Sem jóquei

Ontem, um amigo chamou minha atenção para um fato. Na página do Globoesporte relativa ao Internacional, havia notícias de várias transações que vão lentamente se confirmando. Todas elas são de repercussão internacional, coisas efetivamente grandiosas, coisas com as quais nem sonharíamos anos atrás. Há a venda de Oscar por 25 milhões de euros (79 milhões de reais); é uma venda, claro, mas já houve a chegada de Forlán, o provável retorno de Nilmar e as vindas de Ganso e do zagueiro Juan. Mas, querem saber de uma coisa?, não adianta nada se não for removido o fator Dorival.

O torcedor não aguenta mais. Nem o apoio da imprensa — sempre ao lado das direções — e nem o fato do Beira-Rio estar sendo pouco frequentado em razão das obras, impedem que a opinião pública se manifeste com clareza. O time não tem padrão de jogo, não tem jogadas e mantém-se simplesmente por seus bons jogadores. Ontem, o protesto deu-se de forma muito irônica no site do clube. O volante Bolatti, que permaneceu dois minutos em campo, recebeu 71,19% dos votos para melhor em campo na partida contra o Cruzeiro. Bolatti não é uma solução — é lento, marca mal, mas tem bom passe e, como segundo volante, é cem vezes melhor do que Élton ou Josimar. Dorival está visivelmente brincado com a torcida, talvez apostando numa demissão com multa rescisória. Após ser vaiado e chamado de burro ao inventar Jajá e Marcos Aurélio nos lugares de D`Alessandro e Dagoberto, chamou o xodó dos colorados para uma entradinha de dois minutos. Ele já tinha provocado a torcida ao fazer entrar o aposentado Bolívar no final de uma partida do Gauchão logo após a derrota para o Juan Aurich, cuja responsabilidade principal fora do zagueiro. O humor e a despreocupação de Dorival são claros. Parece estar com saudades de Florianópolis, onde tem uma mansão.

Ele é um bom treinador de imprensa e direção. É simpático e afável. Já escrevi neste blog sobre seus métodos de treinamento, mas o Inter vai ganhando e Dorival segue livre para ganhar um time invejável que não treinará. Como diz um amigo, estamos sem jóquei.

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  1. aos poucos eu tb vou acreditando que nao iremos longe com ele. E olha que eu nao sou de criticar técnicos, mas a crítica feita em “métodos de treinamento” foi realmente fatal.

  2. A melhor saída seria o Presidente Giovani Luigi sentar com o Presidente do Grêmio Paulo Odone e conversarem sobre um acordo de troca de seus treinadores.
    Pois é óbvio que Vanderley Luxemburgo e Dorival Júnior estão em casamatas trocadas. O estilo de Dorival não se enquadra com o estilo de futebol que a torcida do Inter e a direção querem para o seu time, pelo contrário o estilo disciplinador de Dorival se encaixaria muito bem na equipe atual do Grêmio, onde acabaria com alguns privilégios e certamente mandaria muito jogador que está encostado na azenha ganhando um bom salário enganar em outro lugar. Quanto ao Luxemburgo tem tudo para dar certo no Internacional, treinador que não sabe treinar cabeça de bagre se daria muito bem com os galáticos que o inter tem no grupo e com seu estilo de futebol faceiro mandando todo mundo atacar logo cairia nas graças da direção e torcida, portanto, logo poponho a troca de treinadores, para que ambas equipes encontrem o sucesso ainda nesta temporada.

  3. Não adianta trocar o técnico. Não sou da área e nem gostaria de ofender quem trabalha na prepraração física dos atletas do Inter, mas sempre desconfiei que o desempenho do time é negativamente afetado pela preparção física exagerada numa determinada direção: os jogadores ficam muito fortes e correm mal, pesado. Talvez essa ênfase fosse boa noutro esporte, mas não no futebol, em que os caras tem que correr muito e rápido, além de serem resistentes. Até os magros ficam lentos. Em algum momento do segundo tempo, os nossos rambos trancam. Não correm mais. Ficam sem ânimo para a reação. O passe fica prejudicado, a bola não sai na intensidade correta do pé, geralmente é muito forte.
    Essa é uma cultura que foi introduzida pelo Gilberto Tim, nos anos 70 e que permanece.
    Logo, logo já vão me estragar o Forlán.
    Vejam os times do Rio: basta uma pequena organização (em geral são desorganizados e sem foco) e já vencem campeonatos. Com o Inter não. O que nos salva é que o clube é bem organizado, mas tem que derrubar uma floresta pra produzir um palito fósforo. O time rende pouco, devido ao tal trancamento que comentei.
    Na Europa também os jogadores correm soltos. Não se vê isso no Inter.
    Acho que deveriam dirigir um olhar mais fino à preparação física. Me parece grosseira e básica. E o pior é que não vejo qualquer comentário na aldeia sobre isso.
    Então, meus caros, podem trazer quem quizerem de treinador, mas desconfio que os problemas permanecerão.
    Mais contato com a bola, mais imaginação tática e menos time forte e trancado.

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