Neste texto, escrevi sobre a necessidade de roubar livros em determinadas situações e idades. O grande escritor chileno Roberto Bolaño — 2666, Os Detetives Selvagens, Noturno do Chile, etc. — fala muito a respeito disso em seus livros. E fala sempre divertidamente, de uma forma muito viva e, bem, experiente. Sei que meus amigos livreiros detestam esse assunto, mas outros, não livreiros, insistem nele. Um deles me enviou o vídeo abaixo. Para mim, afora o tema, é um enorme prazer ver Bolaño (1953-2003) falando alegremente, ainda com boa saúde.
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Ladrão de livros é absolvido! A evolução do Judiciário é fato indiscutível!
O excelente e atento advogado Bruno Zortea — falo muito sério ao elogiá-lo — escreve para este blogueiro a fim de de informá-lo sobre uma decisão inteligente e altamente cultural tomada por nosso brioso Poder Judiciário no dia de ontem. Porém, antes de proceder à transcrição da nota, gostaria de deixar claro que o ladrão de livros ora absolvido FERE DE MORTE a ética do ladrão politicamente correto de livros, cujo conteúdo apresentamos aqui com riqueza de detalhes. O ladrão em questão roubou livros com a intenção de revendê-los, fato que pode ser comovente se a situação econômica do ladrão for deveras lamentável, mas que não aceitamos em razão da intrusão do capitalismo em seu movimento seguinte. Ele que vá roubar carros ou joalherias, então! O roubo de livros deve ser uma atividade pura que apenas lesa as grandes livrarias. O ladrão de livros perpetra seus ilícitos por paixão e prazer literários, nunca para entrar num vulgar sistema de oferta e procura.
Abaixo a notícia publicada no site do STJ.
Antes ainda, um detalhe: esse negócio de aplicar o tal princípio da “insignificância” na absolvição é outra coisa que tem de ser alterada. Insignificante é a mãe de quem invocou este princípio para o caso!
Homem que furtou livros é absolvido pela aplicação do princípio da insignificância
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus a um homem que furtou e revendeu três livros avaliados em R$ 119, em São Paulo. Para o ministro relator do caso, Og Fernandes, a ação teve ofensividade mínima e cabe a aplicação do princípio da insignificância. O réu, que estava sob liberdade condicional por outras condenações de furto, confessou que pegou três obras de uma livraria localizada numa estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os livros foram revendidos na praça da Sé por R$ 8 cada. Entre os títulos dos livros constava uma edição da série Harry Potter. Em primeira instância, o homem foi absolvido, mas o Ministério Público se mostrou inconformado e apelou. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) reformou a decisão para que a ação penal pudesse continuar.
Insatisfeita, a defesa recorreu ao STJ. Pedia, por meio de habeas corpus, que a denúncia oferecida pelo MP fosse rejeitada ou o homem absolvido. Alegava atipicidade no caso e constrangimento ilegal, por não ter sido aplicado o princípio da insignificância.
Sem ofensividade
“Não há como deixar de reconhecer a mínima ofensividade do comportamento do paciente”, afirmou o ministro Og Fernandes, reconhecendo a atipicidade da conduta. Para ele, pela aplicação do princípio da insignificância justifica-se a concessão do habeas corpus.
Para enfatizar a decisão, o relator mencionou precedente de 2004 do Supremo Tribunal Federal (STF). Na decisão, foi reconhecida a aplicação do princípio da insignificância quando quem comete a ação não oferece ofensividade ou perigo social. Ou, ainda, quando o comportamento indica “o reduzidíssimo grau de reprovabilidade” e apresenta “inexpressividade da lesão jurídica provocada” (HC 84.412/STF).
De forma unânime, a Sexta Turma do STJ concedeu habeas corpus ao homem, restabelecendo assim a decisão de primeiro grau que o absolveu.
Presidente da República Checa rouba caneta frente às câmeras
Com a maior cara-de-pau, ao lado do presidente do Chile Sebastián Piñera, Václav Klaus olha a caneta, aprova-a, enfia-a satisfeito no bolso e aparece com as mãos vazias. Este vídeo está causando furor na internet. Confira.
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Larissa Riquelme teve AQUELE celular roubado
Os cariocas, comprovando seu perfil geral de irremediáveis criminosos lombrosianos sem remissão, roubaram a ínclita modelo paraguaia Larissa Riquelme em Ipanema. A modelo, que, não obstante a procedência, parece ser real, reagiu aos gritos, pois os cariocas típicos meliantes malvados levaram o excelso celular na moça. Porém, pergunto eu, quem não gostaria de ter em mãos o CELULAR DE LARISSA RIQUELME? Qual o ladrão que não gostaria de tocar e cheirar a maravilha tecnológica que frequentou o mais quente e estofado colo da Copa do Mundo? Só para enganar a torcida, os terríveis cariocas proto-assassinos levaram também duas máquinas fotográficas e documentos. Bobagens. Só para enganar, claro, pois após várias concorridas sessões coletivas de reconhecimento do celular, amanhã à noite haverá o leilão do aparelho na filial da Christie´s da Rocinha.
A paulista Playboy ameaçou rasgar o contrato de nudez que assinara com a musa. Faltava o celular original. Conta-se que Larissa causou grande espanto e decepção entre os contraventores cariocas pelo fato de seu celular ter sido rebaixado nos últimos dias para outros sítios. Pergunta: de onde os adrões tiraram o celular de Larissa? Detalhe: no momento do roubo, a paraguaia — que garante ter feito apenas duas cirurgias na vida (uma no septo nasal) — estava de biquini. Ahhhh! Algumas pessoas dizem que o referido celular é daqueles falsificados de 2 chips que vivem dando problema. Mas eu garanto que ele está funcionando, tanto que eu ligo e quem atende é outra pessoa.
Enquanto isso, acabo de ler no twitter de meu filho — ele se encontra em Buenos Aires — que ele foi “alvejado por uma pomba que mais parecia um condor com diarréia”. Sei lá, tudo isso deve ser um sinal. Não sei do que, mas é indiscutivelmente um sinal.