3 parágrafos olímpicos numa quarta-feira chuvosa

As desclassificações sem medalhas do futebol e do vôlei feminino encheram Porto Alegre de nuvens. Eu compreendo perfeitamente a derrota no futebol. Já a do vôlei é bem mais complicada de engolir.

Cá pra nós, o time de Marta e Cia. era uma bagunça. Postava-se bem defensivamente e deixava o resto para as individualidades. Isto é o velho e conhecido futebol brasileiro… A gente não acredita ao mesmo tempo que sabe que vai perder. Para completar, houve aquela partida contra a África do Sul. Já classificadas para as quartas-de-final, fomos jogar na quentíssima Manaus com as titulares. E elas fizeram um supremo esforço. Acabou 0 x 0. Nas quartas, um time cansado conseguiu um novo 0 x 0 contra a Austrália. Ganhou nos pênaltis com o sinal vermelho de alerta já piscando. Ontem, tivemos o terceiro 0 x 0 seguido de derrota nos pênaltis. As adversárias suecas, após levarem 5 x 1 na primeira fase, mapearam tudo direitinho e enfim… Tchau. Cristiane disse que “é a segunda ou terceira Olimpíada que só dá a gente e no final saímos eliminadas”. Pois é, conheço isso. Chamem um(a) técnico(a) de verdade na próxima.

brasil Suécia futebol feminino

O vôlei caiu fora criminosamente. Melhor time da competição, bicampeãs olímpicas, nossa equipe relaxou após vencer facilmente as chinesas no primeiro set. Perdeu o segundo set e simplesmente não conseguiu retomar as rédeas do jogo. O que parecia um passeio transformou-se em pesadelo. As chinesas se empolgaram, tudo começou a dar certo para elas — pouco para nós –, o nervosismo foi tomando conta de jogadores e de nós na frente da TV e… É triste ter o melhor time disparado e ver outras comemorarem. Altamente digno de análise é o desequilíbrio emocional brasileiro. Está em todo o lugar, até no trabalho da gente. E sempre acaba mal. O que era alegria transformou-se rapidamente em descontrole e choro, vide Thiago Silva na Copa de 2014.

volei Brasil chinaPara terminar: que absurdo foi a vaia para o francês Lavillenie na hora da entrega das medalhas. Os apupos na hora do salto podem até serem admitidos em razão de ter um brasileiro como adversário, mas na hora das medalhas? Lavillenie ficou chorando em silêncio em pleno pódio. O mesmo vale para a vaia a Gatlin, adversário de Bolt. Para demonstrar amor a Bolt, temos que massacrar quem passe no seu caminho? Há muito ódio e desejo de linchamento no Brasil. Uma vergonha completa. Ao menos mostramos ao mundo que linchamento é a modalidade brasileira preferida.

Lavillenie

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