Porque hoje é sábado, Halle Berry

Porque hoje é sábado, Halle Berry

Em 2008, com 42 anos, ao ser eleita a mulher mais sexy do mundo pela revista Esquire,

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Halle Berry fez questão de posar com fotos de algumas figuras do Partido Democrata.

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Deve estar feliz com o primeiro presidente negro. Ela lhe deu seu belo apoiou desde a primeira hora.

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Também uma precursora, foi a primeira negra a ganhar o Oscar na categoria atriz principal.

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De família humilde, formou-se em jornalismo e, não que isto tenha relação com aquilo, sofreu

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algumas agruras infelizmente comuns entre as mulheres. Não, ela não teve vida fácil, caro leitor.

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Imaginem que perdeu 80% da audição ao levar uma surra de um ex-namorado.

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Não sei o que dizer de um imbecil descontrolado, patético e repugnante desses. Ou sei.

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Mas há mais: lembre-se, memorioso leitor, que se um dia ela aceitar um dos teus convites

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para jantar, deves não apenas falar alto como se estivéssemos com Branco Leone,

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mas também escolher adequadamente os pratos, pois a moça é diabética.

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No mais, é a maravilha absoluta que estamos vendo. E é excelente atriz.

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Além dos filmes de bilheteria, parece ter predileção por papéis rigorosamente tristes, como a

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dilacerante Leticia Musgrove de A Última Ceia (Monster’s Ball, filme que lhe deu o tal Oscar)

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e a Audrey Burke de Coisas que Perdemos Pelo Caminho (Things We Lost in the Fire),

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bom filme em que contracena com Benicio Del Toro. Sem dúvida,

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prefiro a Halle Berry dos bons filmes do que aquela dos 007 da vida.

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Este post foi publicado originalmente em 30 de outubro de 2008.

Porque hoje é sábado, vinte tons de preto-e-branco

O grande Marcos Vasconcelos, mezzo cearense, mezzo carioca, escolheu as fotos e escreveu o texto deste PHES especial. Marcos é um pervertido que pode ser encontrado administrando a comunicação da Rede de Bibliotecas da Uerj. Atualmente, todas as tais bibliotecas apresentam curioso tom acinzentado e têm livros como o Kama Sutra, o Decamerão, Fanny Hill, 120 Dias de Sodoma, A História do Olho, A História de “O”, Teresa Filósofa e outros clássicos, tão vilipendiados.

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Prezado Milton, não me perderei em inúteis prolegômenos, mas preciso dizer:

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não foi fácil substituí-lo no PHES. Foi cansativo.

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E me virou do avesso. Que sirva de aviso aos que virão.

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São muitas escolhas, entre elas: seguir o estilo do dono…

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…ou imprimir o meu próprio?

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E que musa escolher? São tantas!

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Sem ver saída, resolvi fazer um ensaio platônico…

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(É sério, não ria.)

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…afinal, numa semana em que as mulheres foram tão aviltadas, eu quis falar não do que me encanta nelas como homem, mas o que nelas é encantador por definição.

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Por exemplo: a beleza clássica…

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…e a beleza estranha.

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A juventude…

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…e a maturidade.

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A atitude…

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…e o sonho.

www.toutlecine.com

A mente…

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…e a coragem.

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A sombra…

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…e a luz.

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Porque para elas isso não é nada. E também é tudo.

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(Alicia Keys, Elizabeth Taylor, Monica Bellucci, Anita Ekberg, Mary Elizabeth Winstead, Scarlett Johansson, Jean Seberg, Halle Berry, Amy Lee, Charlize Theron, Brittany Murphy, Jennifer Lawrence, Susan Sarandon, Hayley Williams, Irène Jacob, Emma Watson, Ellen Page, Noomi Rapace, Kate Winslet e Shakira Mebarak.)

Porque hoje é sábado… terceirizamos com a Caminhante

Algumas mulheres ultrapassam o status de mulher bonita e se tornam ícones, divas, unanimidades. É só clicar no PHES antigos para ter uma boa amostra.

Não é desse tipo de mulher que eu quero falar, até porque não gosto delas. Não gosto da maneira como elas são onipresentes, como os homens estão dispostos a nos ignorar por simples imagens delas e principalmente pelo ideal inatingível que elas representam.

Sim, nós mulheres comuns temos uma antipatia natural por essas mulheres ícones. Não é difícil perceber; ficamos enlouquecidas quando nosso homem elogia demais uma famosa. Por isso o impulso quase irresistível de desmerecê-las, de insistir que só há vulgaridade onde vocês enxergam beleza.

Mas é claro que não somos imunes a elas. Nós a detestamos tanto quanto queremos ser iguais, queremos receber o mesmo tipo de atenção. Como lidamos com isso é uma questão essencial.

O tempo modifica o corpo – e a cabeça, e os sentimentos,e a alma – das mulheres, mas isso não quer dizer que a vontade de ser desejada envelheça.

Essa vontade está presente em todas as mulheres, por debaixo de nossas roupas, ardendo na pele mesmo das inteligentes e críticas.

Cada vez que uma mulher faz uma plástica para tentar se parecer com alguém, é esse tipo de olhar que ela busca. Mas a satisfação individual tem um preço: torna a humanidade mais uniforme. E – justamente por isso – menos bela.

Teremos menos uma mulher que mostrará ao mundo com uma beleza menos óbvia, mas nem por isso menos interessante,

Menos uma mulher que nos desagradará à primeira vista, e nos obrigará a descobrir porque não conseguimos parar de olhar para ela,

Menos uma mulher que nos fará menos arrogantes, menos perfeccionistas.

Perderemos diferenças, perderemos várias formas possíveis.

Em resumo, o mundo terá uma mulher a menos a dizer: Olhe para MIM.

Variedade e beleza andam juntas; se mulheres não podem ser belas de infinitas maneiras, a culpa é de quem olha.

Texto e escolha de fotos: Caminhante