Aprovo totalmente esse movimento de grandes violinistas no sentido de formarem grupos de câmara regulares. A Mutter iniciou com certa hesitação, já Ehnes, Ibragimova e Jansen se atiraram.
James Ehnes já gravou 3 CDs com o Ehnes Quartet, Alina Ibragimova tem o seu Chiaroscuro Quartet e Jansen tem seu Janine Jansen and Friends.
O repertório para os principais solistas tocarem com orquestras é limitado. A plateia gosta daqueles poucos e conhecidos concertos. Se eu já enchi deles, imagina os solistas!
São eles o Concerto de Beethoven, o de Brahms, o de Tchaikovski, o de Sibelius, os de Mendelssohn, Shostakovich, Prokofiev, Bruch, talvez Bartók. Há uns concertos duplos, há os barrocos nos quais nem todos se aventuram — ainda bem! — e dá para solar Paganini e Bach. E o resto raramente é explorado pelas gravadoras e plateias.
Mas o mundo se abre para eles na música de câmara.
A violinista Julia Fischer uniu sua voz às crescentes demandas para o diminuição das turnês das orquestras quando o Covid terminar e para o investimento maior no desenvolvimento de artistas locais. O que ela disse:
Nunca fui fã de medir o sucesso de uma carreira pelo número de milhas acumuladas. Eu acho que é loucura que cada orquestra ache que precisa tocar em Nova York e Tóquio todos os anos.
Na Ásia em particular, onde o dinheiro é bom, eu poderia ter feito cinco turnês por ano. Mas esse não é o ponto. Sou a favor do intercâmbio cultural, mas precisa ser algo especial. Por que ir a cada três meses?
É muito mais importante reconstruirmos a identificação do público com as orquestras locais. Para nós, de Munique, digo que devemos conhecer mais a Filarmônica de Munique ou a Orquestra Sinfônica da Rádio da Bavária. Precisa ser algo especial quando uma orquestra aparece em turnê.
Também acho errado que os regentes tenham várias orquestras. É algo que nunca entendi. Na minha opinião, um regente deve estar profundamente identificado com sua orquestra. Deve dedicar-se realmente a ela, incluindo nisto a cidade e a sua cultura musical.
Anne-Sophie Mutter:
A violinista alemã argumentou ontem que as salas de concerto deveriam ter os mesmos privilégios que as igrejas durante o período de Covid. O que ela disse:
Temos o direito básico à liberdade de arte e de religião. Não consigo entender que a religião tenha prioridade sobre a arte, porque ambos são direitos básicos, não são luxo. A arte nos dá esperança, uma outra visão e uma experiência sensorial compartilhada, como, é claro, um serviço religioso.
Annika Müller, uma violinista especialista em repertório barroco em instrumentos originais de época, anunciou a repórteres nesta segunda-feira (29) que começou a dar prazer a si mesma sem o uso de vibrador.
A violinista alemã revelou, em entrevista coletiva, que se decidiu no ano passado não apenas a dedicar-se exclusivamente às interpretações barrocas com instrumentos originais, mas também a abandonar o prazer de tocar-se com um vibrador, passando a fazer tudo por si mesma.
“Se eu vou dar descanso a meu queixo, deixando de lado os vibratos, também vou dar uma folga definitiva a meu vibrador”, radicalizou Müller. A violinista barroca disse este foi o modo que encontrou para resolver uma contradição que sentira crescendo dentro dela.
“Músicos dos séculos XVII e XVIII não tinham a eletrônica para auxiliar no ato de prazer”, sentenciou. “Se tais dispositivos tivessem existido, pensem no efeito que isso teria sobre sua música e desempenho?”
Müller negou ter experimentado uma diminuição em seus prazeres desde que descartou seu Hitachi Cordless Magic Wand ™.
“Dar prazer a mim mesma sem o vibrador tem sido um desafio, mas é muito mais fácil do que lidar com o primeiro arco com cordas de tripa”, disse ela.
Ironicamente, os abandonados vibratos da técnica moderna de violino, têm vindo a calhar para Müller durante a sua transição para o prazer manual.
“Em vez de aplicar o vibrato moderno para o meu instrumento, tenho usado entre as minhas pernas”, disse Müller, pressionando seu dedo indicador esquerdo na palma da mão direita e balançando-o suavemente para demonstrar o procedimento. “Se eu fechar meus olhos e imaginar que eu sou Anne-Sophie Mutter tocando o Concerto de Brahms, posso atingir o clímax quase instantaneamente.”
Para Müller, a mudança é parte de uma missão mais ampla para transformar todas as facetas da sua vida diária de acordo com costumes europeus do século XVII. Além de desistir da eletrônica, ela planeja vestir-se exclusivamente em saias e corpetes, e restringir sua dieta para misturas de vegetais orgânicos, raízes, batatas e chucrute.
O processo também envolve Müller subordinar-se aos homens, como era a norma para as mulheres na Europa durante o período barroco. “Pode soar humilhante, mas vou ter que me acostumar a me sentir como um acessório”, disse ela. “Quanto mais eu deixar que os homens me tratem como um objeto, o mais autenticamente vou tocar violino.”
Quando perguntada sobre sua vida romântica, Müller disse que ela ainda está aguardando pretendentes. “Se eu puder encontrar um homem cuja libido seja a metade da de Johann Sebastian Bach, eu estarei satisfeita “, disse ela .
Se Müller adotar práticas de higiene barroca, no entanto, ela poderá permanecer solteira por algum tempo. “É um longo caminho este de viver uma vida historicamente original”, disse Müller. “Por enquanto, estou focada em tocar o melhor possível meu instrumento de forma a emocionar meu público e a mim”.