Porto Alegre (ou eu) enlouquece de vez: Quico (ou Kiko) é a cara da cidade

Penso que se o célebre Simão Bacamarte — médico da novelinha O Alienista, de Machado de Assis — morasse em Porto Alegre e tivesse total poder sobre seus cidadãos, o prefeito José Fortunati já estaria preso a uma cama do Hospital São Pedro. A ascensão do comediante Carlos Villagrán ao posto de Embaixador de Porto Alegre para a Copa do Mundo de 2014 é uma das maiores sandices que já ouvi. E sinceramente, quando ouço algumas pessoas defenderem nosso combalido prefeito, logo penso se não seria o caso de propor a Bacamarte minha internação. Putz, como sou burro, na época em que via Chaves com meus filhos, jamais me dei conta de que o cara era a cara de nossa cidade!

Não, nada do Seu Barriga nem do Seu Madruga, nada de Chaves. O escolhido foi o esnobe do seriado, conforme comentou informalmente comigo o vereador Marcelo Sgarbossa. Mas… Por que um personagem de Chaves? O México jogará em Porto Alegre? Será que não vão pensar que Villagrán é gaúcho ou que Porto Alegre é no México? Ou a livre-associação tornou-se a regra? Confesso que tenho dificuldades em propor algo mais louco. Quando pensei numa outra alternativa maluca, a primeira ideia que me surgiu foi Larissa Riquelme, mas esta tem tudo a ver com Copa do Mundo. Então, que tal Mr. Bean, Ricardo Darín, ou o casal Angelina Jolie e Brad Pitt?

Agora, soube que a ideia de ungir o comediante não foi exatamente consensual e que o secretário da Copa, João Bosco Vaz, nem sabia que haveria um Quico em sua vida. Foi uma escolha pessoal do prefeito. O motivo teria sido a paixão de Villagrán pelo futebol, algo bastante raro em porto-alegrenses. Qual o problema do tesouro, vamos tesouro, não se misture com esta gentalha, divulgar Porto Alegre? Na verdade, nenhum. Só que embaixadores normalmente são figuras ou personagens ligados à cidade.

Na boa, deixo escolher, mas acho que eu ou o prefeito, um de nós tem de ser internado. Calem-se, calem-se, vocês me deixam louco!

Ah, e sobre as obras no Beira-Rio, tenho uma opinião: acho que a questão do Inter jogar fora de Porto Alegre, em razão das obras no Beira-Rio, pode ser resolvida facilmente. O Inter entra em contato com a OAS e aluga o Olímpico até que as obras em seu estádio estejam finalizadas. De posse do Olímpico, o Inter pinta tudo de vermelho e joga lá. Loucura? De modo algum. Como eu dizia, o mundo é muito simples, doutor Simão.

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