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  1. Belo pensamento, pra começar o dia – agora, é difícil ficar no desespero quando se tem uma gata dessas ao lado. Asiim até eu ficaria bem humorado o dia inteiro!!
    Abrassssssssssssssssssssssssss

  2. Já eu acho que botar a frase foi só uma desculpa para o Milton postar mais uma foto da Scarlett.
    Ô Milton, não precisa disso não! Ponha quantas fotos dela você quiser!

    1. Discordo MUITO!

      O humor é uma arma perigosa. Provoca sua vítima, perturba-a, coloca-a em posições inesperadas e — céus! — tenho tantos exemplos recentes que, se começo, arranjo outro processo.

      O humor de que gosto costuma ser bastante destrutivo.

    2. “O humor é o recurso empregado pelos que não querem competir.”

      Depende. Humor sozinho, inconoclasta por iconoclasta, é recurso velho e manjado de quem não tem o que acrescentar, ou tem medo de expor-se. Nesse caso, tens razão, Charlles. Mas humor que tempera conteúdo, no qual o interlocutor evidencia que não quer apenas refugiar-se em ironias para ocultar a falta de criatividade, é uma preciosa técnica de enriquecer as conversas.

      “O humor é uma arma perigosa.” Também depende, e acrescento: desde que manejado entre duas pessoas com o mesmo nível intelectual. Uma criança, chamando o adulto de “feio” repetidas vezes (sei, hoje as crianças sabem qualificações piores), pode julgar que finalmente o atingiu, quando esse adulto, cansado de ouvir a mesma lengalenga diversas vezes, na última delas já não lhe mostra a língua devolvendo a brincadeira.

      “O humor de que gosto costuma ser bastante destrutivo.” Pior que eu também. E como! Mas cedo reconheci como verdade o que diz o Woody Allen: certo tipo de humor “está ligado ao desespero, à hostilidade, à ansiedade e à angústia” em uma via dupla, de modo que ele não é apenas a catarse e o resultado desses sentimentos, mas também os retroalimenta. É só olhar a cara do Woody lá na foto, mesmo diante da presença da Scarlett.

      1. Quando estava cursando jornalismo (que abandonei por questões éticas no segundo ano), havia lá um professor excepcional, tipo desgrenhado, de um belo nariz avantajado e uma cordialidade que suscitava a perigosa impressão de humildade, uma espécie de John Reed com todo o conhecimento e audácia no falar, e uma ternura pela singularidade que somada à crescente decepção da turma em não obter de forma imediata a energia supérflua da imagem de âncora bem sucedida que as mesmas fontes televisivas alimentavam, fez com que houvesse uma grande indisposição contra ele. A turma queria que ele destrinchasse o JN, e não aquelas elipses intermináveis em que ele citava grandes nomes da literatura e da filosofia. O único que gostava dele era eu, tirando um aluno resgatado do seminário por uma odontóloga apaixonada, e um outro do tipo simpático porra-loca que depois, já estando eu na medicina veterinária, o ajudei a concluir um capítulo de sua monografia sobre a história social do rock. Daí, durante uma licença tirada por esse professor, a turma fez o que minhas expectativas quanto a imoralidade leviana das massas julgava que faria: um abaixo assinado, com um texto sobre as indisposições associadas escrita canhestramente como cabeçalho. Nas costas da vítima, foi-se achegando na sala de aula o coordenador, o diretor e um bando de outros salafrários da administração. Cada um falou, com silvos e babas, a boa educação forjada que o momento da flagelação dá aos verdugos. Uma das meninas, que sempre usava um laço em torno da cabeça (que lhe fizeram o favor de dá-la a conhecer o apelido de “bolo de noiva” que eu lhe tinha dado: me odiava apaixonadamente!), chegou a citar a impropriedade absurda do professor não poder continuar por ser um ateu declarado. Lá pelo término da espiação, eis que o intelectual subversivo, de cabelos compridos e barba de duas semanas (eu) ergue a mão, pedindo a palavra. Já sabiam que viria uma defesa, a única. “O professor A. só tem um sério problema, senhora diretora.” “Qual”, a massa pergunta. Respondo: “Ele acha que está dando aula em uma universidade.” Foi um momento de glória. O silêncio foi absoluto, e se pôs para fora a turba do festim.

        O professor só ficou sabendo disso há uns três anos, quando o revi em BH, e, agradecido, pagou a rodada de cerveja.

        Não competir; falar a verdade para o poder; não se filiar a partidos e quadros de honra.

        1. charlles, tem certeza de que não quer criar o seu blog? quantas histórias…

          quanto ao humor, minha tentação para ser sarcástico é quase como um campo gravitacional. dia desses escrevi uma história, que era para ser algo pretensamente sério, e quando vi tinha uma sátira nas mãos. talvez pelo fato de que minhas convicções durem no máximo 72 horas.

          não gosto de competir… sou meio cagão, acho. mas encaro a maior parte das competições uma puta perda de tempo e desperdício de energia meio estúpido.

    3. Haverá uma grande novidade bloguística no final de novembro. O que foi pedido?

      Apenas mantenham a inteligência, o humor, a colaboração.

      E o resto é segredo…

  3. Depois do ensaio

    O número seria assim: o palhaço entraria na sala, totalmente caracterizado, com maquiagem pesado, cantos dos olhos e boca virados para baixo, lágrima azul pingando do olho direito, bem grande, e outra vermelha no olho esquerdo; traz à mão um retrato bem grande de uma mulher lindíssima, nua; cada vez que olha para o retrato, chora escandalosamente, até que joga o retrato ao chão, pisoteia, cospe nele, dirige impropérios que são meras vocalizações tatibitates; por fim, põe as duas mãos sobre o coração, olha para o teto, sai do palco e retorna rapidamente trazendo uma cadeira e uma corda; amarra a corda em um lustre sobre a cabeça, compõe de forma atrapalhada o nó de forca, põe a corda no pescoço, abre os braços se entregando, derruba a cadeira e, sobre ele, desaba o lustre trazendo algum reboco do teto. Seria, mas, no ensaio, perfeito até o penúltimo movimento, o lustre não desabou, o teto não caiu e o palhaço foi achado dois dias depois, balançando comicamente para um lado e para o outro. Sobre o retrato da amada, respingos do que se identificou posteriormente como sêmen – além do próprio corpo, pendia, flácido, seu pênis exposto pela braguilha aberta.

    1. Crítica: estava indo muito bem até o ponto em que deixaste expostos demais os símbolos envolvidos no acontecimento.

      Tu tens que confiar mais em quem lê, Marcos.

      1. É, a coisa é explícita, pornográfica mesmo, mas como o texto é curto, mandei ver sem perdão. Pô, ficou médio!

        Não entendi essa coisa da confiança, mas considero bem todas as leituras, menos uma, a psicanalítica, que tem o dom de estragar qualquer texto com baboseiras. No mais, desconfio de elogios sobre QUALQUER UM, mas isso faz parte duma formação iconoclasta que não consigo e nem quero perder.

  4. Nossa Milton, olha só que coincidência, achei esse texto do Juca Kfouri bem a caráter:
    “A função do humor
    Humor deve ser sempre de oposição.
    Humor, antes de ser para rir, é para criticar, para mexer nas feridas, não para confortar, mas para incomodar.
    Humor a favor não existe.
    As reações à nota sobre o fogo olímpico são a melhor prova de que o objetivo da nota foi atingido.
    E não deixa de ser engraçado ver o bairrismo aflorar, com citações desairosas a São Paulo, que é, no quesito violência igual ao Rio, embora uma cidade feia, nada maravilhosa.
    Parece até que não vivemos todos no mesmo Brasil.
    Aos que quiserem que leiam o que aqui publiquei quando o PCC parou Sao Paulo.
    E aos que não sabem, saibam que perdi meu pai, Procurador de Justiça, num assalto à luz do dia, em frente à casa dele, em Sao Paulo…” – Juca Kfouri

  5. O Woody está coberto de razão. O humor está ligado ao sofrimento.

    Nesse quesito, ele pode vir do desconforto contra algo que vira objeto de sátira, ou então pode ser um jeito de lidar com um sentimento de dor ou desespero.

    Mas, ainda relacionando humor e sofrimento, o humor indica um desejo de ser amado. Mesmo na sátira, que ritualiza posições e, por isso, demarca inimigos. Pois ela também demarca quem está no nosso campo e indica o desejo de colher destes companheiros o riso, o aplauso, o abraço, a adoração.

    Mas, sem deixar de ser verdade tudo isso, a gente faz humor também pelo prazer lúdico de fazê-lo. Porque acha graça do que se está fazendo.

    Os que me conhecem costumam dizer que vivo fazendo piada. Por isso este post me fez pensar. Faço humor o tempo inteiro: porque desprezo, porque me desespero, às vezes porque quero disfarçar ou fugir (ave Charlles), porque preciso de aplauso e aprovação, porque acho graça.

  6. “..ela também demarca quem está no nosso campo e indica o desejo de colher destes companheiros o riso, o aplauso, o abraço, a adoração.”

    Sim Luís! No fundo, fazemos quase tudo (inclusive escrever e comentar) por vaidade, mera vaidade, e um pouco de carência.

  7. O lado B desse tema é retratado num livro estupendo, “Adam filho de cão”, de Yoram Kaniuk (quase um anagrama de Ohran Pamuk!). O Adam do título é um palhaço judeu que, a título de salvar a pele, se conlui à administração do campo de concentração em distrair os judeus com palhaçadas na fila para as câmaras de gás. Enlouquecido com a descoberta da morte da filha anos depois, é internado num hospício, acreditando ser um cão.

  8. Caro amigo o seu blog é muito bacana…lol isto é um português a falar…ainda sobre a vossa “compratidiota”, a Maitê, deixo-vos a si e a quem quiser uma pérola de um site que até costumar visitar mas parece que o escriba se cansou…mas lá se esforçou para escrever sobre essa sujeita, que na minha óptica lhe deram muita importãncia.Por muitos amigos brasileiros que tenho, a cara amiga só fala correcto quando não está drogadita e isso é raro..

    um abraço amigo

    e aqui fica o blog

    que na minha óptica eu sublinho por debaixo dela

    http://www.arcadobue.blogspot.com

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