Um Espaço para meu Pasmo Futebolístico

Publicado em 21 de fevereiro de 2007

Hoje à noite, o Internacional entra em campo para sua estréia na Libertadores 2007. Como atual campeão, deveria estrear como um dos favoritos, mas não é o que acontece. A história recente do Inter é a de um clube vendedor de jogadores que tem confiança ilimitada em suas categorias de base. Porém, paradoxalmente, o Inter Campeão da América e do Mundo não contava com muitos jogadores formados no Beira-rio. A espinha dorsal da equipe foi comprada. Vejamos: o time da Libertadores 2006 tinha apenas Edinho e Rafael Sóbis de ex-juniores. E a maioria dos outros foram adquiridos quando consagrados macacos velhos: Fernandão, Clemer, Tinga, Jorge Wagner, Iarley, Ceará, Índio, etc. Ou seja, não há uma continuidade na política de futebol do clube, o que vemos é a descontinuidade.

Em agosto do ano passado, perdemos quatro jogadores importantíssimos: Tinga, Rafael Sóbis, Bolívar e Jorge Wagner. No final do ano, perdemos mais um, este um jogador realmente fundamental para a mecânica do time: Fabiano Eller. E não houve reposições à altura. Apenas Bolívar foi bem substituído por Índio, que já fazia parte do grupo. Para o lugar de J. Wagner veio o lamentável Martín Hidalgo; para o de Tinga veio um excelente jogador, mas de outra posição…: Vargas. Sóbis e Eller não receberam substitutos. Eller era importante porque ter sido o homem que vinha de trás num time de volantes toscos e de lateral esquerdo ruim. Ele tornava qualidades as deficiências de seus companheiros. Com ele, os volantes não precisavam aparecer na frente e o mau lateral ficava atrás cobrindo o avanço de nosso peculiar zagueiro pela esquerda. Mas Eller saiu, fruto da falta de interesse em pagar US$ 1,5 milhão de dólares para mantê-lo. Aliás, suponho que os empresários e dirigentes devam ter feito uma boa “realização de lucros” no final do ano, pois o dinheiro da premiação pelo Mundial e de todos os direitos ligados a esta competição aparentemente sumiu.

Resultado: o time que estréia hoje na Libertadores tem somente três jogadores que disputaram a final do ano passado contra o São Paulo: Clemer, Edinho e Alex… Para complicar ainda mais, tivemos um início de ano com muitas lesões. Fernandão e Ceará foram operados; Índio, Pato e Vargas têm problemas musculares e Christian foi contratado mas talvez nem possa atuar por ter trocado três vezes de clube num período inferior a um ano. Este último caso revela bem o descaso com que o clube tem sido tratado pela nova direção. Não sabiam que Christian fora do Juventude e do Corinthians? Eu e o mundo sabíamos! Estão deitados sobre os louros de uma grande vitória. Parecem não saber que futebol é momento, é algo a ser renovado a cada partida e que dois empates em casa bastarão para que a torcida se volte contra o time. Ingênuos.

Não creio numa grande Libertadores para nós.

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