Há algum tempo, li esta notícia:
KOSICE, Eslováquia – Sobre suas pequenas cabeças, os recém-nascidos na sala de maternidade usam fones de ouvido estereofônicos e suas minúsculas mãos parecem se movimentar no ritmo da música. Desde as primeiras horas de suas vidas, os bebês estão sintonizados com Mozart dentro do hospital Kisica-Saca, leste da Eslováquia.
Não se trata de uma experiência para a criação de uma geração de gênios musicais. As crianças escutam o compositor clássico para o estímulo de suas funções físicas e mentais graças aos benefícios da musicoterapia. O trauma do nascimento é “extremamente estressante para o bebê”, disse Slanka Viragova, médica responsável pela unidade de maternidade do hospital que lançou o projeto de música. “No útero, a criança ouve o coração da mãe bater, o que representa uma fonte de proteção e boas sensações. Colocamos o bebê para ouvir a música, assim ele pode se lembrar de sua mãe no período imediatamente após o seu nascimento, quando já não está mais com ela”, disse.
Numa sala onde as paredes e as janelas são cobertas de desenhos de animais de contos-de-fada, cerca de vinte crianças em duas filas de berços ouvem música e dormem calmamente. Perto de um outro quarto com incubadoras, crianças prematuras e aquelas com problemas de saúde também são expostas à música de Mozart, que tem se mostrado útil na estabilização de suas respirações, disse Viragova. “Em geral, a musicoterapia ajuda o bebê a ganhar peso, a se livrar do estresse e a lidar melhor com a dor”, afirmou.
Viragova disse ter usado a terapia da música com seus próprios filhos, que agora são adolescentes, quando eram bebês. Novamente a escolha musical foi Mozart. “Descobriram que a música de Mozart produz um efeito muito positivo no desenvolvimento do quociente de inteligência (QI)”, disse ela. No hospital, os recém-nascidos ouvem diariamente de cinco a seis vezes ao dia um trecho de 10 minutos de um dos trabalhos clássicos de Mozart, uma composição para piano executada pelo pianista francês Richard Clayderman (COMO É QUE É????), ou uma mistura de sons naturais da natureza ou qualquer outra música calma.
“A música é muito leve e relaxante. Sua intensidade está entre 30 a 50 decibéis, que podem ser comparados ao som de passos normais ou de uma porta sendo aberta”, disse. Na maior parte do tempo, a música é reproduzida no aposento inteiro e também ajuda a aliviar o estresse das enfermeiras, que cuidam de 20 a 30 bebês.
Mas os aposentos do hospital também são equipados com um conjunto sistemas estereofônicos; assim, quando as crianças estão com suas mães, podem ouvir juntos a músicas calmas escolhidas pela mãe. O projeto de musicoterapia começou cerca de dois anos atrás e foi bem recebido pelos expectantes e novas mães.
“Certamente trata-se de uma ideia muito boa e que afeta o bebê de uma forma muito positiva”, disse Lívia Oliarova, 30, que acabou de dar à luz a seu segundo filho, Adrian. “Definitivamente continuaremos a fazê-lo ouvir música em casa”, acrescentou. Atualmente, o hospital Kosice-Saca está fazendo bastante barulho. Algumas mulheres estão preparadas para viajar muitos quilômetros para darem à luz neste hospital.
Seria Viragova apenas uma mozartófila ou há ciência nisto?
Tudo certo, mas se agora você já sabe tudo sobre o Efeito Mozart — o poder transformador da música na saúde, educação, bem-estar, etc. –, aposto não ouviu falar destes outros efeitos que encontrei há anos num site.
Importante: acabo de dobrar o número de efeitos do site e de apimentar os originais:
EFEITO PAGANINI: a criança fala muito rápido e em termos extravagantes, mas nunca diz nada importante.
EFEITO BRUCKNER: a criança fala bem devagar e se repete com frequência. Adquire ureputação de profundidade.
EFEITO WAGNER: a criança se torna megalomaníaca e sonha com coleguinhas narigudos e cinzeiros. Há a chance de que se case com sua filha (ou irmã).
EFEITO MAHLER: a criança grita sem parar – a plenos pulmões e por várias horas -, dizendo que vai morrer.
EFEITO HAYDN: a criança é feliz, felicíssima. Mesmo quando vai à missa.
EFEITO SCHOENBERG: a criança nunca repete uma palavra antes de usar todas as outras palavras de seu vocabulário. Às vezes fala de trás para diante. Com o tempo, as pessoas param de lhe prestar atenção. A criança passa a reclamar da burrice dos outros, que são incapazes de entendê-la.
EFEITO RICHARD STRAUSS: a criança sempre pede para comer o último doce. Quando termina procura por mais últimos.
EFEITO BOULEZ: a criança balbucia bobagens o tempo todo. Depois de um tempo, as pessoas param de achar bonitinho. A criança não está nem aí, porque seus colegas acham que ela é o máximo.
EFEITO TCHAIKOVSKI: os meninos abandonam seus carrinhos e passam a brincar de boneca.
EFEITO IVES: a criança desenvolve uma habilidade fenomenal para manter várias conversas diferentes ao mesmo tempo.
EFEITO PHILIP GLASS: a criança costuma dizer tudo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo.
EFEITO STRAVINSKY: a criança tem uma pronunciada tendência a explosões de temperamento selvagem, estridente e blasfemo, que frequentemente causam pandemônio na escolinha.
EFEITO NYMAN: a criança começa bem mas depois só repete o que os coleguinhas de aula disseram. Ao final, você nunca sabe o que saiu de sua cabecinha e o que saiu da dos outros.
EFEITO BRAHMS: a criança fala com maravilhosa gramática e vocabulário desde que suas frases contenham múltiplos de 3 palavras (3, 6, 9, etc.). No entanto, suas frases de 4 ou 8 palavras são bobas e pouco inspiradas.
EFEITO STOCKHAUSEN: a criança chama Osama bin Laden de tio.
E, claro, o EFEITO JOHN CAGE: a criança não fala nada por 4 minutos e 33 segundos. É a criança preferida por 9 entre 10 professores.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Adorei tudo!
Efeito milton ribeiro: a criança é alguém feliz pq arrumou um interlocutor brilhante, às vezes exasperante, mas a criança inteligente sabe tirar proveito disso tb. A criança não se sente “receptora” mas envolvida numa troca: ele chia, ela grita e dá risada! E ele nem se ofende, sai todo exibido!
Vc tem um arquivo de “notícias” tb! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Tenho um Troféu Fora da Casinha também para ti! Aguarde a cerimônia de entrega!
Por último: adorei a foto do bebê do olho arregalado!
ri muito com esse post!
bj, Flávia
Tá explicado porque a grande maioria dos brasileiros ouvia Axé e seus derivados quando pequenos !!
Abraços
Amigo Milton, e os efeitos Bud Powell, Thelonious Monk e Earl Hines (cito apenas pianistas para humilhar Clayderman)? Esses senhores, que martelaram suavemente as vértebras de Steinway & sons, merecem ou não lugar em sua postagem?
Que criança não terá momentos epifânicos ao ouvir Something in Blue, de Monk?
Mozart decerto odiaria ser tocado por Richard Clayderman.
Beijo, Milton.
Milton,
eu possuo o hábito de subir e descer escadas ao invés de usar elevadores.
Já ouvi que poderia ser sintoma de clautrofobia ou espírito atlético mesmo.
Numa recente sessão de análise descobri o real e inconsciente motivo: neles toca-se Richard Clayderman.
Branco
Pior que no elevador é música ambiente em restaurante. Lembro que quando era criança, eu tinha vontade de chorar! Meu pai explicava: “É música-ambiente!”. Deve ser por isso que até hoje eu odeio almoçar com música! Pensando bem, música-ambiente é bom para dieta…
A propósito ainda do post (uma das coisas que minha mente inquieta pensou enquanto lia), contrariando o senso comum, música pode ajudar portadores de Transtorno do Déficit de Atenção a se concentrar no estudo. Bem, depende da “musica”, claro!
bj, f
pior nos ônibus aqui de curitiba, onde mozart virou muzak.
Quantos efeitos a música provoca. O melhor deles são teus posts que falam de música, compositores e composições. Música seria o oxigênio da alma? Nem sempre puro, é verdade. O melhor de tudo, pra mim, foi a lista de efeitos sobre as crianças. Eu escutei minha mãe cantar, muito. Será que, por isso, sou en-cantado por ela? Psicomusicaliza-me se fores capaz, rapaz!
Milton, posso até estar comendo num bar e ouvindo um jazz ou mpb (relativamente) alto (sim ao vivo, claro). Se a música for boa eu como, converso, bato palma, e até quase nem me importo com o cigarro alheio.
Mas se for música ambiente, pode ser baixinho que eu choro! E faço como as moças lembradas pelo branco (dedinho na glote)! É que música ruim é transtorno alimentar garantido! (e atentado ao meio ambiente!)
bj, f
Por sinal, apenas ontem assisti o ensaio sobre a cegueira. Uma das coisas que mais me emocionou foi a cenas dos cegos confinados reunidos em torno de um radinho viajando numa música!
O efeito terapêutico da música e (como lembras a respeito da comida) seu caráter social, ritual, congregador é tema para a arte e para profundas reflexões e discussões… dá outro post!
bj, f
Muito bom, Milton. Minha filha tem ouvido muito Debussy, deve ser por isso que anda tão tresloucada (deve beber absinto e cheirar rapé às escondidas, sei lá). Preciso ministrar doses de Fauré, pra dar mais sustança, ganhar peso. Aliás, por que você sempre ignora a turma dos impressionistas, hein? Ou é só impressão (ha) minha?
o post é antigo mas as informações são eternas.
caí aqui procurando uma coisa e saio com lágrimas nos olhos de tanto rir, inclusive os comentários.
parabens.
EFEITO ELVIS: Acriança que estava aqui sumiu. Será que morreu? Não, de maneira alguma…