Bom dia, Aguirre ou Futebol, futebol e (pouco) futebol

Bom dia, Aguirre ou Futebol, futebol e (pouco) futebol

O Inter venceu ontem à noite o Fluminense por 4 x 2, placar que não espelha a dificuldade do jogo, que estava 2 x 2 aos 90 minutos e que ficou 4 x 2 aos 93 e 95. Meio envergonhado com os olhares, o Inter está amamentando um recém-nascido espírito vencedor — o qual ontem não se abateu com o gol de empate do Flu aos 38 do segundo tempo.

Só os bons: Edenílson Cuesta e Bruno Méndez | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional

Aguirre também está conseguindo que o time não pare de criar chances de gol. Antes criávamos e desperdiçávamos, agora criamos e fazemos. Durante a época de desenfreado despilfarro, a sombra do Z-4 aproximou-se e eu tinha receio de que o time desanimasse de vez. (Sabemos que os times grandes que caem passam por esta fase de nervosismo, perdendo gols incríveis a cada jogo). Mas o fato é que fizemos 8 gols  contra 2 times nada ruins.

Deste modo, Aguirre e o departamento de futebol tiveram o mérito de umedecer o chão, fazendo a poeira baixar, de acalmar os ânimos de quem estava deslumbrado com a janela de transferências e de deixar o grupo respirar. Tenho certeza de que em nosso sorriso de hoje há boa dose de alívio.

Cuesta voltou a fazer seu jogo de grandes acertos e algumas falhas. Dourado e Lindoso estão cobrindo direitinho os avanços do argentino — que ontem deu os passes para os dois gols de Edenílson. (Aliás, Ed jogou demais ontem e já é um dos goleadores do Covidão 2021). Yuri se encontrou. Taison começa e voar. Bruno Méndez é um verdadeiro achado. Daniel é outro acerto. Só Moisés e Patrick não conseguem acompanhar os outros. Por que tu não escalas Paulo Victor no lugar do Moisés, Aguirre?

E afastaram o Galhardo. Bom jogador, só que um baita de um chato, basta olhar pra cara dele para saber que adora azucrinar.

Estamos com 21 pontos em 16 jogos. É uma campanha fraca (44% de aproveitamento), mas é ascendente.

E la nave va. Ainda não sabemos claramente para onde vai, só que não é para o Z-4.

.oOo.

Há exatos 15 anos, eu, meu filho Bernardo e o amigo Milton Saad fomos juntos ao Beira-rio. Tinha chovido durante o dia, mas parou de chover ali pelas 17h, enquanto nos deslocávamos para o estádio a fim de ver o Inter ganhar nosso primeira Libertadores. Ficamos horas na fila, mas como valeu a pena!

Dois causos daquele dia:

~ 1 ~

Meu sobrinho Filipe — na época um adulto de 22 anos e que assistia o jogo em outro local do estádio — não suporta a tensão e resolve “ver” o final da partida fechado no banheiro. Entra no malcheiroso recinto com o rádio a todo volume. Como consequência, vê saírem das privadas e de todos os cantos pessoas gritando para ele desligar aquela porcaria. O banheiro estava lotado.

— Aqui ninguém ouve rádio, caralho! Se quiser ficar com a gente, desliga!

Filipe desligou. Todos ouviam o som do estádio, esperando os gritos da comemoração do título. Sim, é uma espécie de seita da qual ignoramos a existência. Eles ficaram ali parados, os nervos à flor da pele, aspirando à vitória e a inolvidável fragrância de um banheiro masculino de estádio de futebol. (Nada como saber usar crases).

~ 2 ~

Eu pergunto para o Bernardo, no finalzinho do jogo.

— Dado, quantos minutos?

Ele consulta o relógio.

— 42.

Depois de meia hora e de uns duzentos ataques do São Paulo, pergunto novamente:

— Dado, quantos minutos?

Ele consulta o relógio.

— 43.

— Não pode, merda! Tu não sabe nem controlar o tempo, bosta!

(Como se mede o “tempo emocional”?).

15 anos. Saudades daquele dia.

Sim, Tinga fez este gol bem na minha frente

.oOo.

O Grêmio está louco para cair. Dei gargalhadas com a entrevista de Felipão após a partida. Segundo o mestre, o Grêmio tinha perdido porque não se esforçava nem cometia faltas nos momentos fundamentais. Interessante. Ele vive nos anos 90.

Fico feliz de ter previsto as dificuldades tricolores. Quem lê minhas bobagens, sabe que eu escrevi que Geromel, Rafinha, Diego Souza e Maicon completariam 36 anos neste segundo semestre e não aguentariam as exigências físicas do Brasileiro. O Grêmio conseguiu substituir bem Rafinha, mas Diego e Maicon sumiram e Geromel está Geromal.

É claro que nós desejamos a terceira queda, só que esse Campaz que eles contrataram é muito bom e pode acertar o time e enterrar de vez Jean Pyerre — o bom jogador que parece não querer jogar. Acho que, para livrarem-se do Z-4, eles precisarão ganhar mais ou menos a metade dos pontos que disputarão a partir de agora. É simples, mas sabemos como é. Quando estamos mal, até peido descadeira.

O Inter estava caindo e reagiu. Eles deram uma broxada violenta, daquelas que o cara até para de se mexer. Que permaneçam assim.

Quem tem medo de Felipão? | Foto: Sergio Barzaghi / Gazeta Press

Bom dia, Odair, (com os melhores lances de Inter 2 x 0 Flu)

Bom dia, Odair, (com os melhores lances de Inter 2 x 0 Flu)

Meu caro Odair.

Tu gostas de perder tempo. Ou respeitas algum acordo equivocado com teus jogadores. Pois passar o primeiro tempo com o atual Patrick no time é pura perda de tempo. Não sou favorável a fazer uma troca de técnico para 2019 — teu trabalho foi antecedido por diversas tragédias –, mas, credo, tu és muito lento na mudança de escalação.

No início do segundo tempo, quando entrou Rossi, que não é nenhuma Brastemp, no lugar de Patrick, o time respirou melhor e reais jogadas de linha de fundo apareceram, apesar de que os bons cruzamentos do bolsomínion eram desperdiçados Jonatan Álvez, outro problema.

O primeiro gol de Nico foi uma obra de arte. | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional

Mas quem resolveu o jogo foi o artilheiro, né? Que golaços fez Nico López! Digam o que disserem, jogadores como Nico são imprescindíveis. Tem gente que não chuta, que tem medo de errar, que é cagona. Outros, como Nico, não tem o menor receio de errar e acaba salvando o time por ter um chute violento. Grande Nico!

As outras observações são repetições. O Inter é leeeeento. Dale jogou bem, Fabiano foi Fabiano, Dourado jogou muito, Iago foi mal (e fez várias opções tolas em passes). Ou seja, não houve grandes surpresas.

Então, faltando apenas uma rodada para acabar o Brasileiro,  já conquistamos a vaga direta para a Libertadores 2019. Com o resultado de ontem, o Inter chegou aos 68 pontos, ficando definitivamente com a terceira posição na tabela de classificação.

A última partida será no dia 2 de dezembro, às 17h, domingo, diante do Paraná, fora de casa. É quase um jogo amistoso, no qual poderíamos ver Sarrafiore, Richard e outros jogadores secretos, né, Odair?

Bom dia, Odair (com os lances de Fluminense 0 x 3 Inter)

Bom dia, Odair (com os lances de Fluminense 0 x 3 Inter)

O Inter não fez uma partida de encher os olhos contra o Fluminense e, mesmo assim, fez muito mais do que o suficiente. O placar é claro. Nosso início foi frouxo e com muitos erros de passes, no que era respondido à altura pelo Fluminense. E o primeiro gol saiu justamente num erro de passe do Flu. Rodrigo Dourado interceptou uma saída errada de bola e passou a Nico López, que está numa fase tão boa que simplesmente não perde gols. Depois, ainda no primeiro tempo, fizeram Álvez e novamente Nico. Só gols uruguaios, como veem.

Fotos: Ricardo Duarte
Jonatan Álvez e Iago comemoram o segundo gol, obra deles | Fotos: Ricardo Duarte

E o Fluminense desmanchou, é óbvio. Com 0 x 3, o clima não ficou dos melhores. Então, o Inter tirou o pé do acelerador. Tirou tanto que Marcelo Lomba acabou como uma das maiores figuras da partida. Fez defesas incríveis, deixando certamente Danilo Fernandes preocupado em casa. Aliás, Danilo… Deixa pra lá. Afinal, ontem foi dia de vitória das grandes e não vou criticar ninguém.

A vitória é um bom costume e esta não é apenas uma frase sem noção. A vitória acostuma. Depois daquele retrancão no Gre-Nal, o Inter fez 13 jogos. Venceu 9, empatou 3 e perdeu 1. Foram 30 pontos, 24 gols a favor e 9 contra. A gente vem se habituando às vitórias e achando estranho perder. Sabemos que tudo o que é bom acostuma rápido.

Mas é importante saber porque estamos vencendo. A solidez defensiva é fundamental neste processo. Um time que quase não leva gols acaba conseguindo alguma coisa lá na frente. E, quando falo em nossa defesa, digo que ela começa na marcação dos homens da frente, passa pelo meio de campo e chega até os zagueiros. Todo mundo participa e se diverte, principalmente Dourado e Moledo, que têm sido soberbos.

Estamos em terceiro lugar, a três pontos do primeiro colocado. Nesta 18ª rodada, todos os 5 líderes venceram. Temos 35 pontos, e se vencermos a próxima partida, chegaremos à 66% de aproveitamento nestas primeiras 19 rodadas — todo o primeiro turno. Nosso jogo no domingo, às 11h, no Beira-Rio, é contra o lanterna (e touca) Paraná. Não pensem que acho que será fácil.

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 0 x 0 Flu)

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 0 x 0 Flu)

Por Samuel Sganzerla

Então, eis que tivemos mais um capítulo desse recente drama que o Grêmio vive: a inglória missão de furar retrancas. Ontem à noite, lá na Arena, o Fluminense entrou em campo de forma semelhante aos times que enfrentamos nas últimas rodadas do Brasileirão – e ao Defensor, que também chegou todo fechado lá atrás, para nos encarar na Libertadores.

Éverton contra as retrancas | gremio.net
Éverton contra as retrancas | gremio.net

Muito provavelmente, Renato, tudo isso seja reflexo lá do início deste mês que hoje se encerra. Após uma sequência de grandes goleadas nossas, todos os times que nos encararam, principalmente aqui em casa, estabeleceram um padrão tático que faria inveja a Karl Rappan, o técnico inventor do “Ferrolho Suíço”.

Chegando no estádio com dois amigos que foram assistir à partida comigo, comentei com eles: “O jogo de hoje vai ser um saco! Tenham certeza que o Fluminense vai entrar numa formação defensiva com uma linha de 5 atrás e uma linha de 4 logo à frente, no meio, com um jogador do setor se deslocando para pressionar a bola e o resto fechando”. Dito e feito!

Ao longo dos 90 minutos de partida, nós tivemos 70% de posse de bola, 20 finalizações e oito escanteios (contra nenhum do Fluminense). Apesar do grande número de chutes, foram apenas seis a gol, sendo poucas chances claras para marcar. Novamente, Renato, tivemos o predomínio absoluto do jogo, mas não conseguimos transformar isso em vitória.

Num primeiro tempo em que praticamente apenas nós jogamos, nossa melhor oportunidade veio num cabeceio do Kannemann, que passou rente ao travessão, por cima do gol. André teria feito um dos grandes golaços de sua carreira, se não estivesse ligeiramente impedido antes de matar no peito e mandar uma bicicleta para as redes da meta do time carioca.

O segundo tempo mudou um pouco de figura. Se o adversário não tem um grande elenco, tem pelo menos um técnico que sabe “tirar leite de pedra”. Diferentemente dos confrontos contra Atlético-PR, Inter e Paraná, em que ficamos no 0 a 0, mas não corremos risco nenhum, os cariocas souberam propiciar alguns bons contra-ataques, que levaram perigo à nossa meta. Agradecemos mais uma vez ao Grohe, por sinal.

O meio campo com Maicon e Cícero na volância certamente ganha qualidade na armação, Renato, mas perde um pouco em marcação – e dali e do mau posicionamento do Madson é que nasceram as jogadas de perigo do adversário. Sinto que o Arthur faz falta não somente pela sua importância na equipe, mas porque o próprio futebol do nosso capitão não tem a mesma desenvoltura sem ele – ontem o Maicon cometeu alguns erros de passe e demarcação que não costuma cometer, mas foi bem mesmo assim.

Luan, apesar de criticado pelos analistas dos botecos dos arredores da Arena, é sempre uma peça fundamental no time. Mesmo não produzindo tudo que pode, as jogadas das melhores chances sempre passaram por seus pés, terminando em passes precisos que carregavam o time para o ataque com mais qualidade. Mas, como ele mesmo sabe, pode fazer mais, apesar da ferrenha marcação que sofre.

E as nossas melhores chances de vencer o Fluminense vieram na metade da segunda etapa, pelos pés do Everton. Contudo, ontem ele não conseguiu ser decisivo, como tem sido neste 2018. O destaque vai para dois lances: o primeiro no contra-ataque fulminante, em que deixou o marcador na saudade e encobriu o goleiro, que conseguiu dar um leve desvio na bola, fazendo-a sair caprichosamente, na rede pelo lado de fora; a segunda foi a grande chance do jogo, em que ele perdeu um gol que não é do seu feitio, com a bola sobrando dentro da área e o goleiro já vendido no lance (bateu novamente na lateral de fora da rede).

Eu entendi a tua opção por Lima no lugar do Ramiro, Renato, procurando dar mais ofensividade ao Grêmio, que sabia que enfrentaria um ferrolho. Mas não funcionou muito bem, porque o garoto teve boa movimentação, até desenvolveu bem algumas jogadas, mas nenhuma produção efetiva. Pepê entrou bem em seu lugar, mas também não fez muito. O destaque negativo da partida vai para Madson, que APANHOU da bola, e para os escanteios mal batidos pela equipe – hora de voltar aos treinamentos!

Enfim, mais um 0 a 0. Contudo, apesar de também estar insatisfeito com o resultado, gostaria de dizer que não faz o menor sentido esse clima de “queda” que alguns estão tentando criar. Se o Grêmio não reproduziu seu melhor futebol nas últimas rodadas, também não se pode dizer que não manteve uma vitoriosa sequência, atrapalhada por empates com times que entraram com o único objetivo de não perder o jogo para nós.

Neste mês de maio, o Grêmio fez nada menos do que nove partidas, tendo seis vitórias e três empates – sabendo que poderíamos ter saído vitoriosos de todos estes. Fez 17 gols e sofreu apenas três (um no time reserva, um contra e aquele azarado na goleada contra o Santos, em que a bola desviou no Kannemann e interrompeu o recorde de invencibilidade do Grohe). E isso tudo lembrando que não conseguimos colocar os 11 titulares em campo há dois meses.

Temos que ter em mente, Renato, que nossa missão até a parada da Copa do Mundo vai ser enfrentar, em meio a todo esse desgaste, times que entrarão em campo contra o Grêmio para fazer um ponto (talvez o Palmeiras fuja dessa lógica). Até que as outras equipes comecem a precisar construir o resultado, buscar a vitória, a nossa realidade será continuar encarando adversários que se contentam em empatar conosco no Brasileirão.

Quero dizer, com isso tudo, que obviamente gostaria de estar na liderança, agora um pouco distante por conta desses pontos perdidos. Mas que não há qualquer motivo para desesperança, visto o alto padrão de jogo que o time tem mantido e as circunstâncias atuais. Mudanças pontuais e alguns reforços no elenco podem muito bem nos colocar na ponta da tabela, visto que não há nenhuma equipe disparando neste início de campeonato. Que venham os próximos jogos! Até domingo e boa viagem a Salvador, Renato!

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

https://youtu.be/HBrYVZCJI4c

Bom dia, Zago (com os melhores lances de Inter 1 x 0 Flu)

Bom dia, Zago (com os melhores lances de Inter 1 x 0 Flu)
O gol foi do volante Charles | Foto: Ricardo Duarte
O gol foi do volante Charles | Foto: Ricardo Duarte

Ontem, fizemos melhor partida de 2017. Sim, tivemos poucos jogos, o ano está recém iniciando, mas o losango formado por Anselmo, Dourado, Charles e Dale foi a melhor solução encontrada até o momento. É claro que o adversário era o time reserva de Fluminense e jogamos com três volantes. Mas isso é mera tese, porque Dourado não joga mais como volante, está sempre no ataque e precisa de proteção atrás. Charles e ele alternaram-se eficientemente na função de ir ao ataque, preocupando o Flu.

Os laterais Alemão e Uendel atacaram bem — às vezes ao mesmo tempo, certamente em razão da presença dos tais 3 volantes — e tiveram problemas atrás. Acho que Uendel e Charles são as melhores notícias do ano. Klaus e Paulão atuaram bem demais. (Não tenho nada contra o Paulão jogar bem). Na frente, tivemos D´Alessandro pela direita e Valdívia pela esquerda, com o péssimo Roberson centralizado.

O interessante é que o gol de Charles teve uma troca de passes de 35 segundos. Foram mais de 20 passes certos. Mas fala sério, Zago, Roberson pode ser teu bruxo, mas deve vazar já, na minha opinião. E o Andrigo leva jeito de motoqueiro entregador de pizza, daqueles trazem o troco num saquinho.

Tu pegaste um time há 18 meses sem técnico. Vejo lógica nas tuas decisões e sei que vai demorar para que o time tome forma. Sou otimista. Por outro lado, a pressão será enorme. Uendel disse que até os treinos são nervosos. Por isso é que seriam importantes algumas vitórias no Gaúcho. O Inter está em 10º no regional, o 11º já está na zona do rebaixamento. Não dá, né? Isso incomoda.

Creio que estamos estruturando um novo time. Talvez não vá ser uma Brastemp, mas acho que será um time. Finalmente.

https://youtu.be/LbXXdECMcNw

Bom, dia, Paulo Roberto Falcão

Bom, dia, Paulo Roberto Falcão
Seijas pede um melhor time aos céus
Seijas pede um melhor time aos céus

Falcão, estava em férias e tive a sorte de não ver o jogo de ontem. Mas vi os melhores lances. É pouco e é suficiente, pois trata-se de repetições cansativas dos últimos jogos. Quando o time se anima, o sistema defensivo entrega. Ontem, Fabinho errou uma bola fácil e ofereceu o contra-ataque ao Fluminense. Com a defesa desguarnecida e ruim de nascença, gol do Flu.

Sabe, precisamos resolver a questão defensiva. Estamos muito mal lá atrás. Se fizermos mais um grupo de 11 jogos com 3 pontos conquistados em 33, seremos brindados com uma bela segundona em 2017. Culpa tua? Não, absolutamente não. A culpa vai para para o destreinador Argélico Fucks e para seus avalistas, Vitorio Piffero e Carlos Pellegrini. O time está péssimo e tem sérios problemas de formação. Não temos lateral esquerdo, não reserva para o outro lado e os volantes são deficientes, para começar…

Então, Falcão, pense em três zagueiros. Pense em algo como Paulão, Ernando e Eduardo contra a Chapecoense, com dois volantes, sendo um deles Anderson, pois ao menos ele não erra em bola (e tem melhor passe). Chega de ser surpreendido por contra-ataques. É o momento de sermos pragmáticos. Nosso objetivo deve ser apenas um: evitar a degola. Não somos o Grêmio.

No mais, vamos seguir fingindo que não estamos em pânico.

Quando o Grêmio debutar em 2016, nossa criança terá 5 aninhos

Quando o Grêmio debutar em 2016, nossa criança terá 5 aninhos
A foto de Ricardo Duarte mostra o melhor do Inter -- Dourado e Vitinho. Já o resto...
A foto de Ricardo Duarte mostra o melhor do Inter: Dourado e Vitinho. Já o resto…

É uma pena que a longa agonia do Inter mascare sua absoluta ruindade neste péssimo ano. Se, nesta altura, estivéssemos sem chances de Libertadores no Brasileirão 2015, talvez a diretoria já trabalhasse planejando algo de mais consistente para o ano que vem. O jogo de ontem demonstrou como o se joga fora uma classificação. O Fluminense — com um time misto — pediu para ser derrotado. Viramos o primeiro tempo com vantagem de 1 x 0, jogamos todo o segundo contra 10 e… cedemos o empate. Demos um tal banho de bola no primeiro tempo, o jogo estava tão fácil que escolhemos relaxar no segundo.

2015 pode ser resumido assim: problemas com o preparo físico, com doping, contratação no meio do ano de um treinador inadequado, mais problemas físicos (agora com os velhos D`Alessandro, Alex, Juan, Réver e Anderson, que, aos 27, parece ter 40) e nada de títulos importantes. E assim vamos seguindo o Grêmio. Se eles completarão 15 anos sem eles e debutarão em 2016, nossa criança terá já 5 anos. Mas, incrivelmente, vamos para a última rodada ainda com chances, o que servirá para esconder o fracasso por mais uma semana..

A conclusão a que chego às vésperas da última rodada do campeonato não pode ser mais desalentadora para o futebol brasileiro. Dos 5 melhores classificados, 4 são péssimos, o que explica enorme a distância do Corinthians na primeira colocação. Os times atuais de Atlético-MG, Grêmio, São Paulo e Inter são piadas que deveriam estar na segunda metade da tabela se o Brasileiro tivesse um mínimo de qualidade. Mesmo sem grandes contratações, a base do Inter deveria garantir uma classificação, mas esta também não funciona direito e hoje toma goleadas do pessoal do uma e tá.

Reclamar de arbitragem? Dizer que o pênalti a favor do Flu foi mal marcado? Também acho, mas ora, colorados, deixem essas circunstanciazinhas de lado. Era um jogo fácil que se complicou por nossa incapacidade de manter uma mínima compostura em campo.

Nosso time resume-se aos chutes do emprestado e Vitinho e, olha, nem dá para ver corretamente o que mais serve com tanta desorganização em campo. Dourado e Alisson, certamente. O resto eu não sei.

https://youtu.be/3ajpkkUe3aI

Bom dia, Piffero (com os melhores lances do jogo de ontem)

Bom dia, Piffero (com os melhores lances do jogo de ontem)
Foto: Alexandre Lops
Foto: Alexandre Lops

Piffero, tu não paras de fazer bobagens, né? Esse negócio de anunciar que estás apalavrado com Muricy para 2016 — grande coisa… –, torna residual e desimportante o trabalho do técnico que assumirá até o fim do ano. Não posso acreditar que teremos um técnico-tampão. Tu não paras de fazer besteiras! Não paras e não paras. Mais uma: ontem, teu vice Pellegrino disse com todas as letras que Elio Carravetta tinha alertado em fevereiro que o esquema de preparação física adotado pela equipe de Aguirre era deficiente. O que houve? Ora, perdemos a Libertadores por não termos conseguido marcar o Tigres. O cara tinha avisado em FEVEREIRO…

Bem, a vitória de ontem foi bonita. Lutamos, jogamos muito mal e acabamos vencendo com um gol numa tabelinha entre Vitinho e o goleiro Diego Cavalieri do Fluminense, após Rafael Moura errar. Era o máximo possível de fazer depois do fiasco da Arena. Fiquei feliz. Gostei das entradas de Lisandro e Vitinho, merecem atenção.

Falam em Argel… Acho uma boa escolha. Ele é grosso pacas, vai dizer um monte de asneiras… Ou seja, seguirá tua linha, Piffero. Sim, sei, futebol não é para poetas. Vai lá, contrata o cara e, se ele se der bem, esqueça o velho e combalido Muricy. Infelizmente, a verdade está no título do livro que inspirou o filme dos irmãos Coen: No country for old men.

https://youtu.be/qXqKpYXvQdU

Luis Artime e seus erros

Luis Artime e seus erros

Este ano, Artime completará 77 anos. Dizem que este centroavante argentino, famoso nas décadas de 60 e, principalmente, no início dos anos 70, fez mais de mil gols em sua carreira. Talvez este cálculo não seja lá muito verdadeiro, pois ele marcou por volta de 400 em jogos oficiais e os outros 600 seriam em jogos amistosos… Sei lá. Mas não interessa. Seu currículo de títulos e gols importantes já deixaria a esmagadora maioria dos outros artilheiros invejosos: em 25 partidas pela seleção argentina marcou 24 gols, foi 4 vezes goleador do Campeonato Argentino, 3 vezes do Uruguaio, 1 vez da Copa América, 1 vez da Libertadores e, no Mundial de 1971, fez os três gols do Nacional de Montevideo nas duas partidas contra o Panathinaikos (empate em 1 x 1 na Grécia e vitória por 2 x 1 no Uruguai). Também é importante saber que ele atuou 16 vezes em clássicos contra o Peñarol, tendo vencido 10 jogos e empatado 6. Em 12 destas partidas deixou sua marca. Ah, e ainda é o oitavo maior goleador da Libertadores em todos os tempos.

Apresentado Artime, seguimos nossa história dizendo que ele foi do River Plate e do Independiente antes de chegar ao Palmeiras em 1968, conforme a foto abaixo.

artime-1968

Esta manchete do Diário Popular de 27 de maio de 1968 contém verdades e mentiras. Sim, o nome do sujeito é Artime, apesar daquele equivocado o “z” em seu Luis; ele efetivamente marcara 48 gols em seus últimos 57 jogos pelo Independiente; porém ele não nasceu em Mendoza e, muito mais importante, apareceu aliviado de 3 anos em São Paulo. Em vez de ter nascido em 02/12/1938, rejuvenescera para 25/11/1941, ou seja, em vez de estar beirando os 30, ele chegou ao alvi-verde com 26 anos. Normalíssimo para a época (lembro que Mário Sérgio fez 31 anos umas quatro ou cinco vezes…). A estreia – contra seu ex-clube – foi um sucesso, Artime já saiu de cara guardando dois:

gazeta-artime-1968

No Palmeiras, Artime seguiu marcando gols em profusão, tornou-se um grande ídolo, mas ficou apenas alguns meses, pois o Nacional de Montevidéu fez algo impossível nos dias de hoje. Foi a São Paulo com uma mala cheia de dólares e comprou a peso de ouro o grande atacante. Valeu a pena.

Em três anos, ele marcou 155 gols pelo Nacional. É o maior goleador do clube nos últimos 40 anos. Foi artilheiro do Campeonato Uruguaio de 1969, com 24 gols, de 70, com 21, e de 71, com 16. Foi tricampeão do país, campeão da Libertadores da América de 1971 em três sensacionais jogos contra o Estudiantes – o jogo de desempate foi em Lima e Artime, bem, vocês já imaginam: ele deixou o seu (Espárrago, outro craque de bola, fez o outro). E, como já disse, ainda foi Campeão Interclubes contra o Panathinaikos…

Agora, que vocês já conhecem os números do cara, preciso explicar que ele não era muito alto, mas era o mais mortal dos cabeceadores; não era também muito hábil, mas se um saco de arroz passasse na sua frente acabaria dentro do gol; o que tinha de especial era uma arrancada realmente estúpida. Vi-o jogar uma vez contra o Grêmio em 1968, só que não lembro do resultado.

Quando Artime deixou o Nacional, foi jogar no Fluminense, que estava montando um supertime. Gérson descreveu o novo esquema de jogo com singeleza:

— Eu recebo a bola do Denílson, lanço o Lula e corro para abraçar o Artime.

Simples, não? O único problema é que argentino chegou muito velho ao tricolor das Laranjeiras e não repetiu os sucessos anteriores. Quando chegou ao Rio, João Saldanha foi entrevistá-lo num programa de rádio e, conversa vai, conversa vem, Artime deixou João embasbacado com uma declaração:

— Quase a metade de meus gols acontecem porque erro a conclusão.

João pensou que Artime fosse meio louco, mas ouviu a explicação:

— Por exemplo, eu tenho um método para cabecear: se o cruzamento vem da esquerda, eu enquadro o corpo de tal forma que meu ombro direito aponte para o poste esquerdo da goleira. Então, escolho um canto, mas como acho fundamental que minha testa bata em cheio na bola, com força, raramente acerto o canto escolhido. (O principal é cabecear forte, por supuesto). Só que como estou com o corpo bem enquadrado, mesmo que erre um pouco a bola acaba indo com força no gol e os goleiros não conseguem pegar.

— E os gols com o pé?

— São mais ou menos a mesma coisa. No entrevero da grande área, eu tento ser rápido e chutar forte, mas nem sempre consigo olhar para onde. Muitas vezes pego mal na bola, mas ela entra assim mesmo. É até melhor quando erro um pouquinho, porque acabo enganando os goleiros…

— E os toques na saída do goleiro?

— Como sou veloz, tento chegar logo na bola e não dou tempo para eles saírem. Então, dou uma bomba sem olhar, na direção do gol. Eles não têm tempo para reagir.

Por uma questão de gentileza, o gaúcho João Saldanha — que possuía orientação política soviética e no futebol era radicalmente carioca — não chamou o argentino de grosso, mas fez a tola pergunta-padrão:

— Você acha que vai se adaptar a um futebol requintado como o do novo Fluminense?

Sim, o brilhante João Sem Medo deve ter ficado perturbado com as respostas de Artime para fazer uma pergunta tola como essa.

Bom dia, Abel Braga (veja os melhores lances de Inter x Fluminense)

Bom dia, Abel Braga (veja os melhores lances de Inter x Fluminense)
Abel tripudia sobre este comentarista: "Ganhei, viu seu putão?".
Abel tripudia sobre este comentarista: “Ganhei, viu seu putão?”.

Meu caro Abel Braga, como é difícil conviver contigo! Na quinta-feira, tu me tomas 5 x 0 da Chapecoense e no domingo tu ganhas do Fluminense por 2 x 1 jogando bom futebol? É óbvio que houve graves problemas no vestiário no jogo em Santa Catarina, além de tuas escalações malucas, né?

Pois ontem tu estiveste mais calmo, sem inventar muito. Puseste o ex-junior Diogo no lugar do péssimo Gilberto e não fizeste nenhuma outra improvisação. O único senão foi a reescalação de Alan Patrick, teu bruxo, como titular. Bota o Valdívia deste o início, Abel! O AP é muito deficiente e lento! O futebol é dos que fazem o máximo em menos tempo e o AP tem que pisar na bola, olhar, cada jogada dele é um parto.

Apesar de todas as merdas que fizemos no campeonato, temos, segundo o matemático Tristão Garcia, 81% de chances de chegar à Libertadores e 11% para sermos campeões. É uma campanha média superior. Só não me caga tudo de novo, tá? Aránguiz retorna como volante, Gilberto vai para o crematório, Valdívia entra na do Alan Patrick e nada de enfiar o Wellington Paulista ou no Rafael Moura no time ao lado do NIlmar, tá? Nilmar tem que jogar com quem sabe: Alex, D`Alessandro — que jogaram demais contra o Flu — Valdívia e Aránguiz.

Nada de inventar. Já chega, Abel.

http://youtu.be/H05z2rppzBo

Bom dia, Abel Braga (veja os gols)

Bom dia, Abel Braga (veja os gols)
Abel Braga: o bom jogo merecia três pontos
Abel Braga: o bom jogo realizado merecia os três pontos

Jogamos melhor e não ganhamos. Espero que este não se torne nosso mantra, Abel. Ainda mais porque os empates, o resultado mais comum de quem deixa de ganhar, dá apenas 1 ponto, 33% dos buscados 3. Ou seja, qualquer empate é uma quase-derrota. Por exemplo, o Inter perdeu apenas uma vez, enquanto que o Fluminense perdeu três. Quem, está na frente? O Flu, pelo critério de desempate, que tem como item nº 1 o número de vitórias.

Alan Patrick devolveu criatividade a nosso meio-de-campo e acompanhou com grande produção a D`Alessandro. Por que saiu, estava machucado, Abel? Pergunto porque o Valdívia, que entrou em seu lugar, está se especializando em perder gols. Chato isso, o guri joga bem, é veloz, mas perde as jogadas que cria. Acho que ele tem que treinar mais esse negócio de chutar em gol. Isto cabe a ti fazer. Juan jogou um bolão, assim como Dale, Willians e até Fabrício. Mas perdemos gols demais. Desde o primeiro tempo tivemos que conviver com o inferno dos gols perdidos.

Agora há um período de folga seguido de outro treinamentos. Espero que o Luque se integre bem assim como nosso terceiro Wellington de 2014. O próximo jogo — contra o Corinthians no invicto Itaquerão — será só em 16 de julho.

Boas férias, querido. Abaixo os melhores lances de ontem.

http://youtu.be/IyXvvZZEepM

Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga

dungaCaríssimo!

Parabéns pela grande vitória. São três pontos que poucos times obterão ao longo do campeonato. Fazem a diferença e, de certa forma, compensam aquela inexplicável derrota para o Bahia lá em Caxias. Aliás, espero que nossos jogos logo possam ocorrer aqui em Novo Hamburgo, muito mais perto.

Meus parabéns se estendem ao fato de que hoje houve volantes na frente de nossa zaga, hoje tu deste proteção para nossos velhinhos. Dunga, gostei muito da providência. Josimar e Fabrício ficaram ali. Está correto.

Esta vitória foi tua. O time estava todo esbodegado, cheio de improvisações. Eram 8 desfalques: Willians, Caio, Leandro Damião, Maurides, Otávio, Ygor, Airton e Mike. O lateral Fabrício de volante, o atacante-armador Jorge Henrique — como jogou este baixinho! — como terceiro homem, etc. E só tínhamos seis caras no banco e, olha…

Dunga, não te estressa com o Luigi. Nosso presidente é um banana e é claro que mais problemas do tipo do que sucedeu com o Willians acontecerão novamente. O Luigi é lento e meio desatento, mas é bom para segurar jogadores. De resto, nós sabemos que o melhor é blindar o vestiário — deixemos o Luigi lá no escritório pensando que entende de futebol.

O Abel está reclamando da cera do nosso goleiro Muriel. O Abel é muito cômico. Se ele não quisesse ver cera, era só pedir a seus jogadores pararem de levantar a bola pro Fred ganhar as jogadas no corpo-a-corpo, né? “Ele atrapalhou nossa reação”. E tu estavas lá para quê? Ele também não viu justiça no resultado. Esse troço de justiça é algo curioso. Parece que concluir bem em gol não é uma qualidade. Mais: o Flu não pressionou, não houve bolas na trave nem grande defesas de Muriel. Ou seja, o merecimento do Flu teria sido o de ter maior posse de bola. Bem, isso o Barcelona também teve contra o Bayern e o resultado foi o que se viu…

A imprensa é chata, né, Dunga? Estão falando que a gente toma muitos gols. Até tomamos, mas isso é uma decorrência de um time ofensivo. O que a imprensa não pensa é sobre a efetividade de Forlán, D`Alessandro e companhia. O Forlán é todo confuso e atrapalhado, mas algo acontece na hora de chutar a gol. O cara tem o DNA do gol. Ele faz, e de qualquer distância. Ponto. Com este efetividade, retirar alguém lá da frente seria loucura. Claro que a defesa tem problemas na bola alta, etc. Mas acho que tu não deves acumular defensores para fazer esta correção, tens que seguir apostando no punch, na potência do pessoal lá da frente. Se tomarmos muitos gols, que sigamos enfiando ainda mais lá na frente. E acho super legal torcer para o time que mais faz gols no campeonato e também para um dos que mais toma. Os jogos são divertidos — vai dizer? — e os paulistas ficam doidos com um time ofensivo vindo de ti. Eles não te conhecem mesmo, deixam-se levar pelo preconceito do Dunga turrão.

Eu sempre disse que tu eras técnico de futebol. Sabia desde a Seleção e espero que a gente possa seguir trocando ideias por muito tempo, meu amigo.

Irritados com as convocações de Mano? Rebelem-se, ora.

Grêmio, Fluminense, Santos, Atlético-MG, Vasco, Botafogo, São Paulo, Corinthians e Inter  perderão jogadores por duas rodadas do Brasileirão? Alguns deles estão irritados? O Santos gostaria de usar Neymar, que recebe mais de 1 milhão por mês? Mas que coisa… Há anos digo que a CBF deve respeitar as datas Fifa parando seus campeonatos e que a única forma de fazer isso é RETIRAR OS CAMPEONATOS REGIONAIS DO CALENDÁRIO DOS GRANDES CLUBES. A CBF é a única Confederação do mundo que promove e boicota seus campeonatos.

Bem, em 2013, com os amistosos e a Copa das Confederações, tudo vai piorar. Mas as excrescências continuarão, sem dúvida. São puro entulho autoritário não removido desde o Golpe, quando o Almirante Heleno Nunes era presidente da CBF e gostava de ver suas federações regionais satisfeitas. Fodam-se os clubes que não fazem nada.

É isso.

A música de Dimitri Cervo hoje à noite

Como se dividir em dois (ou quatro): mitose ou meiose?

Há dias em que parece que todos se combinam para marcar eventos juntos. Vejam o que acontecerá nesta noite:

2) Às 19h30: Fronteiras do Pensamento com o economista Amartya Sen, Nobel de Economia e um dos idealizadores do Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, elaborado pela ONU para avaliar as condições de vida da população nos diversos países.

3) Às 19h: Lançamento do Projeto Simões Lopes Neto, no Centro Cultural Palacinho (Av. Cristóvão Colombo, 300), homenageando o centenário dos Contos Gauchescos.

4) Às 22h: Internacional x Fluminense pela Libertadores da América.

E 1) O compositor e pianista Dimitri Cervo, acompanhado de quarteto de cordas, apresenta-se às 19h, no Música na UFCSPA (acho que a sigla é esta, trata-se da ex-Faculdade Católica de Medicina ali da Sarmento Leite). O quarteto é formado por Elena Romanov e Ariel Polycarpo no violino, por Cosmas Griessen na viola e Philip Mayer ao violoncelo. A entrada é gratuita. Música brasileira e minimalista compõem o programa.

Dimitri Cervo começou a destacar-se nacionalmente em 1995, quando sua Abertura e Toccata recebeu o primeiro prêmio no Concurso de Obras Orquestrais do XV Festival de Londrina e foi executada por cinco orquestras brasileiras. Em 2006, lançou seu CD Toronubá, que recebeu o Açorianos de melhor CD erudito.

Suas obras já foram apresentadas em todos os estados brasileiros, e em países como Estados Unidos, Argentina, Paraguai, Portugal, França, Alemanha, Bulgária, Grécia, Suíça, Noruega, Israel e Sérvia.

O Música na UFCSPA é realizado no Salão Nobre da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, na Av. Sarmento Leite, 245, Centro.

Programa:
— Improviso Sobre temas da Abertura Brasil 2012, (para piano solo)
— Série Brasil 2000 n. 2 – Papaji (para violoncelo e piano)
— Série Brasil 2000 n. 6 – Aiamguabê (para piano e quarteto de cordas)
— Série Brasil 2000 n. 8 – Uguabê (para piano e quarteto de cordas)
— Minimalizei-te Baiãozinho! (para quarteto de cordas)
— Série Brasil 2010 n. 4 (para piano e quarteto de cordas)

Libertadores é coisa muito boa

Para se ganhar uma Libertadores é preciso futebol, mas apenas isto não basta. É preciso também certo espírito que costuma ser conhecido pelo nome de “copeiro”. O time copeiro é aquele que às vezes nem é o melhor, mas é o que chega a seus objetivos. O Grêmio foi copeiro, assim como o Liverpool e o Boca Juniors, mas hoje o cetro passou ao Internacional, ao menos na América do Sul. Sejamos francos, se a Libertadores fosse só futebol, se ela fosse só bola, o Estudiantes de La Plata teria eliminado o Inter nas quartas-de-final da Libertadores de 2010. Era mais time e jogou mais. Como Giuliano logro hacer aquele gol inexplicável na Argentina, foi criado o monstro que acabou por eliminar o São Paulo nas únicas grandes apresentações do Inter naquele ano — e ainda assim com direito a frango de nosso goleiro — e que ganhou do fraco Chivas na final.

Na verdade, todos querem a Libertadores com uma vontade a mais. Times que achamos bons são desmascarados no torneio. Nos primeiras primeiras rodadas desta ano, dois de nossos favoritos — Fluminense e Santos — tiveram enormes dificuldades por faltarem-lhe este esforço a mais. Os jogos Fluminense x Nacional e Flu x Argentino Juniors, mostraram ao flamante campeão brasileiro que ele sofria de falta de cojones. O tricolor carioca ficou tão brocha que entrou me crise. E o mesmo vale para os saltitantes meninos do Santos. A Libertadores dá preferência aos times sérios e pragmáticos, sem dúvida.

As arbitragens do torneio também ajudam os times menos firulentos. Os juízes não dão qualquer faltinha, não interrompem o jogo só porque Neymar atirou-se ao chão rolando e fazendo cara de quem sofreu uma tentativa de assassinato. Para a falta ser marcada, é necessária… a falta, coisa que nossos juízes teimam em não obedecer. Deveria dizer que é jogo pra macho? Olha, não sei, o que sei é que times que utilizam esforço médio ou residual não vão longe no torneio.

A posição do Peñarol em seu grupo — lider e classifcado por antecipação com uma rodada de antecedência — mostra bem isso. Perdeu de 5 x 0 para a LDU em Quito, mas em todos os jogos, mesmo nesta goleada a qual me referi, jogou à morrer, à uruguaia, e conquistou 3 vitórias, apesar de ser um líder com saldo -4. Maravilhosa Libertadores.

Hoje o Inter pega o mexicano Jaguares na cidade de Tuxtla Gutiérrez. Os caras vem mordidos, mas são mexicanos. Os mexicanos não dão a impressão de terem entendido a índole futebolística suicida do campeonato. Espero que não demonstrem terem-na descoberto hoje. E espero que nos comportemos como o habitual: jogando mal — com a torcida passando a noite inteira a cornetear Celso Roth — e ganhando na base de nossas caríssimas individualidades.

Os jogos de domingo

Haverá disputa, e disputa sensacional, entre Fluminense, Botafogo, Coritiba e o vegetativo Santo André. Haverá outra decisão entre São Paulo, Palmeiras e Cruzeiro pelas últimas vagas na Libertadores. Mas acredito que não haverá disputa pelo título.

Eu nasci e vivo no Rio Grande do Sul. Gremistas e colorados vivem na mesma sociedade, são semelhantes étnica e religiosamente e acho que posso me colocar na pele dos gremistas com naturalidade. Basta inverter a situação e imaginar como eu reagiria. Eu nunca, mas nunca mesmo, desejaria ver o Grêmio campeão brasileiro. Então, por que o auxiliaria? É claro que eu torceria e aconselharia os jogadores e o clube a perderem o jogo de domingo logo nos primeiros minutos, para não deixar dúvidas nem esperanças ao outro lado. Porém, há outros clubes envolvidos e nem Souza nem a direção do Grêmio tiveram inteligência para notar onde estavam se metendo ao declararem abertamente que entregariam o jogo.

O jogador Souza, o qual não costuma primar pela reflexão, saiu de campo prometendo vingança ao Inter: entregariam o jogo pois o Inter fizera o mesmo no ano passado. Como colorado, admito que desejava que o São Paulo nos vencesse de forma a ultrapassar o Grêmio na liderança. Só que o Inter, muito mais malandro e marqueteiro, tratou de justificar a utilização do time reserva naquele jogo em São Paulo. Ah, temos jogo contra o Boca quarta-feira em Buenos Aires; ah, o temos que poupar nossos atletas porque só nos resta a Sul Americana; ah, pobres de nós que não temos mais chance de Libertadores e vamos lutar por um título de consolação, de segunda linha — afirmação que mudou logo após a conquista: ah, conquistamos um título INÉDITO para o Brasil, agora somos (nós, o Inter) campeões de TUDO.

Então, meus amigos, o jogo do Maracanã será uma farsa como foi São Paulo x Inter em 2008. O absurdo desse jogo foi o fato do Grêmio ter limpado a área dizendo que ia entregar MESMO. É claro que, durante a semana, sob protestos de Inter, São Paulo e Palmeiras, teve de recuar. Agora as vozes do Olímpico prometem luta, honra, dedicação, seriedade e… time reserva, provavelmente. Pois a forma politicamente correta de entregar um jogo é escalando um time fraco, mandando-o vencer o jogo. O que a tola direção gremista não pensou é que esta partida será transmitida para o mundo inteiro como a Decisão do Brasileiro de 2009 e que há uma grana grossa envolvida. Os donos dos direitos de transmissão querem vender o campeonato como um bom produto, como uma disputa séria e hasta la muerte, não como uma farsa. Me desculpem os amigos gremistas, mas que diretoria imbecil vocês têm.

A declaração lapidar (literalmente) sobre a situação foi dada pelo jogador Giuliano, 19 anos, do Internacional:

Se não perderem para o Flamengo, os jogadores ficarão marcados pela própria torcida. Se forem mal, serão lembrados por terem entregado a partida. Ficarão em situação ruim de qualquer jeito.

Óbvio, uma ação que teria de ser feita justificando a ausência de cada jogador — estes dois se machucaram durante os treinamentos, aquele perdeu a avó, o outro já tinha uma dispensa prometida previamente — foi feita à vista de todos. E digamos que o Brasil tenha certa dificuldade em compreender ou admitir nossa rivalidade sem tréguas. Um argentino, torcedor de Boca ou River, entenderia facilmente. A gente prefere mil vezes ver nosso time perder a imaginar o outro feliz. Somos irracionais? Mas é claro! Qual foi o idiota que disse que NÃO SOMOS IRRACIONAIS?