Puro fingimento

Acho que tive febre hoje, estou gripadíssimo. Todos os anos tomo aquela vacina contra a gripe; sempre me dizem que nos primeiros dias podemos arranjar uma, depois é difícil. Nunca tinha me acontecido. Vacinei-me sábado e hoje estou uma ameba. Neste momento, por exemplo, finjo escrever este post. Sob esta janela do Windows em que lhes escrevo, há uma tese de uma amiga – de PHD, rapaz, te mete! – que estou fingindo corrigir. Faço isto por puro prazer (ela escreve muito bem, não há correções a fazer, só frases que talvez pudessem ser mais bonitas e que são reformadas, ou não, durante divertidos telefonemas); em outra janela, há um extrato bancário meio apavorante; ainda em outra há um trabalho que devo finalizar a fim de tornar melhor a janela citada anteriormente e há também o Outlook Express com várias mensagens a responder. Tudo meio parado, pois há uma beterraba operando o micro.

Fora do micro, outras janelas me acenam. Tenho que resolver algumas coisinhas chatas que empurro de um dia para o outro – esta é uma janela que está há dias minimizada. Permanecerá assim. Tenho que pegar um filme que mandei duplicar para um amigo de Recife. Faço amanhã sem falta. O OPS me pede atitude e meus filhos dizem-me mudamente que deveria dar-lhes atenção de maior qualidade. Ou não, não sei bem. São adolescentes, sabe? Que paranóia, dou-lhes sempre enorme atenção…

Ademais, devo estar vendo coisas. Não me parece real este chapéu visto no blog da Leila. Vocês também o vêem? Parece-lhes normal? Dizem que ela foi assim na estréia de Sex and the City, o filme, mas não pode ser verdade. Preciso de algo que baixe minha febre, devo estar convulsionando.

Sarah Jessica Parker

14 comments / Add your comment below

  1. Hahahahaha!

    Ficaste assim antes ou depois de ver o chapéu?
    Hahahaha!

    E escreveste tão bem (Milton, acho que esse caminho da crônica é excelente . Estás fazendo umas realmente supimpas! E se disseres que não estão tão boas assim, não volto mais aqui, hein?)- que por um minuto pensei que eram janelas de verdade e temi por um gesto tresloucado.
    Hahahah.
    Hats off para ti, ou para a crônica, vê aí?
    besos
    M.

    P.S Aaah! faltou dizer qual é o filme, qual é o filme?

  2. Brincadeirinha milton, não estás tão mal. Como ela fez para entrar no carro?

    Tô precisando de grana… quanto estás pagando prá Meg?

    [desculpa Meg, nada com vc – é que não resisto a implicar com esse cara!]

  3. Convulsionado ou não, camarada, a narrativa é linear e cristalina – o que cada vez mais me certifica de que nada temos a ver com o que escrevemos. Ou, por outra: se temos, não parece.

    Melhoras.
    (E agradecido pelo comentário em meu blog)

    FG

  4. Oi, querido amigo. Acho que vc escreve divino quando enfraquece…hahahahha!
    Bueno… vc também escreve legal quando está bom.
    Vou, finalmente, linkar seu novo endereço lá no Língua. É bom estar de volta aos blogs… mas quanta gente sumiu, rapaz!
    Beijos grandes pra ti e tb pra Cláudia.

  5. Nora queridíssima, você tem toda a razão e talvez este guri te respeite mais do que a mim.
    Ele tem escrito crônicas, perfeitas, tudo redondinho, “em cima do pedido” – gíria nova que acabei de inventar.

    Flavia, puxa vida, que pena que não é nada comigo. Porque se fosse eu lhe responderia, que embora pagando uma baba , ele ainda me desmente em público.
    Ou seja…vai ter que ser mais caro.
    😉

    Beijos a todos.

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