O Questionário de Proust (III) – Responde Sandra Pontes

Publicado em 11 de fevereiro de 2007

Sorrio quando vejo que Sandra Pontes escreveu um post cujas linhas iniciam por travessões. Ela é mestre nos diálogos rápidos e inesperados. Suas figuras femininas têm algo da Maitena e isto é um grande elogio partindo de quem costuma pegar emprestado as revistas da argentina. Diz que é uma paulistana suspeita. Nasceu no bairro da Lapa, perdeu-se numas cidades estranhas pelo interior do estado, ama a capital cearense, mas tem o coração fincado em Osasco.

Segue dizendo que teve a idéia de montar o primeiro blog após relembrar as notas altas que obtinha nas aulas de redação. Achou que poderia, com meia dúzia de toques num teclado, prender a atenção dos outros em suas conversas alucinadas com seu amigo imaginário, montar post de ajuda na cozinha ou arranhar meia dúzia de rimas.

Completa declarando que pode ficar brava com a gente, mas é igual chuva de verão: faz um barulhão antes, espalha para tudo quanto é lado durante, mas, depois, passa. Não duvido. E adoro quando ela entra à noite no MSN descrevendo o cardápio recém construído.

Qual é o defeito que você mais deplora nas outras pessoas?

Intriga, veneno, puxada de tapete para se promover. Deplorável querer crescer depreciando o trabalho alheio.

Como gostaria de morrer?

Dormindo. Simplesmente parar de respirar…

Qual é seu estado mental mais comum?

De uma menina de 12 anos.

Qual é o seu personagem de ficção preferido?

Martin Riggs (Mel Gibson) em Máquina Mortífera. “Nervosinho”, mas brincalhão. Alguma semelhança???

Qual é ou foi sua maior extravagância?

Três semanas na Europa e US$ 525.00 de excesso de bagagem (Na volta. As compras, é claro!) mesmo distribuindo a “muamba” na bagagem de mais duas pessoas.

Qual é a pessoa viva que mais despreza?

Político. Qualquer um.

Qual é a pessoa viva que mais admira?

Idoso. Com uma aposentadoria de merda, remédios caros, maltratado e ainda assim, sorri para você.

Se depois de morto tivesse de voltar, em que pessoa ou coisa retornaria?

Acho que num cachorrinho de madame. Comer, brincar e dormir num tapetinho persa…

Em quais ocasiões costuma mentir?

Quando não quero ir a algum lugar ou compromisso e insistem. Aí invento uma mentirinha branca…

Qual é sua idéia de felicidade perfeita?

Ter carro, casa, férias de 30 dias, sem precisar fazer orçamento mensal. Tudo isso só com a venda de sanduíche natural na praia.

Qual é seu maior medo?

Ficar sozinha quando envelhecer.

Qual é seu maior ressentimento?

Ver meu filho crescer sem a presença do pai biológico.

Que talento desejaria ter?

Ter coordenação motora para tocar bateria.

Qual é seu passatempo favorito?

Era dormir. Agora é tentar não ficar acordada tanto tempo durante a noite!

Se pudesse, o que mudaria em sua família?

Eu mesma. Mudaria o comportamento que tanta dor de cabeça deu a tanta gente.

Qual é a manifestação mais abjeta de miséria?

Crianças catando comida em lixões e aterros sanitários.

Onde desejaria viver?

Numa ilha. Pequena, nada de luxo, mas tranqüila.

Qual a virtude mais exagerada socialmente?

Solicitude. Ninguém pode ser solícito 24 horas por dia, 365 dias por ano.

Qual é qualidade que mais admira num ser humano?

Esquecer. Mais importante que perdoar. A gente perdoa, mas pode não esquecer jamais. O esquecimento absorve o perdão.

Quando e onde você foi mais feliz?

Na barriga da minha mãe. Quente, com alimento e sem dor física, espiritual ou moral. Sem preocupações, aborrecimentos. Só tranqüilidade e proteção.

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