Bom dia, Celso Juarez (com os melhores lances da tragédia de ontem)

Seijas, meu filho, com Celso Roth ao lado, não perca tempo pedindo coisas a Deus | Foto: Ricardo Duarte
Seijas, meu filho, com Celso Roth ao lado, não adianta pedir coisas a Deus | Foto: Ricardo Duarte

Eu estou em um grupo do Whatsapp formado por pessoas muito próximas do Internacional — alguns são ou foram conselheiros do clube. Muita gente é da oposição, até porque a situação tornou-se pífia. São uns fanáticos. Veem tudo, muitos vão aos treinos, etc. Em dias de jogos criam um enorme tsunami de mensagens, meu caro Celso Juarez. Pois saiba que ontem, quando tu colocaste Fernando Bob em campo, nem precisei escrever o óbvio porque uns 20 o fizeram antes: “Roth é o chama-derrota, está convidando o Sport para nos pressionar”. Dito e feito. Em poucos minutos, o adversário empatou, tirando-nos dois preciosos pontos e deixando-nos, pela primeira vez em muitos anos, na tão mal frequentada Zona de Rebaixamento.

Reza a Lei de Bielsa:

O time que abdica de jogar com a bola, multiplica o número de bolas que o adversário terá.

Claro, se teu time, Celso Juarez, não está nunca com a bola e nem tem tal pretensão, aspirando apenas a defender-se e a dar chutões, está dando a bola e argumentos para que o adversário volte e volte e volte a atacá-lo.

Há também uma Lei de Cruyff, que diz:

Há apenas uma bola em campo, então você precisa tê-la.

Na tua entrevista coletiva após o jogo, disseste uma tolice digna de ficar nos Anais Rothianos do Rebaixamento: “Nós precisamos aprender a segurar o adversário”. Eu te respondo que a melhor forma de segurar o adversário é ficando com a bola, não abdicando dela.

Eu acho até que tu sabes dessas coisas, mas teu descontrole leva a que tu te acadeles com o rabo entre as pernas na frente do teu gol. Mas o pior é que — tendo feito 1 x 0 no primeiro tempo — já tínhamos desistido desde o início do segundo tempo. Estávamos apenas atrás do apito final. Burrice.

Sem segurar a bola na frente, tu me colocas quem em campo? Ariel… Um cara que mal sabe matar a bola. Ou seja, escalaste mal, entrando com Sasha, e colocaste um cara grande, lento e sem qualidade técnica no lugar do filho da Xuxa, quando precisávamos de alguém rápido e hábil, tipo Nico López, que ficou sentadinho no banco.

A torcida colorada não merecia, mas tu mereceste ter empatado com o fraquíssimo Sport. Na ânsia de proteger uma vitória por escore mínimo, retiraste do time qualquer possibilidade ofensiva. Como saiu o gol de empate? Ora, numa falta inútil cometida por Fernando Bob, o cara que colocaste em campo para “segurar o adversário”.

E não me diga que é fácil comentar depois do jogo. Eu te mostro meu Whats, seu inútil.

Realmente, a luz da inteligência é fugidia para os comuns mortais, como eu e tu, Juarez. Aparece raras vezes e, quando aparece, muitas vezes é ignorada por nós mesmos. Mas penso tu és um caso especial. Para ti, ela brilha tão pouco que é de impossível apreensão. Então, ignoro o motivo de teu alto salário e posição. Estamos fodidos.

.oOo.

Douglas Ceconello escreveu em 2014: “A saída é: parem de brincar de Real Madrid, DESFAÇAM a reforma e abram os portões. Ainda é tempo. De qualquer forma, tudo vai acabar em fogo, mesmo. Se a relação com o teu clube nada mais é que uma sucessão de hábitos, físicos e emocionais, está muito perto o momento em que tu serás mais torcedor estando fora do estádio do que frequentando esta nova modalidade de espetáculo com a qual os bárbaros ainda precisam se adaptar, mas que tende a durar apenas até o momento em que teu time precisar se livrar da segunda divisão na base do grito, da demência, do cigarro e, se preciso, com torcedores correndo incendiados no meio do campo.”

https://youtu.be/NAYwI_rLOPk

6 comments / Add your comment below

  1. Já que tens muitos picudos colorados no teu Whatssapp, vê se descobres quem é o cara que contrata gente como Ariel. Como Fernando Bob. Como, deixe pra lá. Vamos parar de ficar apreciando o time descer a ladeira sem fazer nada.
    Fora, toda a Diretoria, toda ela cúmplice dos tais empresários que fazem que gente como Ariel e tantos outros bonde façam parte de um clube das nossas tradições.

  2. O que qualquer um que entende minimamente de futebol – eu, por exemplo – faria no 2º tempo? Colocaria o Aylon no lugar do Sasha e o Nico Lopez no lugar do Valdívia. O Gênio colocou um poste e um volante, chamando o adversário ainda mais pra dentro do nosso campo!

  3. Dizer que o time é um lixo é chover no molhado.
    Mas algumas coisas poderiam ser feitas, melhor,
    alguns erros poderiam ser evitados, basta um
    pouco de bom senso. Abdicar de jogar, seja qual for a escalação,
    durante 70% da partida, é suicídio. Vai ser covarde assim num
    galinheiro qualquer (tricolor de preferência).
    E demais, ponha o Nico pra jogar, porra!
    Que mané adaptação… futebol é futebol aqui no Uruguai, na Argentina…
    em todo lugar há pressão, há disputa, há catimba…
    Não cola, não sei qual é a razão dele estar no banco.

  4. O cara joga mais do que 9 dos 11,é atacante,é técnico,custou uma naba(é o mais caro do elenco),tem 21 anos,cheio de saúde e vontade de jogar,foi comprado com grana do Sonda…Aí chega um técnico que bota 4 meio-campistas da tal contenção,precisando ganhar(!) e deixa o Nico no banco o jogo inteiro.Cadê o Carvalho,o Ibsen,o tal Chumbinho que não dão um amigável esporro no Roth,ou um tapa na orelha prá se ligar,antes que seja tarde.Já estamos entupidos de desatino(prá não dizer loucura mesmo)à Janaína,por favor senhor Juarez,seja sensato.

Deixe uma resposta