O Google não gosta de aréolas nem de bundas. Então, sumiremos com elas

Velasquez, meu menino, tape essas vergonhas...
Velasquez, meu menino, tape essas vergonhas…

Você pode fazer a apologia da pedofilia, negar o holocausto judeu, armênio e indonésio, aprovar o último estudo de gênero da FEE ou elogiar o time do Grêmio. Você pode qualquer absurdo por escrito, mas jamais mostrar a sombra de uma aréola ou a redondez de um traseiro. Assim é o mundo do Google, que aceita conviver, levar uma grana e divulgar as mais disparatadas igrejas, mas jamais ter uma propagandinha ao lado de um corpo que não esteja devidamente velado.

Não interessa se é uma estrela pornô ou a Angela Merkel durante sua juventude na praia, não interessa se é uma atriz em uma cena de Bergman; uma aréola é uma aréola, uma bunda é uma bunda. Drummond escreveu um poema chamado, A bunda, que engraçada, que começa dizendo que tal parte dos corpos masculino e feminino Está sempre sorrindo, nunca é trágica. Pois o Google não gosta, não vê graça, acha feio, nojento e não mistura seus produtos com tal gênero de sorriso.

Faço todo este destampatório para anunciar que o Sul21 fará um teste com alguns produtos do Google e, para tanto, teremos que tornar nosso blog de sete leitores bundas-free, aréolas-free. Então, nesta semana, estou retirando pouco a pouco todos os posts que contenham tais partes do corpo que o pudor deve recatar.

E eu dou razão ao Google. Noto quão nervosos ficam os espectadores durante as cenas de sexo nos cinemas. Noto o constrangimento das pessoas nos museus, locais habituais de putaria. No país do carnaval, das plásticas e dos discretos implantes em seios e bundas, onde também é comum verem-se outros lugares pudendos sem a vestimenta que a natureza lhes deu, estamos — de forma coerente — ocultando vergonhas.

Goya
Goya, seu incorreto!

6 comments / Add your comment below

  1. Dificilmente a experiência com os interesses do mercado me faria acreditar que tal intenção do Google seja moralista. Independente disso, eu concordo com o Google; aliás, eu concordaria com uma sanitização radical de toda pornografia e objetificação da mulher na internet e na mídia publicitária de forma geral.

      1. Seu tom de espanto já revela o quanto a banalização do sexo feminino na mídia é arraigado. O quê?! É sério que alguém imagine um mundo sem exposição massiva de peitos e bundas e bucetas?

        Ou eu sou gay, brocha ou feminazi, ou as três opções juntas, e já se encerra o assunto.

        E eu acho de um estelionato mental o Milton usar pinturas canônicas de nus femininos para potencializar o absurdo da coisa.

  2. Absurdo. Balizam-nos pelo puritanismo hipócrita norte-americano que coloca no mesmo saco da pornografia uma obra de arte renascentista ou uma mãe amamentando.

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