Milton messiânico

Salomão
Salomão, meu colega do Eclesiastes

Milton Ribeiro ergue-se e diz, em tom bíblico:
(Milton, Capítulo 11, Versículos de 6 a 9).

Em verdade lhes digo que os ignorantes sempre querem ensinar, enquanto os sábios querem aprender. Os ignorantes falam, os sábios perguntam. Com as respostas, surgem novas perguntas e isso não acaba nunca.

Em verdade lhes digo que a ignorância gera certezas; a sabedoria, dúvidas.

Meu colega Salomão, o do poema Eclesiastes, dizia que “no acúmulo de sabedoria, acumula-se tristeza”. Eu discordo, acho que a sabedoria gera ceticismo, mas também não li o Eclesiastes inteiro para saber de seu exato contexto.

E sento-me para trabalhar, irmãos. Porque, se não o fizer, estarei fodido e mal pago.

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  1. Foi somente uma história: sobre a ambivalência humana. Super-herói rei Davi vai contra princípios para ganhar a mulher dos sonhos, o cara morre, ele fica com a mulher, nasce Salomão (futuro autor do Eclesiastes)… e o Davi passa o resto da vida chorando de arrependimento.
    E olha as conclusões do Milton!

  2. SOBRE TEXTOS BÍBLICOS
    by Ramiro Conceição
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    Milton, li inteiramente a Biblia, creio, umas três vezes… É óbvio que, algumas passagens, dezenas e dezenas… Talvez até centenas… Não sei ao certo. De todos os livros, três a meu ver se destacam (citarei às vezes, literalmente, trechos introdutórios associados a cada livro. A versão que utilizei como fonte é a seguinte: “Biblia Sagrada”, Edição Pastoral, consequentemente, uma versão católica):
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    1) ESTER: o Livro de Ester, essencialmente, trata da Política (isso mesmo, com maiúscula) associada a uma determinada Nação com aquela outra, também maiúscula, associada ao Mundo. Melhor dizendo. Trata da luta pela justiça, pelo direito essencial que todos os oprimidos têm à esperança de viver bem em qualquer lugar ou tempo civilizatório. Desse maneira, pode-se concluir que o Livro de Ester tem como meta um tempo no qual sejam efetivas a justiça, a liberdade e a partilha. (Será que trata de um metafísico socialismo eterno? Creio que não).
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    2) JÓ: o Livro de Jó é magistral!… Começa com o Bem, infinitamente comovido, pelo amor de um de seus filhos, Jô, o mais justo dos homens. O Bem, comovido infinitamente, acredita no amor incondicional de seu filho… Aí vem o Mal, tal qual sempre, com a tentativa de destruir o amoroso processo inocente. O Maligno lança então um desafio: se o Bem abandonasse seu amado, diante de todas as desgraças potenciais do existir, então, certamente, Jó negaria seu amor incondicional devido ao enrijecimento de seu coração pelo sofrimento; ou seja: o criativo inocente transformar-se-ia em um ódio decadente!… O Bem aceita o desafio. E ainda mais: permite que o Maligno aja livremente sobre a vida de Jó (metaforicamente, tal processo acontecerá muito, muito depois… com Ele: Jesus!). O resto da história é conhecido… ( Daí advém a versão superficialíssima sobre a tal “paciência de Jó”…). Mas vamos logo ao que importa… Do que trata fundamentalmente o Livro de Jó? Ora, do tema atualíssimo desse nosso mundo dito globalizado: o tão famoso “toma lá dá cá, brasileiríssimo!”. Afinal, como dizem, “Deus é brasileiro!”. (Tá bom… Tá bom… falando a sério…): o Livro de Jó trata do “dogma da retribuição”: “ao justo Deus concede saúde, prosperidade e felicidade; ao injusto, Ele castiga com desgraças e sofrimentos”. Ou seja, Deus seria um “puta” de um capitalista convicto e, certamente, Ele seria o mentor, por exemplo, do império do tal capeta Macedo e consequentemente, também, da sociedade de classes em estados republicanos e/ou monárquicos que, nada além e nada aquém, seriam um “natural” desígnio “divino” sob o qual todos os conglomerados terrestres estariam subjulgadas; quer dizer, a PUTARIA humana seria parte indissociável do DNA civilizatório (tal qual acredita o quadrúpede “Conde” Lobão e/ou a “Dama” Lúcia Veríssimo que recentemente privatizou o próprio cu, em público, diante de uma plateia incrédula…). Não, Deus não é malicia, mas inocência!
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    3) ECLESIASTES: Ah!…, Eclesiastes é Poesia!… É para ler e ficar em silêncio… É para lembrar do último beijo que se deu no amado… É para sentir, calmamente, o crescimento de beijar novamente… É para saber do ódio, da malicia, do poder, da ignomínia, da mediocridade que caminha tranquilamente sob o Sol há séculos… O Eclesiastes não é para ler, mas para REZAR no quarto escuro e se perdoar; e, principalmente, perdoar quem nos magoou profundamente… Eclesiastes é um desafio, é a procura do entendimento de como foi possível, a partir da Lei de Gravitação Universal, a matéria gerou espírito; ou seja, uma consciência bondosa que deve fortalecer a continuidade da vida para todos os seres, pois a inocência cria um pequeno acréscimo ao montante colossal de entropia associado à expansão universal…

    1. Errata:
      1) Em “ao justo Deus…”; faltou a vírgula: “ao justo, …”.
      2) Em “os conglomerados terrestres estariam subjulgadas” é óbvio que é “subjulgados”.
      3) Em “tranquilamente sob o Sol há séculos” é óbvio que faltou uma vírgula: “…sob o Sol, há séculos”.
      4) Em “… a partir da Lei de Gravitação Universal, a matéria gerou espírito” é óbvio que é “… a matéria gerar espírito”.

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