Bom dia, Renato! (com os principais lances de Atlético-MG 4 x 3 Grêmio)

Bom dia, Renato! (com os principais lances de Atlético-MG 4 x 3 Grêmio)

Por Samuel Sganzerla

Como foi o fim de semana no Rio de Janeiro? Estava boa a praia de Ipanema? E o futevôlei? Merecido descanso depois desse baita ano de trabalho e conquistas. Agora é pensar no embarque para Abu Dhabi, né?! Lamentavelmente, perdemos o Arthur. Dizem que Geromel também virou dúvidas e não se sabe ainda ao certo as condições em que Maicon voltará.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

Não que eu tenha a ilusão de que, passando pela semifinal, vamos propor nosso jogo contra o Real Madrid. Foi provavelmente no início do milênio que se viu um sul-americano  encarar um milionário europeu de igual para igual (aquele lendário Boca Juniors de Riquelme e Palermo, que ganhou três Libertadores em quatro edições, dois mundiais em três), sem jogar por uma bola. Mas divago!

Alheio a tudo isso, ontem foi o dia da última rodada do Brasileirão, Renato. Fomos a Belo Horizonte encarar o Atlético Mineiro, com nossa terceira equipe. A torcida do Galo, que sempre nos recebe com muita cordialidade e amizade, se fez presente no estádio, para assistir a um grande jogo, disputado do início ao fim, com sete gols e direito até a um apagão dos refletores, lembrando aquele futebol-raiz dos anos 90 de que tanto se fala saudosamente.

Entretanto, numa coisa os atleticanos irão concordar comigo: o time deles, por tudo que fez nos últimos anos e pelo elenco que montou para essa temporada, foi uma das grandes decepções de 2017. Não era para uma equipe que deveria ter brigado pelo título terminar o campeonato em nono lugar e ainda depender do resultado da final da Copa Sul-Americana para ir à Libertadores de 2018. Mas nossa gurizada, que não tem nada a ver com isso, foi lá e fez bonito, apesar de não ter saído com a vitória.

Mesmo com o resultado desfavorável, Renato, valeu a pena para nós, ainda de ressaca pelas comemorações do Tri da América, vermos o chamado “time de transição” mostrar o padrão de jogo e o toque de bola de qualidade do futebol que nos conduziu de volta à nossa alegria. Ainda que um tanto “crus”, pela idade, é bom ver Jean Pyerre, Pepê e outros nos mostrando que a base vem forte, sendo capaz de fazer frente a um Galo, em pleno Independência, que conta com muitos jogadores experientes e de renome internacional.

Agora, lembra que eu disse há algumas semanas que ainda conversaríamos sobre o Brasileirão 2017, Renato?! Então… Chegamos ao final com 63 pontos, num quarto lugar que não reflete a nossa campanha (por três momentos ontem, o vice-campeonato esteve em nossas mãos). O Corinthians foi campeão com 73 pontos. E não é preciso muito esforço para lembrar de 11 ou 12 pontos perdidos pelo time reserva ou “de transição”).

O fato é que o Grêmio foi muito criticado por ter deixado o campeonato nacional em segundo plano ainda lá no seu início. A imprensa e torcedores dos mais diversos clubes muito bateram na tecla de que teríamos plenas condições de ter disputado esse título também. Eu não julgo nem reclamo. Claro, acaso não tivéssemos ganhado a Libertadores, haveria uma inundação de críticas. Felizmente, o desfecho foi de muita comemoração para nós.

Quando a CONMEBOL e a CBF fecharam o calendário deste ano, uma coisa ficou claro (para qualquer um que entenda um pouco de futebol): não há time brasileiro com elenco para disputar as três principais competições – Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores. Não, não há! Porque toda comparação com os grandes europeus que disputam o triplete sem poupar jogadores ignora o abismo que existe entre nós e eles hoje. O mesmo que eu mencionei antes, pensando no possível confronto com o Real Madrid.

E não apenas é apenas uma questão de dinheiro. Toda a organização do futebol europeu já passa pela ideia de sincronia entre suas competições nacionais. Nenhum país do Velho Mundo possui campeonatos estaduais (para lembrar que o Brasil sozinho é do tamanho da Europa), e, se não me engano, somente a Inglaterra possui mais de duas competições (a liga e duas copas). Isso sem nem falar na questão da infraestrutura, que traspassa o mundo do futebol.

Quando algum “especialista” enche a boca para falar que o Barcelona jogou em Bilbao no domingo, pelo campeonato nacional, e, na quarta-feira seguinte, entrou em campo em Milão, pela Liga dos Campeões, com o mesmo time, eu penso como que ele pode ignorar que a ida e a volta dessas duas viagens somadas são mais curtas do que um trecho da que o Grêmio faz quando vai ao Recife. E nem comparemos os sistemas de transporte, por favor.

Renato, tu, que és técnico, sabes o quanto um dia de treino faz diferença. Uma viagem a Guayaquil, a Caracas ou a Medellín significa uma semana perdida somente em torno desse confronto. Essa é a Libertadores e a realidade latino-americana (e olha que os mexicanos nem disputam mais a Copa). A direção também sabia disso. A opção feita foi pelo título continental. E o outro torneio que poderia ser beliscado seria a Copa do Brasil (infelizmente não deu, apesar da boa campanha).

O Corinthians de Fabio Carille, que não tinha nada a ver com isso, fez por onde merecer o título. Realizou o melhor turno da história dos pontos corridos, administrou a grande vantagem e, quando decaiu, soube se mobilizar para assegurar o caneco. Ainda assim, lamentamos que esses 11 pontos que nos distanciaram, ao pensarmos naqueles perdidos de forma boba pelo próprio time titular ou nas tantas partidas em que jogamos com os reservas (que nunca haviam feito uma partida como a de ontem).

Poderíamos ter disputado o Brasileirão do início ao fim e vencido? Até poderíamos! Mas também poderia ter significado um ano sem conquistas, apesar do bom futebol construído e toda expectativa criada. 2017 já valeu pelo Tricampeonato da Copa Libertadores, por termos mostrado que resgatamos e honramos a nossa tradição copeira. E ainda não acabou! Que venha mais!

Até o Mundial!

Saudações TRIcolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/A5bs2oozlNI

Bom dia, Renato (com os gols de Grêmio 1 x 1 Atlético-GO)

Bom dia, Renato (com os gols de Grêmio 1 x 1 Atlético-GO)

Por Samuel Sganzerla

Ontem, estava prevista a partida MENOS IMPORTANTE de nosso ano: o Grêmio entraria em campo, na Arena, em jogo válido por um campeonato com campeão definido, contra um adversário já rebaixado. Tudo isso num domingo que intercala as duas quartas-feiras mais significativas da última década.

Retrato da pelada que deve anteceder à glória | gremio.net
Retrato da pelada que deve anteceder à glória | gremio.net

Dizem os que foram até o Humaitá que o jogo realmente aconteceu, que a partida foi uma verdadeira PELADA e que acabamos empatando com o Atlético Goianiense, pela 37ª rodada do Brasileirão. Eu, que aproveitei o domingo para subir a serra e comemorar que cheguei na casa dos 30 anos com a minha família, acredito neles.

O jogo? Nem vi! O jogo que importa mesmo é o de quarta-feira. A partida que vale o sonho cultivado desde que eu era criança. A decisão que vale a nossa alegria regada a trago, alento e DELÍRIO. Renato, a gente nem tem dormido direito desde a vitória da semana passada.

Porque só o torcedor apaixonado entende perfeitamente o que é esse misto indistinto de angústia, otimismo, nervosismo, expectativa e outros sentimentos mais que a literatura e a filosofia ainda não encontraram palavras para descrever. O gremismo é um estágio avançado e constante disso, ora elevado exponencialmente a um nível que a ciência e a religião ainda desconhecem.

Como diz uma faixa que surgiu nas muretas do Olímpico Monumental há mais ou menos doze anos, “Vivemos de loucura”. E se nada pode ser maior que esse amor que temos pelo Imortal, Renato, tu deves imaginar bem como estamos todos.

Serão cinco mil de nós nas arquibancadas de La Fortaleza daqui a dois dias, talvez muito mais em toda a grande Buenos Aires. Mas serão dezenas de milhões em campo, junto com os onze que entrarão fardando o sagrado manto Tricolor. Os que ainda habitam este plano e todos os demais que já passaram para outros. Tu não os vê, tu não os toca, mas estão presentes.

E este é o último recado antes da final, de um fã para um ídolo, de um torcedor para o técnico, de um GREMISTA para outro: queremos a Copa, Renato! Queremos alcançar o sonho LIBERTADOR pela terceira vez! Queremos a Copa!

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/6lDzgJztFu8

Bom dia, Renato (com os melhores lances de Santos 1 x 0 Grêmio)

Bom dia, Renato (com os melhores lances de Santos 1 x 0 Grêmio)

Ontem a gurizada nos representou lá em Santos. O time B foi à Vila Belmiro apenas com o objetivo de cumprir tabela, mas, apesar da derrota, teve boa atuação no primeiro tempo, criando diversas chances (e até perdendo de forma inacreditável um jogo fácil). Infelizmente, volume de jogo, chutes a gol e bola na trave não alteram o placar – já dizia a música do meu xará.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

Dito isso, a verdade é que ninguém da nação Tricolor se importava de verdade com o jogo de ontem. Tu até ficaste em Porto Alegre, para comandar os últimos treinos com os titulares. Toda a nossa atenção está voltada para o jogo de quarta-feira, contra o Lanús. O time tem que entrar focado, decisivo e mortal, tal qual fez na última final que disputamos. E nós torcedores temos que fazer da Arena uma panela de pressão para os argentinos.

Renato, estamos enlouquecidos aqui! Andamos num passo descompassado e angustiado na caminhada cotidiana, somente esperando o apito que permitirá a bola rolar. A Copa Libertadores é o nosso sonho! Almejamos o Tri da América há mais de duas décadas. Foram tantas batalhas árduas, intempéries da bola e sonhos que desvaneceram no meio do caminho durante todos esses anos que nossas ganas de voltar a ganhar a Copa estão maiores do que nunca.

O Grêmio tem longa história nessa competição. Levantou a taça por duas vezes com muito sangue, suor e lágrimas. Não poderá ser diferente desta vez! Entremos com humildade e raça, com força, coragem e inteligência. E sejamos mais aguerridos do que nunca! Sejamos Grêmio! Lembremos que é em cada jogo, em cada lance disputado que mostramos que somos gigantes, que nossas grandeza e imortalidade não são títulos divinos que ficamos ostentando.

“Para que percorres inutilmente o céu inteiro à procura da tua estrela? Põe-na lá.” (Vergílio Ferreira)

QUEREMOS A COPA, RENATO!

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/dYFatkJ4pIs

Bom dia, Renato (com os gols do esquenta Grêmio 1 x 0 São Paulo)

Bom dia, Renato (com os gols do esquenta Grêmio 1 x 0 São Paulo)

Texto de Samuel Sganzerla

Sabe, ontem eu fui sequestrado pela NOSTALGIA. Pedalava pela orla do Guaíba em meio à belíssima e ensolarada tarde, quando lembrei que, lá em 2012, num domingo de novembro muito parecido com o dia de ontem (que inclusive tinha cara de domingo), enfrentamos o São Paulo, no (que deveria ter sido) nosso penúltimo jogo no Olímpico.

A comemoração do gol de Kannemann | gremio.net
A comemoração do gol de Kannemann | gremio.net

Não sei quanto a ti, Renato, mas minhas memórias com o futebol são fortes, impactantes, potentes. Quando penso na minha vida no Velho Casarão (minha segunda casa em Porto Alegre, desde que vim morar aqui em 2006), lembro da frase que dizia emocionado na época da despedida: “Nas arquibancadas do Olímpico eu pude sentir todas as sensações que já experimentei na vida” (ou QUASE todas, antes que maliciem).

Isso tudo fez passar um filme na minha cabeça: desde tudo que se passou com o Grêmio nesses cinco anos que separaram esses dois confrontos com o Tricolor Paulista até um pouco sobre a nossa cidade hoje. E quer saber, Renato? Todas essas coisas têm tudo a ver umas com as outras e com a decisão da semana que vem.

Porque é impossível não voltar no tempo e reviver todos os sentimentos que carregamos impreterivelmente a cada vez que seguimos o Grêmio, onde ele estiver. Nunca me foi fácil deixar o Olímpico. Lamentava que não sentia aquela “alma pulsante” ao sentar nas confortáveis cadeiras da Arena. Até o ano passado.

Quando tu chegaste em Porto Alegre, para tomar a dianteira de nossa casamata pela terceira vez, Renato, nem mesmo eu, que nunca escondi o quanto sou teu fã (o Homem Gol, o Santo Portaluppi), fiquei otimista. Eis que um baita time (demos os méritos devidos ao Roger) que se encontrava desmotivado encontrou um futebol estupendo na tua liderança.

E quando, depois de 15 anos de jejum, sofrimento, lamúrias e “quases” que viraram fracassos, voltamos a erguer uma taça e tivemos de volta a nossa alegria, aqui na nossa nova Casa, todos gremistas sentimos que ali agora é o nosso lugar. Os mais resistentes, como eu, se renderam: a Arena é nosso lar, Humaitá/Vila Farrapos é nossa vizinhança. Assim como o Olímpico e Azenha eram antes.

Aí eu pensei também, Renato, em como nesses mesmos cinco anos Porto Alegre decaiu. Não começou em 2012, claro, mas aquela cidade do qual tanto nos orgulhávamos e curtíamos anda descuidada e vilipendiada por seus próprios filhos. Fiquei pensando em como gostaria de voltar a sentir aquelas coisas positivas e otimistas sobre a Capital (e o mundo todo, na verdade) que sentia nos tempos de faculdade.

Eis que, parado em cima da bicicleta em frente ao Iberê, e observando aquela beleza toda, vi mais uma vez o porquê de, apesar dos tantos pesares, ainda dizer que a Capital dos Gaúchos é demais – e sentir a dor infinita das suas ruas por onde jamais passarei. Amor é amor, com todas as suas qualidades e defeitos, mesmo que seja por um lugar, Porto Alegre, o Olímpico ou a Arena. Que POA se reerga como se reergueu o Grêmio. Mas já divago demais aqui.

O fato é que tudo isso traz toda a história de uma vida relacionada ao Imortal, que fez com que o jogo de hoje fosse o gatilho de uma lembrança (que virou uma refestelada mexida pelas memórias). Afinal, neste exato momento, tudo se volta em nossas vidas gremistas para a decisão da próxima quarta-feira, contra o Lanús. Eu não sei os outros, Renato, mas eu só consigo pensar nisso.

Daí que, em meio a esse turbilhão de sentimentos, parei para assistir à partida com uns amigos em dois barezinhos da Cidade Baixa (cada tempo em um deles). E o jogo? O jogo foi um mero detalhe, tal qual o sortudo gol do Kannemann. Claro, não que eu estivesse tão BLASÉ a ponto de não xingar o juiz ou o Jael (que entrou mal, para variar).

Não fui à Arena não por falta de vontade ou de disponibilidade, Renato, mas olha… Se dependesse de mim, esse jogo de hoje nem tinha acontecido. Nem a próxima partida contra o Santos. A verdade é que, por mim, essa próxima SEMANA seria eliminada da EXISTÊNCIA, e hoje já seria o dia 22.

Pode ser qualquer jogo, em qualquer lugar, a qualquer horário, válido por qualquer campeonato, eu sigo acompanhando o Grêmio, Renato. Mas só me interessa a primeiro partida da final da Libertadores contra o Lanús. O único canto que ocupa minha cabeça incessantemente é aquele “Vamos Tricolor, queremos a Copa!”. QUEREMOS A COPA, RENATO!

FORA, FIM DE SEMANA! A vida que espere pela decisão, não o contrário!

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/BkGbTTG9fao

Bom dia, Renato! (com os lances do Grêmio 1 x 1 Vitória na serra)

Bom dia, Renato! (com os lances do Grêmio 1 x 1 Vitória na serra)

Por Samuel Sganzerla

Como foi a estada lá na terrinha? Acabei não subindo a serra, como havia cogitado – em que pese ter honrado a tradição de almoçar galeto e polenta no domingo. Terminei acompanhando o jogo pela televisão e pelo rádio (sim, os dois simultaneamente, perdoem-me, ambientalistas). Tive que ouvir o pessoal da imprensa reclamar, ao cair da tarde, do “frio” de 20 ºC que fazia em plena metade da primavera em Caxias, apesar do sol. Bando de gente fresca, tchê!

Fernandinho: usando a cabeça na serra
Fernandinho: usando a cabeça em empate chocho (ou CHOCHO) | gremio.net

Bueno, sobre o jogo, aparentemente segue a pleno vapor o projeto de eliminar a EUFORIA para o final da Copa Libertadores. Após uma boa vitória contra o Flamengo no domingo passado e o sucesso dos suplentes lá em Campinas no meio da semana, entramos em campo com o time titular hoje para fazer uma apresentação morna tal quais os dias ensolarados da serra. Não que o time tenha sido de todo ruim, mas, no atual estágio, enfrentar uma equipe de qualidade técnica inferior que está na zona da degola era expectativa de vitória.

Lembra que eu te disse que o Grêmio tem dificuldades imensas contra equipes que se fecham lá atrás, Renato? Então, pareceu ser essa a proposta do Vitória, quando, mesmo no primeiro, mal teve um terço da posse de bola. Entretanto, o que se viu foi uma equipe que, quando detinha a pelota, atacava com intensidade e objetividade. Após 10 minutos que pareciam um treino nosso, eles nos surpreenderam, vindo para cima de nós com qualidade até encontrarem o gol.

Na televisão e no rádio, disseram que o Patric (aliás, PATRIC CABRAL LALAU, que baita nome!) estava impedido no momento em que recebeu a bola na cara de Paulo Victor. Eu, sinceramente, não vi nenhuma irregularidade no gol do rubro-negro baiano (um salve a Ivete, Daniela, João Ubaldo e Franciel Cruz!). Achei que estava na mesma linha. Entretanto, se é contra o Grêmio, reclamemos: xingar o juiz é o que nos une no futebol, uma tradição salutar a ser seguida (e se algum árbitro reclamar, pergunte-lhe quando foi a última vez que ele elogiou um torcedor).

Bom, mas sem nem dar tempo de arranjar desculpas, numa boa jogada pela esquerda, que terminou com cruzamento de Leonardo, Fernandinho marcou de cabeça, para empatar o jogo. O grande lance desta tarde, para ver um Alfredo Jaconi lotado e pintado de azul, preto e branco explodir. Pena que a torcida que compareceu em peso não pode sair dali mais alegre, alguns até proferindo suas vaias. Eles não entenderam o projeto PÉS NO CHÃO ainda. Como eu gosto de dizer, antes de uma decisão, só existem dois tipos de torcedores que me irritam profundamente: os otimistas que cantam vitória antes da hora e os pessimistas que chamam derrota. Mas divago!

O fato é que, à exceção de um ou dois lances do Vitória (um deles em uma falha quase fatal de Geromel, salva pelo impedimento bastante claro desta vez), a partida foi toda nossa. Principalmente a partir dos 13 minutos da segunda etapa, quando da expulsão de Fillipe Souto (ninguém mais dá o nome de Felipe ao filho sem fazer FIRULAS!?) após entrada dura em Ramiro. Mas o fato é que não soubemos aproveitar. Estávamos com um a mais, sendo que a disposição em campo aparentava que nossa superioridade numérica era de dois ou três jogadores.

Empilhamos jogadores na linha ofensiva, até aumentando um pouco a criação, mas sem transformar isso em gols. Vagner Mancini ESTACIONOU UM ÔNIBUS na frente da área (como gostam de dizer os antigos) e armou um FERROLHO bastante eficaz. Se Galeano dizia ser um “mendigo do bom futebol”, eu sou um PEDINTE DOS CHUTES DE FORA DA ÁREA. Por que todas as equipes que querem jogar esse futebol moderno Tiki-taka só buscam finalizar da pequena área? Será que ninguém mais sabe chutar da meia-entrada?

Daí o jogo terminou como se anunciou na metade do segundo tempo: um empate CHOCHO. Porém, se nós praticamente abandonamos o Brasileirão lá na 11ª rodada (falaremos sobre isso outra hora), não era faltando cinco partidas, com o Corinthians disparado lá na frente, que iríamos pensar que esse jogo valia disputa por título. O próximo confronto, quarta-feira, na Arena, contra o São Paulo, será a última partida de preparação para a final da Libertadores. Reitero, pois: cabeça lá no dia 22. É a Copa que importa!

Por fim, Renato, terminarei meu fim de semana assistindo novamente a “Tropa de Elite”, de José Padilha. Gosto de relembrar os famosos bordões do Capitão Nascimento (“Não vai subir ninguém!”). Se bem que, a despeito desta provocação BARATA, temos que cumprimentar o primeiro clube a ter confirmado seu acesso para a elite do futebol brasileiro no ano que vem, não!? Meus parabéns, América Mineiro! (Quem diria que Enderson Moreira levaria alguma equipe a algum lugar…)

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

.oOo.

P.s.: Cornetas à parte, registro aqui a minha VAIA SIMBÓLICA para a sempre desastrosa atuação das forças policiais nos estádios brasileiros. Por piores que sejam alguns torcedores, os excessos, o abuso de autoridade e as agressões descabidas de “agentes de segurança” somente causam ainda mais revolta (ainda mais quando alguém alheio às confusões é detido e agredido, como já aconteceu muitas vezes).

Brigões e policiais truculentos apenas se retroalimentam, justificando sua existência uns nos outros. Nada que justifique ações intoleráveis por parte daqueles e arbitrariedades por parte destes. Contudo, um país violento como o nosso necessita de forças policiais preparadas, não de gente mal remunerada e despreparada achando que cassetete na cabeça e pisoteamento de cavalo é a única forma de resolver conflitos.

https://youtu.be/PG95LLcf0k4

Bom dia, Renato (com os melhores lances de Ponte Preta 0 x 1 Grêmio)

Bom dia, Renato (com os melhores lances de Ponte Preta 0 x 1 Grêmio)

Por Samuel Sganzerla

Bom dia, Renato!

De cara, deixa eu te confessar uma coisa: como ontem me liberei dos compromissos profissionais um pouco mais tarde, acabei perdendo os primeiros 20 minutos do jogo. Eu poderia ter escutado no rádio o início da partida, mas tive que sentir aquele GOLPE DIÁRIO na vida do trabalhador brasileiro: deixar de ouvir o futebol, o noticiário de sua preferência ou uma música para aguentar aquele RESQUÍCIO DE ESTADO NOVO chamado “Voz do Brasil”. Mas divago.

O fato é que era um joguinho com o time quase todo reserva ontem, né!? Então já sabíamos: seria uma partida bem feia. Sem decepções quanto a isso, pois. Um sistema defensivo que conta com Bressan, Thyere, Marcelo Oliveira e Jaílson para enfrentar um adversário que não vencemos em seu estádio pelo Brasileirão há quase quatro décadas. Ou seja: TE VIRA, MARCELO GROHE! No final, foi ele mesmo o homem do jogo, fechando a meta nas várias oportunidades criadas e desperdiçadas pela Ponte Preta.

Por óbvio, temos que agradecer também a RUINDADE do time campinense. Não é à toa que estão seriamente ameaçados de rebaixamento. O meio campo deles tinha dificuldades de trocar três passes certos. Quando conseguiam acertar, contando também com nossos erros (de posicionamento da equipe e individuais), parecia que nada dava certo para eles. “Quando a fase é ruim…”, já diria algum filósofo de mesa de bar. Mesmo assim, não foram poucos os sustos que tomamos, e temos que agradecer à deficiência técnica de Léo Gamalho por termos saído de Campinas sem levar gol.

Agora, Renato, eu acredito que o Jael deva jogar muito nos treinos, ter bons indicadores avaliados pela equipe técnica e ser da tua confiança. Todavia, ontem novamente ele alternava um lance em que demonstrava boa visão de jogo, como foi o passe para Léo Moura no lance do gol, com vários outros em que fica evidente que ele e a bola não andam vivendo uma relação muito harmoniosa. Convenhamos: os números dele ainda são piores do que os do Braian Rodríguez e de “Chengue” Morales (para só ficar nesses dois no assunto “contratações gremistas que foram um fiasco”). Se Jael pretende ganhar o título de pior centroavante da história do Grêmio, está no caminho certo, mas não creio que seja um bom momento para isso.

Ramiro comemora seu gol de cabeça | gremio.net
Ramiro comemora seu gol de cabeça | gremio.net

No mais, merece destaque o lance do nosso gol. Léo Moura, do alto de seus 39 anos, mostrou uma qualidade de um lateral à moda antiga: saber fazer um cruzamento na área. Foi uma bola PERFEITA na cabeça de Ramiro, o nosso PEQUENO-GIGANTE, que mal precisou sair do chão para marcar o tento da vitória. Mesmo sendo o time reserva, o que me satisfaz num lance como esse é ver que o Grêmio tem padrão de jogo, que basta acertar a troca de passes e o posicionamento que boas chances são criadas. Claro, quando a qualidade da equipe em campo não é a mesma, isso já fica mais raro, mas pouco importa.

De resto, Renato, foi um jogo bem medíocre. Não que se esperasse muito mais coisa, vide os tenebrosos jogos que tivemos no Campeonato Brasileiro com os suplentes. Pelo menos ontem saímos com a vitória do Moisés Lucarelli, quebramos um tabu de 36 anos sem vencer lá pelo Brasileirão e a equipe segue trabalhando com confiança para nossos objetivos maiores. Vale ressaltar a boa atuação de Michel ontem, mostrando que está de volta ao seu ritmo de jogo.

De notícia ruim, Marcelo Oliveira e Beto da Silva saíram do jogo machucados. O lateral pode ter suas deficiências, mas é suplente imediato, uma pessoa da tua confiança e uma liderança no vestiário. Seria muito ruim perder. E preocupa também a possível ausência do atacante peruano, já que o garoto tem entrado bem há vários jogos e é um dos inscritos para a final da Libertadores. É trabalhar para que estejam bem para o dia 22.

Por fim, Everton teve sua chance como titular, como tanto te pediram depois da atuação estupenda dele no domingo. Mas ontem ele não apareceu muito, tendo uma atuação bem discreta. Agora, não que isso seja de alguma relevância, pois só será possível avaliar seu desempenho em um jogo de 90 minutos quando jogar com o time titular (do contrário, seria sacanagem com o garoto). Nós torcedores continuamos confiando no Cebolinha, que há tempos vem sendo fundamental para a equipe, esteja ele em campo desde o início ou entrando ENDIABRADO na segunda etapa, para infernizar os marcadores.

Nosso próximo jogo será contra o Vitória, lá na minha terra natal. Iremos a Caxias do Sul mandar a partida no estádio Alfredo Jaconi, visto que no sábado a Arena receberá o Coldplay para um grande show (até pensei em ir, mas muito o ingresso está muito caro para uma banda que até gosto, mas nem acho lá tudo isso). Talvez eu suba a serra, aproveitando para ir visitar a família e ir encher a tua paciência lá do alambrado (mentira, já deu para perceber aqui que sou bem chapa-branca contigo, né?!). Se quiser chegar lá na casa da família para tomar um vinho e comer queijo serrano e salame, já fica o convite, Renato. Convida a Carol também, se ela estiver por aí.

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/cbERpnTN8UY

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 3 x 1 Flamengo)

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 3 x 1 Flamengo)

Por Samuel Sganzerla

Bom dia, Renato!

Deixa eu te contar antes: no sábado, saí para tomar uma cerveja com um amigo que foi morar em São Paulo e que eu não o via há muito tempo; fomos num barzinho da Cidade Baixa para, como ele gosta de dizer, “zerar a comanda”. Uma RESENHA digna de um conto de Bukowski, eu diria. Dito isso, fui para o jogo ontem pensando se o Grêmio estaria ainda sob esse efeito de “ressaca”, após a classificação para a final da Libertadores (já que o Brasileirão não vale mais nada para nós há rodadas). Fui inclusive de espírito leve, só esperando ver uma boa atuação da equipe e torcendo para que voltássemos a vencer em casa.

Luan abraça o Cebolinha Éverton, que entrou e marcou dois gols
Luan abraça o Cebolinha Éverton, que entrou e marcou dois gols

Bueno, no início do jogo, quem parecia estar de ressaca era o Marcelo Oliveira (a despeito de as boas línguas falarem por aí que o rapaz não é de beber) – mas ele não comprometeu, sejamos justos. O Flamengo abriu mão de seu estilo mais cadenciado de jogo, focando o time na marcação e na busca de espaços pelo contra-ataque. A formação espelhada das duas equipes facilitou um jogo truncado, de muita movimentação no meio campo, mas quase nada de oportunidades criadas – teve horas que estava ruim de segurar o SONO, eu confesso. Novamente o Grêmio apresentou dificuldades para jogar contra equipes que vêm a Porto Alegre para se defender e esperar pelas nossas falhas.

Olha, Renato, por mais que eu goste de ver o Luan bem, como ele estava no primeiro tempo, fico preocupado quando o time parece depender em demasia dele. Ele flutuando na meia cancha, de uma ala a outra, mas muito sozinho, sempre com no mínimo dois nas costas. Ainda assim, ele conseguiu desferir um bom chute, defendido por Diego Alves. Jael alternou lances em que demonstrou ter certa dificuldade para dominar a bola com outros em que soube fazer o pivô e até PIFAR Ramiro, que não aproveitou o que seria a primeira assistência do CRUEL, novamente parando no goleiro rubro-negro.

O Flamengo, por sua vez, somente deu chutes à distância na primeira etapa, nenhuma no gol de Paulo Victor. Os cariocas seguiam naquele estilo de apostar nas aberturas deixadas por nós, quando subíamos para o ataque, o que poderia ter trazido mais perigos, se Márcio Araújo soubesse acertar um passe. No final do primeiro tempo, eu gostei quando tu disseste para Arthur e Ramiro subirem um pouco mais na marcação, retomando a bola com mais velocidade e compactando mais a equipe, o que permitiu impor o nosso jogo de passes trocados em velocidade. Mesmo que nada tenha ocorrido, fomos com um 0 a 0 para o vestiário que ao menos indicava que deveríamos esperar um segundo tempo melhor para nós.

Pois bem, Renato! Assim como uma pessoa que extrapola o número máximo de cervejas que sabe que deveria beber, parece que todos temos dificuldades de aprender com os próprios erros, não?! Um minuto de jogo no segundo tempo, e tudo que o Flamengo tentou fazer na primeira etapa toda ele conseguiu com um minuto da segunda etapa, esperando um erro nosso para aproveitar todos os espaços deixados abertos para o contra-ataque, e Everton Ribeiro marcando o seu gol de cabeça totalmente desacompanhado. É o que o Muricy Ramalho sempre diz, não?! “A bola pune!”

De toda forma, parece que bastou tomar o gol para que nós mudássemos de atitude. 1 a 0 nas costas e o perigo da quarta derrota consecutiva em casa (a terceira pelo campeonato nacional) fizeram com que fôssemos ao ataque e aproveitássemos o recuo do Flamengo. Entretanto, apesar da nova energia e de um time mais conectado, não fomos efetivos na primeira metade do segundo tempo. Luan e Arthur não estavam bem. Ramiro errava a pontaria. Fernandinho até deu um bom chute, mas foi tudo que ele fez enquanto esteve em campo também (outra má atuação de um dos jogadores mais contestados pela torcida presente). Logo em seguida, Marcelo Oliveira se redimiu, salvando o que poderia ter sido o segundo gol dos cariocas.

Foi aí que tu acertaste a mão, Renato, e salvou o dia! Duas mexidas certeiras, colocando Beto da Silva e Everton nos lugares de Jael e Fernandinho. Nem precisou aguardar para ver a movimentação que os dois trariam: no primeiro lance em que eles participaram, veio o gol de empate. Michel lançou na ponta, Ramiro (o pequeno-gigante) pulou mais alto para cabecear para o meio da área, Beto da Silva FUROU (propositadamente, óbvio) e Everton, o iluminado do dia, se antecipou entre Rhodolfo e Pará para tirar a tocar a bola de leve no canto oposto de Diego Alves. 1 a 1 e um alívio enorme!

Daí, nem dois minutos depois, Edilson resolveu EMULAR Gérson, numa versão destra, e fazer um lançamento EXCEPCIONAL de 40 metros para Everton entrar livre e dar uma cavadinha no canto do goleiro, virando o jogo e fazendo a Arena explodir em festa. Tudo bem que o lateral-direito flamenguista colaborou fazendo o que sabe fazer de melhor (falhar), mas isso não tirou a beleza do lance e a grandeza daquela virada. E ali apenas se consolidou o fato de que CEBOLINHA (apelido curiosamente dado a ele pelo próprio Pará, que hoje certamente terá pesadelos CHOROSOS) seria o homem do jogo e o cara deste domingo.

Dez minutos depois, veríamos Beto da Silva fazer grande jogada, também demonstrando porque a torcida flamenguista corretamente não tem mais paciência alguma com Rafael Vaz, e servindo Luan, para que o craque deixasse o seu. Ele ainda perderia um gol de cabeça relativamente fácil, mas como tem crédito com a torcida e o placar estava construído, ninguém se importou. Na verdade, naquela altura do jogo, eu até já havia esquecido da MALEMOLÊNCIA que acometia meu corpo, porque o espírito contagiante que sói pairar por cada alma Tricolor já falava mais alto do que tudo.

Nós gremistas pulávamos na arquibancada, e a emocionante virada já tinha me feito desistir de ver o jogo mais “tranquilamente”, pouco interessando a minha cabeça CANSADA. Enquanto já esperávamos o final do jogo, o Flamengo ainda colocou uma bola na nossa trave, ainda com a boa intervenção de Paulo Victor. Mas isso já não importava mais. Foi muito bom voltar a vencer na Arena, Renato. A gente precisava disso, precisava de uma vitória com uma atuação como a de hoje: um time que mostra que pode mudar a postura e a forma de jogar quando necessário e reverter um placar numa partida que se apresenta difícil.

As nossas cabeças certamente já estavam todas lá no próximo dia 22, na primeira partida da final contra o Lanús, aqui em Porto Alegre. Mas nada impediu que sentíssemos o sofrimento de quando o time foi mal e a alegria de quando se recuperou e venceu. Queremos essa confiança e esse ímpeto daqui até o dia 29. Porque, após o apito final de hoje, tudo era uma grande festividade, e nada mais poderia nos tirar aquele belo final de tarde, em que bastava olhar para cima para lembrar o quão belo é o céu AZUL.

“No meio da alegria, não teve aquele que não bebeu!”, já se entoava o canto na saída. Bom, na verdade até teve, porque eu só volto a beber no próximo final de semana mesmo – a menos que algumas Cocas-Colas valham para acompanhar a música. Mas a música que está presente em nossas mentes 24 horas por dia é outra: “Queremos a Copa”. Queremos a Libertadores, Renato! Queremos o Tri! Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/Mb5Ma-efstE