Bruegel, os cegos e meu sonho

Hoje eu tive um sonho. Estava pintando o quadro abaixo. Eu era Pieter Bruegel, o Velho e pintava em meu atelier A Parábola dos Cegos, certo? Há mais: estava emocionadíssimo porque um dos cegos — qual seria? — era meu pai e era do maneira abaixo que ele se deslocava com seus pares. Um negócio desesperador. Mesmo! Eu pintava e chorava.

Assim como para a Caminhante, Ernesto Sábato e José Saramago,a cegueira e suas metáforas, mas principalmente a cegueira sem metáfora, é algo que assusta e causa perplexidade, pena, medo, profundo interesse, tudo.

Quando acordei, a imagem da obra-prima de Bruegel foi substituída pela da galinha abaixo, vista ontem no Google Images. Bem, sei lá.

P.S. — Meu pai, morto em 1993, nunca teve deficiência visual.

Parábola dos Cegos