Sexismo e racismo em Viena, nenhuma novidade

Alguns músicos da Sinfônica de Viena comemoraram quando, há 15 meses, Jasmine Nakyung Choi foi nomeada para a primeira flauta. Eles viram nisso um sinal de tolerância em uma sociedade muitas vezes discriminatória.

Mas não deu nada certo. No último sábado, seus colegas votaram contra sua permanência. Motivos musicais? Não, aparentemente nada deste gênero.

Jasmine Nakyung Choi
Jasmine Nakyung Choi

O informadíssimo Norman Lebrecht ouviu fortes rumores de sexismo e racismo. Nada que surpreenda, na verdade. O que surpreende é que Jasmine tocou muito bem, sendo elogiada durante toda a temporada, mesmo num péssimo ambiente.

Mesmo assim, a direção da orquestra convidou-a para permanecer mais um ano, mas ela decidiu afastar-se do grupo hostil e voltar ao mercado de trabalho.

É triste ver Viena reforçar tais estereótipos históricos.

6 comments / Add your comment below

  1. O Adorno escreveu que “Se a barbárie encontra-se no próprio principio civilizatório, então pretender se opor a isso tem algo de desesperador.”; não há como extirpar o horror da beleza, pois a beleza é a superfície do horror, sua pela civilizada, atraente, desejável. Mas quem compra o pacote “civilização” tem que saber que dentro dele há uma bomba-relógio, que explode no momento em que o pacote é aberto, mas não mata: só desilude aquele que comprou o pacote, mais por ter ficado impressionado com o belo papel de presente.

  2. ASA
    (Associação dos Sonhadores Anônimos)
    by Ramiro Conceição

    Só por hoje,
    eu acredito
    no acalanto
    das mães.

    Só por hoje,
    eu acredito que
    não há racismo
    e que a justiça
    não é constituída
    por canalhas.

    Só por hoje,
    eu acredito
    que a Terra é indivisível
    e que não somos donos
    Dela; mas ao contrário
    pertencemos… a Ela
    (como sabe à cores e de cor
    cada aborígine da Tasmânia).

    Só por hoje,
    eu acredito
    que a teologia, a filosofia,
    a ciência, a tecnologia,
    a arte e a alegria são partes
    da política à sabedoria e à liberdade.

    Só por hoje,
    penso-sinto que o amor venceu
    e que efetivamente não estamos sós
    pois o seu inverso não tem sentido
    nem aqui, nem ali pra além do Sol.

    Só por hoje,
    eu acredito que o sagrado seja essas mulheres
    a ensinar, umas às outras, a arte de amamentar.

  3. Tem muitos comentários esclarecedores no blog do N.L. Me parece que ele se deixou levar por uma fofoca e criou uma manchete bem sensacionalista e um pouco irresponsável.

    – é absolutamente normal e comum músicos (especialmente solistas de naipe) não serem confirmados no cargo após o Probejahr (estágio probatório de 1 ano que na tradição orquestral germância é levado MUITO a sério)

    – a Sinfônica de Viena tem músicos oriundos de 16 países diferentes (o ambiente orquestral no território musical germânico é MUITO cosmopolita) e diversas mulheres, inclusive em cargos de solista (agora mesmo estou vendo um vídeo e adivinhem só, ao lado da moça coreana, na cadeira de 1º oboé, o que vejo? uma mulher)

    Na minha humilde opinião de colega de província, ela simplesmente não é tudo isso, e acho surpreendente que tenha conseguido ganhar o concurso e ficar um ano. Especialmente em se tratando de Viena e sua tradição. É MUITO diferente de fazer música nos EUA. Mas obviamente tem um grande fã-clube. O qual – eu especulo – possivelmente tem uma motivação parcialmente sexista – ela é linda.

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