra um time que parece ter 18 em campo. Barrios foi decepcionante. Acho que sua carreira chegou ao fim mesmo.

Tivemos apenas uma finalização no jogo, de bola parada. Ironicamente, porque foi também numa falta que saiu o gol que nos tirou a chance do título (barreira não pode abrir, Luan e Barrios!). Mesmo sendo parado pela nossa zaga, Cristiano Ronaldo sempre aparece para mostrar porque foi o a melhor do mundo pela quinta vez neste 2017. No fim do jogo, senti falta do bom e velho CHUVEIRINHO na área, mas a verdade, Renato, é que parece que o Grêmio não tinha espaço nem para isso.

No final, fica de positivo a boa postura defensiva do time, especialmente no primeiro tempo. Para o futuro, fica a esperança de logo voltarmos ao Mundial de Clubes, em busca do Bicampeonato, mas numa realidade que nos permita olhar e ver que é possível (mesmo que com uma seleção internacional do outro lado).

De toda forma, Renato, a recente conquista do Tricampeonato da Libertadores nos deixou de sangue doce para o confronto de ontem. Por óbvio, hoje é dia de aguentar um pouco de corneta dos amigos – só observando a regra de não discutir futebol com quem equipara Kroos a Deco ou Modric a Giuly, claro (aqueles, quando muito, poderiam ser comparados a Magath ou Wuttke). Questão de bom senso intelectual.

O que importa, Renato, é que foram dois anos fantásticos, que a imensa e ensandecida Nação Tricolor só tem a te agradecer. Por favor, renova mais uns anos com a gente, que 2018 já está aí. Vem a Recopa. Tem a busca pelo hexa da Copa do Brasil. Tem o Brasileirão, que podemos levar a sério desta vez. E tem a busca pelo Tetra da América, obviamente.

Que venha o próximo ano! Que venham as próximas alegrias!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/hVwHEsxoJU4

(*) Advogado, palpiteiro, caxiense radicado na capital e GREMISTA de quatro costados.

Bom dia, Renato (com os lances de Grêmio 1 x 0 Pachuca e a agonia do Planeta)

Bom dia, Renato (com os lances de Grêmio 1 x 0 Pachuca e a agonia do Planeta)

Por Samuel Sganzerla

Como estamos todos aí nos Emirados? Aqui em Porto Alegre (e em toda América do Sul), ontem estivemos todos em transe, aguardando o momento derradeiro que nos permitiu sorrir e achar que, sim, ainda vamos acabar com o Planeta! O Coração Tricolor é muito forte, Renato! Teste após teste, ele resiste firmemente, quando muito se socorrendo do desfibrilador da LOUCURA LUDOPÉDICA. Não foi diferente ontem!

Foto: gremio.net
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O jogo ontem, contra o Pachuca, foi de grande tensão. Pairava no ar aquele clima de OBRIGAÇÃO que se criou sobre os clubes sudacas, especialmente os brasileiros, desde que o coirmão e o Galo sucumbiram na semifinal do atual formato do Mundial de Clubes. Em verdade, é a dignidade do futebol sul-americano que entra em jogo: quem ainda tem a pretensão de fazer frente ao multimilionário e poderoso futebol europeu necessita prevalecer sobre os demais.

O problema, Renato, é deixar a pretensão se confundir com a arrogância. Porque, como eu disse no outro dia, histórico não entra em campo. Felizmente, não foi o nosso caso ontem. Mesmo diante de tantas dificuldades contra um adversário que, no último sábado, aparentou (enganosamente) ser mais fraco do que se apresentou ontem, a ansiedade não virou desespero e a aflição não se abateu a ponto de virar tragédia.

Tivemos problemas no meio campo, nitidamente sentidos na ausência do Rei Arthur. Os mexicanos detiveram maior posse de bola, que, diante de uma boa postura de nosso sistema defensivo, não se converteu em volume de jogo. Cabe destacar a boa atuação da nossa sempre valorosa dupla de zaga. Mas o elogio especial vai mesmo para Bruno Cortez, salvando o time em duas ocasiões, com botes precisos como um CÃO DE GUARDA abocanhando um naco de vazio mal passado.

Luan, mesmo muito marcado e com o homem do apito deixando Hernandez lhe surrar à vontade, aparecia bem na articulação. Foi dele o chute que quase abriu o placar, não fosse a defesa de Perez (o arqueiro com porte de jogador de fim de semana e vasta experiência), que ainda permitiu a bola triscasse a trave. Barrios apagado deu lugar a Jael, o centroavante que revoluciona o jogo mesmo sem fazer gol (foi um elogio, OK!?). Mesmo com a melhora e com o domínio da partida, persistiu a igualdade e fomos para a prorrogação.

Eis que Everton Cebolinha, o TALISMÃ TRICOLOR, encarnou o seu melhor espírito para infernizar a defesa mexicana e soltar um petardo no canto oposto da meta mexicana. Claro, um tento logo no início da prorrogação era apenas a confirmação do bom presságio que se desenhará sempre que, numa partida do Mundial, o nosso camisa 7 sentir cãimbra nas pernas aos 45 do segundo tempo. Sabes de quem falo, né, Renato?!

Enfim, foi o grito de gol desengasgado, a alegria de uma tarde de terça-feira fugaz, que seria só mais um dia banal se não fosse o Grêmio. Desenhou-se ali a nossa vitória, e depois tudo foi alívio e festa. Estamos na final, mantendo vivo o sonho de atingir o topo do mundo novamente. Acompanharemos hoje a definição do nosso adversário, na partida em que o time do país-sede recebe o famigerado campeão europeu.

Evidentemente, a lógica nos obriga a afirmar que o Real Madrid já é nosso adversário (mesmo que, no futebol, a lógica às vezes passe fome). E, contra os Merengues, não temos nada a perder. Agora, o favoritismo, convenhamos, é todo deles. Até os quero-queros que voam sobre o crescido gramado do saudoso estádio Olímpico sabem disso. O que vier para nós será lucro. Lembremos que, daquele lado, está o maior clube da história do futebol (por méritos ou por razões escusas, como tanto acusam).

O Real É o maior vencedor do Mundial de Clubes, com cinco títulos. O maior campeão da Liga dos Campeões da UEFA, sendo também o único clube a ter vencido duas edições seguidas nas últimas três décadas. Chega com o time completo, recheado de jogadores que são titulares absolutos em suas seleções. A estrela do time já escreveu seu nome no rol dos grandes jogadores da história – e não apenas acaba de vencer sua quinta Bola de Ouro, como é um atleta ambicioso, sempre obcecado com a vitória, com quebrar recordes e marcas pessoais.

Com certeza, não é nada fácil. Como nunca foi para nós! Este será o maior desafio da gloriosa história de 114 anos do Imortal. Mas eu repito: não temos nada a perder. Se a realidade é dura, que nos alimentemos de sonhos e de loucura. É assim que vivemos desde sempre, foi graças a esse delírio apaixonado pelas três cores que chegamos tão longe. E a inspiração, Renato, pode ser numa tarde em Tóquio da qual tu lembras muito bem,

Como tu sabes, Renato, eu sou gremista desde a tenra infância. Desde que me conheço por gente, já ouvia dizer: “o Grêmio é Campeão do Mundo”. A vitória sobre o Hamburgo ocorrera em 11 de dezembro de 1983, quase quatro anos antes de eu nascer, é verdade. Devido aos canais de televisão a cabo, lembro quando vi pela primeira vez um compacto com imagens raras do jogo. Depois veio a era da internet, de modo que a tecnologia me permite rever a partida completa do meu celular agora, se eu quiser.

Graças a isso, acho que já assisti ao jogo inteiro do Mundial de 83 umas seis ou sete vezes. E sabe o que é sentimento de torcedor gremista mesmo, Renato? É que eu sei desde desde sempre qual o placar final daquela partida… Mas toda vez que o Magath levanta a bola na área, e o Jakobs a escora para o Schröder empatar, aos 40 do segundo tempo, eu fico nervoso. E sempre que tu fazes aquele golaço na prorrogação, deixando o mesmo Jakobs na saudade e batendo no contrapé do Stein, uma lágrima escorre.

Esse sentimento é o que define o Grêmio: ele é intenso, vibrante, eterna e constantemente apaixonante. Ele é Imortal!

Vai lá, Homem-Gol! Digo e repito: nada temos a perder contra o Real Madrid! Quando os fatos são improváveis, lembremos que nós somos feitos de batalhas heroicas e feitos inacreditáveis! Se a vida é dura, sonhar não custa nada!

Que venha o Bi-Mundial!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/LOqNN_YXitM

Bom dia, Renato! (com os principais lances de Atlético-MG 4 x 3 Grêmio)

Bom dia, Renato! (com os principais lances de Atlético-MG 4 x 3 Grêmio)

Por Samuel Sganzerla

Como foi o fim de semana no Rio de Janeiro? Estava boa a praia de Ipanema? E o futevôlei? Merecido descanso depois desse baita ano de trabalho e conquistas. Agora é pensar no embarque para Abu Dhabi, né?! Lamentavelmente, perdemos o Arthur. Dizem que Geromel também virou dúvidas e não se sabe ainda ao certo as condições em que Maicon voltará.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

Não que eu tenha a ilusão de que, passando pela semifinal, vamos propor nosso jogo contra o Real Madrid. Foi provavelmente no início do milênio que se viu um sul-americano  encarar um milionário europeu de igual para igual (aquele lendário Boca Juniors de Riquelme e Palermo, que ganhou três Libertadores em quatro edições, dois mundiais em três), sem jogar por uma bola. Mas divago!

Alheio a tudo isso, ontem foi o dia da última rodada do Brasileirão, Renato. Fomos a Belo Horizonte encarar o Atlético Mineiro, com nossa terceira equipe. A torcida do Galo, que sempre nos recebe com muita cordialidade e amizade, se fez presente no estádio, para assistir a um grande jogo, disputado do início ao fim, com sete gols e direito até a um apagão dos refletores, lembrando aquele futebol-raiz dos anos 90 de que tanto se fala saudosamente.

Entretanto, numa coisa os atleticanos irão concordar comigo: o time deles, por tudo que fez nos últimos anos e pelo elenco que montou para essa temporada, foi uma das grandes decepções de 2017. Não era para uma equipe que deveria ter brigado pelo título terminar o campeonato em nono lugar e ainda depender do resultado da final da Copa Sul-Americana para ir à Libertadores de 2018. Mas nossa gurizada, que não tem nada a ver com isso, foi lá e fez bonito, apesar de não ter saído com a vitória.

Mesmo com o resultado desfavorável, Renato, valeu a pena para nós, ainda de ressaca pelas comemorações do Tri da América, vermos o chamado “time de transição” mostrar o padrão de jogo e o toque de bola de qualidade do futebol que nos conduziu de volta à nossa alegria. Ainda que um tanto “crus”, pela idade, é bom ver Jean Pyerre, Pepê e outros nos mostrando que a base vem forte, sendo capaz de fazer frente a um Galo, em pleno Independência, que conta com muitos jogadores experientes e de renome internacional.

Agora, lembra que eu disse há algumas semanas que ainda conversaríamos sobre o Brasileirão 2017, Renato?! Então… Chegamos ao final com 63 pontos, num quarto lugar que não reflete a nossa campanha (por três momentos ontem, o vice-campeonato esteve em nossas mãos). O Corinthians foi campeão com 73 pontos. E não é preciso muito esforço para lembrar de 11 ou 12 pontos perdidos pelo time reserva ou “de transição”).

O fato é que o Grêmio foi muito criticado por ter deixado o campeonato nacional em segundo plano ainda lá no seu início. A imprensa e torcedores dos mais diversos clubes muito bateram na tecla de que teríamos plenas condições de ter disputado esse título também. Eu não julgo nem reclamo. Claro, acaso não tivéssemos ganhado a Libertadores, haveria uma inundação de críticas. Felizmente, o desfecho foi de muita comemoração para nós.

Quando a CONMEBOL e a CBF fecharam o calendário deste ano, uma coisa ficou claro (para qualquer um que entenda um pouco de futebol): não há time brasileiro com elenco para disputar as três principais competições – Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores. Não, não há! Porque toda comparação com os grandes europeus que disputam o triplete sem poupar jogadores ignora o abismo que existe entre nós e eles hoje. O mesmo que eu mencionei antes, pensando no possível confronto com o Real Madrid.

E não apenas é apenas uma questão de dinheiro. Toda a organização do futebol europeu já passa pela ideia de sincronia entre suas competições nacionais. Nenhum país do Velho Mundo possui campeonatos estaduais (para lembrar que o Brasil sozinho é do tamanho da Europa), e, se não me engano, somente a Inglaterra possui mais de duas competições (a liga e duas copas). Isso sem nem falar na questão da infraestrutura, que traspassa o mundo do futebol.

Quando algum “especialista” enche a boca para falar que o Barcelona jogou em Bilbao no domingo, pelo campeonato nacional, e, na quarta-feira seguinte, entrou em campo em Milão, pela Liga dos Campeões, com o mesmo time, eu penso como que ele pode ignorar que a ida e a volta dessas duas viagens somadas são mais curtas do que um trecho da que o Grêmio faz quando vai ao Recife. E nem comparemos os sistemas de transporte, por favor.

Renato, tu, que és técnico, sabes o quanto um dia de treino faz diferença. Uma viagem a Guayaquil, a Caracas ou a Medellín significa uma semana perdida somente em torno desse confronto. Essa é a Libertadores e a realidade latino-americana (e olha que os mexicanos nem disputam mais a Copa). A direção também sabia disso. A opção feita foi pelo título continental. E o outro torneio que poderia ser beliscado seria a Copa do Brasil (infelizmente não deu, apesar da boa campanha).

O Corinthians de Fabio Carille, que não tinha nada a ver com isso, fez por onde merecer o título. Realizou o melhor turno da história dos pontos corridos, administrou a grande vantagem e, quando decaiu, soube se mobilizar para assegurar o caneco. Ainda assim, lamentamos que esses 11 pontos que nos distanciaram, ao pensarmos naqueles perdidos de forma boba pelo próprio time titular ou nas tantas partidas em que jogamos com os reservas (que nunca haviam feito uma partida como a de ontem).

Poderíamos ter disputado o Brasileirão do início ao fim e vencido? Até poderíamos! Mas também poderia ter significado um ano sem conquistas, apesar do bom futebol construído e toda expectativa criada. 2017 já valeu pelo Tricampeonato da Copa Libertadores, por termos mostrado que resgatamos e honramos a nossa tradição copeira. E ainda não acabou! Que venha mais!

Até o Mundial!

Saudações TRIcolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/A5bs2oozlNI

Boa tarde, Renato (com os melhores lances do jogo que levou o Grêmio ao Tri da Libertadores)

Por Samuel Sganzerla

Sim, boa tarde! Porque eu avisei o Milton que, confirmado o título que consagrou essa campanha espetacular que nosso Grêmio fez, não existiria manhã no dia de hoje. A madrugada de ontem ainda não terminou, apesar desse céu AZUL. Ainda não sei se já acordei mesmo, na verdade. Mas me deixem continuar sonhando, então.

Foto: gremio.net
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Renato, ontem estávamos nas arquibancadas de Lanús, nas ruas de Buenos Aires, na Goethe, na Arena, em todos os lugares. Todos vivendo e revivendo esse momento da glória libertadora que nos consome por inteiro nestes momentos de sonho delirante – para lembrar do saudoso Sant’Ana. Ontem, Renato, expurgamos os fantasmas que nos assombraram por vinte e um anos.

Não cedemos à pressão endiabrada em Cáli. O Zagallo não tirou nosso melhor jogador de uma decisão para ficar no banco da Copa América. Não tinha um Pedrinho encarnado em São Januário. Não teve juiz ladrão mandando voltar pênalti defendido pelo Martini. Danrlei não falhou na saída de gol na Colômbia (mas ele pode, ídolo eterno).

Não cruzamos com o melhor Boca da história com um time esforçado. A dupla de ataque não perdeu uma série de gols feitos no Mineirão. Lucas Pratto não teve uma noite de brilho no Olímpico. O Cris não fez um pênalti idiota. O zagueiro do San Lorenzo não tirou aquela bola em cima da linha. Não tomamos uma aula de futebol do Rosário Central.

Ontem, Renato, tudo era alegria. Todos tivemos nossas próprias vitórias. Nunca mais dirão que tu és só um motivador, mas não técnico. Fernandinho justificou como nunca a confiança que tu depositaste nele. Quem um dia já chamou o Luan de pipoqueiro que nem cruze por mim hoje – que atuação e QUE GOLAÇO! E ele não pegou o pênalti para fechar com chave de ouro, mas quero deixar registrado: mil desculpas pela corneta de outrora, Grohe!

Renato, já nem tenho mais palavras para descrever o tamanho da idolatria que a Nação Tricolor tem por ti. O Grêmio é campeão e hoje não importa mais nada! Todos os anos de sofrimento devidamente acompanhados (porque “una pasión es una pasión”, para lembrar Campanella) parecem recompensados.

Hoje a gente segue comemorando. Amanhã começamos a pensar em campeonato mundial. Já manda o drone para Madrid!

O GRÊMIO É TRI! A AMÉRICA É NOSSA DE NOVO! E VAMO COM O PLANETA!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/YNvMG69q8Yo