É uma pena que a longa agonia do Inter mascare sua absoluta ruindade neste péssimo ano. Se, nesta altura, estivéssemos sem chances de Libertadores no Brasileirão 2015, talvez a diretoria já trabalhasse planejando algo de mais consistente para o ano que vem. O jogo de ontem demonstrou como o se joga fora uma classificação. O Fluminense — com um time misto — pediu para ser derrotado. Viramos o primeiro tempo com vantagem de 1 x 0, jogamos todo o segundo contra 10 e… cedemos o empate. Demos um tal banho de bola no primeiro tempo, o jogo estava tão fácil que escolhemos relaxar no segundo.
2015 pode ser resumido assim: problemas com o preparo físico, com doping, contratação no meio do ano de um treinador inadequado, mais problemas físicos (agora com os velhos D`Alessandro, Alex, Juan, Réver e Anderson, que, aos 27, parece ter 40) e nada de títulos importantes. E assim vamos seguindo o Grêmio. Se eles completarão 15 anos sem eles e debutarão em 2016, nossa criança terá já 5 anos. Mas, incrivelmente, vamos para a última rodada ainda com chances, o que servirá para esconder o fracasso por mais uma semana..
A conclusão a que chego às vésperas da última rodada do campeonato não pode ser mais desalentadora para o futebol brasileiro. Dos 5 melhores classificados, 4 são péssimos, o que explica enorme a distância do Corinthians na primeira colocação. Os times atuais de Atlético-MG, Grêmio, São Paulo e Inter são piadas que deveriam estar na segunda metade da tabela se o Brasileiro tivesse um mínimo de qualidade. Mesmo sem grandes contratações, a base do Inter deveria garantir uma classificação, mas esta também não funciona direito e hoje toma goleadas do pessoal do uma e tá.
Reclamar de arbitragem? Dizer que o pênalti a favor do Flu foi mal marcado? Também acho, mas ora, colorados, deixem essas circunstanciazinhas de lado. Era um jogo fácil que se complicou por nossa incapacidade de manter uma mínima compostura em campo.
Nosso time resume-se aos chutes do emprestado e Vitinho e, olha, nem dá para ver corretamente o que mais serve com tanta desorganização em campo. Dourado e Alisson, certamente. O resto eu não sei.
https://youtu.be/3ajpkkUe3aI
Milton: ontem, repetiu-se o mesmo enredo de uma novela onde não existem mocinhos. São todos – ou quase todos – bandidos. Para mim, o símbolo maior da decadência colorada é seu capitão D´Alessandro. Um bom jogador de bola, mas um péssimo jogador de futebol, que a decadência física tornou ainda mais evidente. Tudo tem que passar por ele e dele nada surge. Atrasa o jogo, se perde em firulas e só o que faz é provocar juízes e adversários, talvez em busca de expulsões ou suspensões que o livre de entrar em campo num próximo jogo, ainda que isso não signifique qualquer perda em seu régio salário. Quanto aos outros jogadores, deixando de lado aqueles que não tem nenhuma intimidade com o futebol – casos de Taiberson e Bruno Baio – são mais vítimas do que culpados das incompetências da direção e do treinador. Se o Argel tinha decidido que o “chuveirinho” era a única alternativa para fazer gols no segundo tempo, porque não colocou logo em campo o Baio, que parece ter no jogo aéreo sua única e modesta virtude ? Foi fazer isso só no final do jogo e ele cabeceou (com perigo) uma única vez. Como a atual direção vai continuar mais um ano (é tão ruim quanto a anterior) nós colorados devemos perder toda a esperança de ganhar alguma coisa no futuro próximo.