Os 26 dias e as histórias que separam Abbey Road do Led Zeppelin II

Os 26 dias e as histórias que separam Abbey Road do Led Zeppelin II
Ainda em fila, John, Ringo, Paul e George esperam o momento de atravessar Abbey Road de volta

Abbey Road foi lançado em 26 de setembro de 1969 na Inglaterra. Led Zeppelin II saiu menos de um mês depois, em 22 de outubro. Coincidências unem os dois esplêndidos discos (ou LPs, pois estamos na época do vinil) que estão em qualquer seleção que relacione os “melhores de todos os tempos”. Curiosamente, o primeiro parece encerrar uma era, enquanto o segundo inaugura outra. Para quem veio de Marte, informamos que Abbey Road foi o 12° álbum lançado pela fundamental banda britânica The Beatles. Já Led Zeppelin II é o 2°  álbum do importante grupo denunciado no título.

Abbey Road foi o último disco dos Beatles a ser gravado e o penúltimo a ser lançado. As canções do último disco, Let It Be, foram gravadas alguns meses antes das sessões de Abbey Road. Este representou uma trégua nas brigas que levaram Let it be a não ser lançado logo após sua gravação. Foi um breve retorno aos velhos tempos, com a recolocação de George Martin como produtor. Mas há ainda claros ecos da confusão em que estava metido o grupo: o vinil tinha (digamos que tem ainda) dois lados bem distintos entre si, com a finalidade de satisfazer aos egos um tanto inchados e ressentidos de John Lennon e Paul McCartney. Apesar dos dois lados terem canções de ambos, o lado A, que começa com Come Together e vai até I want you (She`s so heavy), é a parte do disco concebida por John Lennon e é uma coleção de canções individuais. Já o lado B, o de Paul McCartney, logo após Because, contém uma sequência de músicas propositadamente inacabadas criadas pela dupla.

Curiosamente, cada um dos lados foi brindado por uma obra-prima de George Harrison: o lado Lennon ganhou Something e o lado McCartney recebeu Here comes de sun.

O Led Zeppelin em 1969

Antes de seguirmos com Abbey Road, vejamos o que acontecia na época com o Led Zeppelin. Em outubro de 69, o Led tinha um ano e um mês de vida. A banda era formada pelo guitarrista Jimmy Page, o vocalista Robert Plant, o baixista e tecladista John Paul Jones e o baterista John Bonham. Page começara sua carreira como músico de estúdio em Londres e, em meados da década de 1960, era o guitarrista mais procurado pelas gravadoras na Inglaterra. Entre 1966 e 68, ele foi um dos Yardbirds. Primeiramente, o nome da nova banda era New Yardbirds. Porém, quando as gravações daquele que seria o Led Zeppelin I viraram coisa séria, a banda concluiu que tinha personalidade para merecer um nome sem cordão umbilical. O nome Led Zeppelin surgiu depois que os amigos do The Who — Keith Moon e John Entwistle — comentaram que o supergrupo seria um “balão de chumbo” (do inglês “lead zeppelin”). A palavra “lead” é propositadamente escrita com erro.

O Led Zeppelin é reconhecido como um dos iniciadores do heavy metal e seu LP de 1969 é o mais pesado de todos. Mas não precisamos ser muito atentos para notarmos que a origem do som do grupo está no blues e no folclore inglês. Diferentemente do LP dos Beatles — todo ele gravado no conforto do estúdio de Abbey Road –, o do Led Zeppelin foi feito de forma cigana. Afinal, o grupo passou o ano de 69 excursionando pela Europa e Estados Unidos e cada canção foi gravada, mixada e produzida separadamente em vários estúdios, alguns dos quais eram tecnicamente bastante pobres. Por exemplo, um estúdio em Vancouver foi creditado como “cabana”, pois tinha um equipamento de oito canais que nem sequer possuía conexões para fones de ouvido.

Contrariamente, Abbey Road é o mais bem acabado de todos os discos dos Beatles, comparável somente a Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Sua estrutura foi bastante pensada e discutida, e as visões discordantes dos integrantes da banda só contribuíram para a riqueza da criação final. Trata-se da última explosão de criatividade do grupo, capitaneada pelo produtor George Martin. Enquanto isso, Led Zeppelin II tem sua unidade advinda justamente da falta de tempo e de reuniões formais. O baixista John Paul Jones, anos depois, disse que “muitos dos riffs que Page executa nesse álbum haviam surgido no palco, durante as longas improvisações que fazia durante a canção Dazed and Confused. Depois dos shows, os membros da banda tentavam recordar os melhores trechos, que eram imediatamente gravados em algum estúdio nas proximidades. A produção do disco é creditada a Jimmy Page.

A capa do Led Zeppelin II

A capa do Led Zeppelin II tem uma história curta, se comparada com a série de interpretações — loucuras absolutas — suscitadas por Abbey Road. O projeto da capa foi baseado em uma fotografia da Divisão Jagdgeschwader 1 (Esquadrão de Combate nº 1) da Força Aérea Alemã, o famoso “Circo Voador” liderado por Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho da Primeira Guerra Mundial. Depois que a foto foi matizada, os rostos dos quatro integrantes da banda — retirados de uma publicidade de 1969 — foram retocados e colocados na foto. Também foram incluídos os rostos do empresário da banda, Peter Grant. A mulher na foto é Glynis Johns, a atriz que interpretou a mãe de Mary Poppins no filme da Disney. A presença dela é uma piada interna. O nome do engenheiro de gravação era Glyn Johns, ou seja, eram quase homônimos. Também foi incluído o astronauta Neil Armstrong, recém chegado da Lua. A campanha publicitária dizia “Led Zeppelin – A única maneira de voar”.

A foto-base da capa.

Como dissemos, o disco é certamente o trabalho mais pesado da banda. Ele inicia com o agressivo riff de Whole lotta love, seguindo com a What is and what should never be, um gênero de canção que se tornaria típica do Led Zeppelin ao alternar momentos suaves com “pauleiras”. Nos anos que se seguiram a seu lançamento, Led Zeppelin II era citado por críticos musicais como um modelo a ser seguido por bandas de heavy metal. Músicas derivadas do blues como Whole lotta love, Heartbreaker, The lemon song, Moby Dick e Bring it on home foram vistas, na época, como grandes novidades, pois os riffs de guitarra definiam e puxavam as canções, em lugar do refrão. A absoluta ênfase no instrumental era atípica na música popular. O solo de guitarra de Page em Heartbreaker, foi uma grande inspiração para o trabalho posterior de solistas de metal. Como tal, o álbum é geralmente considerado como muito influente no desenvolvimento do rock, sendo um dos precursores do heavy metal, inspirando uma série de outros grupos de rock, incluindo Aerosmith, Iron Maiden, Guns N’ Roses e até seu contemporâneo Black Sabbath.

A famosa capa de Abbey Road

Abbey Road tem a mais famosa capa de um disco. A fotografia da capa do álbum foi tirada do lado de fora dos estúdios Abbey Road em 8 de agosto de 1969 por Iain Macmillan. A sessão durou dez minutos. John Lennon estava apressado e queria tirar a foto e sair logo dali, pois “deveríamos estar gravando e não posando para fotos idiotas”. A ideia da foto de capa foi de Paul McCartney. Macmillan tirou apenas seis fotos sobre um cadeira colocada no meio da rua. Paul McCartney escolheu a que achou melhor. Nove entre cada dez turistas vão até aquele bairro residencial ver a rua e repetir a famosa foto idiota com amigos. O estúdio ainda está lá, funcionando, bem na frente do fusca branco.

A capa foi objeto de toda sorte de rumores e teorias de que Paul estaria morto, vítima de um acidente de carro em 1966. Apesar de ter sido apenas uma brincadeira, vale a pena conhecer a lenda. Como se vê ao lado, na capa do LP, os Beatles estão simplesmente atravessando a rua numa faixa de segurança a poucos metros do Estúdio Abbey Road.

Porém… Ela estaria lotada de “pistas” que demonstrariam que Paul tinha morrido. Paul está descalço — segundo ele, aquele dia fazia muito calor, e ele não estava aguentando ficar com nada nos pés. Além disso, estava fora de passo com os outros três e de olhos fechados. Apesar de ser canhoto, leva o cigarro na mão direita. A placa do fusca (“beetle” em inglês) estacionado é “LMW”. É claro que isso significa “Linda McCartney Widow” ou “Linda McCartney (mulher de Paul) Viúva. O complemento da placa é “281F”, referindo-se ao fato de que McCartney teria 28 anos se (if em inglês) estivesse vivo. (O I em “28IF” é um “1”, mas isso é difícil de se ver na capa). Para piorar, os quatro Beatles da capa representariam o padre (John, cabelos compridos e barba, vestido de branco), o notário responsável pelo funeral (Ringo, de terno preto), o cadáver (Paul, de terno, mas descalço como um cadáver), e o coveiro (George, em jeans e uma camisa de trabalho). Além disso, há um outro carro estacionado, de cor preta, um modelo usado para funerais, voltado para o lado do cemitério próximo a Abbey Road. O homem de pé na calçada, à direita, é Paul Cole, um turista dos EUA que só se deu conta de que tinha participado da capa de disco mais famosa de todos os tempos meses depois.

Aparentemente, Paul McCartney está vivo e produzindo até hoje.

E foi uma capa nada planejada. Durante as gravações, o engenheiro de som Geoff Emerick fumava muito os cigarros da marca Everest. Então, ficou decidido que este seria o nome do disco. Eles até pensaram em fretar um jato e ir até o Everest tirar umas fotos. Mas, como estavam em cima do prazo, decidiram atravessar a rua.

Abbey Road é o disco mais vendido dos Beatles. A abertura vem com Come Together, maravilhosa canção de Lennon. Inicia com um “chuuunc!” (na veia) que era a gíria para o uso de heroína. McCartney e o produtor George Martin deixaram o baixo bem alto de forma a evitar problemas com a justiça. Depois vem a célebre Something, de Harrison. Até Frank Sinatra gravou. Outras músicas famosas do disco são a brincadeira anos 50 feita em Oh! Darling, o coral de Because — ambas de McCartney –, e a outra e esplêndida colaboração de Harrison Here comes the sun. Mas o que distingue Abbey Road de tudo o que fora feito antes pelos Beatles é a sequência de nove canções inacabadas no final do disco: You never give me your money, Sun King (com parte de sua letra feita de palavras que não existem), Mean Mr. Mustard, Polythene Pam, She came in through the bathroom window, Golden slumbers, Carry that weight, The end e Her Majesty. Elas finalizam também a história do grupo.

Já o Led Zeppelin seguiria aprontando por mais sete discos. Alguns deles realmente espetaculares. Mas esta é outra história.

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Buscando uma pizza na Fermentô e o retorno para casa

Buscando uma pizza na Fermentô e o retorno para casa

Eu fui comprar uma pizza na Fermentô Pizzaria e aconteceu uma coisa admirável. Estava todo mundo naquele azáfama (está na hora de recuperar esta bela palavra), naquela correria louca de pegar ingredientes, montar as pizzas, colocá-las no forno, de empilhar as pizzas sobre o forno até que fossem buscadas quando, subitamente, começou a tocar Whole Lotta Love. Estavam todos de costas para o caixa, onde eu estava, menos a moça que trabalhou no Bonobo e que estava de frente. Quando Jimmy Page atacou o riff e Bonham ligou o motor, todas as bundas começaram a se mexer da mesma forma, em perfeita sincronia, menos a menina do Bonobo, que mexia os ombros. Era lindo, parecia que eu tinha entrado num musical. Até que um dos caixas pediu para baixar o som, porque aquilo o atrapalhava para conversar com os clientes no Whats. Hã???? Sim, ele conversava por escrito! Pois é, o cara acabou com nossa alegria. Mas tudo bem, todo mundo lá é legal, só que me deu vontade de dizer que um protetor auricular custa menos de R$ 5 em qualquer boa ferragem. E funciona até se ligarem uma britadeira.

.oOo.

Aí eu chamei um Uber e entrei no carro com duas pizzas.

— Seu Milton…
— Sim?
— São 20h e meu almoço foram umas fritas com Coca-Cola.
— E este cheiro está te matando.
— Sim. Tem uma de alho e óleo aí.
— Tem.
— Sabe que eu não comia alho? Mas aí, para poder beijar a minha namorada, comecei a comer, claro. Hoje adoro alho. Tudo pelo sexo.
— Acho justo, digno, fundamental.
— De acordo, seu Milton.
— Alho é um ingrediente conjugal. Se minha mulher come alguma coisa com alho no almoço, chego em casa à noite, sinto o golpe e mastigo um dente de alho para ficar em iguais condições. Aí dá para conviver na boa.
— Eu faço o mesmo. Mas tem algo pior, Seu Milton.
— O quê?
— Eu não suporto mulher que fuma, me causa enjoo.
— É mesmo?
— Sim, seu Milton. Sai aquele cheirão do hálito, dos poros, não rola.
— Tu brocha?
— Vou lhe confessar, seu Milton. Brocho mesmo. Ainda mais que não sou mais criança. E minha namorada é ex-fumante. Ela costuma me ameaçar dizendo que vai voltar a fumar.
— E o que tu faria?
— Isso seria um aviso para eu ir embora.

Surpreso, um pouco chocado com a última frase, me despedi do cara. Ele estava deprimido, mal por causa do alho e óleo que a namorada lhe ensinara a comer e péssimo por causa do anúncio dos cigarros, feito pela mesma. Mas que diabo de nariz tem esse cara, né?

A pizza de Flor de Alho e Óleo | Foto: Fermentô

O efeito Mozart

O efeito Mozart

bebe fofinho

Há algum tempo, li esta notícia:

KOSICE, Eslováquia – Sobre suas pequenas cabeças, os recém-nascidos na sala de maternidade usam fones de ouvido estereofônicos e suas minúsculas mãos parecem se movimentar no ritmo da música. Desde as primeiras horas de suas vidas, os bebês estão sintonizados com Mozart dentro do hospital Kisica-Saca, leste da Eslováquia.

Não se trata de uma experiência para a criação de uma geração de gênios musicais. As crianças escutam o compositor clássico para o estímulo de suas funções físicas e mentais graças aos benefícios da musicoterapia. O trauma do nascimento é “extremamente estressante para o bebê”, disse Slanka Viragova, médica responsável pela unidade de maternidade do hospital que lançou o projeto de música. “No útero, a criança ouve o coração da mãe bater, o que representa uma fonte de proteção e boas sensações. Colocamos o bebê para ouvir a música, assim ele pode se lembrar de sua mãe no período imediatamente após o seu nascimento, quando já não está mais com ela”, disse.

Numa sala onde as paredes e as janelas são cobertas de desenhos de animais de contos-de-fada, cerca de vinte crianças em duas filas de berços ouvem música e dormem calmamente. Perto de um outro quarto com incubadoras, crianças prematuras e aquelas com problemas de saúde também são expostas à música de Mozart, que tem se mostrado útil na estabilização de suas respirações, disse Viragova. “Em geral, a musicoterapia ajuda o bebê a ganhar peso, a se livrar do estresse e a lidar melhor com a dor”, afirmou.

Viragova disse ter usado a terapia da música com seus próprios filhos, que agora são adolescentes, quando eram bebês. Novamente a escolha musical foi Mozart. “Descobriram que a música de Mozart produz um efeito muito positivo no desenvolvimento do quociente de inteligência (QI)”, disse ela. No hospital, os recém-nascidos ouvem diariamente de cinco a seis vezes ao dia um trecho de 10 minutos de um dos trabalhos clássicos de Mozart, uma composição para piano executada pelo pianista francês Richard Clayderman (COMO É QUE É????), ou uma mistura de sons naturais da natureza ou qualquer outra música calma.

Flagrante de uma criança submetida ao pianista Clayderman
Flagrante de uma criança submetida ao pianista Clayderman

“A música é muito leve e relaxante. Sua intensidade está entre 30 a 50 decibéis, que podem ser comparados ao som de passos normais ou de uma porta sendo aberta”, disse. Na maior parte do tempo, a música é reproduzida no aposento inteiro e também ajuda a aliviar o estresse das enfermeiras, que cuidam de 20 a 30 bebês.

Mas os aposentos do hospital também são equipados com um conjunto sistemas estereofônicos; assim, quando as crianças estão com suas mães, podem ouvir juntos a músicas calmas escolhidas pela mãe. O projeto de musicoterapia começou cerca de dois anos atrás e foi bem recebido pelos expectantes e novas mães.

“Certamente trata-se de uma ideia muito boa e que afeta o bebê de uma forma muito positiva”, disse Lívia Oliarova, 30, que acabou de dar à luz a seu segundo filho, Adrian. “Definitivamente continuaremos a fazê-lo ouvir música em casa”, acrescentou. Atualmente, o hospital Kosice-Saca está fazendo bastante barulho. Algumas mulheres estão preparadas para viajar muitos quilômetros para darem à luz neste hospital.

Seria Viragova apenas uma mozartófila ou há ciência nisto?

Tudo certo, mas se agora você já sabe tudo sobre o Efeito Mozart — o poder transformador da música na saúde, educação, bem-estar, etc. –, aposto não ouviu falar destes outros efeitos que encontrei há anos num site.

Importante: acabo de dobrar o número de efeitos do site e de apimentar os originais:

EFEITO PAGANINI: a criança fala muito rápido e em termos extravagantes, mas nunca diz nada importante.

EFEITO BRUCKNER: a criança fala bem devagar e se repete com frequência. Adquire ureputação de profundidade.

EFEITO WAGNER: a criança se torna megalomaníaca e sonha com coleguinhas narigudos e cinzeiros. Há a chance de que se case com sua filha (ou irmã).

EFEITO MAHLER: a criança grita sem parar – a plenos pulmões e por várias horas -, dizendo que vai morrer.

EFEITO HAYDN: a criança é feliz, felicíssima. Mesmo quando vai à missa.

EFEITO SCHOENBERG: a criança nunca repete uma palavra antes de usar todas as outras palavras de seu vocabulário. Às vezes fala de trás para diante. Com o tempo, as pessoas param de lhe prestar atenção. A criança passa a reclamar da burrice dos outros, que são incapazes de entendê-la.

EFEITO RICHARD STRAUSS: a criança sempre pede para comer o último doce. Quando termina procura por mais últimos.

EFEITO BOULEZ: a criança balbucia bobagens o tempo todo. Depois de um tempo, as pessoas param de achar bonitinho. A criança não está nem aí, porque seus colegas acham que ela é o máximo.

EFEITO TCHAIKOVSKI: os meninos abandonam seus carrinhos e passam a brincar de boneca.

EFEITO IVES: a criança desenvolve uma habilidade fenomenal para manter várias conversas diferentes ao mesmo tempo.

EFEITO PHILIP GLASS: a criança costuma dizer tudo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo.

EFEITO STRAVINSKY: a criança tem uma pronunciada tendência a explosões de temperamento selvagem, estridente e blasfemo, que frequentemente causam pandemônio na escolinha.

EFEITO NYMAN: a criança começa bem mas depois só repete o que os coleguinhas de aula disseram. Ao final, você nunca sabe o que saiu de sua cabecinha e o que saiu da dos outros.

EFEITO BRAHMS: a criança fala com maravilhosa gramática e vocabulário desde que suas frases contenham múltiplos de 3 palavras (3, 6, 9, etc.). No entanto, suas frases de 4 ou 8 palavras são bobas e pouco inspiradas.

EFEITO STOCKHAUSEN: a criança chama Osama bin Laden de tio.

E, claro, o EFEITO JOHN CAGE: a criança não fala nada por 4 minutos e 33 segundos. É a criança preferida por 9 entre 10 professores.

John Cage
John Cage