Bamboletras recomenda uma obra-prima, um Faraco e um suspense

Bamboletras recomenda uma obra-prima, um Faraco e um suspense

A newsletter desta quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

Quem leu Hífen sabe. É uma obra-prima da portuguesa Patrícia Portela.  Merece ser lido e relido. Mas esta semana temos também um livro de crônicas de Sergio Faraco e o premiado romance de estreia da excelente Ottessa Moshfegh, de quem já tivemos outros livros na Bamboletras.

Boa semana com boas leituras!

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Hífen, de Patrícia Portela (Dublinense, 256 páginas, R$ 59,90)

Uma obra-prima, não deixamos por menos. Hífen é um romance muito conectado com o que vivemos agora. É sobre uma epidemia, sobre maternidade, sobre deportados, sobre tecnologia. É também uma distopia, mas não é aquela distopia que desconsidera aspectos psicológicos e humanos para se apoiar apenas em tecnologia, autoridade e opressão. Não, é uma distopia a ser espreitada aos poucos, através dos depoimentos pessoais de suas narradoras e, mesmo que uma delas seja uma androide, tudo está encharcado em humanidade. Acontece que as crianças da Flândia, naquela idade em que recém foram alfabetizadas, entre os 8 e os 12 anos, começam súbita e estranhamente a dormir. Todas elas caem numa espécie de coma, como o descrito nesta notícia real, só que as de Flândia… A princípio, o formato fragmentário esconde a seriedade do romance. São reflexões sobre o mundo e divagações aparentemente casuais mas que acabam por revelar uma, duas ou três histórias trágicas. A certa altura, a androide Maria do Carmo escreve que “… uma história linear é apenas um tabefe muito eficaz num mar de possibilidades que cada segundo de uma vida orgânica pode oferecer”.

As Noivas Fantasmas e outros casos, de Sergio Faraco (L&PM, 176 páginas, R$ 45,90)

Faraco prescinde apresentações, correto? Nestas 46 crônicas inéditas, ele nos oferece um vislumbre de sua vida, sua percepção de mundo, seus temas preferidos e também suas obsessões. Da vez em que assistiu Marlene Dietrich cantar ao vivo em Moscou à história da invenção do futebol, passando por cenas do convívio com escritores e intelectuais como Mario Quintana e Erico Verissimo, somos brindados com textos que oscilam entre o pessoal e o universal, entre o corriqueiro e o grandioso da existência humana. Em comum, o estilo lapidar e o deleite garantidos ao leitor. Faraco já é um clássico moderno. Se você não leu seus contos, por favor, corrija isso porque você está perdendo muito.

Meu nome era Eileen, de Ottessa Moshfegh (Todavia, 272 páginas, R$ 69,90)

Cidadezinha X, Nova Inglaterra, EUA, meados dos anos 1960. Ali cresceu Eileen, a neurótica e imaginativa personagem deste livro. Cinquenta anos depois, ela narra os traumas e as paixões de uma juventude tão implacável quanto sufocante, marcada por uma série de eventos que beiram o disparate. Os dias de Eileen nesse gélido subúrbio do nordeste americano ficaram para trás, mas constituem a espinha dorsal de sua existência. Pontuado por um humor sinistro, Meu nome era Eileen é um romance inusitado da mesma autora de Meu Ano de Descanso e Relaxamento. Ottessa Moshfegh levou o Prémio PEN/Hemingway para melhor romance de estreia com este livro que utiliza as estratégias narrativas próprias do “thriller” para dar a conhecer uma invulgar rapariga, cuja história individual é indissociável das características familiares e sociais, ambas hostis às ideias de emancipação feminina.

Patrícia Portela