Aviso

É bom avisar a direita que a Rússia não é mais comunista.

OK, Putin recebeu sanções dos EUA — as que Israel não recebe, por exemplo –, mas isto é outra conversa.

Também é bom avisar a esquerda que a Rússia não é a União Soviética.

O que há mesmo, é russofilia e russofobia residuais. Bem antiquadas, aliás.

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16 Quartetos de Cordas sem os quais seria ainda mais difícil viver

16 Quartetos de Cordas sem os quais seria ainda mais difícil viver

Haydn: Quarteto de Cordas, Op. 54 Nº 2
Mozart: Quarteto K. 465 (das Dissonâncias)
Beethoven: Quarteto de Cordas, Op. 59, Nº 3 (um dos Razumovsky)
Beethoven: Quarteto de Cordas, Op. 132 (o campeão)
Schubert: Quarteto de Cordas Nº 12, D. 703, “Quartettsatz“
Schubert: Quarteto de Cordas Nº 13 “Rosamunde” (o terceiro)
Schubert: Quarteto de Cordas Nº 15 in G major, D. 887
Borodin: Quarteto de Cordas Nº 2
Janáček: Quarteto de Cordas Nº 2 “Cartas Íntimas”
Ravel: Quarteto de Cordas
Bartók: Quarteto de Cordas Nº 4 (o segundo colocado)
Bartók: Quarteto de Cordas Nº 5
Shostakovich: Quarteto de Cordas Nº 3
Shostakovich: Quarteto de Cordas Nº 8
Ligeti: Quarteto de Cordas Nº 2
Crumb: Black Angels

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9 de maio: a vitória na Grande Guerra Patriótica

9 de maio: a vitória na Grande Guerra Patriótica

A Elena chama a Segunda Guerra Mundial traduzindo a expressão utilizada na Rússia, Grande Guerra Patriótica. Não que ela pareça muito saudosa de Belarus ou se ufane especialmente de sua origem — acho que ela se ufana apenas da língua russa –, é que aprendeu assim, Grande Guerra Patriótica.

O dia da tomada de Berlim pelos soviéticos, o 9 de maio, dez dias antes do aniversário dela, é um feriado muito importante no país, uma grande festa, e, neste ano, comemora-se 80 anos do fim do nazismo. Morreram 27 milhões de soviéticos.

Muita gente importante estará em Moscou sexta-feira e é certo que Putin, Xi Jinping e Lula terão um assunto: Trump. Sempre desinformando, o Laranjão disse a Guerra só foi vencida graças aos EUA. Bem, sabemos que história não é o seu forte. Aliás, em que ele é forte? Em taxações e fascismo?

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Atlético Nacional 3 x 1 Inter

Atlético Nacional 3 x 1 Inter

Eu disse para várias pessoas após a vitória casual contra o Atlético Nacional e o empate com o Nacional no Beira-rio: o Inter vai ser terceiro e cairá fora na primeira fase da Libertadores. Depois da rodada desta semana, constato que errei: o Inter ficará em último em seu grupo.

Nosso time é uma curiosa mistura de mau futebol, desatenção e falta de elã. Ou seja, é tudo o que NÃO pode ser numa Libertadores.

Agora vão falar num pacto pela vitória.

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Os idiotas que o RS elege

Quem estava no RS durante a enchente de 2024 compreende perfeitamente a angústia das pessoas com a previsão do tempo para os próximos dias. A parte que será mais afetada será o sul e o oeste do estado. Parece que vem muita chuva.

Desde a enchente, apesar dos bilhões despejados aqui pelo Governo Federal, quase nada foi feito. Nosso bonitinho governador não apresentou projetos e parece desprezar o dinheiro vindo do Governo Lula como se fosse Ouro de Moscou que lhe pudesse transmitir uma ideologia de esquerda, cruz credo.

O pouco que foi feito foi ridicularizado por especialistas. E este cara quer o Planalto…

O bolsonarista prefeito Melo também não reformou as casas de bombas que evitam os alagamentos e, cada vez, que um cachorro mija num poste, há riscos para a cidade. Quando a excelente meteorologista Estael Sias aparece na minha TL, já fico meio desconfiado. Só que ela não é culpada.

A enchente faz um ano e pouco foi feito. Leite e Melo apostam na sorte. Devem jogar com responsabilidade na KTO.

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Rodas de conversas literárias II

Rodas de conversas literárias II

Todos nós lemos muita coisa traduzida, MUITA TRADUÇÂO, todo dia.

A Sociologia da Tradução analisa como a tradução não é apenas um ato linguístico, mas um fenômeno social cheio de poder, conflitos e negociações.

Estuda como tradutores mediam culturas, como suas escolhas refletem hierarquias, ideologias e interesses ocultos. Que trabalho é “fiel” ou “traição”?

É sobre entender que a tradução pode ser uma arena onde línguas e significados são disputados — e onde cada palavra carrega as marcas invisíveis do mundo que a produziu — que convidamos a professora PATRÍCIA REUILLARD para conversar conosco aqui na Bamboletras.

Achamos que você está pronto para discutir e entrar nesse jogo de influências.

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Dia 9, os 80 anos do final da Segunda Guerra

Dia 9, os 80 anos do final da Segunda Guerra

A Elena chama a Segunda Guerra Mundial traduzindo a expressão utilizada na Rússia, Grande Guerra Patriótica. Não que ela pareça muito saudosa de Belarus ou se ufane especialmente de sua origem — acho que ela se ufana apenas da língua russa –, é que aprendeu assim, Grande Guerra Patriótica.

O dia da tomada de Berlim pelos soviéticos, o 9 de maio, dez dias antes do aniversário dela, é um feriado muito importante no país, uma grande festa, e, neste ano, comemora-se 80 anos do fim do nazismo. Morreram 27 milhões de soviéticos.

Muita gente importante estará em Moscou sexta-feira e é certo que Putin, Xi Jinping e Lula terão um assunto: Trump. Sempre desinformando, o Laranjão disse a Guerra só foi vencida graças aos EUA. Bem, sabemos que história não é o seu forte. Aliás, em que ele é forte? Em taxações e fascismo?

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Atrás do balcão da Bamboletras (LXVIII)

Prezados Pais.

Quando seus filhos receberem uma solicitação de livro para a escola, não deixem para comprar no último dia. Acabo de atender um pai totalmente HISTÉRICO, enlouquecido porque a Livraria Bamboletras não tinha um livro publicado em 2015 e eu lhe disse que só conseguiria a coisa para AMANHÃ… Claro, ele queria ter o livro hoje para o guri começar a ler imediatamente porque a prova é amanhã. Realmente, amanhã é tarde.

Perguntei se o pai já tinha a lista de livros há muito tempo e ele disse que há 15 dias. Não fiz mais perguntas.

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16 Concertos para Violino sem os quais seria ainda mais difícil viver

16 Concertos para Violino sem os quais seria ainda mais difícil viver

Bach: BWV 1042
Bach: BWV 1043 para 2 violinos
Vivaldi: As 4 Estações
Mozart: Concerto N° 3
Beethoven: o único (completando o pódio)
Brahms: idem
Tchaikovsky: idem
Mendelssohn: Op. 64
Saint-Saëns: Concerto N° 3
Sibelius: o único
Prokofiev: Concerto N° 2
Shostakovich: Concerto No. 1 (o campeão)
Berg: À memória de um anjo
Bartók: Concerto N° 2
Britten: o único (o vice)
Stravinsky: idem

A grande Janine Jansen

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O melhor Concerto para Piano de Tchaikovsky

O melhor Concerto para Piano de Tchaikovsky

Tem gente que nem sabe que Tchaikovsky tem um segundo e terceiro Concertos para Piano. Muitos músicos de orquestra, inclusive, pensam que há apenas um, o famoso primeiro.

Só que meu pai era um colecionador de música romântica que reclamava de minha predileção pelas músicas mais difíceis, coisa que a Elena repete, mas sem a voz de um pai ou de uma mãe quando a gente é pré-adolescente. Ele tinha um LP com o segundo concerto e eu dizia que aquele era melhor que o primeiro. Olha, até hoje concordo comigo. Gosto da decisão do primeiro movimento, mas minha maior consideração vai para o muito estranho segundo movimento, que é quase um não-concerto.

Este movimento lento começa com um trio. Acompanhado apenas pelas cordas, o violino toca um tema belíssimo, depois o piano dialoga primeiro com o violino e depois com o violoncelo, como se fossem três solistas em vez de um piano com acompanhamento orquestral. Ora, essa estrutura é mais típica de música de câmara do que de um concerto romântico para piano.

Neste movimento, o piano não é o protagonista imediato — ele entra apenas depois de longas passagens do violino e do violoncelo. Quando finalmente aparece, ele assume um papel mais de acompanhamento, o que é totalmente incomum para um concerto.

É tudo muito melancólico e introspectivo. Aos poucos, a orquestra entra com delicadeza, expandindo a música de câmara, mas o violino e o violoncelo sempre voltam. É um noturno, se me entendem, não é o movimento lento típico de um concerto.

Houve um idiota, o pianista e maestro russo Alexander Siloti, que fez cortes para torná-lo mais palatável ao público. O cara era louco, só pode.

E o terceiro movimento é sensacional.

Estou ouvindo a gravação na forma original, como o disco do meu pai, que pode soar mais estranha para ouvintes acostumados ao conforto de um formato convencional. Tchaikovsky mesmo admitiu que buscava experimentar formas mais complexas, que essa obra era “difícil” e menos acessível que o primeiro concerto.

Mas ele é tão raro de ser programado que NUNCA o assisti ao vivo. E, desculpem, é o melhor dos três.

Xô, Siloti! Deixem o Tchai, ele já sofria bastante sendo gay na Rússia Czarista.

(Abaixo, Tchaikovsky triste com Siloti…)

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Atrás do balcão da Bamboletras (LXVII)

Atrás do balcão da Bamboletras (LXVII)

(Mil vezes contar uma história autodepreciativa do que uma em que brilho, mas fazer o quê?).

— Boa tarde, Grande Milton!

Ih, mais um louco, pensei.

— Boa tarde — respondo ao desconhecido.

— Tu não vai lembrar de mim, mas tu mudaste a minha vida.

— Pra pior, certamente.

— De jeito nenhum.

O sujeito estava tão entusiasmado que a frase seguinte não era de todo um absurdo.

— E como foi que salvei tua alma?

— Me indicando um livro. Eu te pedi um livro de psicologia que era sobre hiperfoco e obsessão e tu disseste que não tinha a obra e nem tinha como identificar outro sobre o tema. Mas me indicaste um livro de ficção, O LIVRO PERFEITO: Michael Kohlhaas. Aquilo é um tratado sobre hiperfoco e obsessão!!!

— Adoro o Kohlhass — afirmei e é fato.

Neste momento, eu, que não lembrava do cara e que estava no computador sem saber direito o que era hiperfoco, sorri fingindo fazer outra coisa e escrevi rapidamente do DeepSeek: “Kohlhaas e hiperfoco. Há relação?”

E o cara seguia:

— Li o Kohlhaas não sei quantas vezes, é maravilhoso! E pude entender muito mais coisa do que entenderia lendo um livro de especialista.

— Sim, aquilo é um paroxismo tão poderoso quanto manter aberta uma livraria apesar da Amazon… Kohlhaas é um dos livros mais impressionantes que já li, mas sei lá o que é hiperfoco.

— Eu sou psicólogo e…

Deixei de ouvir o cara porque e vi que o DeepSeek me respondia. Fiz uma leitura a toda velocidade. Abro aspas:

“Kohlhaas e Hiperfoco: Uma Relação Inesperada (e Intensa)
A história de Michael Kohlhaas – o protagonista da novela Michael Kohlhaas (1811), de Heinrich von Kleist – e o conceito moderno de hiperfoco (comum em TDAH e neurodivergências) têm mais em comum do que parece. Ambos envolvem:
1. A Obsessão que Consome Tudo
(Mil detalhes que ignorei)
2. A Linha Tênue Entre Determinação e Fanatismo
(Mil detalhes que ignorei)
3. A Neurodivergência como Leitura Possível
(PQP, o que significa neurodivergência?)
Veredito (do DeepSeek): Sim, há relação! Kohlhaas é o hiperfoco em forma de tragédia literária. Se ele tivesse um pouco de flexibilidade cognitiva, talvez sua história terminasse melhor… Mas aí não seria Kleist”.

Olhei para o cara sorrindo e pensei com meus botões:

“Futebol é bola na rede”.

(Abaixo, Heinrich von Kleist).

Heinrich von Kleist, por Anton Graff

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