O Questionário de Proust (XIII) – Responde Sílvia Chueire

Publicado em 28 de fevereiro de 2007

Não era para eu ser amigo da Silvia, não devia gostar dela e muito menos lê-la. Ela é uma poeta e eu sou o anti-poético por excelência. Leio pouca poesia, nunca me ocorreu pensar algo que pudesse tornar-se poema e me pergunto: que estado de espírito poderia me fazer parir aquelas linhaszinhas? Mas sou um leitor dedicado e descobri a Silvia junto com os portugueses que editam seus livros. Gosto das linhaszinhas dela. Muito.

Ela é médica psiquiatra – não cobra nada para me tratar pelo telefone e, na maioria das vezes,  ainda paga a ligação do Rio -, é dona deste blog, escreveu Por favor, um blues, livro de poemas lançado em Portugal, já tem outro a caminho (também em Portugal) e é alguém que derruba o estigma das loiras serem burras. Ou será que as libanesas são loiras diferentes? Sim, deve ser isso. A propósito, quando você for a seu blog e cruzar com algo que tenha como título “Árabes”, leia!

Qual é o defeito que você mais deplora nas outras pessoas?

A hipocrisia.

Como gostaria de morrer?

Rapidamente.

Qual é seu estado mental mais comum?

Consciente.

Qual é o seu personagem de ficção preferido?

Há vários, o Mersault do Estrangeiro de Camus, a Ana Terra do Tempo e o Vento do Érico Veríssimo são dois deles.

Qual é ou foi sua maior extravagância?

Não me lembro de uma.

Qual é a pessoa viva que mais despreza?

Não vale a pena mencionar.

Qual é a pessoa viva que mais admira?

Não está mais viva.

Se depois de morto tivesse de voltar, em que pessoa ou coisa retornaria?

Voltava mar.

Em quais ocasiões costuma mentir?

Para evitar chatos.

Qual é sua idéia de felicidade perfeita?

A paixão correspondida.

Qual é seu maior medo?

Alzheimer.

Qual é seu maior ressentimento?

A maldade, a falsidade, o mau-caratismo.

Que talento desejaria ter?

Gostaria de poder pintar.

Qual é seu passatempo favorito?

São muitos : navegar na net, ler, cinema, ouvir música, dançar, etc.

Se pudesse, o que mudaria em sua família?

Não mudaria, estão bem assim.

Qual é a manifestação mais abjeta de miséria?

O abuso de crianças.

Onde desejaria viver?

No Rio de Janeiro e em Lisboa. Talvez Paris (temporariamente) e uma ilha em Angra dos Reis.

Qual a virtude mais exagerada socialmente?

A beleza.

Qual é qualidade que mais admira num ser humano?

São duas, inteligência e o bom caráter.

Quando e onde você foi mais feliz?

No dia em que tive cada um dos meus filhos, no Rio. E depois: entre 1999 e 2001, por aí.

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