Tenho o defeito de sempre gostar das peças simples. Meu mais antigo amigo durante uma época foi meu professor de piano. Ele me mostrava as coisas mais complexas e eu sempre pinçava as mais simples como as preferidas. Ele não conseguia disfarçar a decepção… Imagine, ele querendo dominar os Estudos Transcedentais e eu gostava justamente da única peça que não era (tão) complicada. Como já te disse, não alcanço todos aqueles estágios que o post de graus de ouvintes prega… acho que me emociono com a música de uma maneira mais direta, igual os índios (muita pretensão a minha, acho)
Bach tinha a característica de fazer as coisas mais intrincadas (MESMO!) e impossíveis e de ser o melodista mais simples. As duas coisas raramente estão juntas. Cioran, de uma forma talvez exagerada, tentou caracterizar Bach acertando o outro lá de cima:
“Sem Bach, a teologia careceria de objeto, a Criação seria fictícia, o nada peremptório. Se há alguém que deve tudo a Bach, é, sem dúvida, Deus”.
A Sonatina e toda a Actus Tragicus foi feita para um Reitor que tinha morrido… Deve ter sido tocada uma vez durante a vida de Bach.
Nossa, imagino que esse tal de Ralf deva estar feliz mas ao mesmo tempo até um pouco encabulado por ver seu nome ligado publicamente a uma coisa tão intensa assim… Pois se ele passou em alguma medida pela Ordem de São João Sebastião, com certeza terá ficado algum resquício daqueles costumes medievais de assinar apenas S.D.G., ou A.M.G.D., coisas assim… Mas apesar disso imagino que ele tenha ficado feliz – é, muito feliz! 😀
Quanto mais se diz menos
ao coração, é quando
mais estranho é tanta
coisa à comunicação.
Sim, a interlocução
está combalida,
mas o shopping da vida
vende – vê se pode! –
cada vez mais iPods.
É…,
coniventes coa estupidez
da competição, cada vez
mais nos tornamos gente
mas…estupidamente!
Quanto menos diz mais
ao coração, é quando
menos estranho é tanta
coisa… à iluminação.
Sim, a interlocução
é bem-vinda
ao Teatro da Vida
que, apesar das agruras,
doa e ensina partituras!
É…,
coniventes coa lucidez,
da contemplação, cada vez
mais nos tornamos gente
mas… eticamente!
Linda, linda. Adorei.
Tenho o defeito de sempre gostar das peças simples. Meu mais antigo amigo durante uma época foi meu professor de piano. Ele me mostrava as coisas mais complexas e eu sempre pinçava as mais simples como as preferidas. Ele não conseguia disfarçar a decepção… Imagine, ele querendo dominar os Estudos Transcedentais e eu gostava justamente da única peça que não era (tão) complicada. Como já te disse, não alcanço todos aqueles estágios que o post de graus de ouvintes prega… acho que me emociono com a música de uma maneira mais direta, igual os índios (muita pretensão a minha, acho)
Bach tinha a característica de fazer as coisas mais intrincadas (MESMO!) e impossíveis e de ser o melodista mais simples. As duas coisas raramente estão juntas. Cioran, de uma forma talvez exagerada, tentou caracterizar Bach acertando o outro lá de cima:
“Sem Bach, a teologia careceria de objeto, a Criação seria fictícia, o nada peremptório. Se há alguém que deve tudo a Bach, é, sem dúvida, Deus”.
A Sonatina e toda a Actus Tragicus foi feita para um Reitor que tinha morrido… Deve ter sido tocada uma vez durante a vida de Bach.
Nossa, imagino que esse tal de Ralf deva estar feliz mas ao mesmo tempo até um pouco encabulado por ver seu nome ligado publicamente a uma coisa tão intensa assim… Pois se ele passou em alguma medida pela Ordem de São João Sebastião, com certeza terá ficado algum resquício daqueles costumes medievais de assinar apenas S.D.G., ou A.M.G.D., coisas assim… Mas apesar disso imagino que ele tenha ficado feliz – é, muito feliz! 😀
Sim, acho que está meio bobo, sim.
INTERLOCUÇÃO
by Ramiro Conceição
Quanto mais se diz menos
ao coração, é quando
mais estranho é tanta
coisa à comunicação.
Sim, a interlocução
está combalida,
mas o shopping da vida
vende – vê se pode! –
cada vez mais iPods.
É…,
coniventes coa estupidez
da competição, cada vez
mais nos tornamos gente
mas…estupidamente!
E com que economia Bach nos fala direto ao coração, né?
É!
BACHIANA
by Ramiro Conceição
Quanto menos diz mais
ao coração, é quando
menos estranho é tanta
coisa… à iluminação.
Sim, a interlocução
é bem-vinda
ao Teatro da Vida
que, apesar das agruras,
doa e ensina partituras!
É…,
coniventes coa lucidez,
da contemplação, cada vez
mais nos tornamos gente
mas… eticamente!