As canonizações seculares

No centro de uma quadra de Londres, há uma das coisas mais simples e bonitas que vi até hoje: o Memorial to Heroic Self Sacrifice. Trata-se de uma grande ideia: ele serve para lembrar pessoas comuns que, em atos heroicos, morreram para salvar vidas. O objetivo é o de não serem esquecidas. O Memorial aparece com destaque no filme Closer, pois a personagem de Natalie Portman assume o nome fictício de Alice Ayres, uma das pessoas lembradas no Memorial.

Foto: Milton Ribeiro

É um local pequeno e aprazível, não chega a ser uma atração turística para a maioria das pessoas, mas revelou-se muito sedutor.

O memorial foi inaugurado em 1900 e abriga 120 placas de cerâmica. Quando da inauguração, havia apenas 4. Hoje, há um espaço auxilar ao telhadinho original.

A ideia foi de um religioso, o vigário George Frederic Watts. O governo britânico dava tradicionalmente pouca atenção aos pobres, mas na esteira da Revolução Industrial, as atenção para com as classes mais baixas foram mudando. Estranhamente a nossos olhos do século XXI, Watts via o propósito de seu Memorial como exemplos para a educação das classes mais baixas.

É uma espécie de canonização de pessoas que não fizeram milagres ou que os realizaram dentro dos limites permitidos a nós, seres humanos. Um monumento humano e — por que não pensar assim? — ateu. Gosto muito.

As pessoas vão ali e deixam flores para seres humanos reais e vão embora. Permanecemos por uma hora no local e não vimos ninguém rezar. Um monumento de incrível bom gosto, pois.

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Ai, como é bom dormir la siesta…

Ninguém aqui é espanhol, mas que eles são sábios, são. Hoje, indagorinha, acordamos mais ou menos assim… Mais ou menos, né?

:¬)))

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Porque hoje é sábado, Natalie Portman

Natalie Portman (do hebreu: נטלי פורטמן) é o nome artístico de Natalie Hershlag, …

… atriz americana nascida em Jerusalém, em 9 de junho de 1981.

Ignoro o que a bela e vegetariana Natalie pensa sobre a carnificina.

Se está triste como a maioria de nós, …

… se está feliz com as mortes ou …

… se, muito antes pelo contrário, não está nem aí.

Se está vendo apenas os noticiários das TVs americanas (já que não entenderia a Globo), …

… ou se, como alguns de nós, pasma-se com a cobertura …

… sensacional e horripilante da Al Jazeera em inglês.

Se quer que todos – seu país de origem, seu país atual , palestinos, árabes, russos, …

… turcos, esquimós, chineses, brasileiros, indianos, sudaneses, franceses e todo o resto do mundo…

… que vê 1,5 milhão de palestinos passarem por fome e bombas em seu estreito campo de concentração – …

… conversem por horas, dias, semanas, meses ou anos, até que seja fechado um acordo …

… que possa ser obedecido por seu “rebelde” país de nascimento, …

… ou se quer que tudo mais vá para o inferno. Ou para Gaza, que é muito pior, pois é aqui e é real.

Eu não sei sua opinião, Natalie. Sinceramente, até receio em perguntar e, …

… antes de ouvir qualquer coisa, fixamente olharei para teu estonteante rosto e me esforçarei para dizer lentamente: …

… Auschwitz I, Auschwitz II, Auschwitz III, Bełżec, Chelmno, Majdanek, Sobibór, Treblinka.

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