Ufa!

Enfim, a rodada perfeita. Estamos livres de ver o Grêmio campeão brasileiro. Apoiado no excelente trabalho de um técnico que é detestado pelos torcedores e envergonha a diretoria do clube — tanto que os dois candidatos à presidência evitaram o menor elogio ao técnico antes das eleições –, o Grêmio foi muito além do esperado pelo razoável. Teve resultados que só podem ser atribuídos ao Sobrenatural de Almeida: 2 x 1 no Botafogo, 1 x 0 no Santos, 1 x 0 no São Paulo, 1 x 0 no Ipatinga, 1 x 0 no Sport, 1 x 0 no Palmeiras e 2 x 0 no Coritiba. Foram 14 pontos ganhos com gols casuais. Todas estas vitórias, foram conseguidas através de gols contra, um gol em completo impedimento e muitas bolas que batiam em zagueiros, enganando os goleiros.

Claro que tudo isto é normal — até os erros de arbitragem são normais –, não houve corrupção nem roubo e não é proibido ter sorte, só que ela estava beneficiando sempre o mesmo time. Imaginem se o time fosse bom! Ontem, o Grêmio mereceu fazer o primeiro gol, mas é óbvio que ele só aconteceu quando um zagueiro do Vitória desviou a bola de seu goleiro. Quase enlouqueci. Para ficar maluco de vez, botei o Like Evil do Miles Davis a toda altura e ainda vi o Vitória perder dois gols incríveis e bem construídos no final do primeiro tempo. Desliguei o som e fui comprar um remédio na farmácia. Levei o rádio e ouvi o comentarista Wianey Carlet, o mais imbecil do Brasil, dizer que a vitória era merecida e que o Grêmio estava “encaminhando um importante triunfo”. Acho que ele não viu o final do primeiro tempo, algo muito promissor que só poderia ser impedido por quantidades colossais de sorte.

Ainda estava na rua quando o Vitória manteve a tendência do final do tempo inicial e, em 3 minutos, o jogo já estava empatado e logo depois já estava 4 x 1. Ufa!

Mas a rodada também teve uma vitória do maior adversário do tricolor gaúcho, o tricolor paulista e, para deixar tudo mais colorido, houve um raríssimo erro de arbitragem, pois foi contra o Flamengo, instituição sempre aquinhoada pelos homens de preto sempre temerosos de críticas. Parabéns a Carlos Simon, que nos deu a alegria de ver ontem à noite a inédita película “Eu, C. R. F., 113 Anos, Roubada, Drogada e Prostituída”.