Another Round, de Thomas Vinterberg

Another Round, de Thomas Vinterberg

Nos últimos anos, acho que os filmes que mais me satisfizeram foram os de Thomas Vinterberg. Sim, sempre os escandinavos. Festa de Família, Submarino, A Caça, A Comunidade, etc. são obras inesquecíveis. Que saudades do cinema!

Seu último opus, Another Round — que talvez seja traduzido aqui para Outra Rodada — é até mais leve que os demais, apesar de acabar na habitual paulada. Quatro desencantados professores secundaristas resolvem seguir um teórico que diz que o ser humano funciona melhor com 0,05% de álcool no sangue. Parece uma brincadeira, mas acaba tudo fora de controle, claro.

Em países onde o problema do alcoolismo é tão grande, o filme talvez ganhe maior corpo. Aqui nós temos tantos outras desgraças nos circundando que para se dar grandeza ao filme precisamos ter bem presente que são dinamarqueses brincando com suas vidas, assim como aqui se brinca e não apenas com álcool.

O filme é um ensaio sobre o desejo e a atração da autodestruição, mas que só fica claro no final, depois da construção detalhada de cada personagem.

Todos os elogios para Vinterberg — diretor e corroteirista –, para a atuação impressionante de Mads Mikkelsen e para aquele momento em que toca a Fantasia para Dois Pianos, D. 940, de Schubert (4º mvto).

Há outra cena impressionante, a final. Sim, a cena final, com as mensagens recebidas no telefone e a dança, é inesquecível.

Sim, os filmes tristes insistem em ter os mais belos momentos de cinema. O que são aqueles 4 grandes atores ouvindo Schubert?

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Uma lista dos melhores filmes de 2011

Juliette Binoche em Cópia Fiel | Foto: Divulgação

Adaptado do Sul21.

Uma lista é uma lista é uma lista, talvez dissesse Gertrude Stein. Elas pipocam por todo lado nos finais de ano e não vou me furtar a publicar a minha nesta virada de ano. Afinal, para alguns é quase impossível não lê-las, nem que seja para discordar ou para lembrar daquele filme que viu ou que deixou de ver e vai pegar numa locadora de vídeos. O mesmo vale para os livros.

Os 10 Melhores Filmes de 2011:

Aqui houve certa facilidade. Não foi nada difícil deixar de fora A Árvore de Vida, de Terrence Malick; Um pouco mais complicado foi alijar Cisne Negro dos dez mais, mas o grande problema foi a retirada de Medianeras da lista para deixar entrar Vincere, uma concessão da casa.

1. Submarino, de Thomas Vinterberg: o melhor filme do ano com alguma distância. Grande história de dois irmãos abusados e negligenciados pela mãe alcoólatra. Destaque absoluto para a dupla de atores que fazem os irmãos adultos. Imperdível.

2. Cópia Fiel, de Abbas Kiarostami: o público de Porto Alegre deixou este jogo de espelhos oito meses em cartaz. Tinha razão.
3. Melancolia, de Lars von Trier: um incompreensível ataque secular acompanhou este Grande Filme Doente (definição aqui) de von Trier. Filme menor em sua obra, mas suficiente. Ficou fora de Cannes, o que é cômico, mas levou o European Film Award.
4. Diário de uma Busca, de Flávia Castro: documentário político e íntimo no qual a diretora conta a trajetória de seu pai, marcada pela militância política, pelo exílio e por um assassinato sem investigação policial.
5. Um Lugar Qualquer, de Sofia Coppola: um ator famoso, rico e vazio tem sua vida preenchida pela filha. Esqueça, não há clichês aqui. A vida vazia é descrita com rigor…
6. Um Conto Chinês, de Sebastián Borensztein: o público de Porto Alegre está deixando este filme sete meses em cartaz. Tem  razão.
7. Em um Mundo Melhor, de Susanne Bier: tantos temas entrelaçados que torna complicado caracterizar o filme numa frase. Vamos a uma palavra: arrebatador.
8. Poesia, de Lee Chang-dong: a velha Mija matricula-se num curso de poesia, algo totalmente inatigível para ela, que vê o Alzheimer desconetá-la do mundo.
9. Os Nomes do Amor, de Michel Leclerc: irresistível comédia política francesa. Uma tremenda gozação com os arquétipos de gente de esquerda como…. nós (?).
10. Vincere, de Marco Bellocchio: um grande filme, um grande tema meio perdido no tom grandiloquente escolhido por Bellocchio.

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