Brasil fica em sexto lugar no ranking de países ‘mais ignorantes’ do mundo

Não chega a ser uma novidade. Quando vemos nossos representantes, quando vemos o crescimento dos evangélicos, o sertanejo universitário, etc., temos uma ideia clara da ignorância de nosso povo. Afinal, como dizia o Barão de Itararé, “Se há um idiota no poder, é porque os que o elegeram estão bem representados”. Mas a ideia principal da pesquisa foi a de ver o quanto cada país conhecia de si mesmo. Dos 40 países pesquisados, vencemos apenas os Estados Unidos — país-modelo de tantos brasileiros –, a África do Sul, a Taiwan de Trump, China e Índia. O levantamento ouviu 27.250 pessoas entre setembro e novembro deste ano em 40 países. Venceu a Holanda, seguida de Inglaterra, Coreia do Sul, República Tcheca e Malásia.

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Do Blog do Brasilianismo

O Brasil é o sexto colocado em um ranking que avalia o nível de ignorância da população de 40 países em relação à realidade vivida neles.

O dado é um dos resultados da pesquisa ”Os Perigos da Percepção”, realizada pelo instituto Ipsos Mori. O estudo avaliou o conhecimento geral e a interpretação que as pessoas fazem sobre o país em que vivem e comparou esta percepção com dados oficiais de cada país – quanto mais próxima a percepção da realidade, menor é considerada a ignorância do país.

O resultado indica que as pessoas em todos os países avaliados têm uma interpretação muito equivocada da realidade.

Entre os temas abordados, o levantamento mostra que a população da maioria dos países acredita que a riqueza é mais bem distribuída do que ela de fato é. Além disso, pensam que a população do lugar onde vivem é menos feliz do que elas dizem ser, acham que a proporção de muçulmanos na sociedade é bem maior do que a realidade, e creem que as pessoas são menos tolerantes em relação a homossexualidade, aborto e sexo antes do casamento do que elas de fato são.

O levantamento ouviu 27.250 pessoas entre setembro e novembro deste ano em 40 localidades usando uma combinação de métodos, incluindo pesquisas online, pelo telefone e presenciais.

A pesquisa avaliou a percepção da realidade de pessoas da Alemanha, da África do Sul, da Argentina, da Austrália, da Bélgica, do Brasil, do Canadá, do Chile, da China (e, separadamente, de Taiwan e de Hong Kong), de Cingapura, da Colômbia, da Coreia do Sul, da Dinamarca, da Espanha, , dos Estados Unidos, da França, das Filipinas, da Hungria, da Índia, da Indonésia, de Israel, da Itália, do Japão, da Malásia, do México, do Peru, da Polônia, do Reino Unido, da Rússia da Suécia, da Tailândia, da Turquia e do Vietnã.

Os dados coletados a respeito da percepção de realidade das pessoas foram comparados com informações de diferentes fontes oficiais e institutos de pesquisas respeitados internacionalmente.

A partir dos dados coletados no levantamento e da sua comparação com dados reais, a pesquisa traçou o “índice de ignorância”, listando os países em que a percepção é mais distante da realidade.

O “Índice de Ignorância” é formado a partir da média computada dos resultados no estudo. Por resultado, entende-se a diferença entre as respostas fornecidas pelos respondentes do estudo (percepções) e os dados oficiais de cada país (realidade). Quanto maior a diferença entre percepção e realidade, pior é a classificação do país.

A Índia aparece em primeiro lugar na lista, seguida pela China e por Taiwan. Na ponta oposta do índice, Holanda, Reino Unido e Coreia do Sul aparecem como países menos ignorantes.

Erros

Segundo a pesquisa, os brasileiros erram feio, por 12 pontos percentuais, na percepção do percentual da população muçulmana no país, e se equivocam mais ainda ao achar que esta religião está crescendo no país, e poderia chegar a 18% em 2050 (dados reais apontam que a proporção é de menos de 1%, e deve permanecer assim).

Questionados sobre a proporção da população que diz ser feliz, os entrevistados brasileiros disseram acreditar que era de 40%, quando dados de estudos indicam que são 92% os brasileiros que se dizem felizes.

Os brasileiros ouvidos no levantamento acham que o país é mais tolerante do que ele realmente é. Para os entrevistados, 51% dos brasileiros acham que a homossexualidade é moralmente aceitável, mas dados reais indicam que só 39% da população pensa assim.

Entrevistados disseram acreditar que 43% da população acha que o sexo antes do casamento é inaceitável, mas o dado real é de 35%; e que 61% do país acha o aborto moralmente inaceitável (dados reais indicam que 79% da população pensa assim).

O levantamento indica erro dos entrevistados também em relação à desigualdade. Para os ouvidos, os 70% menos ricos do país possuem 24% da riqueza do Brasil, quando na verdade possuem apenas 9%.

Entre as perguntas da pesquisa, o dado em que os brasileiros ouvidos mais se aproximaram da verdade foi em relação ao tamanho da população. Para os entrevistados, o país tem 200 milhões de habitantes, pouco menos do que os 207 milhões de dados atualizados do censo, diz o estudo.

10 comments / Add your comment below

  1. Tenho problema com a Mídia Britânica, especialmente quando formada ou com um background que tenha envolvido a BBC, The Guardian (não The Guardian unlimited) e especialmente o “The Independent”. Axiomar por assim dizer (ou exagerar) que somos a sexta nação mais ignorante baseado em analise britânica, portanto, não me parece justo. A minha aparente “Bias” também se baseia na atual conjuntura britânica a nível de politica social (diversidade), movimentação religiosa contra os próprios citizens da UK, mas a favor de inimigos declarados, e politica em geral. Note que a pesquisa não citou nenhuma nação islâmica, o que estatisticamente levanta muita suspeita em minha opinião. Poderia mudar de ideia uma vez que decidissem continuar a pesquisa.

  2. Eu acho que eu chegaria perto apenas no caso dos muçulmanos. As demais perguntas eu acho que passaria longe também.

    Acredito que uma das razões seja o tamanho do país (juntamente com população). A maioria dos países que estão entre os primeiros são imensos e tendem a diminuir de tamanho à medida que a “ignorância” diminui. Entre os dez primeiros há duas exceções e entre os dez últimos apenas uma.

    Veja o nosso caso: o país imenso e com diversidade cultural absurdamente alta. Lembro-me de quando fiz uma viagem de carro até o nordeste (moro em Minas Gerais) e fiquei espantado com os nordestinos. Percebi o tanto que eu era ignorante em relação ao que eles são e como eles vivem. Penso que a mesma coisa deve ocorrer com eles em relação a nós, os mineiros, por exemplo. Juro que já me perguntam se aqui todo mundo come pão-de-queijo todo dia. Coisas desse tipo.
    Creio que essa diversidade cultural seja fundamental para desconhecermos tanto como nós pensamos a respeito de alguns assuntos.

  3. Eu achei meio bobo. Essas perguntas são totalmente genéricas e só especialistas em estatísticas ou craques no chutômetro acertariam. O título da pesquisa é de má fé, pois não mede a “ignorância de um povo”, mas o desconhecimento inercial lógico sobre detalhes sem relevância (que importa quantas pessoas acham o sexo antes do casamento inaceitável?). Não que eu tenha a ignorância do brasileiro médio em subvalorização, mas isso aí é ridículo.

  4. Ha’ um problema no titulo do artigo e interpretacao da pesquisa. A mesma trata sobre a percepcao que as pessoas tem sobre seu pais. Nao trata de “ignorancia” . Faltou interpretacao de texto por parte de quem redigiu a materia. Sugiro que seja feita a devida a correcao. Caso contrario, o Sul21 vai contribuir de fato com a ignorancia.

  5. Crescimento dos Evangélicos? Você usa esse termo para aplicar na Pesquisa a respeito de ignorância? Você já está na intolerância religiosa por usar esse termo para aplicar que os evangélicos são ignorantes. Só por que não somos massa de manobras de um estado ou opiniões de um sistema, claro que há picareta aproveitadores que deturpa o evangelho de Cristo, para interesses próprios, mais são minoria. Antes eu era burro, mente fechada achando que minhas ideias eram verdadeiras, depois que conheci a verdade absoluta não a relativa pude compreender que são os homens que fazem o sistema que estão numa total ignorância,de ideias fantasiosas de ilusões. Como ideologia facistas cimunista com roupagens democráticas . Perversões, imoralidade, depois atribui isso aos cristãos. Colocam culpa nos cristãos. Por beberem veneno do engano. Tenho pena por você conhece apenas o Jesus histórico e não o real ? manifestado em corações

    1. A religião doutrina, manipula, condiciona. Há excessoes, mas é a minoria. Religião é algo pessoal e não coletivo. É algo que a pessoa escolhe, se é imposto, já é ditatorial. Coletivo é a ética. E moralidade é subjetiva. Enfim, precisamos de mais gentileza e empatia do que de religiões em primeiro lugar na vida de qualquer pessoa.

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