Sobre o caso Idelber Avelar, o recado de um escaldado

Fazer o quê? Não resisti à imagem de um pinto triste
Fazer o quê? Não resisti à imagem de um pinto triste

Quando, avisado por um amigo, li o post de Lola Aronovich, fiquei estupefato e estupefato. Estupefato pelo conteúdo que é, no mínimo, altamente privado, e estupefato pela tolice de Lola. Pensei imediatamente nos malefícios da vaidade e no amor aos cliques da paladina. Pois aquilo, na minha opinião, foi um impulso bobo em busca de uma fama que apenas a levará ao pagamento de uma bela indenização. E o pior é que ela, desculpando-se e lamentando falsamente o desassossego que causava a seus leitores, ainda escreveu mais dois ou três posts a respeito do caso. E ainda não os deletou…

Tenho certa experiência nesta coisa de blogs x justiça. Certa vez, ofendi a escritora Letícia Wierzchowski em uma crítica a uma coluna que ela publicou em ZH. Fui processado por ela. Nos primeiros dias, cheio de razão, fiquei indignado, mas logo depois meu travesseiro começou a me dizer umas coisas estranhas e convenci-me de que, bem, ela tinha toda razão em ofender-se. Por um milagre, semanas depois, ela propôs retirar a ação, desde que eu sumisse com os textos. Aceitei imediatamente. Pura sorte, porque iria bailar muitíssimas canções polonesas na justa.

Depois fui processado pela atual vereadora Mônica Leal e, não obstante tivesse boa dose de razão, fui condenado. Paguei a ela um valor bem alto para um pelado como eu. Não pretendia pagar, mas até o inventário da minha mãe estava embargado…

Fico pasmo que Lola, as(os) autora(es) daquele blog O estranho caso do prof. e outros que se manifestaram em termos definitivos de condenação de um “poderoso machista manipulador” — prevendo até mesmo o final da carreira acadêmica de Idelber — não tenham se dado conta de que uma pessoa que não tenha agredido nem forçado fisicamente suas parceiras, não é um criminoso, segundo nossa lei.

Eles terão que provar ou que houve crime em enviar privadamente mensagens e imagens pornográficas ou que Idelber manteve casos com menores. Se não comprovarem isso, melhor prepararem uma boa poupança. Sugiro que passem seus bens para amigos ou parentes. Essas pessoas necessitarão desfazer esta afirmativa do Idelber, feita hoje em seu perfil do Facebook — Sim, gosto de sexo. Sim, falo muito de e faço muito sexo. Com quatro regrinhas claras: consensualmente, com adultas, jamais com chefes ou subordinadas e em privacidade.

Algo me diz que não conseguirão. Várias(os) já estão chamando o professor de arrogante. Mas nenhum juiz condenará a possível arrogância de Idelber.

Finalizando, acho que o Idelber não tem nada a comemorar, nada mesmo, ele só perdeu; mas quem o ataca não tem noção das leis sob as quais vive. Na justiça, há que produzir provas, provas incontestáveis. Vejamos se aparecerão. Acreditem, aqueles prints não valem nada para efeito de justiça.

P.S. — A maioria de meus sete leitores sabem que sou amigo do Idelber. Ele esteve hospedado em minha casa com seus dois filhos e ninguém de minha família foi assediado. Foram três ou quatro excelentes dias. Nada de pintos.

19 comments / Add your comment below

  1. Psé… me lembrei de uma piadinha que ouvi do Juca Chaves há trocentos anos…
    ****4 freirinhas pararam a Kombi e desceram para descansar numa moitinha,na beira da estrada.Nisso,desce um bêbado ,e meio apertado da bexiga,tirou o pinto prá fora e foi fazer xixi bem na moitinha em que estavam as freirinhas…
    Foi um deusnosacuda,horrorizadas pelo visão do pinto…
    Diziam>>>> que horror,coisa do demônio,OHOHOHOH….uma das freirinha ,a mais indignada disse>>>>> Mundano,Nojento,mas ainda bem que é Judeu como Jesus!
    eu heim…sei lá…

    se alguém printeou o pinto?

    Desculpas se já sabias dessa piada…

    Buenas…

  2. Eu só acho o seguinte: eu sou um dos que o Idelber nunca desceu pela garganta. Não chego a dizer que não gosto dele porque sempre fui indiferente a ele. Nunca li um texto inteiro dele nos seus blogs, lia sempre os comentários, que eram bem mais interessantes. Parte dos frequentadores do meu blog eu ganhei através dos meus comentários esparsos e bem esporádicos no blog extinto do Idelber. Ele me parecia sempre superficial, nem ligava para sua arrogância e sua egolatria, mas o que me afastava era sua superficialidade. Como nem tudo é perdido, me beneficiei uma vez com seu convite para ler Saer, que eu não conhecia e que confirmo a convicção dele de que se trata de um dos maiores escritores não só da AL mas do mundo.

    Mas nessa história fico do lado da Lola. Essas mulheres não arquitetaram isso por nada. Como vc disse, elas não tem nada a ganhar com isso; e não são obtusas para não saberem que tem, pelo contrário, muito a perder. Aventou-se que o motivo delas fosse o recalque por terem sido preteridas pelo professor, o que eu acho uma grande palhaçada. E nenhuma delas está se fazendo de vítima; releia os relatos: todas assumem que aquilo as fascinou em um primeiro momento. E nenhuma, nenhuma, também sequer tocou na palavra de que o Idelber estivesse praticando um crime. Então, só por isso, só pela pureza da consciência total da vulnerabilidade delas, eu me comovo e fico do lado delas. Isso é difícil de explicar, então, serei tautológico: nenhuma delas se quer fazer de santa para terem legitimidade; admitem terem tido um comportamento repulsivo sob todos os parâmetros morais e éticos. Admitem, para usar o jargão que mais se aproxima da quebra de gelo da ortodoxia machista para se poder compreender com um choque, terem sido putas (essa palavra em itálico).

    O mais brutal dessa história toda é justamente sua perigosa delicadeza. Trata-se de um moralista que, por muito menos que as acusações lhe imputadas, já tentou acabar com a reputação de muitos desafetos pela net. Ele prova de seu próprio veneno. Se ele tivesse assumido essa sua ira que esbanjou em sua “resposta”, se ele tivesse se prestado desde cedo a ser um Bukowski dos direitos humanos, alguém com visão da alteridade, mas maculado com sua saúde lúbrica amoral e declarada, em vez de se vender sempre como o Sting asséptico de bondade e compreensão pelos excluídos, nada disso seria chocante; aliás, tudo isso seria mais um mérito para ele: o herói da emancipação humana em qualquer nível mostrava sua liberdade dionisíaca, seu poder telúrico de transverter a fantasia à sua escolha. Mas ele nunca foi isso, então, a impressão que dá é que ele é um niilista, um manipulador.

    Tem muito ainda a ser revelado nessa história, pelo que eu presumo. Essa atitude de processar tem tudo para reverter contra ele. Uma soma x em dinheiro não é nenhum desagrado ou perda total; muitas vezes se paga com agrado. Se ele resolver me processar também, vai ser muito fácil para ele. E nem um pouco doloroso para mim. Já sou acostumado a pagar por injustiças, e num país como o nosso, é até motivo de conservar a razão às vezes pagar aqui e ali por uma injustiça legal, consuetudinária, admitida, sem negativo nenhum em sua clareza anacrônica.

    Já que o Latuff cometeu aquele texto auto-vexatório em que usa imagens de enforcamentos de negros, vou finalizar com uma lembrança. Uma vez, sentado em um pit-dog, eu vi um senhor alto, fazendeiro mandatário, sentado em sua opulência de séculos, com um grande sobrenome que remete aos muros de pedras antigas construído com a morte de muitas pessoas apagadas pela história em uma cidade historicizada pela mitologia vazia dessas mortes, chamar o garçon, gritando. Havia um rapaz negro sentado na mesa ao lado. Esse senhor olhou para o rapaz e disse: “que que cê tá olhado, nego vagabundo. Tá olhando o que. pilantra nego fedorento.” Foi uma coisa terrível de se ver, mesmo por causa da total falta de coragem do rapaz, minha, e de todos que estavam ali de agir. Afinal, quem o agredia era um coronel muito poderoso. E na verdade, isso foi em idos de 1990, e não era crime nenhum que o senhor cometia. Se fôssemos nos levantar e defender o rapaz, a polícia iria dar total ganho para o senhor, já que este que se sentiu ofendido pelo olhar enviesado de um negro.

    Para mim tem muito a ver.

  3. Ser mulher ,num mundo acadêmico,é como ser mulher no feudo da 1a noite com o senhor feudal…Vcs não sabem o quanto uma mulher tem que rebolar prá não se machucar,machucar mesmo,esperando o olho roxo ou ser desligada do projeto e ficar sem um tostão no próximo mês…
    Vcs homens,não imaginam o que é,de repente ficar sem amiges,que te paguem um Xis…pois acham que se está inventando estorinha de vítima…todos dizem que a gente foi desligada por ser burra…sobem ,se elevam e tomam o teu lugar sem mérito próprio…ah…dá até preguiça de explicar,pois a gente supera.Ainda bem que existem outros tipos de gentes…
    Até andar de ônibus é complicado prá uma mulher,mas não é impossível!

    Vamos aguardar o processo…

  4. Milton, voce está completamente enganado. Os prints das conversas não foram contestados. Nenhuma das mulheres injuriou, difamou ou caluniou o cidadão em questão, porque as provas estão materializadas.
    Já comentei na sua postagem do FB que a defesa dele não é defesa. “Macarthismo”, “Stalinismo”, “Nazismo” é argumento de quem não tem argumentos. Também comentei que o fato de ele passar quatro dias em sua casa e não exibir o pinto, nem assediar sua mulher ou sua filha não prova absolutamente nada. É a comprovação daquilo que se ouve quando se entrevista as pessoas que se relacionavam com criminosos em série: “Era uma pessoa educada e gentil, e nunca incomodou ninguém”.
    Não tem mais como querer tapar o sol com a peneira. Depois que a caixinha abriu, começou a pipocar manifestações dizendo que isso é só a ponta do iceberg. Que o sujeito é conhecido há pelo menos 15 anos, e todo mundo ficava passando pano. Até o dia em que alguém abriu a boca. Ninguém mais segura essa onda.

  5. Ainda não formei um juízo completo sobre imbróglio, mas me chama a atenção o fato do Idelber estar argumentando que a utilização dos prints é crime. Ledo engano. Quando divulgada por uma das partes envolvidas é legítimo e legal (lembram a converso “privada” do Feijó com o Buzzato?).

  6. Caro Milton: acredito que você não deva se lembrar desse escriba. Eu mantinha uma coluna sobre pintura lá no velho “O Pensador Selvagem”. Confesso que um dos meus troféus foi um elogio teu a um texto meu: uma nota positiva do sujeito que leio todos os dias, procurando saber quais livros ele recomenda, quais ele desanca. O resultado é tremendo: deveria te agradecer de joelhos pelo texto sobre o “ABC da Literatura”, do Pound. E fora “Michael Kohlhaas”, “Uma Confraria de Tolos”, “Extinção”. “Os Mímicos”, e mais uma caralhada de outros. Minha dívida contigo é enorme, e nem falei de música. E nem do texto sobre os 20 anos da morte de teu pai, que publicaste três meses após a morte da minha mãe: a única coisa que li que fez sentido daquilo o que se sente e que é tão díficil de se exprimir.
    Depois desse preâmbulo enorme, que escrevi para justificar prá mim mesmo o fato de escolher este post em particular para meter o bedelho, vou direto ao assunto: depois de ler o blog com os relatos e os posts publicados, fiquei me sentindo mal à beça, e isso em relação a tudo ali, tudo, absolutamente tudo. Não quero entrar em nenhum mérito, muito menos em questões legais. O que tento fazer é ler os textos como acho que se deve: vendo o que se escreve, percebendo o que se omite, o que se destaca, o que está meio escondido, envergonhado.
    E essa leitura me deixou muito bodeado. Porque já vi coisas semelhantes, aí de mais perto, e era tudo muito feio, ninguém se salvava nos imbróglios.
    Duas coisas me incomodam mais que tudo. Mesmo estando tudo dentro da lei, mesmo lendo apenas trechos selecionados, dá prá ver algo que já vi algumas vezes: indivíduo em posição de poder que abusa desse poder. E por “posição de poder” entenda-se não apenas cargos ou instâncias oficiais, mas também aquilo que ocorre em nossas relações pessoais, diretas (machos alfa e zeta, fêmeas alfa e zeta, essa coisa toda…). Olha, Milton, vi coisas quando estive na universidade, que são símiles desse caso. O professor bonitão e influente, às vezes progressista, às vezes reacionário, fica de olho na aluna gostosinha; às vezes ela corresponde porque se sente a tal recebendo as atenções daquele cara mais velho, e daí em diante as coisas ficam nebulosas. O cara propõe usar de sua influência para ajudar a jovem em sua trajetória acadêmica, e aí tem dois caminhos: há quem de cara já rechace esse tipo de proposta, e há quem ache que é uma solução adequada. Não entro no mérito
    Nessa história eu li o seguinte: há abuso de poder, do poder do mundo real, das coisas reais. E isso independe do que se segue (se foi consensual ou não, se teve menores na história ou não). Não nos enganemos: somos animais (neuróticos, todos), e quando um animal encontra outro, a situação primeira é de hostilidade, e daí a importância de se mostrar que se é mais forte e poderoso do que o outro. É necessário dominá-lo, enfim. Isso se dá com pai e filho, irmão e irmã, amigo e amigo, marido e mulher, entre amantes, e por aí vai. É assim que é, o que não quer dizer que eu concorde com isso. Há aí, portanto, um desses tediosíssimos jogos de poder que excitam tantas pessoas. O que decorre disso, como já escrevi, é uma outra coisa, um problema em separado, que não me compete analisar.
    A outra coisa que li: a pessoa percebe o assédio, incomoda-se com o assédio, mas não corta a relação porque o assediador “poderia ser um contato interessante”. Aí, confesso, meu sangue ferve, por motivo pessoal: pautei, e pauto, minha vida por nunca, mas nunca, manter quaisquer tipos de relacionamentos por interesse. Daí que se pode concluir que meu círculo de amizades é minúsculo, e por óbvio que nunca cultivei a tal “rede de relacionamentos”. Ler uma frase dessas é, prá mim, ofensa pessoal. Pouco importa se homem ou mulher: é antes de tudo um cortesão, alguém que quer encontrar atalhos para frequentar palácios.
    De toda essa história deprimente, uma reiteração cinzenta de um monte de situações que já presenciei, fica a mesma sensação que tive nessas outras ocasiões: um tremendo bode, em que todos os envolvidos ficam por trás de uma névoa espessa, parada, e daí em diante tudo vira ruído.
    Ah, sei lá porque escrevo tudo isso, acho que é prá ver se me livro do bode…
    De toda forma, um grande abraço, Milton!

  7. Milton, grande respeito por você e pelo seu blog. Mas não é um pouco um contrasenso você abrir um espaço para falar sobre o caso Idelber onde não se pode falar sobre o caso Idelber? Um espaço que já começa amordaçado pelo medo de represália judicial?

      1. Não se pode falar do caso, porque “tudo” o que existe é um crime contra ele. Acho que esse é o ponto do Luiz. Se falar, ou escrever, processo e condenação. Palavra de gato escaldado.

        Talvez a Lola seja a primeira das arrobas de sua ata notarial (e o texto dela é misândrico?). Mas sou cético quanto à hipótese de ele processar O Globo ou a Folha.

        Não escrevi nada antes de ler a resposta do Idelber, que não é meu amigo, mas já li muitos textos dele, especialmente na época do blog.

        A mim, chamou muita atenção o trecho em que ele afirma ter cortado a conversa com a jovem de 15 anos quando ela informou sua idade. Se verdadeiros (ênfase no se), os prints “criminosos”, ainda que não os conheçamos todos os prints, evidenciam uma mentira descarada. Um ano depois ele fala que tem “MEDA” de falar sobre o assunto sexo, amansar corno etc. E até a menina de então 16 anos afirma: “Não dá cadeia”.

        Eu não me considero moralista. Mas é CONSTRANGEDOR ler isso. E é tão constrangedor que eu ainda não li nenhuma das ponderações “antimisandria” que enfrente esse tópico.

  8. DIABÓLICO ADVOGADO DO DIABO
    by Ramiro Conceição

    A seguir estão as partes mais importantes, em minha opinião, das vinte, que o Idelber elaborou em seu texto na rede. Mantive a numeração do original. Ei-las.

    “6 – Deixei que os inquisidores recolhessem suas “provas” e o que conseguiram?

    a) Um print de interação privada erótica com mulher adulta, não só criminosamente publicado, mas propositalmente recortado.
    b) Um print de conversa com menor de idade que logo terminou por minha iniciativa e exatamente por isso, à luz da revelação da idade dela.
    c) Dois relatos anônimos completamente mentirosos, vejam só, um deles já apagado!, não sem antes ser devidamente registrado em ata notarial.”

    “13 – Por que são sempre anônimas aquelas que a fogueira inquisitorial chama de “vítimas”? Medo de quê, a não ser de assumir publicamente que também eram parte do jogo, que são donas de seu desejo?”

    “14 – Termos como “abuso” ou “assédio”, aplicados a conversas virtuais nas quais duas partes estão em interação ativa, e para as quais o botão “bloquear” está sempre disponível, só significa uma coisa: a confinação da mulher ao lugar de vítima, como se ela não fosse dona de seu desejo.”

    Vamos lá…

    i) Em 6a), de fato, o print tem de ser totalmente revelado. Para que se possa concluir se houve, ou não, consentimento; e se efetivamente estava a acontecer, ou não, um jogo natural de sedução mútua, que possibilitasse, por exemplo, o envio do “bilau eletrônico” (aqui não importância se tal façanha é erótica, ou não: cada um é cada um…). O mais importante, para que seja caracterizado o assédio, é que as mulheres, que se sentiram assediadas, tenham em algum momento deixado claro, no texto, que estavam incomodadas e, mesmo assim, o Idelber continuou a insistir: somente nessa condição haveria algum sentido em transformar o que era inicialmente privado em público; todavia o MELHOR CAMINHO, creio, SERIA A JUSTIÇA, NÃO A REDE. Não sei se as ditas assediadas o fizeram… Logo, é importantíssimo o conhecimento do perfil cultural dessas mulheres para se compreender o porquê delas optarem pela denúncia, via rede. Consequentemente, as referidas mulheres NÃO PODEM CONTINUAR NO ANONIMATO.

    ii) Em 6b), vale o mesmo dito em 6a), isto é, deve ficar claro no print original que, de fato, o Idelber encerrou a conversa com a menor, logo após tomar conhecimento de sua idade.

    iii) Em 6c), de fato é muito estranho, pois um dos relatos anônimos foi delatado por sua autora. Tal ação é inadmissível, pois no deletado constava que o professor cometera um delito de assédio em outra universidade norte-americana. E ainda mais. A autora justificava ser está a razão do professor não ser contratado por outras universidades norte-americanas. Tal denúncia é GRAVÍSSIMA: não pode ser feita e desfeita, assim, ao bel-prazer de quem acusa. E aqui não vale nenhum argumento que tangencie, por exemplo, “Deletei porque fiquei com medo de ameaças”. Quem o fez, sabia claramente a dimensão do que estava a fazer!

    iv) Em 13, duas perguntas PERTINENTES… Ironicamente, o Idelber pode ter se tornado vítima de algo que ele defendia, meses atrás, em um texto que li, no facebook, no qual ele corroborava o ANONIMATO POLÍTICO. Ora, o ANONIMATO POLÍTICO SE DESTINA UNICAMENTE A BANDIDOS!

    v) Em 14), o argumento é uma meia verdade. Aqui tem de estar MUITO CLARO o nível cultural dos dois interlocutores. Se houver um abismo cultural, é extremamente provável o nascimento de uma RELAÇÃO DE PODER entre um, culturamente superior, e o outro, que se considerará, com grande probabilidade, inferior e consequentemente incapaz de reagir, à altura, contra uma agressão ético-moral-política potencial. Portanto, de novo, é necessário o conhecimento do perfil cultural dessas mulheres que se declararam molestadas.

    Conclusão: esse imbróglio vai longe…; e o “bilau” da Justiça tanto come Chico quanto Francisca.
    *
    *
    *
    PS.: Gostaria de esclarecer alguns pontos, após o supracitado:

    i) faz quase uma semana que essa história tem-me incomodado; primeiro, porque tenho uma admiração intelectual pelo Idelber; segundo, porque sei o tamanho da opressão em que vivem as mulheres dentro desse nosso mundinho patriarcal (vivo no ES, onde há o maior número de assassinatos e/ou agressões contra mulheres, no Brasil); e cansei de conhecer machos, ditos de esquerda, que em nome de uma pseudomoral progressista não tinham, não têm, quaisquer escrúpulos na caça de mulheres casadas; porém, quando da galhada na própria cabeça da colossal estupidez, também não tinham, não têm, quaisquer escrúpulos em agredir física e psicologicamente suas companheiras e, aí, pasmem… até a usar os próprios filhos (quer dizer: o bilau predador pode comer todas desde que o bilau de outrem não coma a minha: conheci dezenas e dezenas de machos de esquerda, fascistas, patriarcais e hipócritas…);

    ii) sou professor universitário, com o mesmo nível do Idelber e, às vezes, ocorre um assédio, por algumas alunas, mas sempre me faço de tonto, corto logo, não dou qualquer chance; isso não quer dizer que, também, às vezes, não me sinta atraído por algumas alunas, mas nunca deixei acontecer…; todavia, isso se torna mais complicado quando há um abismo cultural, por exemplo, uma vez tive que declarar objetivamente para uma aluna, que não dava carona, para alunos, pois ela sempre inventava alguma dúvida teórica, após a aula, e me acompanhava até o estacionamento e sempre ficava, no ar, a possibilidade; uma única vez aconteceu, pasmem, de forma indireta, uma aluna quis trocar uma reprovação por uma aprovação, por uma “bimbada”. Fiz-me de um esquizofrênico manso e, calmamente, a levei ao pátio da escola diante de dezenas e dezenas de testemunhas… Sou besta, sô!!!

    iii) soube de casos de “certas” alunas, descritos em pormenores, às gargalhadas, por elas mesmas (muito tempo depois de já formadas…), sobre a disputa de quem, à época da graduação, comeria o professor; e, pasmem, a vencedora adquiriu uma espécie de status sobre as demais, até muito tempo depois;

    iv) nas relações humanas sempre há um leque de interesses, e alguns e algumas, com o objetivo de concretizá-los, não têm qualquer dúvida ético-moral em se tornarem efetivos subanimais;

    v) após 61 voltas em torno do Sol, após cinco casamentos nos quais trepei muito e em outros nem tanto; após trair e ser traído; após amar e desamar; após ter filhos…; após conhecer profundamente a termodinâmica; após amar a poesia sobre todas as coisas; cheguei à seguinte conclusão: não devemos temer a solidão…; não devemos nos contaminar com a ideologia do desempenho em nossas relações amorosas e/ou sexuais…; devemos ter a clareza possível de que não passamos de aprendizes em todas as faces do viver humano; consequentemente, somos ainda analfabetos amorosos, éticos, morais e políticos; o que importa no fundo, nessa nossa tão rápida passagem por aqui é a preservação e continuidade da inocência dos pequenos que nos esperam de braços abertos e tão amorosos…: essa é a construção da nossa ainda desconhecida liberdade, do nosso ainda desconhecido livre-arbítrio, sem preconceitos…; portanto, se um dia for possível…, que nos encontraremos com o Mistério que, de um jeito ou de outro, nos possibilitou uma probabilidade mínima de existir e partir… para um “nunca mais” qualquer que seja…

  9. Desconheço o acusado,as denunciantes e até então,todos os blogueiros que comentaram o caso. Vi o assunto e fiquei curiosa. Pesquisei na net e li os contra e a favor. A princípio pensei (como muitos): “putz. Se não quer,bloqueia” “se fosse comigo,não dava corda” ” mostrou o ponto? Já nem conversava mais” Até que comecei a refletir mais a fundo essa questão: O assédio as mulheres. Será que se configura somente qd vai ou racha? Ou seja,qd rola estupro,qd apanha…e o assédio não se efetiva de outras maneiras? Cito exemplos: “uma cantora de funk,shorts com mostrando a polpa da bunda,decotão e as letras de uma música descrevendo uma verdadeira orgia pornográfica. Ela se considera uma artista. Ela tem algo a dizer com suas letras e o modo como se veste foi opcional,pq se sente mais a vontade. Mas,e os que vão ao seu show. Qd a veem rebolando no palco. Os homens pensam – que vadia! Comeria fácil”
    Isso é assédio. Outro exemplo:” Qd a mulher usa decote (já aconteceu comigo!) qts colegas de trabalho não buscaram o melhor ângulo para ter visão dos seios e buscaram a “melhor forma” de dar uma indireta pra”elogiar” q vc ta gostosa e que quer te comer?” Isso tbm é assédio. Outro exemplo: ” usar roupas curtas. E receber diversas cantadas,até que elas passam do ponto (sim,existe limites) da vulgaridade” isso tbm é assédio! Outro exemplo:” A mulher ta numa festa,chega o carinha,ela rejeita e o cara fica segurando na mão,impedindo ela de sair até que lhe de um beijo e a mulher se negando” Isso tbm é assédio! Consentimento numa conversa virtual seria mais ou menos assim:” O professor mostrou o penis e a mulher responde-uau,mostra mais. E nas demais conversas,qd ele fala-sua putinha, ela responderia -sou mesmo! ” olhando os prints,vemos que não foi isso que rolou. O que rolou virtualmente,foi confiança num cara que abusou desse sentimento. Qts mulheres não se relacionaram com um cafajeste que ligava somente qd queria sexo? Isso é abusar dos nossos sentimentos. O que o cara fez foi assediar contra a vontade. Como nos exemplos que citei. Não é pq a gente usa decote,ou tem bunda grande,ou canta funk e dança com sensualidade que os homens tem direito de nos tocar ou investir verbalmente acima dos limites. Imagine o inverso. Se desde os primórdios os homens fossem assediados e isso os incomodasse. No ambiente de trabalho:” Nossa,essa tua calça social marca bem essa tuas bolas deliciosas” Na rua:” Que peitoral maravilhoso,hein seu puto” Não sou feminista,nem machista. Sou apartidária tbm. Sou mulher! E como tal,por ter “um buraco no meio das pernas” como muitos assediadores pensam,sofro e vejo muitas amigas sofrerem com assédio. É sofrimento sim! Qd adolescente,aos 16 anos, acampei com uma amiga e um amigo em um praia. Bebemos muito! (aos moralistas,já errei bebendo….e muito!) Fui pra barraca com minha amiga (aos homens sórdidos,acham q vai rolar experiências). Ela foi pro seu canto e eu pro meu,travada! O cara que era meu amigo entrou na barraca e me bulinou. Minha amiga acordou,viu e o expulsou. Eu lembrei de flashs no dia seguinte. Eu era virgem na época e nunca havia beijado ninguém. Eu não bebi pedindo esse abuso. Ele,se achando no direito,invadiu meu corpo. Eu acredito que o assédio começa qd o cara invade o limite (físico ou psicológico) da mulher.

Deixe uma resposta