Alguns músicos da Sinfônica de Viena comemoraram quando, há 15 meses, Jasmine Nakyung Choi foi nomeada para a primeira flauta. Eles viram nisso um sinal de tolerância em uma sociedade muitas vezes discriminatória.
Mas não deu nada certo. No último sábado, seus colegas votaram contra sua permanência. Motivos musicais? Não, aparentemente nada deste gênero.
O informadíssimo Norman Lebrecht ouviu fortes rumores de sexismo e racismo. Nada que surpreenda, na verdade. O que surpreende é que Jasmine tocou muito bem, sendo elogiada durante toda a temporada, mesmo num péssimo ambiente.
Mesmo assim, a direção da orquestra convidou-a para permanecer mais um ano, mas ela decidiu afastar-se do grupo hostil e voltar ao mercado de trabalho.
É triste ver Viena reforçar tais estereótipos históricos.
Parafraseando
Vargas Llosa…
.
.
A arte não é
para descrever países,
mas… pra inventá-los!
P.S: consultar “Sabres e Utopias”, editora Objetiva, 2010, página 60.
O Adorno escreveu que “Se a barbárie encontra-se no próprio principio civilizatório, então pretender se opor a isso tem algo de desesperador.”; não há como extirpar o horror da beleza, pois a beleza é a superfície do horror, sua pela civilizada, atraente, desejável. Mas quem compra o pacote “civilização” tem que saber que dentro dele há uma bomba-relógio, que explode no momento em que o pacote é aberto, mas não mata: só desilude aquele que comprou o pacote, mais por ter ficado impressionado com o belo papel de presente.
ASA
(Associação dos Sonhadores Anônimos)
by Ramiro Conceição
Só por hoje,
eu acredito
no acalanto
das mães.
Só por hoje,
eu acredito que
não há racismo
e que a justiça
não é constituída
por canalhas.
Só por hoje,
eu acredito
que a Terra é indivisível
e que não somos donos
Dela; mas ao contrário
pertencemos… a Ela
(como sabe à cores e de cor
cada aborígine da Tasmânia).
Só por hoje,
eu acredito
que a teologia, a filosofia,
a ciência, a tecnologia,
a arte e a alegria são partes
da política à sabedoria e à liberdade.
Só por hoje,
penso-sinto que o amor venceu
e que efetivamente não estamos sós
pois o seu inverso não tem sentido
nem aqui, nem ali pra além do Sol.
Só por hoje,
eu acredito que o sagrado seja essas mulheres
a ensinar, umas às outras, a arte de amamentar.
http://www.youtube.com/watch?v=YDVnMfh84eM&feature=related
Tem muitos comentários esclarecedores no blog do N.L. Me parece que ele se deixou levar por uma fofoca e criou uma manchete bem sensacionalista e um pouco irresponsável.
– é absolutamente normal e comum músicos (especialmente solistas de naipe) não serem confirmados no cargo após o Probejahr (estágio probatório de 1 ano que na tradição orquestral germância é levado MUITO a sério)
– a Sinfônica de Viena tem músicos oriundos de 16 países diferentes (o ambiente orquestral no território musical germânico é MUITO cosmopolita) e diversas mulheres, inclusive em cargos de solista (agora mesmo estou vendo um vídeo e adivinhem só, ao lado da moça coreana, na cadeira de 1º oboé, o que vejo? uma mulher)
Na minha humilde opinião de colega de província, ela simplesmente não é tudo isso, e acho surpreendente que tenha conseguido ganhar o concurso e ficar um ano. Especialmente em se tratando de Viena e sua tradição. É MUITO diferente de fazer música nos EUA. Mas obviamente tem um grande fã-clube. O qual – eu especulo – possivelmente tem uma motivação parcialmente sexista – ela é linda.