Sabedoria?

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Fiquei até triste já que costumo ler as introduções e até (pasmem!) dou uma olhada, apenas uma passada de olhos, pelos rodapés. Agora, quando o rodapé invade outra página, nunca leio. Questão de princípios. Não aceito a falta de classe do sujeito que não consegue inserir citações com elegância em seu próprio texto. Já os rodapés de traduções podem ser muito interessantes, úteis e divertidos, principalmente se forem de Marcelo Backes e ainda mais se forem as do livro Vidas Novas,de Ingo Schulze.

Roubado daqui.

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11 comments / Add your comment below

  1. Eu me obrigo a ler as notas. Oliver Sacks escreve mais notas do que o resto do livro. Os freudianos, brinco, lêem mais a nota do que o resto do livro, porque é praticamente só isso que eles citam. Dessa daí eu gostei.

  2. Isto aí tá parecendo Laurence Sterne. Se tem algo que me tira do sério são as notas de rodapé, mas eu, assim como a Caminhante, me obrigo a lê-las. Há muitas que são muito boas. Mas pior é quando os autores colocam as notas num apêndice final nos livros, como acontece com Hobsbawn e Ginzburg. A fluência do texto é interrompida pois tem-se que ir lá atrás ver o que há, o que é tão importante assim…

    (Você não falou se achou os livros que estava procurando.)

  3. Grande nota!
    Achava que eu era dos últimos loucos que ainda liam rodapés e introduções. e que se importavam em ver onde o livro foi impresso e as características (fonte, papel, etc.)…

  4. Cito o Marcelo Backes porque, no livro de Schulze, há rodapés que discordam e atacam o autor da obra. Tudo criado pelo próprio.

    Quanto ao Backes: quando ele traduziu o livro, o autor pediu-lhe (ou o autor MANDOU) para que ele criasse outras notas também atacando o texto, citando erros e duvidando da veracidade de algumas coisas. O livro é uma obra-prima — o NYRB considerou-o um dos dez melhores do séc. XXI — e tem esses detalhes divertidos.

  5. Nunca tinha ouvido falar desse autor e desse livro! Precinho salgado que acabo de conferir no site da Cosac. Mas, a forma experimental me desmotivou: parece-me muito com Fogo Pálido, do Nabokov, livro que não consigo nutrir simpatia.

  6. Milton,
    isso que escreveste não vale só à critica de um escritor,
    mas àquela fundamental: a própria vida…

    CONSELHO
    by Ramiro Conceição

    Por favor,
    nunca acredite piamente em ninguém
    porque pode ser um alguém… idiota.
    Meu amor,
    não há dúvidas idiotas,
    mas respostas idiotas.

  7. Endrigo, eu leio as introduções, as notas, sei das fontes, do papel, o ano da edição e ainda cheiro o livro. Por isso, sou um revoltado!

  8. Charlles
    A culpa não é do Hobsbawm e do Ginzburg, mas da editora (que, no caso, é a Cia. das Letras). Eu concordo contigo, nota tem que estar é no rodapé. O argumento dos editores é que os leitores “não-especialistas” podem ler sem as notas. Aí, para eles, fica melhor ver o texto mais “limpo”.

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