Fui ao xô da bonita Soledad Villamil no Bourbon Country com a melhor das expectativas, só que… Para começar, ela deveria ter trazido uma banda, não aquela coisa constrangedora. Tantos, tantíssimos músicos argentinos bons e ela trouxe uns incapazes. Maximização de lucros? Deve ser. Não era dada personalidade própria a cada canção. Todas recebiam tratamento semelhante e até os diferentes ritmos pareciam muito parecidos. O timbre também era sempre o mesmo e — pô! — para que tanta alegria ao cantar desesperadas canções de amor? Uma espectadora a meu lado dormiu de tédio, enquanto eu esperava uma forma de sair sem ofender a fila onde estava e nem os artistas no palco — preocupação neurótica minha, pois ninguém saberia se eu queria voltar logo para casa ou se iria ao banheiro por alguma inconveniente manifestação fisiológica.
Salvou-se uma canção de Violeta Parra e a lembrança da calma atriz de El secreto de sus ojos. Quando ela retirou-se do palco aos 80 minutos de tortura, saímos correndo a fim de salvar o fim da noite. De bom só havia o vestido vermelho esfuziante e seu conteúdo. Melhor esquecer a demasiada alegria da moça. Nada como uma contida e digna depressão amorosa…
Isso aqui, recém postado, me consolou. Vou dormir. Espero não sonhar com aquele baixista que passou a noite fora do tom.