Eu e Elena vimos o excelente documentário The Beatles: Eight Days A Week – The Touring Years. É tudo bom demais, mas estranhei 4 coisas:
(1) não foi citado o fato do baterista daquelas maratonas de Hamburgo ter sido Pete Best. Ringo Starr apenas entrou no grupo quando da primeira gravação, por exigência de George Martin;
(2) a morte de Brian Epstein poderia também ter sido referida no final dos Touring Years;
(3) a entronização de Sgt. Pepper’s como o maior dos discos quando há tantos outros do mesmo nível para a gente discutir pelo resto da vida e
(4) a ausência da cena abaixo no longo capítulo dos “escândalos gerados por Lennon”.
Explico:
Lá em 1963, os Beatles se apresentaram para a família real britânica num show chamado Royal Variety Performance. Era um evento beneficente que ocorria todo ano. Havia 19 atrações. Entre elas, Marlene Dietrich e Maurice Chevalier. Os Beatles fizeram o sétimo espetáculo, o mais aguardado. A noitada aconteceu no Prince of Wales Theatre. Num camarote, a rainha mãe, a princesa Margaret e mais alguns aristocratas.
Livres da gritaria das fãs, eles tocaram três canções. Antes da última, John Lennon se chegou ao microfone, deu boa noite e falou: “Para nosso último número, eu queria pedir a ajuda de vocês. As pessoas nos assentos baratos podem bater palmas. O resto de vocês pode apenas sacudir as joias (just rattle your jewelry)”.
E emendou um sorriso matreiro até entrar na contagem de Twist and Shout. No dia seguinte, não se falava em outra coisa que não nos novos heróis da classe trabalhadora.
Vejam a partir dos 53 segundos.