Dickens, rest (and laugh) in peace

A obra de Charles Dickens está agonizando. Não a vejo mais por aí e não posso afirmar que esteja estar preocupado com o fato. Mas acho que dois de seus livros são muito bons: o livro de estreia Pickwick Papers e um dos últimos de sua enorme obra, Grandes Esperanças. Mas ele é mais conhecido pelo xaroposo Oliver Twist e pelo bom David Copperfield.

Seus livros demonstram a longa decadência de uma verve cômica para dar lugar à pieguice. Se os Pickwick Papers podiam rivalizar com Swift e Fielding, Dickens foi pouco a pouco aderindo às lágrimas até ficar um tio chato que chora por cada tristeza social e pessoal vitorianas. A exceção é o esplêndido e simbólico Great Expectations.

Hoje me acordei com um nome na cabeça: Samuel Weller. Li os Pickwick na casa da praia de meus pais, lá em 1972-3, tinha 15 ou 16 anos. A lembrança que tenho desta personagem é a melhor possível. Ignoro se era mesmo tão engraçado. Dando uma pesquisada rápida na Wikipedia, dou de cara com esta frase: A recepção do público a Pickwick não foi calorosa desde o início. Só quando aparece a personagem de Sam Weller, o criado de Pickwick e que acompanha as aventuras do seu amo ao jeito de um Sancho Pança ao lado de Dom Quixote, é que as vendas sobem de 400 exemplares para 40 000!

Lembro que há uma cena de caçada no livro na qual, durante a leitura, eu dava gragalhadas que me impediam de ler o livro. Tenho a impressão de que isto nunca voltou a acontecer, mesmo que eu tenha a maior admiração pelo escritos cômicos de muita gente, desde Sterne, Swift e Fielding até John Kennedy Toole, LF Verissimo e Cláudia Tajes.

Menos mal que tenho (ou tive) outros companheiros de leitura que também admiram o incrível mordomo do chefe do Clube Pickwick. Quando colocamos Sam Weller no Google Images, damos de cara com um monte de canecos de cerveja, bibelôs e pratos representando o personagem. Não sei que valor terá em antiquários.

24 comments / Add your comment below

  1. Não penso a mesma coisa sobre um Dickens agonizante, Milton. Percebo que Dickens tem sido muito vilipeniado no Brasil. É quase impossível achar uma boa tradução da obra dele por aqui. Tirando a CosacNaify, que relançou em nova tradução o Picwick, as editoras nacionais o esqueceram. Não se acha os outros grandes romances dele, como Loja de Antiguidades e Nicholas Nickleby, sendo material raríssimo. Mas vejo a menção constante dele nas obras de vários autores atuais e modernos. Salman Ruhsdie, no prefácio à edição comemorativa dos 25 anos de Filhos da Meia Noite confirma a enorme influência de Dickens em sua obra (afirma, um tanto originalmente, que os maiores escritores indianos são Austen e Dickens_ é, indianos!); Elias Canetti, em sua trilogia autobiográfica (escrita na década de 70 e 80), diz o quanto a leitura do inglês lhe foi fundamental. Martin Amis repete a mitologia do submundo londrino de Dickens em romances como A Informação e Campos de Londres. Ohran Pamuk também diz, em algum lugar, que vê a sua Turquia sob o filtro da visão de Dickens.

    Lembremos que até Dostoiévski foi influenciado pelo inglês, nas tentativas cômicas em O Idiota. Sobre a tão comentada pieguice de Dickens, trata´-se de um caráter constitutivo de seu processo criador, perdoável diante sua imponência narrativa assim como devemos relegar a histeria inerente nos romances de Dostoiévski e a pregação religiosa nas partes finais de Guerra e Paz.

    Ainda tenho ótimas lembranças dos botões do vestido da aia que cuidava de Coperfield voando pelos ares quando ela o abraçava ternamente. Acho até que nessas páginas de inconfessável rendição à ternura é que moram algumas justificativas da literatura.

    1. Pode ser que minha impressão seja permeada pelo mau tratamento que as editoras brasileiras lhe dão, certamente.

      Mas por que fazem isso? Até onde sei elas gostam de dinheiro e não há lógica que explique a geladeira dickensiana no Brasil.

  2. Essa “geladeira dickensiana” poderia ser matéria de estudo, porque parece que Dickens nunca “colou” na leitura dos brasileiros. Mesmo os leitores mais exigentes, o lugar de Dickens foi sobrepujado por completo pelos russos clássicos (pessoal fazendo fila quilométrica no lançamento de Crime e Castigo traduzido pelo Bezerra, e coisas que tais). Pensando agora, qual editora, na história editorial brasileira, se ocupou com Dickens? Só os antigos livros de bolso da Melhoramentos, que me lembre. Nem a Nova Fronteia e a Record, nos tempos em que colavam um semblante de uma loira voluptuosa para relacionar Conrad com os o exoticismo do cinema popular norte-americano. E não há nenhum autor nacional que diga ter bebido de Dickens_ tirando o Jorge Amado, que também o amava.

    Há alguma explicação por aí que renderia uma tese acadêmica das causas de Dickens ser tão impermeável à literatura latino-americana.

  3. Não sei se já lestes o Retratos Londrinos, único volume lançado com méritos pela Record. Primeira coleção de narrativas de Dickens, e algo espantosamente carregado de lucidez para um jovem que mal saia da adolescência.

  4. O Dickens talvez seja mesmo esse escritor datado, um furor para uma época precisa, mas algo maçante para os dias de hoje, com sua obsessão por personagens pitorescos, seu sentimentalismo que recobre lições de moral, seu pessimismo que o obriga às denúncias sociais mais imediatas, mas que sabe as limitações comerciais de uma obra que, afinal, tem por destino o pequeno burguês letrado, não a massa de explorados…

    De fato, acho que existe, no século XXI, quem cumpra seu papel e tenha comunicação imediata com o leitor de hoje; esses cumpridores, é claro, no futuro serão como Dickens, relíquias de um passado não de todo superado em conteúdo, mas quase inteiramente superado em forma.

  5. Entendo às restrições do Milton e e do Marcos ao Dickens, mas tendo a concordar com o Charlles. No entanto, minha percepção de Dickens envolve muito o que o romance dele foi em sua época e quem ele foi como escritor. Minha leitura juvenil do autor, confesso, foi totalmente reestruturada pelo meu estudo da história do século XIX. Talvez, meu gosto por ele, seja menos pelo seu texto do que pela representatividade dele para entender o século XIX.

    Comentei com o Milton que Dickens (e na hora o Milton delicadamente calou sobre sua opinião a respeito de Oliver Twist) estava entre os autores que eu “recomendava” a meus alunos de H. Contemporânea I. Minha intenção não é causar diabetes em ninguém. Porém, os livros de Dickens fizeram parte de um movimento pela infância na Inglaterra de meados do século XIX. Sua descrição das gangs infantis é bastante precisa, bem como da reprodução das estruturas de poder dos adultos nas crianças abandonadas. A lacrimosa saga de Copperfield abre espaço para uma série de questionamentos históricos sobre legitimidade, pátrio poder e escolaridade, além, é claro, da irresponsabilidade do agir das classes mais altas. Há em Dickens uma quase defesa da igualdade.

    Sobre sua pieguice e gosto pelas lágrimas, não se pode esquecer que ele é um dos autores a trazer para a literatura voltada à burguesia um humanismo identificatório. Seu texto pretendia, pelas lágrimas, criar uma identificação nas classes leitoras, que as fizesse olhar para os que não eram, nem podiam ser, leitores. Existe um fantástico texto do Thomas Laqueur sobre isso. Há um ativismo aí? Claro! Imagino que Virginia Woolf, que detestava isso em literatura, tivesse suas restrições à Dickens, mas, como historiadora do XIX, eu não posso deixar de apreciar seu engajamento.

    Por outro lado, falando do texto, não se pode esquecer que, muito do que hoje nos soa como “relíquia” na narrativa do autor, vem do fato deste ser um texto programado para a leitura em voz alta. Dickens era impressionantemente atento às formas de leitura de seu público. Testava o texto recitando-o em seu escritório. Depois, em tourneés literárias, fazia leituras dramáticas que lhe deram foros de celebridade. Talvez, a primeira grande celebridade literária. O texto final, sendo ou não publicado em folhetins, acabaria em alguma casa, onde um jovem ou uma jovem o leria para toda a família reunida. Depois, estes leitores debateriam o que foi lido e, especialmente, ouvido. E, queria Dickens, olhariam de outra forma os mendigos que se acumulavam nas estradas e arrabaldes das grandes cidades inglesas.

    Como disse de início, entendo as restrições de vocês como leitores. Mas, não podia deixar de fazer minha defesa. Afinal, Dickens é quase um parceiro de trabalho. Talvez, daí minha dificuldade em lê-lo somente como escritor.

  6. DICKENS NÃO EXISTE

    Casualmente, fiz uma entrevista hoje com o dono da maior rede de sebos de Porto Alegre, a Beco dos Livros (6 lojas só no Centro da cidade).

    Perguntei sobre Dickens e ele respondeu, rindo: o agente dele dever ser ruim demais! O sebo tinha 7 exemplares do autor. Só. Faz anos que é desprezado.

      1. Apesar dos milagres que a Companhia das Letras e a CosacNaifi (onde é y desse nome?), ainda existem vários hiatos no mercado editorial brasileiro, exemplo: só nesse ano que foi existir para os brasileiros um dos romances capitais do século passado, Joseph Von Gunten, do Robert Walser (cem anos depois de seu lançamento).

      2. Acho válido na medida em que leio em preferencialmente em português. O pior é que estou ficando com a impressão de que Dickens tornou-se um writer´s writer…

        1. Hahahaha! Eu sei que é mal de blogs, é só lançar uma assunto do qual ninguém pensava que tudo parece de uma urgência de última hora como se isso ocupasse diuturnamente a mente de todo mundo. Eu também leio prioritariamente em português (odeio ler nas outras 16 linguas que conheço). Mas…sempre comentei aqui que os blogs pegam muito do subconsciente. Há duas semanas, sem nem suspeitar que vc trataria de Dickens, eu havia entrado em contato com uma livraria portuguesa afim de comprar Loja de Antiguidades de Dickens, Fiz até um pequeno comentário lá, aqui:

          http://livrariapodoslivros.blogspot.com/

  7. Entendo às restrições do Milton e do Marcos ao Dickens, mas tendo a concordar com o Charlles. No entanto, minha percepção de Dickens envolve muito o que o romance dele foi em sua época e quem ele foi como escritor. Minha leitura juvenil do autor, confesso, foi totalmente reestruturada pelo meu estudo da história do século XIX. Talvez, meu gosto por ele, seja menos pelo seu texto do que pela representatividade dele para entender o século XIX.

    Comentei com o Milton que Dickens (e na hora o Milton delicadamente calou sobre sua opinião a respeito de Oliver Twist) estava entre os autores que eu “recomendava” a meus alunos de H. Contemporânea I. Minha intenção não é causar diabetes em ninguém. Porém, os livros de Dickens fizeram parte de um movimento pela infância na Inglaterra de meados do século XIX. Sua descrição das gangs infantis é bastante precisa, bem como da reprodução das estruturas de poder dos adultos. A lacrimosa saga de Copperfield abre espaço para uma série de questionamentos históricos sobre legitimidade, pátrio poder e escolaridade, além, é claro, da irresponsabilidade do agir das classes mais altas. Há em Dickens uma quase defesa da igualdade.
    Sobre sua pieguice e gosto pelas lágrimas, não se pode esquecer que ele é um dos autores a trazer para a literatura voltada a burguesia um humanismo identificatório. Seu texto pretendia, pelas lágrimas, criar uma identificação nas classes leitoras, que as fizesse olhar para os que não eram, nem podiam ser leitores. Há um ativismo aí? Claro! Imagino que Virginia Woolf que detestava isso em literatura tivesse suas restrições à Dickens, mas, como historiadora do XIX, eu não posso deixar de apreciar seu engajamento.

    Por outro lado, falando do texto, não se pode esquecer que, muito do que hoje nos soa como “relíquia” na narrativa do autor, vem do fato deste ser um texto programado para a leitura em voz alta. Dickens era impressionantemente atento às formas de leitura de seu público. Testava o texto recitando-o em seu escritório. Depois, em tourneés literárias, fazia leituras dramáticas que lhe deram foros de celebridade. Talvez, a primeira grande celebridade literária. O texto final, sendo ou não publicado em folhetins, acabaria em alguma casa, onde um jovem ou uma jovem o leria para toda a família reunida. Depois, estes leitores debateriam o que foi lido e, especialmente, ouvido. E, queria Dickens, olhariam de outra forma os mendigos que se acumulavam nas estradas e arrabaldes das grandes cidades inglesas.

    Como disse de início, entendo as restrições de vocês como leitores. Mas, não podia deixar de fazer minha defesa. Afinal, Dickens é quase um parceiro de trabalho. Talvez, daí minha dificuldade em lê-lo somente como escritor.

    P.S.: Encontrar livros seus em boas traduções é trabalho para lutadores resistentes.

  8. Entendo às restrições do Milton e do Marcos ao Dickens, mas tendo a concordar com o Charlles. No entanto, minha percepção de Dickens envolve muito o que o romance dele foi em sua época e quem ele foi como escritor. Minha leitura juvenil do autor, confesso, foi totalmente reestruturada pelo meu estudo da história do século XIX. Talvez, meu gosto por ele, seja menos pelo seu texto do que pela representatividade dele para entender o século XIX.

    Comentei com o Milton que Dickens (e na hora o Milton delicadamente calou sobre sua opinião a respeito de Oliver Twist) estava entre os autores que eu “recomendava” a meus alunos de H. Contemporânea I. Minha intenção não é causar diabetes em ninguém. Porém, os livros de Dickens fizeram parte de um movimento pela infância na Inglaterra de meados do século XIX. Sua descrição das gangs infantis é bastante precisa, bem como da reprodução das estruturas de poder dos adultos. A lacrimosa saga de Copperfield abre espaço para uma série de questionamentos históricos sobre legitimidade, pátrio poder e escolaridade, além, é claro, da irresponsabilidade do agir das classes mais altas. Há em Dickens uma quase defesa da igualdade.

    Sobre sua pieguice e gosto pelas lágrimas, não se pode esquecer que ele é um dos autores a trazer para a literatura voltada a burguesia um humanismo identificatório. Seu texto pretendia, pelas lágrimas, criar uma identificação nas classes leitoras, que as fizesse olhar para os que não eram, nem podiam ser leitores. Há um ativismo aí? Claro! Imagino que Virginia Woolf que detestava isso em literatura tivesse suas restrições à Dickens, mas, como historiadora do XIX, eu não posso deixar de apreciar seu engajamento.

    Por outro lado, falando do texto, não se pode esquecer que, muito do que hoje nos soa como “relíquia” na narrativa do autor, vem do fato deste ser um texto programado para a leitura em voz alta. Dickens era impressionantemente atento às formas de leitura de seu público. Testava o texto recitando-o em seu escritório. Depois, em tourneés literárias, fazia leituras dramáticas que lhe deram foros de celebridade. Talvez, a primeira grande celebridade literária. O texto final, sendo ou não publicado em folhetins, acabaria em alguma casa, onde um jovem ou uma jovem o leria para toda a família reunida. Depois, estes leitores debateriam o que foi lido e, especialmente, ouvido. E, queria Dickens, olhariam de outra forma os mendigos que se acumulavam nas estradas e arrabaldes das grandes cidades inglesas.

    Como disse de início, entendo as restrições de vocês como leitores. Mas, não podia deixar de fazer minha defesa. Afinal, Dickens é quase um parceiro de trabalho. Talvez, daí minha dificuldade em lê-lo somente como escritor.

    P.S.: Encontrar livros seus em boas traduções é trabalho para lutadores resistentes.

    1. Vejo que você está perfeitamente correta, o que não invalida os meus pontos de vista, nem os do Milton.

      Dickens deve ser lido, inclusive, para compreensão do desenvolvimento da forma romanesca, e como as questões políticas e sociais tiveram que ser abordadas de maneira a provocar emoções fortes nos leitores, chamando-os ao engajamento.

      No entanto, não dá para dizer que hoje, no século XXI, Dickens possa ser lido como um esteta imortal – os russos já no século XIX já eram melhores que ele, inclusive no que se refere ao olhar socialmente atente, e nem estou a falar, necessariamente, de Dostoiévski e Tolstói, mas de Gógol e Gontcharov.

  9. Nikelen, me fez lembrar do apreço que Hobsbawn tem por Dickens. Na autobiografia dele se pode ver isso, e em algumas partes de sua tetralogia das eras. Uma das graves injustiças do mercado editorial nosso é nunca terem traduzido Little Dorrit, que causou comoção quando foi lançado na Europa. Lembro de relatos que dizem que milhares de leitores desmancharam-se em lágrimas na cena final em que morre a garotinha. Não sei se li isso em Aldous Huxley ou quem foi.

    1. Exato, Charlles. De fato, acho que tenho um óculos Hobsbawm para ler Dickens.
      Outra coisas interessante é que nem todas as suas obras tiveram o mesmo impacto. As que tinha as agruras das crianças como tema, faziam as pessoas acordarem mais cedo e fazerem filas de dobrar quadras para comprar o jornal ou livro. Havia comoção coletiva após as leituras de algumas partes e cartas enviadas aos jornais reproduzidas por semanas. Daí, o chamado “Movimento pela Infância”, que toma a Inglaterra nas décadas de 1840 e 50.
      Porém, nos casos em que Dickens usa como tema a vida dos pobres adultos, e coloca o dedo na ferida, recebeu fortes críticas. É o caso de “Tempos Difíceis”, livro em que ele acompanha a trajetória de uma família “expulsa” do mundo rural e pauperizando-se na cidade.
      Eu não posso deixar de concordar com Hobsbawm e Thompson: Dickens usou sua posição superstar (o que ele realmente era) para fazer com que seus leitores olhassem para o que não queriam ver.

    2. Exato, Charlles. De fato, acho que tenho um óculos Hobsbawm para ler Dickens.

      Outra coisas interessante é que nem todas as suas obras tiveram o mesmo impacto. As que tinha as agruras das crianças como tema, faziam as pessoas acordarem mais cedo e fazerem filas de dobrar quadras para comprar o jornal ou livro. Havia comoção coletiva após as leituras de algumas partes e cartas enviadas aos jornais reproduzidas por semanas. Daí, o chamado “Movimento pela Infância”, que toma a Inglaterra nas décadas de 1840 e 50.

      Porém, nos casos em que Dickens usa como tema a vida dos pobres adultos, e coloca o dedo na ferida, recebeu fortes críticas. É o caso de “Tempos Difíceis”, livro em que ele acompanha a trajetória de uma família “expulsa” do mundo rural e pauperizando-se na cidade.

      Eu não posso deixar de concordar com Hobsbawm e Thompson: Dickens usou sua posição superstar (o que ele realmente era) para fazer com que seus leitores olhassem para o que não queriam ver.

  10. Hoje me acordei com uma coisa na cabeça: Existência…

    MÚSICA MORTAL
    by Ramiro Conceição

    Mortal
    é a insensatez de
    provar… o Existir!
    Sua Presença:
    são nossos filhos;
    esses pais nossos;
    esses nossos pais;
    nossas vinganças;
    esses amigos;
    nossa esperança;
    esse nosso céu;
    nosso oceano;
    essas estrelas;
    nossos amores;
    essas florestas:
    esses animais;
    essa música: mortal!

  11. Dickens…
    é um caso estranho, eu não o colocaria entre meus favoritos, mas de maneira alguma deixaria de recomendá-lo. Aliás, cmo a Nikellen, indiquei-o às minhas filhas, ainda no século XX.
    Para mim, a Nikelen disse o que eu procurava e não encontava.
    Por fim, gostei de Gdes Esperanças e David Coperfield é basal na adolescencia inicial. Até joje cito algumas frases do Mr. Pickwick e costume descrever algumas pessoas como o Uriah Heep.
    Qto à pieguice, concordo, mas foi um século com esta tendência e ao menos era boa a intenção. Acho que ele era piegas.

  12. Agradeço a você por indicar a melhor tradução, na sua opinião, para o Grandes Esperanças. Eu estava em dúvida sobre qual comprar. Me ajudou bastante.

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