Atrás do balcão da Bamboletras (XIII) — A visita de Dostoiévski (II)

Atrás do balcão da Bamboletras (XIII) — A visita de Dostoiévski (II)

Mas tenho mais fatos a narrar sobre a visita de Dostoiévski à Livraria Bamboletras, durante o lançamento do Ingresia de Franciel Cruz.

Apresentei-lhe ao célebre escritor um livro de seu conterrâneo e contemporâneo Tolstói, Anna Kariênina. Ele olhou, risonho porém visivelmente contrafeito, e disse:

— Ah, um Tolstói qualquer.

Notei que ele tinha achado minha atitude ofensiva e tentei consertar a situação dizendo que, imagina, atropelada por um trem, muito melhor uma machadinha ou um bom parricídio — já pensou que maravilha se acontecesse em Brasília, Dostô? –, mas como ele não reagia, reclamei das considerações agrícolas de Liêvin, louvei o príncipe Míchkin e o niilista Kirílov e fui saindo de fininho antes que ele jogasse em mim aquele copo de cerveja.

(Com Bruno Pommer e Milton Ribeiro).
(Fotos: Rômulo Arbo).

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Atrás do balcão da Bamboletras (XII) — A visita de Dostoiévski (I)

Atrás do balcão da Bamboletras (XII) — A visita de Dostoiévski (I)

Na última sexta-feira, durante o evento de lançamento do Ingresia, de Franciel Cruz, recebemos Dostoiévski na Livraria Bamboletras.

De posse da bela tradução direto do russo do Crime e Castigo da todavia — feita pelo grande Rubens Figueiredo –, eu lhe explicava como eram as traduções antigas de seus livros. Elas nos chegavam todas de segunda mão, a partir de traduções francesas. Parece que não havia ninguém que conhecesse russo no Brasil. Enquanto isso, ele, um eslavófilo furioso, 100% anti-francês, me olhava com aquela cara de quem tá louco pra pegar uma machadinha.

(Com Bruno Pommer e Milton Ribeiro).
(Fotos: Rômulo Arbo).


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