Hoje, há um belo esforço para a recuperação de C. P. E. Emanuel Bach como um dos principais compositores da história da música. Ele não tinha as qualidades de papai Johann Sebastian, um verdadeiro semideus, mas merece figurar nas mais exclusivas galerias. Carl Philipp foi imenso e imensamente injustiçado. Certamente, o motivo disto é o de ostentar o nome Bach e ser menor… Mas quem não é filho de Bach e menor?
Encravado naquele estranho período — o barroco tinha acabado e Haydn e Mozart ainda não tinham definido o “novo estilo clássico” — Carl Philipp demonstra notável originalidade e até antecipa Beethoven em seus temas curtos e afirmativos.
Abaixo, o registro de dois concertos. No primeiro, Christopher Hogwood dirige o Collegium Bach de Munique e o violoncelista David Adorjan em um Concerto para Violoncelo e Orquestra.
No segundo, a Orquestra Barroca e Coro da Universidade de Innsbruck mostra uma face bem bachiana deste Bach “menor”.
E aqui a linguagem já muda bastante. Estamos fora do barroco. Trata-se do oratório Die Auferstehung und Himmelfahrt Jesu com La Petite Bande, dirigida por Sigiswald Kuijken. O cantor é Stephan Genz.
Após um dia exaustivo (acredite, frequentei a Pós de 8 da madrugada até agorinha mesmo), nada como surfar em ondas de sonoridade bachiana…
Muito bom. Período Galante, é como alguns chamam essa meiúca entre barroco e clássico, não é? Há muito tempo estudei com a maravilhosa Laura Rónai, especialista no período, e ela me apresentou a muita coisa boa de Carl Phillip e Tellemann, principalmente — mas mais música de câmara.
Que maravilha, Milton. Este concerto para cello é um de meus favoritos para o instrumento. Eu não conhecia este solista, excelente, por sinal, mas o Hogwood está cada vez melhor.