Além da mãe brasileira, Thomas Mann teve a sorte de contar com Herbert Caro traduzindo seus livros no Brasil. Se “A Montanha Mágica” tem o formato de uma composição musical, como disse Adorno e o próprio Mann, seu tradutor no Brasil era um crítico musical de primeira linha. Sorte de Mann ter achado alguém “compreensivo”. (O Dr. Caro usava “compreensivo” no sentido de quem entendia as coisas com clareza).
Nos anos 70-80, conversava bastante com ele e nossas conversas eram sobre música e nosso amado Vermeer. Os encontros eram aos sábados pela manhã numa loja de discos de Porto Alegre. Há coisas que a gente perde por ser jovem, né? Ele foi o lendário tradutor de Mann, Hesse, Canetti e até Steinbeck. Mas pouco falamos sobre suas traduções. A música tomava quase todo espaço.
P.S. — Eu não sabia que hoje é o aniversário de Thomas Mann, 150 anos de nascimento.
