Por Samuel Sganzerla
Como foi a estada lá na terrinha? Acabei não subindo a serra, como havia cogitado – em que pese ter honrado a tradição de almoçar galeto e polenta no domingo. Terminei acompanhando o jogo pela televisão e pelo rádio (sim, os dois simultaneamente, perdoem-me, ambientalistas). Tive que ouvir o pessoal da imprensa reclamar, ao cair da tarde, do “frio” de 20 ºC que fazia em plena metade da primavera em Caxias, apesar do sol. Bando de gente fresca, tchê!
Bueno, sobre o jogo, aparentemente segue a pleno vapor o projeto de eliminar a EUFORIA para o final da Copa Libertadores. Após uma boa vitória contra o Flamengo no domingo passado e o sucesso dos suplentes lá em Campinas no meio da semana, entramos em campo com o time titular hoje para fazer uma apresentação morna tal quais os dias ensolarados da serra. Não que o time tenha sido de todo ruim, mas, no atual estágio, enfrentar uma equipe de qualidade técnica inferior que está na zona da degola era expectativa de vitória.
Lembra que eu te disse que o Grêmio tem dificuldades imensas contra equipes que se fecham lá atrás, Renato? Então, pareceu ser essa a proposta do Vitória, quando, mesmo no primeiro, mal teve um terço da posse de bola. Entretanto, o que se viu foi uma equipe que, quando detinha a pelota, atacava com intensidade e objetividade. Após 10 minutos que pareciam um treino nosso, eles nos surpreenderam, vindo para cima de nós com qualidade até encontrarem o gol.
Na televisão e no rádio, disseram que o Patric (aliás, PATRIC CABRAL LALAU, que baita nome!) estava impedido no momento em que recebeu a bola na cara de Paulo Victor. Eu, sinceramente, não vi nenhuma irregularidade no gol do rubro-negro baiano (um salve a Ivete, Daniela, João Ubaldo e Franciel Cruz!). Achei que estava na mesma linha. Entretanto, se é contra o Grêmio, reclamemos: xingar o juiz é o que nos une no futebol, uma tradição salutar a ser seguida (e se algum árbitro reclamar, pergunte-lhe quando foi a última vez que ele elogiou um torcedor).
Bom, mas sem nem dar tempo de arranjar desculpas, numa boa jogada pela esquerda, que terminou com cruzamento de Leonardo, Fernandinho marcou de cabeça, para empatar o jogo. O grande lance desta tarde, para ver um Alfredo Jaconi lotado e pintado de azul, preto e branco explodir. Pena que a torcida que compareceu em peso não pode sair dali mais alegre, alguns até proferindo suas vaias. Eles não entenderam o projeto PÉS NO CHÃO ainda. Como eu gosto de dizer, antes de uma decisão, só existem dois tipos de torcedores que me irritam profundamente: os otimistas que cantam vitória antes da hora e os pessimistas que chamam derrota. Mas divago!
O fato é que, à exceção de um ou dois lances do Vitória (um deles em uma falha quase fatal de Geromel, salva pelo impedimento bastante claro desta vez), a partida foi toda nossa. Principalmente a partir dos 13 minutos da segunda etapa, quando da expulsão de Fillipe Souto (ninguém mais dá o nome de Felipe ao filho sem fazer FIRULAS!?) após entrada dura em Ramiro. Mas o fato é que não soubemos aproveitar. Estávamos com um a mais, sendo que a disposição em campo aparentava que nossa superioridade numérica era de dois ou três jogadores.
Empilhamos jogadores na linha ofensiva, até aumentando um pouco a criação, mas sem transformar isso em gols. Vagner Mancini ESTACIONOU UM ÔNIBUS na frente da área (como gostam de dizer os antigos) e armou um FERROLHO bastante eficaz. Se Galeano dizia ser um “mendigo do bom futebol”, eu sou um PEDINTE DOS CHUTES DE FORA DA ÁREA. Por que todas as equipes que querem jogar esse futebol moderno Tiki-taka só buscam finalizar da pequena área? Será que ninguém mais sabe chutar da meia-entrada?
Daí o jogo terminou como se anunciou na metade do segundo tempo: um empate CHOCHO. Porém, se nós praticamente abandonamos o Brasileirão lá na 11ª rodada (falaremos sobre isso outra hora), não era faltando cinco partidas, com o Corinthians disparado lá na frente, que iríamos pensar que esse jogo valia disputa por título. O próximo confronto, quarta-feira, na Arena, contra o São Paulo, será a última partida de preparação para a final da Libertadores. Reitero, pois: cabeça lá no dia 22. É a Copa que importa!
Por fim, Renato, terminarei meu fim de semana assistindo novamente a “Tropa de Elite”, de José Padilha. Gosto de relembrar os famosos bordões do Capitão Nascimento (“Não vai subir ninguém!”). Se bem que, a despeito desta provocação BARATA, temos que cumprimentar o primeiro clube a ter confirmado seu acesso para a elite do futebol brasileiro no ano que vem, não!? Meus parabéns, América Mineiro! (Quem diria que Enderson Moreira levaria alguma equipe a algum lugar…)
Saudações Tricolores!
E segue o baile…
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P.s.: Cornetas à parte, registro aqui a minha VAIA SIMBÓLICA para a sempre desastrosa atuação das forças policiais nos estádios brasileiros. Por piores que sejam alguns torcedores, os excessos, o abuso de autoridade e as agressões descabidas de “agentes de segurança” somente causam ainda mais revolta (ainda mais quando alguém alheio às confusões é detido e agredido, como já aconteceu muitas vezes).
Brigões e policiais truculentos apenas se retroalimentam, justificando sua existência uns nos outros. Nada que justifique ações intoleráveis por parte daqueles e arbitrariedades por parte destes. Contudo, um país violento como o nosso necessita de forças policiais preparadas, não de gente mal remunerada e despreparada achando que cassetete na cabeça e pisoteamento de cavalo é a única forma de resolver conflitos.
https://youtu.be/PG95LLcf0k4