Johann Sebastian Bach, os Caranguejos e o Anel de Moebius (veja o vídeo)

Uma vez por cima, outra vez por baixo: o Anel de Moebius do holandês Mauritus Cornelis Escher (1898-1972) | CLIQUE PARA AMPLIAR E SEGUIR COM O DEDO OU A IMAGINAÇÃO
Uma vez por cima, outra vez por baixo: o Anel de Moebius do holandês Mauritus Cornelis Escher (1898-1972) | CLIQUE PARA AMPLIAR E SEGUIR COM O DEDO OU A IMAGINAÇÃO

A Oferenda Musical é uma coleção de cânones, fugas e de uma sonata de Johann Sebastian Bach, baseada num tema musical escrito por Frederico II da Prússia (Frederico, o Grande) e a ele dedicada. A obra tem sua origem num encontro entre Bach e Frederico no dia 7 de maio de 1747. O encontro, que se deu na residência do rei em Potsdam, foi consequência do fato do filho de Bach, Carl Philipp Emanuem Bach, estar ali trabalhando como músico da corte. Frederico queria mostrar a J.S. Bach uma novidade: o pianoforte (piano), talvez o primeiro que Bach tenha visto. Bach, que era bem conhecido por seu talento na arte da improvisação, recebeu um tema, o Thema Regium, para improvisar uma fuga. Era uma sacanagem, o tema era complicadíssimo, quase inviável. Mas Bach não somente improvisou como mandou uma obra inteira para o Rei, toda ela de variações sobre o Thema Regium: A Oferenda Musical.

Bach não era de recuar diante de dificuldades. Ao contrário, costumava propor a si mesmo problemas e mais problemas. Abaixo, uma demonstração gráfica da complexidade da coisa. O exemplo abaixo é dos enigmáticos “Cânones Caranguejos“. O manuscrito retrata uma única sequência musical que é para ser tocada de frente para trás e de trás para frente. Um cânon caranguejo, também conhecido pela forma latina do nome: “Canon Cancrizans“, é um arranjo de duas linhas musicais que são complementares de frente para trás, semelhante a um palíndromo.

Também é conhecido como um cânone “Quaerendo Invenietis“, combinando retrocesso com inversão, ou seja, a música é virada de cabeça para baixo para ser tocada.

Ah, vocês pensam que toda aquela obra saiu de uma cabeça comum?

1 comment / Add your comment below

  1. CASA DO POETA
    by Ramiro Conceição

    Na casa do poeta,
    o comprimento é o tempo.
    A largura – a escritura.
    E a altura é o pensamento
    onde o firmamento mora.

    VELHO CONHECIDO
    by Ramiro Conceição

    Quem é esse que reaparece
    sem convite, sem confetes,
    sempre com sobejos mas não de beijos,
    sempre com migalhas d’alegria na mala?
    Parece que o reconheço de algum lugar,
    de alguma história perdida na memória.
    Ah, sim, é claro…
    Bem-vindo, senhor medo!

    FERIMENTO
    by Ramiro Conceição

    Se meu amor me perguntasse “Quem sou?”
    responderia “Uma metáfora do seu olhar”.
    Se curioso continuasse, tornar-me-ia formoso.
    Porém, se ele por acaso me armasse, juro que
    afivelaria o ferimento desse medo que abjuro.

    AVISO
    by Ramiro Conceição

    PERDEU-SE UMA GARGALHADA POR AÍ.
    O NOME DELA É… I N O C Ê N C I A.
    QUALQUER NOTÍCIA É UM BEM-QUERER.

    LIBÉLULA METÁLICA
    by Ramiro Conceição

    Éramos o pálido ponto azul
    n’ olhar da libélula metálica
    que estava além de Saturno.
    Tal fato comprovou
    que éramos e somos
    i n s i g n i f i c a n t e s.

    Por isso as coisas GRANDES – são dos grandes,
    e as coisas raras dos RAROS. Por isso a goiabeira
    dedica maduros ao bem-te-vi que não é dono de si,
    mas um genuíno espalhador … de s e m e n t e s
    .
    ROSETTA E O COMETA
    by Ramiro Conceição

    Se você tem um amado ou amada,
    o melhor… são casas separadas.
    É um erro crasso o objetivo
    de uma rasa casa fixa
    pois Rosetta acaba de pousar no cometa
    a bilhões de quilômetros daqui. Foi fácil?
    Não! Foi preciso muito trabalho.Tanto lá,
    na ciência, quanto cá, no coração:

    viver é uma administração de crises,
    não um tatuar patriarcal de cicatrizes.
    Rosetta gerará filhos…
    E ter filhos sempre vale a pena
    para quem tem alma de poema.

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